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Por motivo exclusivamente comercial, Dia dos Namorados é em junho no Brasil, enquanto no resto do mundo é em fevereiro; entenda como ideia surgiu

Getty Images/ BBC BRASIL

Qual é a origem do Dia dos Namorados no Brasil? Enquanto os Estados Unidos e a Europa comemoram o chamado “Valentine’s Day” (ou Dia de São Valentim), em 14 de fevereiro, por aqui, o feriado do romance é celebrado em 12 de junho desde 1948.

E o motivo é exclusivamente comercial.

A ideia de estabelecer a comemoração veio do publicitário João Doria, pai do ex-prefeito de São Paulo João Doria Jr. Dono da agência Standart Propaganda, ele foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas.

Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu outra data para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados.

FOTO: AFP / BBC BRASIL

Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. O dia 12 foi escolhido por ser véspera da celebração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.

Unindo, então, o útil ao agradável, Doria criou a primeira propaganda que instituiria a data no país.

“Não é só com beijos que se prova o amor!”, dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro. “Não se esqueçam: amor com amor se paga”, afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda à época.

Slogan de propaganda do Dia dos Namorados criada por João Doria. Texto de João Doria, arte de Fritz Lessin/ BBC BRASIL

A data começou a “pegar” no Brasil no ano seguinte, quando mais regiões começaram a aderir — posteriormente, a comemoração se tornou nacional.

Consumidor cauteloso

Atualmente, o Dia dos Namorados já é a terceira melhor data para o comércio no país — atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A média do faturamento do dia romântico já chega perto de R$ 1,5 bilhão.

Mas, segundo previsão da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o consumidor paulistano pretende gastar menos com presente do Dia dos Namorados em 2018 do que no ano passado.

O valor médio do presente deve ser de R$ 197, recuo de 4,4% em relação a 2017, que foi de R$ 206. A sondagem ouviu 1.118 consumidores na capital nos dia 1º, 4 e 5 do mês.

O número de pessoas que pretendem trocar presente na data também caiu em relação ao ano passado. Entre os 63% dos consumidores que disseram namorar ou serem casados, 59% pretendem presentear — uma redução de 7 pontos porcentuais em relação a 2017.

Dia de São Valentim

A origem do Valentine’s Day (Dia de São Valentim), celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao Dia dos Namorados no Brasil. A data começou a ser celebrada no século 5.

Há algumas explicações para a história, mas a mais famosa é a de que São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de morte no século 3.

Segundo esse relato, o imperador Claudio 2 baniu os casamentos naquele século por acreditar que homens casados se tornavam soldados piores — a ideia dele era de que solteiros, sem qualquer responsabilidade familiar, poderiam render melhor no exército.

Valetim, porém, defendeu que o casamento era parte do plano de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, ele passou a quebrar a lei e organizar cerimônias em segredo.

Quando o imperador descobriu, o padre foi preso e sentenciado à morte no ano 270 d.C.

Mas, durante o período em que ficou preso, Valentim se apaixonou pela filha de um carcereiro. No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma carta de amor à moça assinando “do seu Valentim” — o que originou a prática moderna de enviar cartões para a pessoa amada no dia 14 de fevereiro.

Foi apenas dois séculos depois que a data passou a ser efetivamente comemorada, quando o papa Gelásio instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como símbolo dos namorados.

A comemoração foi criada quando a Igreja transformou em festa cristã uma antiga tradição pagã – um festival romano de três dias chamado Lupercalia. O evento, ocorrido no meio de fevereiro, celebrava a fertilidade. Seu objetivo era marcar o início oficial da primavera.

Mas há ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título de São Valentim associado a essa data. Uma delas é um bispo de uma cidade próxima a Roma — na região da atual Terni — e a outra, um mártir do norte da África. Como não se sabe muito sobre essas duas outras figuras, o padre de Roma acabou se tornando o mais conhecido dos padroeiros dos namorados.

BBC Brasil

 

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Saiba quanto duram as férias no resto do mundo

Um estudo do Instituto Americano do Coração com mais de 12 mil homens apontou que tirar férias todo ano diminui as chances de morrer do coração em 32%. A relação do descanso com a saúde é tão clara que a OIT recomenda ao menos três semanas de férias remuneradas anuais. No geral, esse pedido é cumprido. 96% dos países têm legislação referente às folgas e metade deles adota um período remunerado de, no mínimo, 20 dias úteis.

No Brasil, podemos descansar até 30 dias seguidos – 22 dias úteis. Tal quantidade é um privilégio. No ranking de férias, estamos em 18º lugar, perdendo para poucos países, como Áustria (25 dias úteis de folga), Reino Unido (28) e o líder Kuwait (30). Você pode ver cada um deles no mapa interativo abaixo. É só selecionar um país para ver o número de dias de folga que o trabalhador daquela nação tem direito.

