Tecnologia

Android pode passar por mudança radical; entenda

(Foto: Pxhere)

Lembra daquela tática que a Microsoft usou nos anos 90 para popularizar o Internet Explorer, trazendo o navegador já instalado no Windows? Pois o Google tem feito o mesmo com o Chrome e seus outros aplicativos no Android, ao menos na visão da União Europeia. E por isso, segundo reportagem do Washington Post, a empresa pode ter que pagar uma multa bilionária — e ainda ser obrigada a fazer uma mudança radical em seu sistema operacional, removendo todos os seus aplicativos que já vem pré-instalados nos smartphones.

Hoje, a companhia praticamente obriga fabricantes de smartphones a incluir seus apps, como o Drive, o Chrome e a barra de busca, pré-instalados no Android que equipa os aparelhos. Caso elas não façam isso, seus dispositivos ficam sem acesso à Google Play, por onde os usuários baixam apps e jogos de outros desenvolvedores, inclusive concorrentes do Google.

Sem a loja, usar o celular é praticamente inviável. Algumas empresas, como a Samsung, até tentam investir nas próprias lojas de apps para diminuir a dependência do Google, mas sem tanto sucesso. Portanto, na visão da UE, a escolha é anti-competitiva.

Segundo o Washington Post, Margrethe Vestager, Comissária Europeia para Concorrência, argumenta que isso garante o domínio do Google no ecossistema de apps. Dessa forma, para evitar esse “quase monopólio”, a UE pode proibir a empresa de continuar exigindo que as fabricantes mantenham seus aplicativos pré-instalados. Essa, claro, é uma das alternativas. A outra seria forçar o Google a dar uma forma fácil para consumidores optarem por outros serviços — como as próprias engines de busca — em seus aparelhos.

O lado do Google

Ao WaPo, o Google não quis comentar o caso, mas lembrou dos argumentos dados em 2016 por Kent Walker, vice-presidente de Global Affairs da empresa, quando o caso avaliado agora começou a vir à tona (a relação da marca com a União Europeia não é das melhores há algum tempo).

Segundo um post no blog da companhia assinado pelo executivo, “nenhuma fabricante é obrigada a incluir os apps do Google em um aparelho Android. Mas nós oferecemos a elas uma suíte de apps para que, na hora de comprar um telefone, você possa acessar um conjunto familiar de serviços básicos”. Ele argumenta que a Apple e a Microsoft também fazem isso, “mas dando muito menos opções de apps que vêm com seus telefones”.

A decisão de Vestager ainda está para ser tomada, mas a expectativa é de que o veredicto saia antes da pausa de verão da União Europeia neste mês.

Olhar Digital

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