Saúde

Fiocruz alerta que internação de idosos pode subir com relaxamento após 1ª dose; recomendação é que mantenham medidas de isolamento mesmo após a 2ª dose

Foto: Delmiro Júnior/Agência O Dia/Estadão Conteúdo (19.mar.2021)

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertaram para o risco de um aumento de internações de idosos que já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e que aumentaram seus níveis de exposição ao vírus após a imunização.

De acordo com os pesquisadores, há uma tendência de relaxamento em relação às medidas de distanciamento social após a aplicação do imunizante, o que pode agravar não só o número de internações como de contaminação a outras pessoas.

Pesquisador do Programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Procc/Fiocruz), Léo Bastos relatou preocupação com o relaxamento.

“Se idosos vacinados aumentarem seus níveis de exposição, mesmo vacinados, as chances deles se internarem podem ser maiores que antes de se vacinarem. Nesse momento as vacinas reduzem as chances de internação e óbitos se os níveis de exposição não mudarem”, disse.

A recomendação atual dos organismos de saúde é para que todos os vacinados mantenham as medidas de isolamento o máximo possível.

Somente 21 dias após a aplicação da segunda dose da vacina é que as pessoas podem ficar mais tranquilas com relação ao contágio do vírus. Mas, até que a vacinação alcance a maior parte da população nacional, ainda há riscos, porque não há vacina com 100% de eficácia.

Também pesquisador da Fiocruz e responsável pelo Boletim Infogripe, Marcelo Gomes faz uma alerta para a possibilidade de se perder “parte da proteção” dada pelo imunizante ao relaxar os cuidados.

“Se logo após tomarem a primeira dose, ou até mesmo tiverem recém tomado a segunda, as pessoas relaxarem completamente os cuidados fundamentais, elas podem fazer com que essa mudança de comportamento acabe jogando fora parte da proteção que a vacina confere por estarem se expondo mais”, alertou.

A morte do cantor Agnaldo Timóteo, no último sábado (3), pode ser um exemplo disso. Ele havia sido vacinado com as duas doses, o que não o impediu de contrair a doença. Médicos acreditam que ele tenha sido contaminado no período entre as duas imunizações.

Outros casos parecidos já foram relatados e, por isso, especialistas apontam para a importância de se manter o menor nível de exposição possível até que se completem os 21 dias após a segunda dose do imunizante.

Novas variantes resistentes às vacinas

Além disso, os pesquisadores afirmaram que, caso a vacinação não avance de forma mais rápida e eficiente, há riscos de uma nova mutação do vírus que possa resistente aos imunizantes já aprovados para uso.

“Para ter efeito coletivo de proteção, precisa de cobertura vacinal muito grande. A velocidade é bastante lenta e a oferta ainda é pequena. Isso traz um risco de que eventualmente possa ter uma nova variante que escape às vacinas que já foram aplicadas no país. Esse é um risco real. Não só o Brasil, mas outros países em situação similar estão com essa preocupação. Há chance de uma nova variante escapar da vacina”, afirmou Marcelo Gomes.

Para o pesquisador, a fórmula é simples: mais velocidade e eficiência na vacinação, menos exposição ao vírus, reforço das medidas de isolamento social e apoio financeiro por parte dos governos para as famílias prejudicadas pelo isolamento. Sem isso, segundo ele, não haverá avanço no combate à pandemia.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Complementando o meu comentário: quanto mais transmissões (vírus circulando) mais também, oportunidade do mesmo sofrer mutações. Caso isso ocorra, os imunizantes disponíveis, não poderão cobrir essas variantes.

  2. Pelo que entendi, eles estão pedindo mais um pouco de tempo de isolamento, ou seja, até que pelo menos a maior parte da população esteja vacinada. Assim, o vírus vai perdendo força. Quanto mais contato social, mais transmissão do vírus para quem ainda não está imunizado. Bom, como já faz mesmo, um ano, que estou isolada em casa, para mim, continuarei assim, até que me liberem…

  3. Até parece que o texto tá escrito em grego misturado com japonês! Vamos prestar atenção no que tá posto, pra tirar conclusões ininteligíveis!

