Ofensas, palavrões e humilhações entre irmãos são algo muito sério. No começo da adolescência, esse tipo de bullying pode gerar danos na saúde mental vários anos depois – independentemente se o indivíduo é vítima ou autor das agressões. Essa relação foi apontada por um estudo publicado nesta quinta-feira (30) no Journal of Youth and Adolescence.
A pesquisa reúne dados de mais de 17 mil jovens do Reino Unido, voluntários no estudo Millennium Cohort Study, realizado no início dos anos 2000. Os participantes responderam a questionários sobre bullying entre irmãos quando tinham 11 e 14 anos. Mais tarde, aos 17 anos, eles voltaram a preencher questões, desta vez sobre saúde mental e bem-estar. Os pais deles também responderam sobre o estado mental de seus filhos em três idades diferentes: aos 11, 14 e 17 anos.
Com isso, os autores da pesquisa, vinculados à Universidade de York e à Universidade de Warwick, ambas no Reino Unido, conseguiram investigar nos jovens tantos aspectos positivos de saúde mental, como autoestima e bem-estar, quanto negativos, a exemplo de sofrimento psíquico.
“Embora o bullying entre irmãos tenha sido anteriormente relacionado a resultados ruins de saúde mental, não se sabia se havia uma relação entre a persistência desse bullying e a gravidade da saúde mental a longo prazo”, observa Umar Toseeb, um dos autores da descoberta, em comunicado.
Mas a análise aponta que, não só essa relação existe como o problema do bullying é bem recorrente. Quando os adolescentes tinham 11 anos, 48% deles estiveram envolvidos nas agressões, sendo que 15% eram vítimas, 4% agressores e 29% exerciam ambos os papéis. Já aos 14 anos, 34% estiveram envolvidos com esse comportamento – a maioria (21%) tanto sofreu quanto praticou; 5% agrediram e 8% foram violentados pelos irmãos.
Ao analisarem os resultados, Toseeb e Dieter Wolke, outro autor do estudo, descobriram que, conforme o bullying piorava no início da adolescência, agravava-se também a saúde mental dos jovens no final desse período de vida. E aqueles envolvidos na violência – independentemente do papel que tiveram nela – tinham uma trajetória emocional diferente na hora de externalizar seus problemas.
Para combater essa grave questão, os pesquisadores sugerem intervenções clínicas com objetivo de reduzir as dificuldades de saúde mental nos jovens, ajudando também aqueles que estão no final da adolescência a terem uma condição emocional mais positiva.
Quase 4 em 10 brasileiros tiveram piora na saúde mental durante o período da pandemia de covid-19. Segundo pesquisa PoderData realizada de 13 a 15 de setembro de 2021, são 38% os que dizem estar em uma situação pior do que no início da pandemia. Outros 43% relatam estar na mesma situação e 16% consideram ter melhorado.
É a 1ª vez que o PoderData faz este levantamento. O resultado vem durante a campanha Setembro Amarelo, organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina com o objetivo de conscientizar e prevenir suicídios. Em 10 de setembro, celebrou-se o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Segundo do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021 (íntegra – 12 MB), o Brasil registrou 35 suicídios por dia em 2020, ano da pandemia. Foram 12.895 mortes por suicídio registradas no ano, ante 12.745 mortes do tipo contabilizadas em 2019.
Esta pesquisa foi realizada no período de 13 a 15 de setembro de 2021 pelo PoderData, a divisão de estudos estatísticos do Poder360. Foram 2.500 entrevistas em 411 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
DESTAQUES DEMOGRÁFICOS
Os grupos demográficos que mais dizem que a saúde mental piorou na pandemia são os jovens de 16 a 24 anos (53%) e os que cursaram ensino superior (55%). A resposta é menos frequente entre os que estudaram até o ensino fundamental (29%).
O percentual dos que dizem que a saúde mental piorou fica acima dos que dizem que melhorou em todos os recortes demográficos. Leia abaixo os recortes por sexo, idade, região e nível de instrução.
A maior parte já era doido e do mal, só que escondiam isso. Agora que se mostrar desequilibrado e do mal virou orgulho, eles estão a todo vapor a atacar, mentir, agredir. Uma outra parte está em parafuso para entender como tem um percentual tão alto de gente ruim.
