A FUNCIONÁRIA DA loja de ar-condicionados STR, Elizângela Iva de Souza, 32, está paraplégica.
Baleada nas costas durante o assalto ocorrido quinta-feira passada à Padaria Petrópolis, ela perdeu movimentos das pernas, segundo informação da assessoria de imprensa do Hospital Walfredo Gurgel, onde a moça permanece internada e sem previsão de alta médica. “Ainda tenho esperança. Ela teve um formigamento pela manhã. Sei que terá sequelas, mas ainda acredito que pode recuperar os movimentos das pernas”, disse o namorado de Elizângela. Por ser militar reformado, ele pediu à reportagem para não ter seu nome publicado.
Quanto aos parentes, o companheiro adiantou que as três filhas de Elizangêla, todas do primeiro casamento, de 17, 16 e 12 anos, são as mais abaladas com o drama. “Uma tragédia. Eu sou carioca e moro em Natal faz cinco anos. Nunca imaginei sofrer uma violência tão grande como essa”, acrescentou o reservista.
Apesar da gravidade da situação, o militar garante que não deixará a cidade. “Jamais. Vim para Natal pra ficar”.
O disparo que atingiu as costas de Elizângela, segundo os familiares, alojou-se na 7ª vértebra, perfurou o pulmão e ocasionou uma hemorragia interna.
Com a confirmação da paralisia das pernas, ela continua internada no setor de politraumas do hospital, sem previsão de alta médica.
A funcionária da padaria, Uliane Silva de Pinto, 29, que também saiu ferida após os disparos realizados pelos marginais, recebeu alta e ontem voltou pra casa.
No momento dos tiros, ela operava a caixa registradora do estabelecimento.
Foi a primeira a dar de cara com os bandidos.
Segundo o relato dos policiais que atenderam a ocorrência, os dois ladrões que entraram na padaria e anunciaram o assalto, já haviam pegado todo o dinheiro quando abriram fogo. O prejuízo foi de R$ 100.
O assalto à Padaria Petrópolis aconteceu por volta de uma hora da tarde da quinta-feira. Muitas pessoas almoçavam quando dois jovens armados, de cara limpa, se aproximaram do caixa e anunciaram o assalto.
Imagens obtidas pela reportagem revelam que um deles fez vários gestos com o dedo indicador sobre os lábios ordenando que Uliane ficasse em silêncio.
Na sequência, os dois pegam o dinheiro da registradora e produtos que estavam sobre o balcão.
Depois, o jovem que aparenta ser menor de idade percebe que um dos clientes atendeu uma ligação telefônica. Assustado, provavelmente acreditando que o homem havia ligado para a polícia, o bandido se aproxima com a arma e atira três vezes.
Dois tiros atingiram a barriga e o braço do cliente, no caso o vendedor Aldemir Pereira de Souza Neto, 21, empregado da Embratel.
Os mesmos tiros que acertaram Aldemir ricochetearam e atingiram as duas mulheres, pois nenhuma bala ficou alojada no corpo do rapaz.
Aldemir Neto permanece internado, mas não corre risco de morte.
Reportagem do NOVO Jornal.
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