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Superterra “vizinha” do Sistema Solar pode abrigar vida microscópica

(ESO/M. Kornmesser/Wikimedia Commons)

Astrobiólogos acabam de ganhar um novo alvo para suas pesquisas: o planeta rochoso GJ 699 b. Mais conhecido como Barnard b, foi descoberto em novembro de 2018 e possui três vezes a massa da Terra. Orbita a Estrela de Barnard, o segundo sistema estelar mais próximo de nós, a só seis anos-luz de distância (apenas o sistema Alpha Centauri é mais próximo, a 4,37 anos-luz daqui). Pesquisadores da Universidade Villanova, nos Estados Unidos, publicaram um estudo que sugere a possibilidade de o planeta abrigar formas de vida primitivas, como bactérias e protozoários.

Em um encontro da American Astronomical Society (AAS) realizado na última quinta-feira (10), os astrofísicos Edward Guinan e Scott Engle apresentaram os resultados de sua pesquisa, realizada em parceria com Ignasi Ribas, diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha. Apesar das prováveis temperaturas frígidas de sua superfície, que podem chegar a -170º C, Barnard b pode ser o lar de organismos unicelulares, contanto que apresente um núcleo grande e quente de ferro e níquel, bem como atividade geotermal.

“O aquecimento geotérmico poderia alimentar ‘zonas de vida’ abaixo da superfície, parecidas com os lagos subterrâneos encontrados na Antártida”, explicou Guinan em um comunicado. “Nós notamos que a temperatura na superfície da lua gelada jupiteriana Europa é similar à de Barnard b, mas por conta do aquecimento de maré, Europa provavelmente tem oceanos líquidos abaixo de sua superfície congelada.”

“Aquecimento de maré” é um fenômeno que ocorre quando as camadas internas de um planeta (núcleo, manto etc.) atritam uma contra a outra sob influência de um corpo com grande atração gravitacional, como uma estrela próxima.

Ao contrário de nosso planeta, a Superterra em questão está localizada muito mais perto de sua estrela-mãe. A uma distância comparável com a que separa Mercúrio do Sol, Barnard b completa uma órbita a cada 233 dias. Isso ocorre porque a Estrela de Barnard é uma anã-vermelha (com temperatura na superfície entre 2,3 mil e 3,8 mil graus Celsius), bem menor e mais fria que o Sol, que é do tipo espectral G (entre 5,3 mil e 6 mil graus Celsius na superfície).

Nossa vizinha estelar também é muito mais velha, tem 9 bilhões de anos, quase o dobro da idade solar. Tempo de sobra para a vida evoluir — e prova de que há planetas como a Terra muito antigos na galáxia.

A pesquisa foi realizada com dados de fotometria de alta precisão da Estrela de Barnard coletados ao longo dos últimos 15 anos. Os cientistas esperam que os supertelescópios que entrarão em operação na próxima década consigam fotografar o exoplaneta, além de revelar pistas sobre sua atmosfera, superfície e habitabilidade. “O aspecto mais significativo da descoberta de Barnard b é que agora sabemos que os dois sistemas estelares mais próximos do Sol abrigam planetas”, disse o astrofísico Scott Engle.

Ele destaca que a constatação sustenta estudos anteriores baseados em dados do telescópio Kepler que estimam a quantidade de mundos na Via Láctea. “Essas pesquisas inferem que planetas são muito comuns pela galáxia, chegando à casa de dezenas de bilhões.” É tanto planeta que fica ainda mais difícil de engolir que possamos ser os únicos seres vivos por essas bandas cósmicas.

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Nasa descobre novo planeta que pode abrigar vida

O planeta LHS1140b é rochoso, um pouco maior do que a Terra e está a 39 anos-luz

A Nasa anunciou nesta quarta-feira (19) um novo planeta externo ao Sistema Solar, os chamados exoplanetas, que mais tem probabilidade de abrigar vida. Batizado de LHS1140b, o planeta é rochoso está na distância correta de sua estrela para ter um clima ameno e água líquida.

Descrito detalhadamente pela revista “Nature”, o planeta é um pouco maior do que a Terra e está a 39 anos-luz.

Ele foi descoberto pelos pesquisadores liderados por Jason Dittmann, do centro norte-americano Harvard-Smithsonian para Astrofísica.

A característica que torna o LHS1140b o mais fascinante dos planetas descobertos até agora é a posição que ocupa próximo a sua estrela, chamada de LHS1140. Essa última é um pouco menor e mais fria em relação ao Sol e o planeta está no meio da chamada “zona habitável” para a vida.

“É o exoplaneta mais emocionante que já vimos nos últimos 10 anos”, disse Dittmann à revista. “Dificilmente poderia ser encontrado um objetivo melhor para procurar vida além da Terra”, acrescentou o pesquisador.

Também para Raffaele Gratton, do Observatório de Pádua do Instituo Nacional de Astrofísica (Inaf), esse é um planeta muito interessante.

O próximo objetivo, destacou Gratton, será observar a sua atmosfera para “ver, por exemplo, se ele é dominado por vapor de água, como ocorre na Terra, ou por dióxido de carbono, como na atmosfera de Marte ou de Vênus”.

Para o especialista, embora a presença de água no novo planeta “não seja a arma fumegante da existência da vida, ela nos dá uma boa indicação” sobre as condições locais.

O novo astro foi localizado graças aos telescópios Mearth-South Array, do Chile, o novo planeta está inserida na constelação de Cetus.

Estima-se que ele tenha um diâmetro 1,4 maior do que a Terra, mas a sua massa pode ser até sete vezes maior, o que o tornaria muito denso.

Isso implica que esse novo mundo poderia ser facilmente feito de rocha, com um núcleo de ferro muito denso.

Segundo os astrônomos, o planeta LHS1140b é um objetivo ainda mais importante para a busca da vida em relação a outros mundos rochosos, como os planetas da estrela Trappist 1 ou o “gêmeo” da Terra, o Proxima B, que orbita em torno da “estrela próxima de casa”, a Proxima Centauri.

Entre os planetas potencialmente habitáveis, “esse é o mais fácil de estudar com os atuais instrumentos”, acrescentou Gratton. O planeta LHS1140b, continua, “gira em torno de uma estrela mais brilhante que Trappist 1 e isso permite que o estudemos melhor enquanto passa em frente ao seu astro”.

Essa é ainda uma vantagem sobre o Proxima B, que não permite observação da Terra quando passa por sua estrela.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da ANSA.

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