Menos descansados, os trabalhadores do Equador têm metade do nosso tempo para vacaciones (11 dias úteis). Na Argentina e no Japão, o descanso não dura mais do que dez dias úteis, e em Taiwan as férias são de uma semana.

Os EUA nem entram na lista, já que não legislam sobre descanso remunerado. Por lá, o patrão pode negociar com os funcionários. Um levantamento feito em 2012 pelo governo americano mostra que 77% dos chefes oferecem o benefício – a duração média das férias, porém, é de oito dias úteis.

Na China, a folga é progressiva: nos primeiros dez anos de trabalho, são cinco dias de férias. Depois disso, o período dobra. A partir da segunda década de trabalho, o trabalhador pode, enfim, gozar do máximo permitido: de 15 dias. Um negócio da China para o patrão.

Destaques

Menos que a gente

Boa parte das nações (45, para ser mais exato) decidiu que o período de férias remuneradas não ultrapassaria os 20 dias úteis – 2 a menos do que temos por aqui. Na verdade, temos mais dias de férias que 76% do planeta.

Não tão óbvios

O tempo que você fica de folga não necessariamente diz respeito à economia do país. Os moradores de Burkina Faso têm dois dias a mais de férias do que quem vive na Suíça.

Combo

Para acumular benefícios, mire na França (menor jornada) e Luxemburgo ( maior salário-mínimo) – eles têm as terceiras maiores férias: 25 dias úteis.

Fonte: Working conditions laws report 2012: A global review – Organização Internacional do Trabalho

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Saiba como é a previdência no resto do mundo

A expectativa de vida em todo o mundo aumentou cinco anos na última década e meia: 71 anos para as mulheres e 69 para os homens – é o crescimento mais rápido já registrado. Com menos trabalhadores ativos e mais aposentados para bancar, a questão da previdência é um problema global. Por isso mesmo, diversos países estão reformando seus sistemas de aposentadoria. Na Europa, cidadãos com mais de 65 serão 30% da população em 2060, o dobro do que eram em 2012. Não à toa, França, Espanha e Alemanha fizeram reformas que aumentaram a idade mínima para aposentadoria e o tempo de contribuição. Nesses três países, a idade mínima para se aposentar é de 65 anos. Na próxima década, porém, passará para 67.
No Brasil, não há idade mínima.

O que você precisa hoje é contribuir por 25 anos. E a idade média de aposentadoria no País é de 58 anos. Caso a Reforma da Previdência seja aprovada, isso não será mais possível. Passaremos a ter idade mínima: 65 anos para homens e 62 para mulheres. O padrão internacional, aliás, é igualar a idade de aposentadoria entre gêneros – entre os 102 países analisados pela organização internacional Pension Watch, 82 têm regras unissex. Além da idade mínima, outra questão é o quanto vai cair efetivamente na conta. Nos países desenvolvidos, a renda média de um aposentado equivale a metade dos últimos salários, mas há exceções.

Dentre os 35 países da OCDE, a renda média de um aposentado é 53% de seu salário.

É o caso dos ingleses, que estão entre os que menos recebem: a aposentadoria média corresponde a 21% do salário integral. Aqui, essa discussão mal faz sentido. De cada três aposentados, dois ganham um salário mínimo. E, mesmo se seus últimos contracheques forem bem gordinhos, o teto da previdência é de R$ 5,5 mil – o salário-mínimo na Nova Zelândia.

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Opinião dos leitores

  1. Funcionalismo publico é o cancer da sociedade brasileira. Sugando todos os recursos do povo brasileiro.
    No entanto; o povo esta acordando e logo deverão acabar com essas mamatas.

  2. O que temos que ver é que nesses países as essas já começam a trabalhar sabendo quais serão as regras pra aposentadoria.
    Aqui estão querendo mudar tudo, de forma drástica, de uma hora pra outra, inclusive pra quem já contribuiu com base no seu salário durante 20 anos.
    A reforma é necessária, mas não venham pegar o funcionário público pra Cristo e esconder a renúncia fiscal e os desvios de verbas que são a principal causa de "déficite " da previdência, se é que realmente existe.
    Cobrem de quem deve e parem com a sangria da corrupção antes de botar a culpa nos funcionários públicos. Depois proponham uma reforma justa.
    Qualquer coisa diferente é demagogia!

  3. Essas regras da aposentadoria só valem para os trabalhAdores do setor privado. Para os políticos e o judiciário não são aplicáveis. O pau só se tora nas costas das classes média e baixa.

    1. O problema é que esse percentual de aposentados é pequeno. Se for diluída a massa de proventos dessas castas pela massa de aposentados, os ganhos seriam marginais.

  4. J a esta mais que na hora de acabar com essa mamata do funcionalismo publico!!! Salarios fora da realidade do Brasil e aposentadoria idem!!!!

