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Sua moeda de R$ 1 pode valer R$ 150; Copa do Mundo, Olimpíadas ou 50 anos do Banco Central

Moeda de prata de do Império Brasileiro do ano de 1857 entre outras da coleção de Felipe Silveira. Foto: FOTO: FABIO MOTTA/ESTADAO.

A moeda de R$ 1 que você tem no bolso pode valer até R$ 150. Como? Basta que ela seja uma edição comemorativa, lançada em virtude da celebração de 50 anos do Banco Central, da Copa do Mundo ou das Olimpíadas do Brasil, em 2016.

Mais do que colecionar, os entusiastas que guardam moedas, que atendem pelo nome de numismatas, promovem uma verdadeira bolsa de comercialização do hobby. Um negócio que possui até um associação, a Sociedade Numismática Brasileira (SNB), com mais de 800 sócios.

As negociações são realizadas especialmente pela internet, em sites de vendas ou mesmo em contatos diretos. Existem algumas cédulas que podem ter o valor de R$ 4 mil, segundo o catálogo elaborado pelo consultor Claudio Amato.

O catálogo é considerado pelos colecionadores um dos mais completos, por contar com valores divididos pelo estado de conservação. O valor de R$ 4 mil, por exemplo, corresponde somente se a cédula estiver sem amasso, ou na flor de estampa, como é utilizado no jargão dos colecionadores. Embora não oficial, esse catálogo foi elaborado em 1997 e atualmente está em sua sétima edição.

O valor de uma cédula ou moeda antiga é definido pela quantidade de seus exemplares em circulação e, como já dito, por seu estado de conservação. Além disso, também valem moedas com defeito ou que tenham sido fabricadas em condições específicas, como as notas de R$ 2 importadas da Suíça pelo Banco Central, que atualmente podem ser trocadas por até R$ 4,99.

As moedas que circularam no Brasil na época da Olimpíada de 2016, no Rio, auxiliaram muito no crescimento da base de colecionadores. Segundo a SNB, diversos associados experimentaram o negócio naquele tempo e hoje investem em moedas de cobre e prata do período colonial e imperial do Brasil.

Mas, para Amato, a numismática poderia ser mais difundida. Ele afirma que, além do patrimônio que o colecionador poderia construir, uma vez que os valores de moedas raras tendem a aumentar, é necessário ter um profundo conhecimento histórico para reconhecer o que é ou não uma raridade. “Um adolescente que vai ao jornaleiro e faz coleção de Pokémon não aprende nada”, ele diz.

O carioca Felipe Silveira, como a maioria dos numismatas, não juntou tudo o que tem sozinho. Hoje, ele tem uma coleção particular, que recebeu dos avós, e outra que usa em trocas ou leilões. Com o hobby, ele fatura cerca de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês.

Nem atendendo a reportagem, Silveira para de negociar. Seu telefone não para de vibrar com mensagens de possíveis compradores em busca de mercadorias.

O colecionador conta que seus avós guardavam moedas de cada país que haviam visitado. Panamá, Itália, Portugal, Estados Unidos França e México, são alguns dos locais que têm exemplares em sua coleção. Na pequena caixa de plástico transparente ainda cabiam moedas e cédulas nacionais, inclusive a mais rara da coleção: uma moeda de 20 réis de 1699, cujo valor é desconhecido.

Para Silveira, a curiosidade só se tornou um negócio quando ele descobriu o mercado de colecionadores de moedas. “Comecei a me aprofundar. Entrei em grupos de WhatsApp, alguns no Facebook, e vi que poderia fazer disso um hobby”. Agora, além de trabalhar como coach, ele ocupa boa parte do seu dia com vendas e com a realização de rifas.

Outro que também coleciona é Placido Basilio Marçal Neto. O advogado de 44 anos conta que o colecionador agrega valores e história. Ele entrou neste mercado há menos de um ano, e realiza a venda de peças repetidas. “Compro pelo Facebook, onde há várias comunidades de colecionadores, fiz muitas amizades”, conta. Neste ano, ele já realizou três leilões, onde conseguiu obter uma média de R$ 3.000,00, por evento.

Marçal Neto conta que sua coleção começou muito antes dele. “Com meu pai e meu avô, era uma pequena coleção, só alguns exemplares, porém com o tempo comecei a me presentear com uma peça diferente a cada causa ganha.”

Querendo dar prosseguimento à coleção, ele já repassou para seus filhos, de 10 e 21 anos. Hoje, é apenas um gerenciador, comprando itens que estejam em falta. Além das moedas e cédulas, nacionais e internacionais, ele também coleciona desde cartões telefônicos até rochas antigas.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Tenho MUITAS moedas antigas e comemorativas, inclusive em ouro e prata, estas últimas, do Brasil, Portugal, Alemanha e Colômbia e até gostaria de vendê-las, mas as de ouro, principalmente as estrangeiras, o valor que oferecem não chega nem à décima parte do valor gasto somente com as passagens para esses países.

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Sua internet pode ficar muito rápida em 2017; saiba como

Conexão via cabo sempre será mais estável do que WiFi. (Foto: Reprodução/Creative Commons)

A conexão em banda larga da Internet parece ter estacionado devido a limitações de tecnologia viável no momento. Só que 2016 começou a mostrar que o futuro é mais veloz do que esperávamos, com algumas novidades que prometem deixar a conexão mais rápida. Desde novos usos para cabos já instalados até mesmo a testes com velocidades que ultrapassam 1 TB/s, é hora de conhecer melhor essas tecnologias que podem começar a funcionar em 2017.

