Vanderlei Luxemburgo chegou a pedir para torcedores pararem com gritos homofóbicos — Foto: Getty Images
O Vasco divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira repudiando e pedindo desculpas pelos cantos homofóbicos ocorridos em São Januário na partida contra o São Paulo, no domingo. O jogo chegou a ser interrompido pelo árbitro Anderson Daronco.
– O Club de Regatas Vasco da Gama lamenta e repudia qualquer canto ou manifestação de caráter homofóbico por parte de alguns de seus torcedores. Da mesma forma, a Diretoria Administrativa do Clube manifesta seu pedido de desculpas a todos que, corretamente, se sentiram ofendidos por este comportamento – diz uma parte da nota.
O clube afirmou ainda que o combate aos gritos não deve acontecer apenas pelo temor de uma punição esportiva, mas “por uma questão de cidadania e respeito ao próximo e cumprimento da lei”.
– Preconceito é crime – complementa a nota.
Os gritos fizeram com que o jogo fosse interrompido pelo árbitro Anderson Daronco. Ele chegou a informar ao quarto árbitro e ao técnico Vanderlei Luxemburgo. Imediatamente, os auto-falantes de São Januário alertaram os torcedores para que não houvesse esse tipo de manifestação.
STJD prometeu punir cantos homofóbicos
Após a Copa América, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva passou a punir com multa ou até perda de pontos clubes cujos torcedores cantarem gritos homofóbicos nos estádios. A Procuradoria, caso identifique a ocorrência de homofobia ou haja o relato em súmula por parte de algum árbitro, então, poderá denunciar o clube dos autores da discriminação. É o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva que tratará do caso.
Leia a nota oficial do Vasco:
“Em relação ao episódio registrado na partida deste domingo (25/08) contra o São Paulo, o Club de Regatas Vasco da Gama lamenta e repudia qualquer canto ou manifestação de caráter homofóbico por parte de alguns de seus torcedores. Da mesma forma, a Diretoria Administrativa do Clube manifesta seu pedido de desculpas a todos que, corretamente, se sentiram ofendidos por este comportamento.
O combate a este tipo de postura – iniciado ainda em campo, quando o técnico Vanderlei Luxemburgo, os jogadores, parte da torcida e o próprio Vasco da Gama, através do sistema de som do estádio, clamaram para que os gritos cessassem – não deve ser motivado pelo receio de punição desportiva (perda de pontos), mas, sim, por uma questão de cidadania e respeito ao próximo e cumprimento da lei.
Preconceito é crime. E se existe um Clube no Brasil historicamente habituado a levantar a voz contra qualquer tipo de discriminação este é o Vasco da Gama, dono da história mais bonita do futebol. Assim foi com a resposta histórica de 1924; assim é com os cantos que o torcedor vascaíno entoa orgulhosamente na arquibancada enaltecendo a luta do Clube a favor de negros e operários.
A plateia de um estádio de futebol e a sociedade de maneira geral passam por um processo de aprendizado e conscientização necessário para que atos de preconceito fiquem no passado – um triste passado, diga-se. A Diretoria Administrativa do Club de Regatas Vasco da Gama compromete-se em promover ações educativas neste sentido junto ao seu torcedor, certa de que encontrará em cada vascaíno um aliado no combate a qualquer tipo de discriminação. O Vasco é a casa de todos.”
Globo Esporte
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