Pela quantidade de gente que ainda teima em acreditar no MINTOmaníaco das rachadinhas a gente vê como tem gente louca e com juízo limitado no Brasil kkkk. Pq pense num político mentiroso e que só fez trabalhar pra enriquecer a família das rachadinhas e proteger-se das investigações dos crimes cometidos por ele e pelos filhos e ex chifreiras que teve…
Esse Manuel é zumbi de Lula e Maduro
Não entende nada de medicina, passa o fim de semana em barzinhos sem mascaras e vem posar de sabidao.
Lula pegou covid em Cuba…
O comunismo é doença mental.
Transforma o sujeito num morto vivo…
Paulo gado véi adestrado, no ritmo que vai o governo do MINTOmaníaco das rachadinhas, já já viraremos uma Cuba e uma Venezuela abestado! Não tenho político bandido de estimação e vc? Pode dizer o mesmo ? Ou daqueles que só eh bandido quando o político que rouba eh da esquerda? Pq o presidente bandido das rachadinhas nem de direita eh, ele eh do centrão corrupto de sempre!
Grande parte de culpa da Globolixo, que espalhou gratuitamente pânico e terror nos seus telejornais e programas de fofocas, tipo Fátima Bernardes e altas horas.
Uma pesquisa realizada em capitais brasileiras mostrou que metade dos jovens de 18 a 24 anos consideram sua saúde mental como “ruim” (39%) ou “muito ruim” (11%). No mesmo grupo, somente 4% classifica sua saúde mental como muito boa. A análise lança luz sobre o atual período, altamente afetado pela pandemia da Covid-19.
O estudo — que avaliou respostas de homens e mulheres com 18 anos ou mais — mostra que os jovens se sentem mais afetados do que os outros grupos. Considerando o público geral, o número de pessoas que classificou a saúde mental como “muito ruim” foi de 5% e “ruim”, 25%.
Do total dos pesquisados, as queixas mais comuns foram: tristeza (42%), insônia (38%), irritação (38%), angústia ou medo (36%), além de crises de choro (21%).
Ao todo, 2 mil pessoas responderam ao questionário em São Paulo, capital, e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador. O levantamento é da consultoria Ipec e foi apresentado pela Pfizer nesta quarta-feira.
O estudo também analisou a busca dos participantes por ajuda especializada: 21% chegaram a procurar ajuda profissional, e 11% fazem acompanhamento de maneira contínua. Os diagnósticos mais detectados foram de ansiedade, com 16% dos respondentes, e depressão, detectado em 8%. Também foram relatadas síndrome do pânico (3%) e fobia social (2%).
Em entrevista coletiva realizada pela farmacêutica, o médico e pesquisador do departamento de Psiquiatria da Unifesp Michel Haddad explicou que o aparecimento desse tipo de transtorno está ligado a uma série de fatores combinados.
— A escalada de transtornos mentais já acontece há pelo menos duas décadas, a pandemia só escancarou o problema — disse o especialista.
Em busca de soluções
O levantamento mostra as soluções buscadas pelos respondentes para aplacar o impacto psicológico imposto pela pandemia. Do total, 19% praticam atividade física ao ar livre, e 18% em casa. Outros (17%) apostam na leitura de livros. Embora, seja importante reafirmar, assim como desordens de saúde física, o tratamento de doenças que afetem a saúde mental necessitam de acompanhamento médico e, por vezes, de tratamento farmacológico.
Ao todo, quatro em cada cinco participantes declararam que a pandemia impactou sua saúde mental de alguma forma. Em especial, a preocupação com acúmulo de dívidas foi a mais relatada, com 23% dos respondentes. Na sequência, aparecem o medo de testar positivo para a Covid-19 (18%) e a morte de alguém próximo (12%).
e é daí p/ pior. A ganancia de uns poucos está destruindo os sonhos da imensa maioria. Enquanto o filho de um grande acionista da petrobras tem um vidão, o filho de um servidor publico do medio a baixo escalao sofre p/ ser alguem na vida. Essa é a grande realidade. Depois a petrobras ainda inventa agora de fazer propaganda usando um tal nome VIBRA p/ enganar os brasileiros ja muito raivosos com essa petrocanalhice formada por acionistas gananciosos que estao fazendo tudo nesse pais ficar mais caro, basta o petroleo ficar mais caro p/ o frete de tudo, inclusive comida, ficar mais caro. A gente era p/ ter todo mundo uma repulsa enorme da petrobras/vibra porque de brasileira ela nao tem é nada, pois nao se importa com o bem estar da maioria do povo, estao nem aí!
o que esperar de uma geração educada pelo esquema PSOL-Paulo Freire? Um sistema que corroi as crenças profundas adquiridas de cedo no seio da família, o próprio cerne psicológica da pessoas se esboroa
Pesquisa obtida pelo Valor indica que a pandemia afetou a saúde mental de 73,8% de 573 profissionais entrevistados, 60,5% deles em cargos de média e alta direção.
