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Agressões por primatas a turistas são freqüentes e Sesap alerta para o risco de transmissão da raiva

No período de verão há um aumento considerável no fluxo de turistas que visitam o Rio Grande do Norte, sobretudo nos municípios litorâneos. Buscando trazer mais segurança à saúde da população, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) faz um alerta aos estabelecimentos que lidam diretamente com os turistas para que orientem sobre os riscos de se contrair a raiva humana através do contato com primatas, especialmente o sagui. A preocupação decorre dos números divulgados pelo Hospital Giselda Trigueiro que já registrou, de janeiro de 2014 até o momento, 52 atendimentos por agressões de primatas, 41 destes por sagüis. Muitos dos agredidos são crianças, que se aproximam dos animais por curiosidade, buscando alimentá-los e brincar. Do total de atendimentos neste período, 14 foram a turistas, que se aproximam dos animais para tirar fotos.

“Há muitos estabelecimentos no nosso estado onde esses animais circulam e são tratados como domésticos, de fácil contato. Acostumados a receber alimentos dos humanos, os bichinhos se aproximam bastante dos hotéis e restaurantes da região e podem agredir os turistas quando se sentem ameaçados. Se o animal estiver com a doença, ele pode transmitir o vírus da raiva ao humano através da mordedura, arranhadura ou lambedura. A maioria das agressões registradas no HGT foi nas mãos, quando a pessoa se aproximou para tocar ou alimentar o animal”, explica Cintia Higashi, técnica do Programa Estadual de Controle da Raiva da Sesap.

Segundo dados da Sesap, no período de 2005 a 2014, foram registrados 250 casos de raiva em animais no estado. Destes, foram 136 morcegos, 62 bovinos, 27 raposas, 8 cães, 3 gatos, 9 cavalos, 1 asinino, 1 suíno, 2 ovinos e um caso de raiva em humano.

Outra preocupação da Sesap com relação aos primatas é o registro de casos da doença transmitida por sagüi no estado vizinho, o Ceará. Dos quatro casos de raiva humana confirmados naquele estado nos últimos sete anos, três foram transmitidos por sagüis. “Como fazemos fronteira e esses animais circulam livremente, pedimos à população que fique em estado de alerta. Devem ser evitadas a captura, a caça e a alimentação destes animais. Mesmo com a formação de um laço afetivo com o bicho, devemos ser conscientes de que ele não pode ser criado como um animal doméstico. Em caso de mordida por um animal silvestre a vítima deve procurar atendimento médico urgente. Também é importante o cuidado com animais encontrados aparentemente doentes ou mortos, eles não devem ser tocados e o fato deve ser comunicado imediatamente a Secretaria de Saúde do município ou Centro de Controle de Zoonoses, pontua Cintia Higashi.

A subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap, Iraci Nestor, orienta que tanto os sagüis como os macacos-prego encontram todos os alimentos que precisam na natureza: frutas, insetos, lagartos, flores, cobras, entre outros. “Por isso não é preciso alimentar os animais silvestres. O contato pode representar uma ameaça à vida das pessoas e também à saúde dos bichinhos”.

A raiva é uma doença infecciosa, causada por um vírus e que leva à morte em quase 100% dos casos. Nas cidades, os principais transmissores da doença para os humanos são os cães e gatos. Mas a captura e criação de saguis é comum, principalmente no interior do RN, apesar de ser proibida pela Lei de Proteção à Fauna. Como os cães e gatos são os mais próximos dos seres humanos, se não estiverem vacinados, podem ter contato com o animal silvestre doente e transmitir a doença no ambiente doméstico. Por isso uma das medidas de prevenção da raiva é a vacinação de cães e gatos.

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