FOTO: BBC NEWS BRASIL
O clima em um supermercado de Londres está diferente.
É noite de segunda-feira (09/03) e o local está cheio, com filas gigantes incomuns e pessoas agitadas enchendo suas cestas de produtos.
O corredor onde ficam produtos de limpeza, incluindo papel higiênico, está praticamente vazio. Macarrão, óleo, comidas enlatadas e água sanitária também estão sumindo das prateleiras.
Não há notícias, contudo, de que o Reino Unido esteja sofrendo de desabastecimento. Mas muitas pessoas aderiram à corrida por papel higiênico e por outros produtos que podem compor um “bunker de sobrevivência” antecipando possíveis medidas extremas de isolamento pelo novo coronavírus — algo ainda não anunciado por autoridades.
É o chamado “panic buying”, ou as compras motivadas pelo pânico.
Nesta quarta-feira (11/03), o Reino Unido tinha 460 casos de coronavírus confirmados, com 8 mortes registradas. O governo já anunciou que o número de casos vai subir rapidamente nas próximas duas semanas e que deve começar a orientar pessoas com sintomas de gripe a se autoisolar por 10 a 14 dias.
No Brasil, o número de casos confirmados pelo Ministério da Saúde era de 52 até a quarta-feira.
No entanto, uma quarentena como a que foi imposta a todos os cidadãos na Itália ainda não foi anunciada por autoridades do Reino Unido, e o governo disse que “não há necessidade” de estocar produtos.
“É muito importante que as pessoas tenham um comportamento responsável e pensem nas outras”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.
Mesmo assim, imagens de pessoas comprando papel higiênico e outros produtos têm viralizado em redes sociais. E não só no Reino Unido.
Em Cingapura, houve aumento na demanda por arroz e macarrão; em Auckland, na Nova Zelândia, gastos no supermercado subiram 40% no dia seguinte à confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no país; na Austrália, duas mulheres brigaram por rolos de papel higiênico, e um vídeo da briga viralizou. A lista continua com casos similares em outros países.
No Reino Unido, alguns supermercados restringiram as vendas de alimentos essenciais para regularizar o fluxo de suprimentos. Uma rede limitou em até cinco as compras de itens como macarrão, leite e legumes enlatados.
Tony Richards, diretor de operações da empresa Essity, que produz papel higiênico e domina quase um terço desse mercado no Reino Unido, disse à BBC News que 63 milhões de rolos foram vendidos nas últimas duas semanas. Em comparação, 24 milhões foram vendidos no mesmo período do ano passado.
“Não entrem em pânico, pensem em toda a comunidade. Nós conseguimos levar papel higiênico para as prateleiras, só precisamos de tempo”, afirmou Richards.
Simbologia do papel higiênico
Oxe! Tá dando caganeira agora?!
Tá vendo como é um país civilizado? No Brasil só se usa papel higiênico para friccionar o monossílabo.