  4. Estão atestando que a vacina não serve pra nada?
    Que adianta se vacinar e continuar como se não tivesse sido vacinado? Qual a lógica nisso?
    Não são vacinas e sim um paliativo que pode dificultar a atuação dos vírus?
    As vacinas não passam de efeito psicológico?
    Como assim continuar isolado, recluso, fechado, sem vida social? Não faz sentido

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Saúde

COVID NO BRASIL – (VÍDEO): Parece que todo mundo perdeu o medo da doença, diz infectologista

Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo

Devido à queda na taxa de isolamento social e ao aumento de casos, óbitos e ocupação dos leitos de UTI por conta do novo coronavírus, o infectologista Marcelo Otsuka acredita que “todo mundo perdeu o medo” da doença.

Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (23), o especialista apoiou a decisão do governo de São Paulo de restringir ainda mais as medidas de isolamento social durante o Natal e Ano Novo no estado para conter o avanço da pandemia.

ASSISTA AQUI vídeo com comentário do infectologista. Foto: Reprodução/CNN Brasil

Com o anúncio realizado na terça-feira (22), apenas serviços essenciais poderão funcionar durante as janelas de 25, 26 e 27 de dezembro e 1, 2 e 3 de janeiro. A região de Presidente Prudente, excepcionalmente, voltará para a fase vermelha para controlar o avanço da doença no local, que está com 83,1% dos leitos ocupados.

No entanto, na avaliação de Otsuka, as medidas só serão eficazes se a população segui-las. “A resposta seria melhor se o povo continuasse respeitando e obedecendo as regras de higiene, distanciamento social e o uso de máscaras. Talvez nós não precisássemos voltar atrás com tanta intensidade se esse respeito tivesse acontecido.”

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Para os SERVIDORES PÚBLICOS ganhando em casa, sem frequentar o trabalho, as custas da SOCIEDADE que segue trabalhando e se arriscando, é fácil dizer que o LOCKDOWN foi medida acertada.
    Os lockdown não conseguiram parar o vírus em muitos países que o adotaram, que hoje estão pior do que Brasil, Chile, Suécia e outros que não apelaram para medidas tão rígidas.
    A argentina adotou a maior quarentena do mundo e está pior do que o Brasil.
    O LOCKDOWN na maioria dos países onde foi utilizado só serviu para destruir a economia.
    Graças ao Presidente a nossa economia não está sendo tão sacrificada, e ao contrário do que dizem, o Brasil não está nem entre os piores países no enfrentamento da doença, estando em mortes por milhão melhor de muitos países ricos da Europa e da América.
    Infelizmente os ESQUERDOPATAS FANÁTICOS não conseguem enxergar a complexidade do problema.

  2. Isso só prova como o lockdown e atitudes tomadas no primeiro semestre pelos governadores foram acertadas.
    Estao demorando para tomar de novo.

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Saúde

Portugal reverte medidas de relaxamento e foca nas restrições aos jovens para conter nova propagação do novo coronavírus

Foto: Rafael Marchante/Reuters

Os portugueses relutaram a sair da quarentena como se pressentissem que o bom desempenho do país durante a pandemia pudesse sair do controle. Foi o que aconteceu. No período entre 21 de maio e 21 de junho, o país registrou 9.200 novos casos.

O governo se viu obrigado a recuar e antecipar o horário de fechamento de lojas para as 20h, proibir a venda de bebidas alcoólicas a partir desse horário e a limitar as reuniões ao máximo de dez pessoas, metade do que estava permitido.

Os jovens são o principal alvo das novas restrições. Festas clandestinas disseminaram novos focos de infecção. No Algarve, uma comemoração para cem pessoas contaminou 76; em Grândola, nos arredores de Lisboa, pelo menos 20 adolescentes adoeceram num acampamento. A onda de calor encheu praias e parques.

Pela primeira vez, o Porto e cidades do Norte do país cancelaram os tradicionais festejos de São João: não houve música, queima de fogos de artifício, barraquinhas de comida e bebida — tudo que remetesse à aglomeração de pessoas.

Modelo exemplar pela organização e pelas medidas eficazes verificadas enquanto os vizinhos eram atingidos em cheio pelo novo coronavírus, Portugal registrou 40 mil infectados pela Covid-19 e 1.543 mortos. Agora, a taxa de contágio só é superada na Europa pela Suécia, que passou ao largo do distanciamento social.

