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Quer morar fora? Canadá deve conceder 340 mil vistos de residência permanente em 2020

Foto: Eduardo Maia

O Canadá é um dos destinos preferidos de brasileiros que buscam uma vida melhor fora do país, para morar, estudar, investir e fazer negócios. O país seduz por ser multicultural, com pessoas falando inglês sem sotaque, dólar mais barato, educação de qualidade e oportunidades de carreira e desenvolvimento profissional.

O país tem muito a oferecer, mas também tem uma alta exigência na hora de selecionar seus imigrantes. Empresas canadenses buscam profissionais capacitados, e o governo calcula que o Canadá precisará de, no mínimo, 300 mil pessoas todos os anos para manter seu crescimento econômico.

O objetivo é aumentar gradativamente o número de imigrantes no país, e a expectativa é elevar a concessão do chamado P ermanent Residency (PR), o visto de residência permanente, para 341 mil pessoas, em 2020, e 350 mil, em 2021.

A maior dificuldade do brasileiro para se candidatar à imigração está no idioma, a proficiência na língua inglesa deve ser comprovada por meio de testes oficiais, que são a porta de entrada para iniciar seu processo de imigração.

— O que o Canadá faz é uma campanha forte para atrair mão de obra qualificada, uma oportunidade também para os brasileiros — ressalta Ed Santos, consultor de imigração e sócio e cofundador da Canadá Intercâmbio.

De acordo com consultor, o governo canadense analisa seis critérios para conceder o visto: idade, formação acadêmica, experiência profissional, proficiência idiomática, possível oferta de emprego e, conforme o caso, uma vivência prévia no país. A partir disso, são atribuídas notas a esses critérios. No caso da idade, por exemplo, o ideal é ter até 29 anos. Já na formação acadêmica, pessoas com dois diplomas de ensino superior têm preferência.

Ensino

Conseguir uma bolsa de estudos é a porta de entrada para a maioria dos brasileiros que têm a intenção em residir temporariamente no Canadá. Os tipos de cursos disponíveis para estrangeiros vão desde programas de inglês e francês até cursos de ensino superior ministrados em instituições de ensino públicas e privadas.

Para estudar em um programa de ensino superior no Canadá, um estrangeiro precisa geralmente solicitar um visto de estudos chamado “Study Permit” (Permissão de Estudos), que envolve diversas exigências, tais como: comprovação financeira, genuinidade da intenção de estudos, vínculos com o país de origem e histórico de viagens internacionais, entre outros.

Residência permanente

Existem diferentes processos e categorias para solicitar a residência permanente, como o famoso Express Entry, os processos provinciais, como por exemplo o BCPNP (Processo de Imigração da Província da Colúmbia Britânica).

O processo mais procurado por potenciais imigrantes é o Express Entry. O sistema online que atribui uma pontuação aos diferentes detalhes do perfil de um potencial imigrante.

Os fatores que recebem atribuição de pontos são a idade, a proficiência em um dos idiomas oficiais (inglês e/ou francês), os anos de experiência de trabalho qualificado e a formação acadêmica, entre outros. Periodicamente, o governo canadense realiza rodadas de convite aos potenciais imigrantes que têm maior pontuação no sistema do Express Entry.

O Globo

 

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Emprego e residência permanente no Canadá: governo planeja milhares de oportunidades para imigração e reportagem mostra perfil que buscam

Foto: (Thinkstock/Thinkstock)

A estratégia do governo do Canadá para manter seu crescimento econômico é abrir ainda mais as suas portas para profissionais qualificados que desejam emigrar para lá. Segundo informações do relatório Anual do Parlamento Canadense sobre Imigração, obtidas por EXAME, o governo planeja admitir neste ano até 176 mil residentes permanentes pela via de classe econômica, que é a categoria formada por imigrantes que têm competências profissionais necessárias para o país.

Essa modalidade de imigração é feita por sistema implementado em 2015, o Express Entry que leva em consideração seis fatores classificatórios: conhecimento de inglês, experiência profissional, nível de educação, disponibilidade ou oferta de emprego no Canadá e adaptabilidade.

Quem se candidata pelo sistema e está no perfil de pessoas buscadas pelo país recebe um convite, o ITA (invitation to apply) e é direcionado para um dos três programas federais de atração de imigrantes qualificados: Federal Skilled Worker Program (Programa Federal de Trabalhadores Qualificados); Federal Skilled Trades Program (Programa Federal dos Comércios Especializados) e o Canadian Experience Class (Classe de Experiência Canadense). Em 2018, quase 90 mil pessoas receberam o convite.

Além das iniciativas federais, o sistema de pontuação do Express Entry também é base para alguns dos programas provinciais de imigração. Em algumas regiões com maior necessidade de mão-de-obra, os imigrantes que têm oferta de emprego conseguem acelerar o processo de obtenção da residência permanente.

Nas províncias atlânticas (costa leste), por exemplo, o Atlantic Immigration Pilot Program (Projeto Piloto de Imigração do Atlântico) permite que o imigrante que tenha proposta de trabalho em empresas participantes dessa iniciativa da província se candidate imediatamente à residência permanente, sem ter que esperar o prazo de um ano, que é a regra geral do processo.

“As províncias têm liberdade de eleger candidatos de acordo com o perfil que eles decidem, mas sempre exigem que tenha oferta de emprego para conseguir isso. Os programas provinciais são ótimos para quem já está no Canadá”, diz Ed Santos, consultor de imigração e co-fundador da Canadá Intercâmbio, maior agência de intercâmbio entre Brasil e Canadá. Neste mês de setembro, a sua agência promove a ExpoCanada em várias cidades brasileiras entre os dias 10 e 24 de setembro.

