Polícia

NEGOCIATAS: Propinas da Odebrecht favoreceram poderosos de Angola e sobrinho de Lula

AMIGOS – Os ex-presidentes Lula e José Eduardo dos Santos: propina para combater a pobreza (Ricardo Stuckert/PR

Em maio de 2014, o ex-presidente Lula foi recebido em Angola como “convidado especial” do então presidente José Eduardo dos Santos, com direito a honras de chefe de Estado, tratamento vip e um jato à disposição. De avião, Lula foi até uma usina de açúcar e etanol, na província de Malanje, construída e controlada por meio de uma parceria da Odebrecht com o governo local. O ex-presidente era o palestrante mais vistoso de um seminário de combate à fome organizado pela Fundação Eduardo dos Santos (Fesa), cujo patrono era o próprio presidente angolano. Pelos minutos em que falou sobre os programas sociais de seu governo, Lula recebeu quase meio milhão de reais de cachê, pago pela empreiteira brasileira, que um ano depois cairia na rede da Lava-Jato. Para conseguir obras e gordos contratos no país africano, a Odebrecht pagou 166 milhões de reais em propina.

Documentos de uma investigação conduzida por autoridades da Suíça, aos quais VEJA teve acesso, expõem a extensão do esquema de corrupção da Odebrecht em Angola. As tramoias da empreiteira foram reveladas pelo ex-­diretor da empresa na África Ernesto Baiardi. Em depoimento, o executivo detalhou como e a quem a companhia pagava subornos para garantir bons negócios no país. Um dos beneficiários, não por acaso, era exatamente o presidente da Fundação Eduardo dos Santos, Ismael Diogo da Silva. De acordo com Baiardi, Ismael, homem de confiança do ex-presidente de Angola, recebeu 8,2 milhões de dólares (25 milhões de reais) entre 2008 e 2013. O dinheiro, claro, deve ter sido aplicado no combate à pobreza. No índice global da fome, Angola figura na 95ª posição no ranking de 119 países avaliados.

PEDIGREE – Taiguara, sobrinho de Lula, e Isabel dos Santos, filha de José Eduardo: DNA de políticos e empresários de sucesso (Reprodução/Mikhail Metzel/TASS/Getty Images)

A Odebrecht também financiou o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido do governo. A legenda comanda o país desde os anos 70, quando foi decretada a independência de Portugal, e implantou uma ditadura comunista — a típica, daquela em que o povo é pobre e os dirigentes do partido são milionários. Nas eleições legislativas de 2008, a empreiteira destinou 5 milhões de dólares (15 milhões de reais) ao MPLA. Os subornos da Odebrecht envolveram o alto escalão do governo. Entre 2008 e 2010, a empresa desembolsou 4,8 milhões de dólares (15 milhões de reais) em “vantagem indevida” ao ex-­ministro de Finanças de Angola José Pedro de Morais — em contrapartida, ele garantia o pagamento prioritário das faturas da companhia. Na lista de beneficiados da Odebrecht, estavam ainda o atual ministro de Petróleo, o ex-chefe do banco nacional de Angola e o ex-­vice-ministro do Comércio.

O ex-diretor da Odebrecht na África também confirmou que Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula, foi favorecido com pagamentos de propinas referentes à obra da hidrelétrica de Cambembe. Ex-vidraceiro, o jovem se tornou um empresário bem-sucedido ao assinar contratos milionários com a Odebrecht sem precisar bater um prego — uma mãozinha financeira que a empreiteira deu ao rapaz atendendo a pedido do tio famoso. O ex-presidente e seu sobrinho são réus no processo que apura fraudes em contratos do BNDES, banco público que emprestou dinheiro para financiar os projetos de infraestrutura da Odebrecht em Angola. Em última instância, era de lá que saía a propina para Lula, José Eduardo, Taiguara e outros.