Entre as mulheres (45% dos entrevistados), 80,92% relataram algum problema, praticamente o mesmo percentual dos profissionais com até 30 anos de idade.
Nessa segunda-feira, 07 de dezembro, a Diretoria da ABP vem a público manifestar-se com total surpresa pelas informações veiculadas em reunião realizada pelo CONASS. Durante a última reunião do Conselho, foram feitas afirmações sobre mudanças na área de saúde mental que seriam realizadas pelo Ministério da Saúde, dizendo que todas as Portarias relacionadas à Saúde Mental seriam extintas e que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) apoia o fechamento dos CAPS, das Residências Terapêuticas, causando dificuldades de assistência às pessoas com transtornos mentais, etc, relacionando a instituição a tais mudanças que seriam realizadas pelo Ministério da Saúde.
Apesar de divulgadas amplamente, as informações são inverídicas e, além disso, depreciam o nome da Associação. Ao contrário do que é repassado em mídias sociais e aplicativos de mensagens, a ABP possui em suas diretrizes, publicadas em parceria com outras instituições – ABIPD, SBNp, AMB, FENAM e CFM – uma proposta de modelo em assistência em saúde mental muito diferente de tais afirmações.
“É inadmissível que, em meio a uma pandemia, estejam preocupados em espalhar fake news sobre a saúde mental no Brasil. As diretrizes da ABP, publicadas em parceira com outras importantes instituições, versam sobre um modelo de atenção integral em saúde mental, contemplando as equipes multiprofissionais e todos os equipamentos que integram a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”, destaca o presidente da Associação, Dr. Antônio Geraldo da Silva.
A ABP defende a nova Política Nacional de Saúde Mental, votada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS, com representação dos governos federal, estaduais e municipais, publicada em dezembro de 2017 por meio da Resolução CIT Nº 32/201 e da Portaria MS Nº 3.588/2017. Vale ressaltar que tais mudanças, que completam três anos agora, precisam ser amplamente implementadas para que a desassistência aos pacientes com transtornos mentais, fruto de ideologias irresponsáveis, seja finalizada em nosso país.
Confira aqui a nota oficial da ABP sobre o assunto.
Reforma do Modelo de Assistência em Saúde Mental no Brasil
A reforma do modelo de assistência em saúde mental no Brasil é um processo de décadas e tornou-se lei em 2001 (Lei Nº 10.216/2001), priorizando o tratamento na comunidade e regularizando as internações voluntárias, involuntárias e compulsórias, respeitando os direitos humanos e a cidadania. A assistência à saúde é dinâmica, devendo sempre ser reavaliada e auditada, visando a identificação de problemas e realização de mudanças.
É necessário que tais modificações sejam sempre baseadas em dados e conhecimentos científicos. A assistência em saúde é uma política de Estado e não de governos, nunca devendo estar ligada a orientações ideológicas e adaptando-se às necessidades da população. A gestão pública precisa ser transparente para garantir que os recursos, preciosos, possam ser amplamente controlados. Muitas mudanças culturais e de novos conhecimentos foram adquiridos desde 2001. A tecnologia presente hoje era inimaginável e seu potencial não pode ser desconsiderado.
A reforma teve muitos problemas, somente detectados quando, há quatro anos, permitiram que fossem realizadas auditorias no sistema assistencial do SUS. Em diagnóstico realizado pelo Ministério da Saúde na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), em 2017, foi detectado mau uso de verba pública, como as liberadas para a criação de serviços que nunca existiram – mil e quinhentos serviços e mil Leitos em Hospitais Gerais. Não havia prestação de contas ao Governo Federal sobre atendimentos realizados, sendo pagas diárias em Hospitais Gerais como se estivessem com a ocupação máxima, quando era de menos de 15%, levando a prejuízos de mais de R$90 milhões/ano ao erário público.
