A Portugal Telecom (PT) e a brasileira Oi chegaram a um acordo de fusão, anunciou nesta quarta-feira a empresa portuguesa de telecomunicações, que já era a principal acionista da operadora brasileira.
“Este acordo estabelece os princípios de um acordo de fusão entre PT e Oi, para formar um novo grupo de telecomunicações, chamado CorpCo”, afirma comunicado da empresa lusitana.
A notícia deu um forte estímulo à ação da Portugal Telecom, que operava em alta de 14,12% na Bolsa de Lisboa.
A nova empresa, CorpCo, permitirá “melhorar as eficiências operacionais e financeiras, o que poderá gerar sinergias” estimadas em “aproximadamente 1,8 bilhão de euros”, destaca o comunicado.”O processo de fusão é uma consequência natural da aliança industrial estabelecida em 2010 entre Portugal Telecom e Oi”, completa a nota.
O diretor geral da Corpco será o atual presidente da PT, Zeinal Bava.
A empresa portuguesa adquiriu em 2010 uma participação de 22,28% do capital da Oi, por 3,54 bilhões de euros. Atualmente possui 23,6% do pacote acionário da empresa brasileira.
A fusão acontece de maneira simultânea à venda da participação da PT na operadora Vivo para a espanhola Telefónica, por 7,5 bilhões de euros.
VIVO E TIM
Na semana passada, o grupo espanhol Telefônica, que no Brasil controla a Vivo, anunciou a ampliação da sua participação na Telecom Italia, dona da TIM, de 46% para 66%.
Pelas regras do setor de telecomunicações no Brasil, não pode haver sobreposições de outorga: ou seja, um mesmo grupo não pode ter duas empresas que atuam no serviço móvel pessoal (telefonia móvel) em uma mesma região.
A estrutura do acordo dá mais tempo para a Telecom Italia estudar uma possível venda da TIM Participações no Brasil e prosseguir com o plano de separação de sua rede fixa, ativo visto como estratégico por políticos italianos.
O negócio gerou diferentes discursos dentro do governo. O ministro Paulo Bernardo chegou a dizer que a fusão representaria uma concentração muito grande na mão de um grupo do ponto de vista da legislação brasileira . Mas ele foi desautorizado pela presidente Dilma Rousseff, que afirmou que o ministro não falava em nome do governo. Bernardo mudou em seguida de discurso e disse que estava ocorrendo uma discussão na Itália, onde o negócio seria concretizado, com reunião do conselho das empresas.
“Vamos esperar para ver o que vão trazer. Eles têm um prazo para informar as autoridades brasileiras e se houver mudança vão pedir autorização, daí vamos nos posicionar”, disse Bernardo. “O Cade tem que examinar exatamente isso, a questão da concetração de mercado. Eu acho que nós não devemos ficar falando por um motivo simples: essa briga não é aqui no Brasil.”
Folha
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