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Sony pode liberar polêmico filme 'A entrevista' no Youtube

B5d4vEECYAA6PR4A Sony ainda pretende lançar a polêmica comédia “A entrevista”, estrelada por Seth Rogen e James Franco, e o YouTube é uma das opções estudadas. O filme teve seu lançamento oficial nos Estados Unidos, anteriormente marcado para o dia 25 de dezembro, cancelado na última semana, por conta da ameaça de ataques terroristas divulgada pelo grupo de hackers autointitulado Guardiões da Paz. Desde novembro, eles roubam informações confidenciais do estúdio e vazam na internet, como forma de tentar impedir o lançamento do filme.

Quem confirmou a informação foi o diretor executivo Michael Lynton, em entrevista à “CNN”. “A gente ainda quer que o público veja esse filme, com certeza. Temos diversas opções em aberto. Estamos estudando e considerando todas elas”, afirmou Lynton. Quando perguntado se o filme poderia ser liberado no YouTube, o executivo confirmou: “Essa certamente é uma opção e uma das coisas que consideraremos”.

Em entrevista ao programa “Meet the press”, da “NBC”, David Boies, advogado da Sony, também comentou a intenção do estúdio em lançar o filme por meios alternativos. “A Sony apenas adiou o lançamento. A companhia vem brigando para distribuir o filme e ele será. Ninguém sabe, até agora, como vai ser isso, mas ele será distribuído”, afirmou.

O lançamento via torrent (serviço de download muito utilizado por internautas) aparece como outra opção. A BitTorrent Bundle, plataforma que se difere de sites como o Pirate Bay por permitir apenas conteúdos compartilhados de maneira legal — foi utilizada por Thom Yorke, vocalista do Radiohead, no lançamento de seu álbum solo, em setembro —, se ofereceu para distribuir o filme. “BitTorrent Bundle é a melhor maneira da Sony retomar o controle do seu filme, não abaixar a cabeça para ameaças terroristas e assegurar que uma ampla audiência poderá assistir de maneira segura. Seria também uma forte mensagem a favor da liberdade de expressão”, afirmou, em comunicado enviado ao portal “Mirror”, a empresa responsável pela plataforma.

Na última sexta-feira, em coletiva de imprensa na Casa Branca, o presidente norte-americano Barack Obama criticou a decisão da Sony de cancelar o lançamento do filme. “A Sony é uma corporação que sofreu danos significativos, ameaças aos funcionários. Eu compreendo as preocupações deles. Dito isso, sim, acho que eles cometeram um erro”, disse. Em comunicado, a companhia se defendeu afirmando que a decisão de cancelar a estreia do filme foi tomada após as principais cadeias de cinema se recusarem a exibir o longa. “Não tivemos escolha”, afirma o texto.

As maiores salas de cinema dos EUA decidiram cancelar a exibição após os Guardiões da Paz ameaçarem atacar os locais em que as sessões fossem realizadas. Em mensagem divulgada na última terça-feira, o grupo hacker pediu a moradores que mantivessem distância dos complexos de cinema. Para mostrar a seriedade das ameaças, o grupo chegou a citar os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

Na trama do filme, os personagens de Rogen e Franco assumem a missão de assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-un. A série de ataques cibernéticos a arquivos confidenciais da Sony — que resultou no vazamento de informações constrangedoras, como o salário de artistas e ofensas a celebridades como Angelina Jolie e Leonardo Dicaprio — seria uma retalitação ao lançamento do longa. A Coreia do Norte condenou a produção, mas negou estar por trás dos crimes. O FBI, porém, acusou diretamente, na última sexta-feira, o governo da Coreia do Norte de ter organizado os ataques hackers aos servidores da Sony Pictures. Foi a primeira vez que os Estados Unidos acusaram oficialmente os líderes de um país estrangeiro de invadir computadores em território americano.

O Globo

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