Entre outros problemas detectados e graves, foram feitas denúncias de violação de direitos em Residências Terapêuticas, fraudes em fiscalizações de Hospitais Psiquiátricos, manutenção de pagamento de auxílios do Programa de Volta para Casa (PVC) a pessoas já falecidas, um quinto dos CAPS no Brasil não tinham equipe mínima. As questões expostas acima não têm relação com o modelo assistencial, mas sim com a gestão. Os serviços de saúde pública precisam ter uma gestão apropriada, que saiba o que está sendo feito, sua efetividade, seu custo, seu benefício às pessoas.
O modelo assistencial proposto priorizou corretamente o tratamento na comunidade, mas, por questões ideológicas, excluíram os Ambulatórios Especializados da RAPS, que deixaram de ser financiados pelo Governo Federal e, consequentemente, foram fechados. O resultado levou à desassistência de base comunitária em Saúde Mental no país, já que os Ambulatórios são extremamente resolutivos e capazes de realizar grande volume de atendimentos.
Assim, o tratamento dos pacientes ficou a cargo da Atenção Básica, pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Contudo, com todas as demais demandas assistenciais, o atendimento era feito por médicos que muitas vezes não tinham sequer especialização em Saúde da Família, não sendo capazes de lidar com casos mais complexos, que deveriam ser tratados no Ambulatório Especializado. É assim em qualquer especialidade da Medicina: casos complexos são tratados e compensados no Ambulatório Especializado e somente então encaminhados para a Atenção Básica.
A importância dos Ambulatórios Especializados
É fundamental ressaltar que os Ambulatórios Especializados realizam tratamentos em equipe multidisciplinar com profissionais especializados, que tenham formação em Saúde Mental: enfermagem, psiquiatria, terapia ocupacional, psicologia e serviço social, todos juntos trabalhando em prol dos pacientes e suas famílias. Os Ambulatórios para Infância e Adolescência contam ainda com a presença de psicopedagogia e fonoaudiologia.
Estes equipamentos já existem na rede privada e precisam também estar disponíveis no SUS, já que foram criados para fornecer o que há de melhor para toda a população. Não permitir o acesso ao que existe de mais atual e avançado em Saúde Mental é estigmatizar minorias, onde é maior a prevalência de doenças mentais. Ambulatórios Especializados têm uma dinâmica diferente dos CAPS, que atendem bem menos pacientes, já que se ocupam de casos mais graves, com muitos problemas psicossociais, necessitando de trabalho mais intenso de reabilitação e reinserção social.
A falta destes Ambulatórios e a grande redução de serviços de internação psiquiátrica lotam unidades de emergência e contribuem para um aumento de pessoas com transtornos mentais na população carcerária e entre os moradores de rua. Além disso, essa desassistência vinha contribuindo também para o aumento do número de suicídios no Brasil nos últimos quinze anos. O número crescente de pacientes com transtornos mentais afastados do trabalho por auxílio-doença também era fruto da desassistência ocorrida nas últimas décadas. Esses são os motivos que levaram nosso país a indicadores tão ruins na Saúde Mental da população.
Adaptação do modelo de assistência em Saúde Mental à realidade
A reforma do modelo de assistência em Saúde Mental deve continuar sim, mas ela deve ser adaptada à realidade. Os dados brasileiros da Saúde Mental nos últimos muitos anos só confirmam esta necessidade. As taxas de suicídio têm crescido no país nos últimos quinze anos, ao contrário a tendência mundial de diminuição destes números. O aumento da mortalidade dos padecentes de doença mental, em parte, pode ocorrer pela separação da RAPS do restante do sistema de saúde, não havendo uma visão integral da saúde da população.
“O Brasil é o país com maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo, somos um dos países com maior prevalência de depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Com a enorme repercussão da pandemia em nosso país – já está evidente entre os profissionais de saúde mental – estes números vão piorar e não temos estrutura para atender esta demanda. Precisamos muito avançar nas mudanças!”, afirma o Dr. Antônio Geraldo.
A Atenção Básica deve ter profissionais de Saúde Mental em suas equipes, não sendo também possível lidar com esta epidemia de transtornos mentais sem Ambulatórios Especializados. Além disso, precisamos da tecnologia, como big data, para um país com nossas dimensões, bem como de controle dos recursos empregados no cuidado de nossos pacientes.
Não é mais possível gestão perdulária com o dinheiro do contribuinte. Ademais, intervenções terapêuticas precisam ter critérios científicos. Os serviços devem ser resolutivos, apresentando respostas que devem ser sempre avaliadas se são satisfatórias. Devemos, sobretudo, combater fake news, pessoas com interesses próprios e não dos padecentes de transtornos mentais.
