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Viradouro, Salgueiro e Beija-Flor são destaques do 1º dia de desfiles no Rio

Da esquerda: Império Serrano, Viradouro, Grande Rio, Salgueiro, Beija-Flor, Imperatriz e Unidos da Tijuca — Foto: Fabio Tito, Rodrigo Gorosito, Marcos Serra Lima

Viradouro, Beija-Flor e Salgueiro se destacaram neste domingo (3), na abertura dos desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro. Império Serrano, Grande Rio, Imperatriz e Unidos da Tijuca também desfilaram na Sapucaí.

Os desfiles começaram com meia hora de atraso por conta das chuvas no Rio. Mas o tempo melhorou e deixou a criatividade brilhar. Várias coisas voaram durante a noite: emojis, bruxas, piratas, notas de dinheiro. De mentira, mas encantaram mesmo assim.

Entre as personalidades da noite, a histórica Pinah Ayoub foi homenageada no “desfile retrô” da Beija-Flor. Raíssa de Oliveira virou madrinha recordista com 17 carnavais. Teve também Claudia Raia de raposa, Jojo Todynho de galinha d’angola, Juliana Paes de ave rara e até Eri Johnson de surpresa.

Na segunda-feira (4) vão desfilar São Clemente, Vila Isabel, Portela, União da Ilha, Paraíso do Tuiuti, Mangueira e Mocidade Independente no segundo e último dia do Grupo Especial do Rio.

Veja como foi cada desfile abaixo.

Império Serrano

A Império abriu a noite com o enredo “O que é, o que é?”. Baseada na música de Gonzaguinha de 1982, falou sobre o sentido da vida e tentar uma colocação melhor do que o último lugar no carnaval passado, com um rebaixamento anulado.

O carro abre-alas trouxe um coração gigante verde, a cor da escola. Os membros da bateria vieram vestidos com estampas militares, para lembrar que a vida também pode ser uma guerra, com a rainha Quitéria Chagas.

Os 3.200 componentes mostraram os prazeres, perrengues e questionamentos da vida em 31 alas.

Viradouro

Bruxas voadoras, livros encantados, motoqueiro fantasma, poções mágicas, príncipes, princesas e outras figuras de histórias infantis passaram pelo desfile da Viradouro, de volta ao Grupo Especial após três anos.

Foi também volta do carnavalesco Paulo Barros à Viradouro após 11 anos. O enredo “ViraViradouro”, sobre seres encantados, foi a chance de ele mostrar seu estilo cheio de efeitos.

Ele criou a história de um livro trazido pela avó para um neto com contos de fadas, mistérios, fantasias e maldições.

Grande Rio

A Grande Rio pediu reflexão do público com seu desfile descontraído sobre a falta de educação de algumas pessoas em diferentes aspectos da vida em sociedade.

A comissão da frente tinha um Moisés tentando modernizar os 10 mandamentos através de emojis, que saíam voando das cabeças dos dançarinos como drones, e de um grande tablet

A escola, que ficou na penúltima colocação em 2018 por causa de um carro quebrado, com rebaixamento anulado, até teve dificuldades com a 3ª alegoria, mas nada que prejudicasse o desfile Juliana Paes voltou como rainha da bateria pela 2ª vez.

Salgueiro

O Salgueiro recontou a história de Xangô, mostrando o orixá como símbolo de religiões e da imparcialidade. A partir dessa associação, a escola da Zona Norte também falou sobre a justiça no Brasil.

O enredo também homenageou Júlio Machado (1939-2007). O Xangô do Salgueiro, como era chamado, desfilou por 39 anos na escola, sempre com o mesmo figurino

A comissão de frente mostrou os anjos da pedreira, com homens pedra camuflados que brotavam de uma parede. Eri Johnson foi um elemento surpresa, em uma roda de samba de uma comunidade estilizada.

Beija-Flor

Os 70 anos da Beija-Flor passaram em pouco mais de uma hora na Sapucaí. A atual campeã foi a quinta a desfilar e fez uma coletânea de seus melhores momentos

Cada ala lembrou um carnaval específico. Elas se dividiram em blocos temáticos, com 5 carros separando os setores: enredos biográficos, herança africana, sátiras políticas e histórias lúdicas e críticas sociais.

Raíssa de Oliveira bateu recorde ao completar 17 carnavais como rainha de bateria. Tema do enredo de 1983, Pinah Ayoub se emocionou ao ser homenageada em ala de passistas com 35 mulheres negras com a cabeça raspada.

Imperatriz Leopoldinense

A Imperatriz pintou a Sapucaí de dourado, verde e prata com seu desfile sobre ganância, a história do dinheiro e a relação do homem com a moeda.

Através de um guindaste manual controlado pelos próprios membros da comissão de frente, um Robin Hood voador jogava dinheiro (falso) para o público

A Imperatriz ainda homenageou o dinheiro na cultura pop, com representações do professor Raimundo, de Chico Anysio e seu bordão “e o salário ó”, e a peça “Deus lhe pague”. Como destaque estava o cantor Moacyr Franco.

Unidos da Tijuca

A Unidos da Tijuca encerrou a noite contando a história do pão como alimento físico e espiritual. A história da humanidade foi contada tendo o pão como fio condutor.

O carro abre-alas apresentou a imagem da última ceia e uma escultura de um pavão, mascote da escola. No desfile, o pão também foi tratado como parte importante de vários momentos conturbados da história, como a Revolução Francesa e a Revolução Russa.

Uma história da Bíblia foi recontada na comissão de frente. Quinze bailarinos simbolizaram a jornada dos hebreus pelo deserto por 40 anos e um milagre de Deus que fez chover pão dos céus para alimentá-los.