Fome e dinheiro

Angola, na costa ocidental da África, é um dos países mais pobres do mundo e um paraíso para corruptos e corruptores

(ARTE/VEJA)

As negociatas entre Lula e a Odebrecht em Angola também foram reveladas pelo ex-ministro Antonio Palocci. Em um dos capítulos de sua colaboração premiada, Palocci relata pagamentos da Odebrecht ao PT no valor de 64 milhões de reais. Esses recursos foram repassados pela empreiteira ao partido em razão dos contratos de financiamento obtidos junto ao BNDES para obras de infraestrutura no país africano. O caso foi investigado e resultou numa ação penal em que Lula, Palocci e o ex-ministro Paulo Bernardo viraram réus, acusados de arrecadar propinas da Odebrecht para o PT. José Eduardo dos Santos deixou o governo em 2017. A filha dele, a empresária Isabel dos Santos, é a mulher mais rica da África, dona de uma fortuna estimada em 2,3 bilhões de dólares. No comunismo ou no socialismo, sem a imprensa a lhes importunar, é comum que os filhos de dirigentes sejam prodígios em termos de acumulação financeira.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Eu já tinha ouvido falar em roubos, mas da forma e da quantidade exagerada que essa quadrilha do pt fizeram é a primeira vez, ABSURDO

  2. Desespero geral na turma da lava jato e na mídia que a apoia. Não querem ficar mal, depois de elevar moro e dalagnol a categoria de heróis, precisam tira-los do foco da desmoralique que se encontram. Esse jogo contra o Lula não cola mais. Só nos mesmos de sempre, os aecios, cunhas, minions, japoneses da federal, temers, motos e dalagnois. Tentando levantar o movimento deles dia 28. É a última cartada, mas tá difícil, até o Bolsodoido vem tirando onda com o moro, o da troca troca.

    1. Onde está o Palocci? Na rua, com dinheiro lavado e enxugado pela lá a jato. Mais uma reportagem sem apresentar uma prova: Um bilhete, um e-mail , um zap, uma gravação, uma msg, mesmo em código Morse ou de um terreiro de umabanda. Qualquer coisa que prove, tá aqui, o Lula pediu isso. O mundo já sabe que o Lula é um preso político é que o moro é o dalagnol tramaram para tirá -lo das eleições.

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Judiciário

Poderosos viram em ataques de hackers ‘oportunidade de revanchismo’, diz Moro

Foto: Bruno Zanardo/Fotoarena / Agência O Globo

Na primeira entrevista desde a prisão de quatro suspeitos de invadir celulares de autoridades dos três Poderes da República, o ministro da Justiça, Sergio Moro , afirmou à revista “Crusoé” que “pessoas muito poderosas” viram nos ataques de hackers “uma oportunidade para reavivar tentativas de retrocesso e revanchismo”. Em sua avaliação, o vazamento de mensagens extraídas do aplicativo Telegram, das quais diz não reconhecer a autenticidade, tem o objetivo de anular condenações da Operação Lava-Jato .

— Existe um status quo que foi extremamente contrariado pelas investigações [da Lava-Jato]. Pessoas muito poderosas viram nesse ataque uma oportunidade para reavivar essas tentativas de retrocesso e revanchismo. Me surpreendeu um pouco a agressividade de determinados setores, o que denota um sentimento de revanche, de vingança pelo trabalho institucional que foi realizado. Inclusive por parcelas da advocacia — disse Moro.

Ex-titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Moro destacou que respeita advogados, mas criticou que “parcela deles” veja o enfrentamento da corrupção “a partir de uma perspectiva não muito positiva”.

Na entrevista, o ministro voltou a dizer que comunicou imediatamente à Polícia Federal e pediu apuração ao perceber a invasão de seu celular. O ex-juiz negou, porém, que tenha feito qualquer requisição de investigação sobre a divulgação de mensagens pelo “The Intercept Brasil”. O site afirma ter recebido mensagens de Moro de uma fonte anônima.

Desde o começo de junho, o portal publica uma série de reportagens que apontariam conluio do então magistrado com a acusação em processos da Lava-Jato. Moro e o coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, contestam a autenticidade do material. O “Intercept” defende que o conteúdo publicado é autêntico e que deve ser publicado por envolver matérias de interesse público.

— A polícia está investigando o hackeamento. Na divulgação, pelo sensacionalismo utilizado, pelo desrespeito às boas regras do jornalismo e pelo teor das matérias, me pareceu que o objetivo era anular condenações da Lava Jato e impedir novas investigações. Se isso foi direcionado a um indivíduo específico ou a vários, é uma questão que não me cabe responder — destacou ele.

À revista “Crusoé”, Moro comentou sobre o custo pessoal dos vazamentos de mensagens. O ministro disse que desenvolveu “certa resistência” por ter sido magistrado durante anos e “tido investigações difíceis, envolvendo pessoas perigosas”, mas criticou o que chamou de “maledicência e sensacionalismo” contra “um avanço institucional” no combate à corrupção.