O presidente da ABP finaliza ressaltando que a instituição “apoia a ampliação de serviços e ambulatórios qualificados, que tenham eficácia, eficiência e efetividade. Todos os serviços são importantes em uma rede e eles devem ser qualificados”.
Os psiquiatras alertam para um “tsunami” de problemas de saúde mental devido à pandemia de coronavírus.
Os médicos estão particularmente preocupados com o fato de crianças e idosos não receberem o apoio de que precisam devido ao fechamento de escolas, ao isolamento social e ao medo de hospitais. Fatores como a solidão, o medo da covid-19 e incertezas quanto ao futuro agravam doenças mentais pré-existentes e criam novos problemas para pessoas até então saudáveis.
Em uma pesquisa feita no Reino Unido, os psiquiatras relataram aumento no número de atendimentos de emergência relacionados à doenças mentais e uma queda nas consultas de rotina.
Eles afirmam que muitas pessoas deixaram de procurar ajuda mesmo com os serviços de saúde mental ainda abertos, e por isso acabaram chegando ao ponto em que atendimentos de emergência foram mais necessários.
‘Os pacientes evaporaram’
“Já estamos vendo o impacto devastador da covid-19 na saúde mental, com mais pessoas em crise”, diz a professora Wendy Burn, presidente do Royal College of Psychiatrists (Colégio Real de Psiquiatras), no Reino Unido.
“E estamos muito preocupados com as pessoas que precisam de ajuda agora, mas não estão conseguindo. Nosso medo é que o ‘lockdown’ (fechamento total de comércio e serviço) esteja fazendo com que as pessoas guardem problemas que poderiam levar a um ‘tsunami’ de doenças mentais depois”.
A pesquisa da instituição, feita com 1.300 médicos de saúde mental de todo o Reino Unido, constatou que 43% haviam visto um aumento em casos urgentes, enquanto 45% relataram uma redução nas consultas de rotina.
“Na psiquiatria da velhice nossos pacientes parecem ter evaporado, acho que as pessoas têm medo demais de procurar ajuda”, disse um psiquiatra.
Outro escreveu: “Muitos de nossos pacientes desenvolveram distúrbios mentais como resultado direto da interrupção da rotina gerada pelo coronavírus, do isolamento social, do aumento do estresse e da falta de remédios”.
Idosos e jovens estão entre os grupos que geram maior preocupação.
“Estamos preocupados que crianças e jovens com doença mental que possam estar com dificuldades não estejam recebendo o apoio de que precisam”, diz Bernadka Dubicka, que preside a faculdade de psiquiatria infantil e adolescente do Royal College of Psychiatrists. “Precisamos passar a mensagem e deixar claro que os serviços ainda estão abertos.”
Tanto do Reino Unido quanto no Brasil, o atendimento psicológico continua funcionando e pode inclusive ser feito à distância, através de plataformas de videochamada. No entato, o uso da tecnologia para chamar um médico durante o bloqueio é difícil para algumas pessoas mais velhas, explica Amanda Thompsell, especialista em psiquiatria para idosos.
Idosos também costumam ser “relutantes” em procurar ajuda, e sua necessidade de apoio à saúde mental provavelmente é maior do que nunca, diz ela.
‘Prioridade clara’
A instituição de saúde mental Rethink Mental Illness disse que as preocupações levantadas pelos especialistas são apoiadas por evidências de que as pessoas estão convivendo com mais doenças mentais.
Em uma outra pesquisa feita no país, a maioria das pessoas disse que sua saúde mental piorou desde o início da pandemia, devido à interrupção de rotinas e estretégias que elas utilizavam para controlar problemas de saúde mental como depressão, ansiedade, pânico, entre outros.
“O NHS (sistema de saúde público do Reino Unido) está fazendo um trabalho incrível nas circunstâncias mais difíceis, mas a saúde mental deve ser uma prioridade clara”, diz Danielle Hamm, da instituição de caridade. “É preciso investimentos para garantir que os serviços possam lidar com esse aumento antecipado da demanda.”
Segundo ela, sem o atendimento adequado no momento, pode levar anos para que algumas pessoas se recuperem dos problemas mentais gerados pela pandemia.