O crescimento de casos na pós-pandemia fez com que o panorama se invertesse: os bons alunos do continente são esnobados. Alguns países europeus, como o Reino Unido e Áustria, estudam se os passageiros procedentes de Portugal devem ser considerados seguros e, por isso, escapar da quarentena obrigatória de 14 dias. Finlândia e Dinamarca, por sua vez, já excluíram os portugueses da lista dos que estão isentos das restrições.

A região da Grande Lisboa e Vale do Tejo é a mais afetada pelo ressurgimento da doença e concentra 80% do pico recente — 367 novos casos nesta quarta-feira em todo o país. Fernando Maltez, diretor de Infectologia do Hospital Cury Cabral, considera que a situação está descontrolada, mas pode ser revertida.

“O desconfinamento poderia ter sido feito de forma mais lenta”, analisou à Rádio Renascença.

O presidente Marcelo Rebelo Sousa apela para que os portugueses sejam rigorosos no uso das máscaras em locais públicos e afasta o cenário de descontrole e ruptura no sistema hospitalar. Mas o certo é que Portugal mostrou que ainda está longe livrar-se da Covid-19.

BLOG DA SANDRA COHEN – G1

 

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Saúde

Espanha amplia relaxamento e quer volta de turistas em julho

Foto: © Reuters/Juan Medina/Direitos Reservados

A Espanha dá novos passos para sair de um dos confinamentos mais rigorosos da Europa nesta segunda-feira (25), com mais trânsito na ruas de suas duas principais cidades, a volta às aulas em algumas comunidades e o apelo do governo pelo retorno dos turistas estrangeiros, uma das principais fontes de renda do país.

O segundo país mais visitado do mundo fechou as portas e as praias em meados de março para enfrentar a pandemia de covid-19, mas o pior já passou, e prevê revogar em questão de semanas o isolamento de 14 dias que impõe aos recém-chegado do exterior, o que coincidirá com a livre circulação dos espanhóis por todo o território assim que o estado de alarme for suspenso.

“É coerente ir planejando as férias para vir à Espanha em julho”, disse a ministra do Turismo, Reyes Maroto, em entrevista à Rádio Onda Cero, repetindo a mensagem divulgada no fim de semana pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, com o objetivo de salvar a temporada de verão de um setor que normalmente atrai 80 milhões de visitantes por ano.

A vida regressa às ruas da capital Madri, muito afetada pela crise sanitária, e é possível entrar no Parque del Retiro pela primeira vez em mais de dois meses, enquanto alguns terraços de bares e restaurantes voltam a subir a persiana.

“É ótimo, já estava com vontade. E meu cachorro também”, disse Anna Pardo enquanto caminhava sob o sol com seu animal de estimação pelo Retiro.

Passeando, fazendo exercícios e conversando, os madrilenhos cruzam as avenidas sombreadas do parque ou param para contemplar seu pequeno lago, no qual faltam os botes de remo de passeio habituais.

Nas ruas se vê um tráfego maior nesta segunda-feira. Embora agora os bares e restaurantes possam abrir seus espaços exteriores com metade da capacidade, poucos terraços voltaram a abrir de manhã em Madri – seus donos mediam a rentabilidade do negócio, atendendo somente alguns poucos clientes.

Embora a maioria dos alunos continue em casa estudando pela internet, alguns colégios do País Basco reabriram.

A Espanha registrou 235.772 casos e 28.752 mortes por covid-19 até agora. A taxa de contágio parece sob controle, e o número diário de mortes estava abaixo de 100 na última semana.

Os convites de Sánchez e Maroto aos turistas nacionais e estrangeiros deram um impulso forte de 14% às ações de grupos como a Meliá, rede hoteleira, uma das ações mais afetadas pela pandemia.

A metade do país, incluindo os arquipélagos turísticos das Canárias e Baleares, já se encontra na chamada fase 2, em que as restrições de movimento e comércio são ainda mais flexibilizadas.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

    1. Aqui temos os nossos governadores, juízes e prefeitos. O STF disse que o Planalto não manda em nada.

    2. COMO É ???.
      A Espanha com uma população que é apenas um quinto da população brasileira tiveram em torno de 30.000 mortes.
      É cada besteira que se diz, essa turma da ESQUERDA consegue distocer a realidade de um jeito que beira a ignorância.

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