Os saques na poupança superaram os depósitos em R$ 11,4 bilhões em março, no pior resultado para o mês desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995. Foi também o terceiro mês seguido em que a caderneta teve fuga de recursos.
De acordo com relatório do BC, em março os depósitos somaram R$ 159,7 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 171,1 bilhões. No ano, a chamada captação líquida está negativa em R$ 23,2 bilhões.
Em fevereiro, os saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões.
Segundo especialistas em finanças, os números refletem, principalmente, a retirada de dinheiro para pagar dívidas. Além disso, está mais difícil para o brasileiro poupar, diante da alta do custo de vida e da piora no mercado de trabalho.
Outro fator que explica o menor interesse pela poupança é a perda de competitividade para os fundos de renda fixa e DI, que mesmo com Imposto de Renda e taxas de administração conseguem rentabilidade superior à da caderneta.
Março foi também o terceiro mês seguido em que o saldo de aplicações na poupança recuou. Agora, está em R$ 650,3 bilhões. Para que isso aconteça é necessário que a captação seja negativa e em valor superior aos rendimentos creditados, e não sacados, nas contas dos poupadores naquele mês.
A caderneta de poupança rendeu 0,63% em março.
Folha Press
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