G1

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Salgueiro e Beija-Flor conseguem do público grito de campeã

No primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo do Rio, a Beija- Flor e a Salgueiro arrancaram gritos de é campeã do público das arquibancadas da Praça da Apoteose, onde ocorre a dispersão dos componentes. A Salgueiro foi a quinta escola a passar pelo Sambódromo e mostrou o enredo Gaya, a Vida em Nossas Mãos que destaca o cuidado com o planeta Terra, usando a representação dos quatro elementos: água, terra, ar e fogo, simbolizados pelos orixás Iansã, xangô, Ossain e Yemanjá. No início do desfile houve pequenos problemas na entrada de carros na avenida, mas foi resolvido rapidamente e a escola pôde prosseguir. Na comissão de frente a figura de Gaya levitava no centro do carro com um truque usado pela coreografia e se tornou um ponto de encantamento do público.

A Beija-Flor encerrou o primeiro dia de desfile e recebeu ainda a saudação de a campeã voltou. A agremiação de Nilópolis, na Baixada Fluminense, apresentou o enredo Astro Iluminado da Comunicação Brasileira, uma homenagem ao diretor de televisão José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. A escola veio repleta de artistas. A comissão de frente trouxe o símbolo da escola: o beija-flor voando. Os integrantes estavam pendurados em uma estrutura metálica e faziam acrobacias imitando o voo do pássaro. Um dos carros da escola estava mais alto que a torre de fotógrafos e cinegrafistas próximo à Apoteose e parte da fantasia do destaque, em cima do carro, foi danificada.

A primeira escola a entrar na avenida foi a Império da Tijuca. O enredo Batuk esquentou o público e marcou o ritmo forte de tradições africanas. O samba também ajudou, com o “Vai tremer, o chão vai tremer” no refrão. As festas africanas, o carro abre-alas – com som de tambores – e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que representava as etnias guerreiras, também empolgaram o público. Por ter sido a campeã no ano passado da Série A, a escola do Morro da Formiga, na Tijuca, zona norte do Rio, subiu para a elite do carnaval carioca. No fim do desfile, o presidente da agremiação, Antônio Marcos Teles, o Tê, estava satisfeito com a apresentação da escola. ” A Império da Tijuca veio para não ser mais a última, agora, a colocação a gente só vai saber na quarta-feira [dia da apuração das notas do Grupo Especial]”, disse à Agência Brasil.

A Acadêmicos do Grande Rio veio em seguida e trouxe o enredo Verdes Olhos de Maysa sobre o Mar, no Caminho: Maricá mostrando as belezas da cidade da região dos lagos do Rio por meio do olhar de Maysa. A cantora morou lá nos anos 70. A escola levou ainda para a avenida alegorias e alas de insetos, flores e frutas, porque segundo o enredo, foi no município que Charles Darwin criador da Teoria da Evolução teve o primeiro contato com a biodiversidade da Mata Atlântica. A comissão de frente animou o público. Era um navio pirata e do alto um homem era lançado para uma rede por um canhão. Toda vez que o movimento era repetido o público delirava.

O ator Jayme Matarazzo, neto de Maysa, e o diretor de televisão, Jayme Monjardim, filho dela, vieram acompanhando no chão, o carro onde a cantora Tânia Mara, mulher do diretor, representava a artista. A família estava emocionada com a homenagem. “É lindo. É parte da nossa história. Parte da história que eu acho que precisa ser contada que é das mulheres fortes do Brasil. Das mulheres que fizeram diferença na nossa cultura. Fico feliz de ser próximo, parente e neto de uma pessoa tão importante” , disse Jayme Matarazzo à Agência Brasil.

Terceira agremiação a se apresentar, a São Clemente, que costuma escolher temas que tratam de questões sociais levou este ano a Favela para a avenida. A escola de Botafogo, na zona sul do Rio, teve na animação dos componentes um ponto forte do desfile. No segundo setor, identificado como cidade maravilha da Beleza e do caos, em alusão à música Rio 40 graus, fez referência a diversas comunidades e as alas representaram a Babilônia, a Rocinha, o Complexo do Alemão, a Dona Marta, a Mangueira e o Salgueiro.

A quarta escola foi a Estação Primeira de Mangueira que apresentou o enredo A Festança Brasileira Cai no Samba da Mangueira. O público já entoava o samba antes mesmo de a bateria entrar no local reservado aos integrantes, perto do Setor 1.

A vendedora Kelly Luz mora em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, e chegou ao Sambódromo às 19h30 para ver a Mangueira. Junto com a família, incluindo a avó, de 95 anos, levou até comida para aguentar a noite inteira de desfiles. Ela contou que há 20 anos compra ingressos no Setor Popular 1 para ver a escola do coração. ” Todo ano eu venho, mas só no dia da Mangueira. Estou com a minha avó. Ela tem 95 anos e me acompanha nesses 20 anos”, disse ansiosa pouco antes da escola iniciar o desfile.

Apesar de ter uma boa resposta do público, a Mangueira sofreu com a passagem de um carro na torre dos fotógrafos e dos cinegrafistas, próximo à Praça da Apoteose. A alegoria era mais alta e acabou tendo uma parte danificada. Para o presidente da escola, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, a escola não deve perder ponto porque a alegoria já tinha passado pelos jurados.

A cantora Alcione, figura de destaque da Mangueira, que estava bastante animada durante todo o desfile, passou mal em frente ao Setor 11, já próximo à dispersão. Ela sentiu câimbras e foi atendida por uma equipe de assistência do Corpo de Bombeiros.

Agência Brasil

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