Esporte

OLIMPÍADAS – TÓQUIO 2020: Rebeca Andrade conquista medalha de prata, a primeira do Brasil na história da ginástica feminina

Foto: Reuters

O Baile de Favela ecoou no pódio das Olimpíadas de Tóquio. A música ainda estava na cabeça de todos quando Rebeca Andrade colocou no peito a medalha de prata do individual geral nesta quinta-feira. A ginasta de 22 anos se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos.

Com 57,298 pontos, Rebeca só ficou atrás da americana Sunisa Lee, que somou 57,433 pontos e manteve o domínio do país na prova. O bronze foi para a russa Angelina Melnikova, com 57,199 pontos.

E o ouro não veio por muito pouco, por um passo para fora no solo do Baile de Favela. Nada que diminua a conquista de Rebeca, que ainda vai disputar mais duas finais em Tóquio: domingo no salto, e segunda-feira no solo. Mais duas chances de continuar escrevendo seu nome na história do esporte brasileiro.

Prova a prova

Voo alto no salto

Rebeca foi a segunda a se apresentar no salto, seu aparelho mais forte. Ele executou um Cheng muito cravado, um salto de dificuldade muito alta. Sé teve um desvio de trajetória e pisou um pouco fora da área. Ainda tirou um notão para abrir na liderança: 15,300 pontos. A americana Jade Carey, outra especialista do salto, também faz um Cheng muito bom e tirou 15,200 para ficar na cola de Rebeca. A russa Angelina Melnikova conseguiu 14,633 pontos e a americana Sunisa Lee 14,600 para continuar na briga.

Barra firme

Rebeca foi a primeira a se apresentar nas barras assimétricas. Ela cravou sua série, inclusive acertando ligações de movimentos que não tinha feito na classificatória. Assim, a brasileira conseguiu aumentar a nota de dificuldade em três décimos e conseguiu 14,666 pontos. Rebeca manteve a liderança, mas viu Sunisa Lee se aproximar bastante. Especialista nas barras, a americana conseguiu 15,300 pontos. Angelina Melnikova também cravou as barras, um ponto forte da russa, tirou 14,900 e ficou na terceira posição.

Equilíbrio na trave

O equilíbrio na trave seria a chave para o pódio. Jade Carey caiu e deixou a briga pelo pódio. As russas Urazova e Melnikova cravaram e esquentaram a briga. Sunisa Lee teve alguns desequilíbrios, mas se manteve à frente das rivais. Rebeca Andrade foi a última a se apresentar. Muito firme, ela passou pela aparelho que é seu ponto menos forte (fraco não é) com 13,666 pontos – a arbitragem havia dado um décimo a menos de dificuldade, mas o recurso da equipe brasileira subiu a nota de Rebeca. Ela caiu para a segunda posição, apenas um décimo atrás de Sunisa Lee.

Baile de Favela no solo

Das candidatas ao pódio, a jovem Urazova foi a primeira a se apresentar, fez uma série bem executada, mas com menor grau de dificuldade e tirou 13,400. Acabou ultrapassada pela compatriota Melnikova, que ficou com 13,966 no solo. Sunisa Lee passou bem, conseguiu 13,700 pontos e passou as russas.

Globo Esporte

 

Opinião dos leitores

  1. Uma guerreira que vem treinando forte, se dedicando diariamente e mostrando seu valor. Mostra que pode ocupar seu lugar com muita resiliência, determinação e mérito, independente da cor e da origem. Se tivesse precisado de cotas ou favorecimento para ter uma vaga no esporte e na seleção, não teria sequer se classificado.
    Se ela não for cristã, não tiver família bem constituída e tiver sofrido preconceito, forma todos os requisitos que a mídia atualmente tanto enaltece e faz questão de mostrar. Vai se tornar celebridade em algumas emissoras.
    Ao contrário de Rayssa do skate, outra vitoriosa, com apenas 13 anos ganhou sua medalha de prata olímpica. Mas como não sofreu preconceito para andar de skate, tem família bem formada, são cristãos, a mídia lhe deu o minuto de glória e não fala mais na façanha que a pequena heroína conquistou. Não? Rayssa já foi esquecida pela mídia, desapareceu dos noticiários.

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Judiciário

Réus do mensalão terão penas prescritas

Isso é uma vergonha, o que esperar de um País que em seis anos não conseguiu julgar e enquadrar uma cambada de corruptos e corruptores? Se brincar, vai prescrever todas as acusações e não só algumas como deixa claro o Ministro. Segue post de Josias de Souza:

O crime, como se sabe, mora na vizinhança. A Justiça e a punição residem muito longe.

No caso do mensalão, a distância já é medida em quatro anos. Considerando-se o ritmo do comboio, pode chegar a seis.

O risco de impunidade, antes apenas sussurrado, começa a ser admitido sob refletores.

Numa entrevista com o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, o repórter Fernando Rodrigues perscrutou sobe a data do julgamento.

“Não tenho uma previsão clara”, o ministro respondeu. Há risco de prescrição dos crimes? Da dúvida, evoluiu-se a certeza:

“Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição.”

Parte dos 38 réus pode sair da encrenca ileso, sem punição? “Essa foi uma opção que o Supremo Tribunal Federal fez”, resignou-se Lewandowski.

Como assim? O fantasma da impunidade talvez não existisse se o STF tivesse delegado às instâncias inferiores o julgamento dos réus sem mandato.

“Talvez esse problema da prescrição não existiria por conta de uma tramitação mais célere.”

Lewandowski é o ministro revisor do caso. Aguarda pela conclusão do voto do relator Joaquim Barbosa para, só depois, elaborar o seu.

De antemão, avisa que a coisa será demorada: “Terei que fazer um voto paralelo ao voto do ministro Joaquim…”

“…São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero…”

“…Tenho que ler volume por volume porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas.”

Quer dizer: não são negligenciáveis as chances de o “julgamento” ser empurrado para 2013.

Aos pouquinhos, o vaticínio do companheiro Delúbio vai ganhando forma: isso ainda acaba em piada de salão.

Opinião dos leitores

  1. Diz o jargão: "Morosidade processual é sinônimo de impunidade". Em que pese o jargão, penso, culpa não caiba ao Judiciário, considerando o acervo de processos em curso e os milhares que diariamente são ajuizados e a quantidade insuficente de juízes e serventuários que apesar de seus esforços não atendem a demanda. Mario Pallazini – São Paulo – Capital.

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