    1. Não tem "mamata" não, marcio. Isso é o que o governo quer passar para os menos esclarecidos. Enquanto na Iniciativa privada a contribuição pouco passa dos 500,00 reais, no serviço público passa dos 3.000,00. 6(SEIS) VEZES MAIS! E mesmo após aposentado, continua a se pagar a contribuição, coisa que o Segurado do INSS não paga. Não se tem FGTS, como no privado. Tem sim muita dedicação para estudar e passar em um bom concurso. E quanto melhor for o salário MAIOR A DEDICAÇÃO do candidato. Não tem "mamata" não! Tem muito esforço e sacrifício de meses fora do convívio social para alcançar uma vaga e não tem moleza no dia a dia, não. Se puder, tente entrar, se é que já não tentou. Por tudo isso, e principalmente pela contribuição maior, seria um absurdo querer nivelar igualmente as aposentadorias. Para ser igual TUDO TERIA que ser igual, não somente a aposentadoria.
      Não se engane, pois esse GOVERNO CORRUPTO QUER É ENGANAR A SOCIEDADE, JOGANDO UNS CONTRA OS OUTROS. Se agora, o serviço público é a vítima da vez, logo chegará a de vocês. E antes que me esqueça, veja só a podridão desse Governo, falando mal do Servidor Público ENQUANTO O PRÓPRIO PRESIDENTE SE APOSENTOU COMO SERVIDOR PÚBLICO, AOS 55 ANOS, Com o Salário no topo do topo como Procurador do Estado. É muita hipocrisia e outras tantas palavras que nem merece serem pronunciadas aqui contra essas CRIATURAS QUE SE APOSSARAM DO CARGO MÁXIMO DA NAÇÃO.

    2. Seu raciocínio sobre as contribuições do servidor faria sentido se elas fosse facultativas. Se o servidor recebe o mesmo ente para o qual paga, então ele tem no máximo um desconto fictício.

  5. A foto do casal de idosos rodando o bambolê me remeteu à memória do saudoso ex-deputado Henrique Eduardo Alves. Quando presidente da Câmara, salvo engano, ele inventou de presentear com um bambolê a então governanta Dilma Duchefe. Henrique achava que ela precisava melhorar o jogo de cintura.

  6. Comparar o Brasil com esses países acima citados não tem o menor sentido. Moro na Alemanha há 14 anos e digo com toda a propriedade que trabalharia se possível até os 80 anos de idade. Sabe pq?
    1 – temos qualidade de vida
    2- temos dignidade como cidadão
    3- pagamos impostos e somos retribuídos

    1. Não tem sentido é o Brasil ter, de forma proporcional, benefícios mais generosos do que de países ricos.

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Saiba como é o salário mínimo no resto do mundo

Nosso piso é maior que o chinês e menor que o argentino, mas o melhor do mundo é o de Luxemburgo, onde você ganha, no mínimo, R$ 7.400

O conceito de salário-mínimo surgiu na Nova Zelândia, em 1894, mas foi visto como uma excentricidade econômica na maior parte do mundo até meados do século passado. Eis que, com a Grande Depressão, o desemprego bombou, e mesmo quem estava no batente acabou com salários mais baixos. Os sindicatos logo pressionaram. E a remuneração mínima surgiu como uma saída. A América Latina, então recheada de governos populistas, entrou de cabeça na tendência antes de grande parte da Europa – incluindo o Brasil, que legislou o direito em 1938 (37 anos antes da Bélgica).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) viu que deu certo e recomendou a prática. Quem não tinha entrado na onda, entrou. Atualmente, 169 países estipulam um salário-mínimo. Mas os valores são absolutamente discrepantes. Enquanto o piso dos assalariados da Austrália chega a quase R$ 7.000 por mês, um trabalhador de Uganda sobrevive com inacreditáveis R$ 6 mensais.

O Brasil fica no meio do caminho. Estamos em 59º lugar do ranking, pagando R$ 937. Nos EUA, 36 dos 50 Estados estipulam o valor independentemente, desde que seja superior ao piso federal (de R$ 3.665). Na Califórnia, por exemplo, pagam pelo menos R$ 5.310.

O mapa abaixo mostra o valor dos salários mínimos ao redor do mundo. As nações em cinza ou não possuíam o benefício ou não disponibilizaram dados para comparação.

Destaques

Tempo é dinheiro

O custo-benefício do trabalho por aqui não é muito bom. Nosso salário-mínimo banca só R$ 5,30 por hora trabalhada – 45% a menos do que os R$ 7,70 da média mundial.

Menos que mínimo

Países como Geórgia e Cuba permitem pagamentos inferiores a US$ 1 por dia, a linha da pobreza da ONU (e equivalente a menos de R$ 100 por mês). Em Uganda é pior: US$ 2 (R$ 6) mensais.

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