A juíza Simone de Faria Ferraz, da 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou a prisão do homem que montou uma falsa rede de investimentos financeiros e desviou mais de 20 milhões de reais de amigos da alta sociedade fluminense. Rafael Miranda Caram, de 31 anos, vinha aplicando o golpe havia pelo menos quatro anos e, durante a Copa do Mundo do ano passado, fugiu para Orlando, na Flórida. A Delegacia de Defraudações está acionando a Interpol para que o estelionatário seja preso nos Estados Unidos e deportado de volta para o Brasil. Numa reportagem no final do mês passado, VEJA mostrou como Rafael – filho de de um empresário do ramo de construção civil e morador da Barra da Tijuca, na Zona Oeste – enganou mais de uma centena de pessoas e foi gastar o dinheiro lá fora, onde montou restaurantes e até uma empresa de investimentos.
O golpe descoberto pela Polícia Civil funcionava quase sempre da mesma maneira. Rafael levava amigos (muitos deles de infância) para bares e restaurantes e dizia ter contatos privilegiados para investir no ramo de óleo diesel em negociações com a Petrobras, na compra de aço da China, entre outras negociatas. Prometia lucros de 16% em até 40 dias e o dobro disso em um prazo maior, de um ano. Para seduzir novos “investidores”, chegou a bancar viagens com hospedagem em hotéis cinco estrelas de Las Vegas, Miami e até pela Itália. “O que as vítimas descobriram é que, na verdade, tudo era pago com o dinheiro delas mesmas”, diz o delegado-adjunto da Defraudações, Aloysio Berardo.
Entre as vítimas da quadrilha – Rafael tinha o apoio de pelo menos outras três pessoas, entre elas o empresário Marcelo Coury e a mulher que seria sua secretária, Carolina Resende Zivia – algumas foram obrigadas a vender o apartamento num condomínio de luxo da Barra. Outros perderam 300 000, e outras até 1 milhão de reais. “Durante um tempo ele chegou a nos pagar os tais 16% que prometia. Mas, na verdade, o que ele estava fazendo era tentando atrair mais dinheiro para roubar uma quantia maior”, desabafa um empresário, que pede para não ser identificado.
A Delegacia de Defraudações descobriu, na semana passada, que Rafael Caram casou nos Estados Unidos com uma outra brasileira naturalizada americana. Detalhe: como os papéis do matrimônio foram assinados no dia 24 de março deste ano, o estelionatário cometeu poligamia, o que lá é considerado crime, já que seu divórcio no Brasil só foi oficializado no último dia 22 de abril, ou seja, quase um mês mais tarde. Caram está com a prisão decretada por estelionato e associação criminosa. No site Procurados, seu nome já figura na lista.
Veja
Por onde anda Fernando Freire?
Pelo menos ele deu golpe em gente da "alta sociedade". Com certeza nesse meio tem gente que passou a mão num dinheirinho público. Pior foram os pobres coitados que acreditaram nas promessas de Bbom, Nenex, Telexfree e outros, acabaram com uma mão na frente e outra atrás pq só quem lucrou foram os "chefes"
Nunca saiu um cartaz desse na imprensa do RN relativo a um ex-governador que é fugitivo da justiça.