— Acho que é um tratamento injusto. Há uma grande dose de injustiça e ignorância do trabalho que foi feito e do contexto no qual ele foi realizado, de muita dificuldade, que revelava o envolvimento em grande corrupção de personagens em cargos elevados da República, o que gerava uma série de tensões e pressões cotidianas. Na rua, porém, o que eu tenho visto é a intensificação o apoio — destacou ele, na entrevista.

Nesta terça-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Spoofing e deteve quatro pessoas suspeitas de ataques a contas do Telegram de autoridades. Um dos presos confessou ter invadido o aplicativo de Moro e repassado o material ao “Intercept” , que mantém o sigilo sobre sua fonte. Outros dois negam envolvimento. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Otavio Noronha, chegou a dizer que o ministro da Justiça o havia informado que as mensagens obtidas seriam “descartadas”, mas a PF afirmou caber à Justiça a decisão sobre o destino do conteúdo .

O Globo

 

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Política

Coronel Azevedo afirma que governo do RN faz gestão para os “poderosos”

Foto: João Gilberto

O pronunciamento do Coronel Azevedo (PSL) na sessão plenária dessa quarta-feira (15), foi marcado por críticas ao Governo do Estado. O parlamentar disse que a governadora Fátima Bezerra (PT) realiza uma gestão que agrada aos poderosos e se distancia do discurso feito no palanque durante a campanha passada.

“É uma incoerência, porque a governadora Fátima Bezerra decretou calamidade pública devido às dificuldades financeiras, no entanto chegou a esta Casa uma proposta de reajuste para alguns servidores, como auditores e procuradores, para que algumas categorias possam receber ainda mais desse Estado quebrado”, criticou Azevedo.

O deputado afirmou que enquanto o reajuste é proposto para algumas poucas categorias, muitos servidores sofrem com salários baixos e atrasados: “Alguns estão tendo que passar pelo constrangimento de sofrer busca e apreensão em suas residências, perdendo bens porque não estão podendo honrar com suas obrigações, nem mesmo pagar medicamentos indispensáveis, com nomes sujos no SPC e SERASA”, disse.

Coronel Azevedo ainda afirmou que não tem nenhuma opinião contra os servidores que seriam beneficiados com o reajuste, mas que votou contra o projeto durante sua tramitação na Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJ) em respeito aos demais servidores e ao povo potiguar.

ALRN

Opinião dos leitores

  1. Nao existe nenhum projeto na assembleia legislativa prevendo aumento ou reajuste para os auditores. Nenhum. Nobre deputado esta equivocado.

  2. Deputado deixe de falar besteira, esse reajuste de 16% , todo mundo sabe que foi o famoso efeito cascata, quando tem aumento salarial dos ministros do STF, todos os juízes e procuradores recebe também.

    1. Vc quem esta falando besteira. Os procuradores a quem o deputado se referente sao procuradores da assembleia legislativa. E nao os procuradores do ministerio publico ao qual recai o aumento feito efeito cascata. Antes de querer criticar procure se informar

    2. O tal 'efeito cascata' é uma criação dessas categorias engolida pela imprensa. O que a Constituição fixou foi um teto remuneratório, ou seja, que ninguém pode ganhar mais que os ministros do STF, respeitada uma escala de decréscimo percentual. Ou seja, ganhar mais não pode, menos pode.

      Os reajustes não incidem automaticamente e nem são obrigatórios. Dependem de lei de iniciativa privativa do Poder ao qual os servidores estejam vinculados, que no caso de defensores e procuradores é o Poder Executivo. Caso existisse o tal 'efeito cascata' os reajustes seriam automáticos, mas o governo envia o projeto de lei se quiser e o Legislativo aprova se achar devido.

      Resumindo, o efeito cascata é uma cascata.

    1. CORONEL AZEVEDO, quebrado estão os BARNABÉS , que está aproximadamente 10anos sem reposição salarial e sem perspectiva de recuperação salarial. O GOVERNO, que está aí, ñ vejo com boas intenções para o funcionalismo, o que resta só bla blá blá .

  3. Hum, e assim falou o representante no estado do partido do laranjal, logo ele q se elegeu com votos de parte de um naco dos servidores públicos, esse faz parte de um grupo que logo, logo passará a ser tratado como ex-deputado, não tem boas ideias, não tem projetos, deputado de um mandato só.

