Pierre Lucena, especial para o iG no Recife
Noar Linhas Aéreas é uma empresa nova, com um ano de mercado. Ela trabalha com aviões bimotor, o LET-410, fabricados pela Companhia Let Aircraft, da República Tcheca. Esses aviões costumam apresentar uma série de problemas: cerca de um a cada dez aviões fabricados pela empresa já sofreram acidentes. Desde 1981, todo ano há um acidente aéreo com um avião fabricado pela empresa.
É um índice bem semelhante, por exemplo, aos Fokker 100 que traumatizaram uma geração de brasileiros pelos acidentes nos anos 1990 e 2000 – o mais grave deles, em 1996, matou em São Paulo 99 pessoas que voavam pela TAM. Cerca de um a cada 12 Fokker 100 já se acidentaram.
O projeto do avião é da década de 60, tendo sido encomendado pela antiga União Soviética (que deu lugar à atual Rússia e alguns outros países) à antiga Tchecoslováquia – aquela època, um país comunista formado pelas atuais República Tcheca e Eslováquia sob forte influência dos soviéticos.
Para mim essa é mais uma tragédia provocada pelo descaso das inescrupulosas empresas aéreas brasileiras para com o consumidor, vez que as aeronaves são sempre as piores possíveis e as revisões são adiadas ao máximo para fazer jorrar torrentes de ouro e extrair o lucro máximo pela exploração dos serviços. Há também uma enorme deficiência no dever de fiscalização do poder público brasileiro (no caso ANAC), que permite o inaceitável uso de aeronaves com projetos ultrapassados explorando comercialmente nosso espaço aéreo.
No Brasil tem sido assim com aviões, carros, celulares, etc!
Recentemente passageiros morreram em acidente envolvendo ônibus em péssimas condições no seridó.
Enquanto formos o país que aceita e consome o lixo do mundo em produtos e serviços essas tragédias permanecerão ocorrendo.