As oportunidades no Canadá existem, mas há desafios na mesma proporção, garante o consultor e qualquer imigrante que tenha passado pelo processo. Eventos como esse, ajudam a entender o tamanho da dedicação exigida a um projeto de imigração. “De 3,5 mil pessoas que eu vi emigrarem, umas quatro saíram do Brasil já empregadas”, diz Santos.

O primeiro ponto é que uma oferta de emprego no Canadá está, quase sempre, atrelada a um projeto de estudo no país, que demanda investimento financeiro e, para muitos brasileiros, um reforço no nível de inglês. Pelos últimos 14 anos, o Canadá tem sido o destino número um dos brasileiros para estudar inglês. De 2010 para cá, o número de vistos de estudo quadruplicou. Em 31 de dezembro de 2018, o governo contou exatamente 13.835 brasileiros com visto de estudante no país.

O próprio governo do Canadá promove neste e no próximo mês a feira oficial de estudos no país, a EduCanada, de 19 de setembro a 4 de outubro. O objetivo do Canadá é recrutar estudantes não só para programas de idioma, como também para ensino médio, graduação, pós-graduação, e MBA.

Tanto na ExpoCanadá quando na EduCanadá, as instituições participantes apresentarão a chance de entrada no mercado de trabalho canadense como um dos grandes atrativos para os brasileiros.

O perfil de imigrante qualificado mais valorizado

O perfil de quem consegue o convite para começar a obtenção da residência permanente indica qual o currículo mais valorizado para fins de imigração: a maioria dos ITAs foi emitida para candidatos entre 20 e 29 anos de idade e para quem tem curso tecnólogo de três ou mais ou diploma profissional com prática, segundo o relatório anual de imigração.

As profissões ligadas a tecnologia, desenvolvimento e engenharia de software, programação, mídia interativa, análise de sistemas se destacam entre os profissionais que receberam o ITA. Mas cozinheiros, profissionais da área de alimentação e hospitalidade e professores universitários também são valorizados no mercado canadense e aparecem entre as profissões mais quentes para imigrantes.

Indianos são maioria entre os imigrantes que recebem ITA. Em 2018, foram 41,6 mil imigrantes da Índia, alta de 15% em relação a 2017. A China vem em seguida com 6,248, número 16% menos do que em 2017. Para brasileiros, a tendência é de alta, mas os números são ainda modestos: 1.840 em 2018, alta de 9% na comparação com o ano anterior. “A maior parte são brasileiros que já estão no Canadá, que estão estudando, fazendo college”, diz Ed Santos.

Para os profissionais já graduados no Brasil e que desejam fazer uma transição de carreira para viver no Canadá o caminho mais rápido até o emprego de qualidade elegível para a residência permanente passa por um pedágio de formação técnica em colleges, nome usado para denominar as escolas técnicas do Canadá. “O college é a melhor maneira de se inserir no mercado de trabalho, custa quatro vezes menos do que uma universidade e a formatura é duas vezes mais rápida do que em uma universidade”, diz Santos.

São 135 escolas técnicas públicas espalhadas em mais de mil campi pelo Canadá (entre colleges, institutos, epolitécnicas) e segundo o Council of Ministers of Education, a taxa de empregabilidade dessas escolas é de 95%. No país, são oferecidos mais 8 mil programas técnicos de formação.

As estatísticas de empregabilidade de colleges se confirmam mesmo em regiões com mercado de trabalho menos efervescente como nas regiões de Ontario e British Columbia.

Na Holland College, da pequena província de Prince Edward Island na costa leste, a diretora de negócios internacionais Gaylene Carragher contou a EXAME que 96% dos alunos da instituição conseguem emprego em até um ano de formatura.

“Uma das coisas interessantes dos programas é que os estudantes aprendem trabalhando. O fato de ter que trabalhar é uma ótima oportunidade para fazer contatos. É como uma longa entrevista de emprego. O empregador não vai deixar passar alguém que está fazendo um ótimo trabalho”, explica.

Para compensar o desafio maior do mercado de trabalho de regiões como as províncias atlânticas, iniciativas como o programa Atlantic Canada Study and Stay tentam conectar estudantes do último ano de seus cursos em escolas técnicas ou em universidades a empresas na região que conta com as províncias de Nova Escócia, New Brunswick, Newfoundland e Prince Edward Island.

“Encontrar emprego é mais fácil quando você conhece as pessoas”, diz a estudante brasileira Samantha Figueira recém-formada no curso de design gráfico da Holland College, em busca de vaga de trabalho em Prince Edward Island. A sua profissão também aparece entre as mais frequentes entre os imigrantes que recebem o ITA.

Programas nos moldes do Atlantic Canada Study and Stay tentam solucionar justamente a questão apontada por Samantha: o networking. Estabalecer a rede de contatos é um desafio para os estrangeiros, e a iniciativa busca atrair mais pessoas também para regiões menos conhecidas e visadas do Canadá. Em 2018, 64% dos pedidos de residência permanente foram feitos na região de Ontario, 18% em British Columbia e 7% em Alberta. Juntas, as províncias do Atlântico não chegam a 5%.

Exame

 

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  1. vou logo adiantar que não é essa facilidade toda.
    eu e minha esposa gastamos uns 10 mil reais com provas de ingles, documentação, consultoria e não conseguimos nada.
    O canadá está abarrotado de candidatos qualificados. A ÚNICA maneira de ir pra lá é pagar uma faculdade pra um dos dois e o outro ir trabalhar, só tem essa maneira!

    1. Concordo com vc, a qualificação é necessária, estou no canada a 03 anos e com convite para um contrato de mais 10 anos.
      Mas somente para os melhores.

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