    1. É possível, Rubens, que o Coronel Azevedo não renove seu mandato. O tempo dirá.
      No entanto, mesmo antes de entrar na politica e independente dela ele tem mais serviços prestados ao povo honesto do RN que qualquer político do PT, por exemplo.
      Mas se você puder mostrar com fatos concretos, não discurso ou ações vazias daquele que é conhecido como "Quiabo" (vive de ser figurante) e que agora, para não ficar desempregado, assumiu uma Secretaria do Nada, pode colocar para conhecimento.
      Aguardamos.

    2. Antônio, infelizmente não tenho procuração de ninguém, nem de partido algum para defesas. nem muito menos sou eleitor de fulano ou sicrano, hoje em dia só se fala nisso, "tá falando assim por q votou no partido tal" sinto em dizer a vc que o assunto aqui é outro, acho q vc não entendeu bem o post e muito menos o meu comentário. #foconopost

    3. Talvez vc prefira um dep que saiba reclamar somente como oposicao, nao faça nada, faça apologia a tomada de propriedade dos outros, deseje o caos, cause desemprego com ideias transloucadas, nao goste de policia, viva as custas do povo, defenda privilégios, etc

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Diversos

Dilma perde posições na lista de poderosos da Forbes; presidente da Rússia assume ponta

A presidente Dilma Rousseff caiu duas posições no ranking das pessoas mais poderosas do mundo elaborada pela revista Forbes e agora ocupa a 20ª posição. No entanto, a brasileira é uma das quatro únicas mulheres entre os 50 primeiros colocados da lista com 72 nomes e, entre elas, fica atrás apenas da chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Nesse grupo também aparecem Sonia Gandhi e Christine Lagarde.

A primeira colocação ficou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que deixou na segunda posição o presidente dos EUA, Barack Obama, líder do ranking no ano passado. Segundo a revista, Putin solidificou seu controle sobre a Rússia, enquanto Obama enfrentou períodos difíceis no governo – como a recente paralisação parcial do governo. Além disso, o papel dos dois países na guerra civil da Síria e no escândalo de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos EUA ilustram a dinâmica de poder entre eles.

Janet Yellen, que foi nomeada para o cargo de presidente do Federal Reserve, entrou pela primeira vez na lista da Forbes e ocupa o último lugar. O atual presidente do banco central norte-americano, Ben Bernanke, caiu da 6ª posição no ano passado para a 7ª. Outros novatos no ranking incluem o Papa Francisco, na 4ª posição, e a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, 52ª.

Estadão

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Política

Fatima Bezerra e os "poderosos"

Em entrevista ao Jornal 96, da 96FM, a deputada Fátima Bezerra, após garantir que o PT terá candidato próprio à sucessão da prefeita Micarla de Sousa, recorreu a um velho e gasto chavão pra tentar explicar a derrota em 2008: a parlamentar petista disse que sua adversária se elegeu no primeiro turno porque teve o apoio dos “poderosos”. E Fátima nominou: “o senador José Agripino, o presidente da Assembleia Legislativa, o PR…”

A deputada só esqueceu de dizer que teve o apoio do então presidente Lula, da então governadora Wilma de Faria e do então prefeito Carlos Eduardo Alves.

As vezes eu acho que a deputada esquece que o seu Partido, governa esse País a oito anos.

A quem a deputada quer enganar, dizendo que lutou contra poderosos?

Opinião dos leitores

  1. "Os poderosos" devem ser uma entidade espiritual, invisivel e muito calada. Todos esses fanfarrões falam em poderosos. Não aguento mais essa expressão. Todos que estão aí são sim poderosos. Poderosos em segurar verbas, em desviar verbas, em indicar pessoas sem carater para orgãos públicos, em enriquecimento ilicito. São todos uns fanfarrões sem vergonha na cara. Partido é só uma sigla, nada mais.

  2. Fátima se candidatou quatro vezes à Prefeitura do Natal. Perdeu as quatro. Numa delas teve menos votos que Miguel Mossoró. Nas duas últimas o Presidente da República, do seu partido, veio a Natal, fez comícios e gravou inserções para o programa eleitoral da candidata. Aí ela não ganhou e os culpados são os poderosos?… Acho que poderoso mesmo é o povo que não quer o PT sentado no Palácio Felipe Camarão…

  3. Falta muito assunto hein Fátima!!! Perder tempo falando em Micarla e eleição, kkkkkkkkk. Ela acabou-se sozinha, nem precisou de oposição. Consegue ser pior que Aldo Tinoco, aliás, está igual a Sergei Bubka, todo dia bate um recorde, negativo!

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