FOTO: PAULO FREIRE – ACS CAERN
No intuito de facilitar o procedimento de drenagem, a população realiza ligações indevidas de água pluvial diretamente em redes de esgotos, provocando transbordamento, entre outras complicações. Em períodos chuvosos, o número de chamadas recebidas pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) com reclamações para este problema triplica.
A Caern informa que a rede de esgotamento, sistema pelo qual é responsável, é projetada para conduzir efluentes domésticos. Dessa forma, deve receber apenas água servida oriunda da cozinha, banheiros e área de serviço dos imóveis. “A tubulação não é dimensionada para água de chuva, de modo que quando essa ligação ocorre, o encanamento não aguenta o volume extra e transborda”, explica o chefe da Unidade de Manutenção de Esgotos Natal Sul (UMES), Ewerton Siqueira.
Um agravante do problema é que, em Natal, há ruas com esgotamento sanitário, mas que não possuem sistemas de drenagem. Por causa disso, em períodos chuvosos, a população realiza a ligação clandestina, gerando diversos transtornos. “Em vias em que há alagamentos, como a Rua Seridó, por exemplo, os poços de visita da Companhia acabam funcionando como ralos, pois a água acaba entrando no coletor”, afirma Ewerton.
Outros pontos com frequência de extravasamento são na Rua Mipibu, próximo ao Auxiliadora; Avenida Jaguarari, próximo da Rua Itaú; Avenida Salgado Filho com Rua da Saudade; Rua Afonso Pena, Rua Mossoró e Rua Ângelo Varela com Avenida Hermes da Fonseca. Mas, vale ressaltar, que é um problema que afeta todas as áreas da cidade.
É possível notar que a rede de esgoto está recebendo material inapropriado quando há grande quantidade de areia nas tubulações. A presença desse material pode acabar retardando o conserto, pois exige que a equipe faça a sua retirada de dentro da rede, demandando um tempo maior.
CONSEQUÊNCIAS
Ao ligar água de chuva em esgotamento sanitário, ocorre o entupimento da rede coletora de esgoto, ocasionando extravasamentos. Em decorrência desse problema, outras consequências podem ser acarretadas: mau cheiro e sujeira, esgoto retornando pelos ralos dos imóveis e doenças como diarreia, hepatite e gastroenterite.
Há também o risco de comprometimento de estações elevatórias de esgotos (EEE), que não suportam a alta carga nas bombas para lidar com o volume extra de água e o rompimento de tubulações de esgoto. Além disso, esta ligação clandestina pode atrapalhar no tratamento biológico, pois “dilui” o esgoto, já que a água pluvial é, relativamente, muito mais limpa e traz um fluxo maior.
CRIME AMBIENTAL E MULTA
A Caern traz, no verso da conta de água, avisos que orientam o que pode ou não ser realizado, como por exemplo, esse tipo de ligação, que é clandestina. Além disso, afirma que o problema resulta em crime ambiental, ocasionando multas aos responsáveis.
Os valores são calculados de acordo com a quantia da tarifa mínima de cada categoria de usuário, de acordo com Tabela de Serviços e Multas da Caern, e multiplicados em 20 vezes, com exceção da tarifa social (10 vezes). Por exemplo: a infração cometida por um cliente residencial terá multa calculada igual a 20 vezes R$ 39,99 (atual tarifa mínima da categoria), totalizando R$ 799,80.
Os usuários devem, antes de operar qualquer ligação, procurar saber informações contatando os órgãos prestadores de serviços. Em caso de água pluvial, tratar com a prefeitura; já no caso de esgoto, o canal de atendimento é o telefone 115.
O alagamento eterno da mor-gouveia, rivaliza com esse da Mipibu, citado acima.
O alagamento da rua Mipibu acontece há mais de 40 anos. O alagamento é tão grande que vários carros já boiaram nessas imediações quando chove e nem Caern e nem prefeitura fazem nada. Várias denúncias já foram feitas, porém, o problema persiste causando muitos problemas para quem mora nas imediações. É um absurdo. Para comprovar, basta ir nessas imediacoes e comprovar.