É válido comentar que essas tecnologias ainda estão em estágios de testes, sem uma aplicação real em grande escala pelo mundo, tampouco no Brasil. O que vale é pensar no que exatamente cientistas têm em mente e como isso pode alterar a maneira como acessamos a Internet no futuro.

Internet de mais de 1 TB/s de velocidade

No início de 2016, cientistas da University College London publicaram um estudo em que revelavam ter desenvolvido um novo equipamento de fibra ótica que permitia o envio e recebimento de dados em uma velocidade de até 1,125 terabits por segundo. Essa descoberta foi possível usando cabos de fibra ótica, enviando quinze pulsos de luz em diferentes frequências. Com uma combinação desses pulsos, cientistas conseguiram enviar informações em uma velocidade muito maior do que a normal, desde que a ponta que recebe os dados conte com um aparelho especial para processá-los corretamente.

Apesar de parecer algo distante de ser alcançado, a técnica já é utilizada para dividir sinais de transmissão de dados sem fio, mas que nunca havia sido testada para conexões fixas de Internet. Para se ter uma noção, cabos de fibra ótica de mais alta qualidade utilizados por empresas de internet alcançam velocidades de até 100 GB/s.

Apesar de a velocidade ter sido alcançada em testes fechados em laboratórios, os cientistas da UCL acreditam que a aplicação da tecnologia pelo mundo pode aumentar a capacidade da velocidade da Internet oferecida em até 10 vezes. Os testes continuam, com experiências pela Inglaterra e a malha de cabos de fibra ótica espalhados pelo país, verificando as velocidades que podem ser alcançadas com tecnologia, algo que pode começar a mostrar resultados reais em 2017.

Facebook usando lasers para aumentar velocidade de conexão sem fio

O Facebook conta com um grupo de pesquisadores na sua divisão Connectivity Lab, focados em criar meios de expandir sinais de Internet para áreas ainda desprovidas de conexões cabeadas ou sem fio. Em 2016, os cientistas dessa divisão desenvolveram um novo aparelho que pode introduzir raios laser para comunicações wireless.

Normalmente, lasers são utilizados em redes de cabos de fibra ótica, com feixes de luz viajando em grandes velocidades, enquanto conexões wireless utilizando ondas de rádio. Caso utilizasse esses lasers para conexões sem fio, seria possível enviar dados em uma velocidade superior a atual.

Pensando nisso, foi desenvolvida uma tecnologia que permite a captura e transmissão de dados que consegue capturar melhor feixes de luz, que anteriormente tinham dificuldades de serem captados após alguma distância.

Isso possibilitou a transmissão de dados em uma taxa de 2 Gbps, permitindo planejar a chegada de Internet a locais mais afastados, como zonas rurais. Com o desenvolvimento da tecnologia, será possível cidades mais afastadas de capitais possam usufruir de conexões com velocidades superiores.

Velocidades de fibra ótica em cabos comuns de telefone

É de conhecimento geral que, graças a tecnologia disponível hoje em dia, conexões de fibra ótica são superiores em estabilidade e velocidade do que cabeamento comum de telefone. Isso pode mudar em breve, graças a tecnologia G.Fast, um padrão de DSL que chega a velocidades de até 500 MB/s, que foi aprimorada e poderá entregar velocidades maiores, sem a necessidade de cabos de fibra ótica.

Anunciada pela Sckipio, a versão melhorada da conexão G.Fast pode ser ativada e entregar velocidades de até 750 MB/s através do cabo do telefone, mas esse número pode ser duplicado em 2017, entregando uma conexão de 1.5 GB/s. O único porém é que a taxa de upload dessas conexões, ao contrário de fibra ótica, que consegue igualar upload e download, é consideravelmente menor.

Testes dessa nova tecnologia já estão sendo realizados nos Estados Unidos, com a esperança de se popularizar em 2017. A grande vantagem da tecnologia G.Fast é o seu custo, já que seria muito mais barato aplicar essa tecnologia em grandes cidades, em vez de realizar novas instalações de fibra ótica, assim como sua baixa taxa de perda de conexão entre gabinete e modem.

Em conexões comuns de DSL, é possível perder até 90% de velocidade até a Internet chegar ao seu modem, enquanto com G.Fast, essa taxa cai para até 10%.

Novo padrão entregando Internet a cabo com 10 GB/s

Outra versão de conexões por cabo também vem sendo testada e deve apresentar uma evolução que pode afetar diretamente a maneira como acessamos internet por cabo por aqui nos próximos anos.

Docsis, sigla para Data Over Cable Service Interface Specification, é um padrão de comunicação via cabo presente no mercado desde 1997, e que é oferecido no Brasil, por exemplo, pela empresa Net. Aqui, a tecnologia usada já é a Docsis 3.0, proporcionando velocidades de até 152 MB/s de download e 10 MB/s de upload. A novidade é que a empresa CableLabs, empresa responsável por esse padrão de conexão, revelou que testes feitos em laboratório com a sua nova versão, Full Duplex Docsis 3.1, permitirá velocidades de até 10 GB/s, tanto de download quanto de upload.

Os testes vem sendo feitos em 2016, com a esperança de serem aplicados até a segunda metade de 2017 em alguns países da Europa, como Inglaterra. Enquanto isso, a opção de muitas empresas ainda é a da aplicação da tecnologia G.Fast e ,aos poucos, migrar para o Docsis 3.1. Para o Brasil, tendo em mente o quão nova é a tecnologia, é possível começar a pensar na aplicação dela em 2018 ou 2019.

Techtudo – Globo

Opinião dos leitores

  1. De nada vai adiantar tanta velocidade de conexão se limites para banda larga fixa forem aplicados. O limite seria atingido em questão de minutos! Espero que essa ideia nefasta nunca seja permitida!

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