O coronavírus é uma pandemia que afeta a sociedade mundial e para controlar e prevenir a doença, as medidas devem ser seguidas à risca, como lavar bem as mãos, fazer uso recorrente do álcool em gel para desinfecção das mãos e superfícies, evitar contato físico e permanecer dentro de casa.
Essas mudanças na rotina podem afetar, sobretudo, a saúde mental, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, o excesso de informações aumenta preocupações. Filtre a quantidade e qualidade das informações que recebe e se possível, partilhe histórias positivas.
A alimentação é o principal fator de uma mente e corpo saudáveis junto com a prática de exercícios físicos. Alongamento e meditação são atividades que beneficiam o equilíbrio e podem ser realizadas em casa.
Aproveite para realizar atividades que estavam paradas ou em projetos, como ler novos livros, iniciar cursos online, atualizar séries, organizar armários.
Crie uma rotina para suas tarefas, com sequência de horários e planejamento do dia-a-dia.
Se você perceber que está extremamente sobrecarregado, ansioso, depressivo ou pensando em se machucar ou em suicídio, procure seu médico, psicólogo ou familiar e não esqueça do CVV (188).
Avenida Senador Salgado Filho, ao lado do Midway Mall, será ponto de concentração às 15h com atividades de orientação e reflexão. Foto: Carla Cleto
Para dar visibilidade à cultura de saúde mental, prevenção e do combate ao adoecimento emocional da população, Natal recebe neste mês uma programação especial dedicada ao Janeiro Branco.
Com o tema “Quem cuida da mente, cuida da vida”, a campanha de valorização das emoções começa sábado (11) com atividades ao ar livre de orientação e reflexão. A iniciativa acontece às 15h, na Avenida Senador Salgado Filho, ao lado do Midway Mall.
A iniciativa também está programada para o dia 25 de janeiro, no Parque das Dunas, às 9h. Além de atividades como dança e sarau poético, o público poderá participar de roda de conversa.
A mobilização do Janeiro Branco é nacional e realizada anualmente desde 2013, quando foi idealizada em Uberlândia (MG) pelo psicólogo e escritor, Leonardo Abrahão. Em Natal, a programação é organizada por um grupo de psicólogos voluntários. “Nossa intenção é contribuir para que Natal seja um lugar melhor e que sua população tenha e busque saúde e bem-estar emocionais”, afirma Camila Rabuske, uma das voluntárias do Janeiro Branco em Natal.
Ainda dentro das ações da campanha, Camila também programa para o próximo dia 18 uma mobilização junto com a comunidade da Praia de Pitangui, em Extremoz, região Metropolitana. A ação é chancelada com o tema “Como lidar com a saudade” e será aberta ao público na Praça da Figueira, às 16h. A programação contará com palestra, música e sarau de poesia. “Vamos aprender a ressignificar a saudade e como transformar a dor em amor”, complementa.
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A luta pela sobrevivência e as adversidades a serem vencidas diariamente, estão tornando o ser humanos um candidato à depressão. Preocupada com essa constatação e desenvolvendo um trabalho visando o bem-estar dos integrantes da comunidade, a Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, em Mirassol, está promovendo palestras visando expor e discutir os “Desafios Contemporâneos da Saúde Mental”.
Conforme o pároco e idealizador do evento, padre Matias Soares, a ideia partiu da oportunidade de se aproveitar o potencial de profissionais de saúde existente na área paroquial e pela necessidade de se enfrentar esse crescente problema e os desafios que afetam a saúde mental de um elevado número de pessoas. O ciclo de palestras será aberto ao público e realizado neste sábado, 23, a partir das 8 horas, no Centro Pastoral da paróquia, atrás da Igreja de Santo Afonso.
Para a inscrição, na Secretaria da Paróquia, será necessário o pagamento de uma pequena taxa de R$ 20,00, para a confecção de material e lanche. Informações complementares pelo fone: 3615.2855.
Serão ministradas cinco palestras:
–Desafios Contemporâneos da Saúde Mental, com o Dr. Júlio César, Doutor em Saúde Mental pela USP, Mestre em Ensino da Saúde e Professor de Cardiologia.
–A Relação da Espiritualidade com a Saúde, pelo Dr. Emerson Arcoverde, Psiquiatra e Doutor em Saúde Mental.
—A Saúde Mental e Atividade Física, a cargo do Dr Paulo Ricardo, Pós Graduado em Treinamento de Força e Mestrando em Educação Física.
—Atendimento humanizado e sua Importância para a saúde mental do paciente e seu núcleo familiar, a cargo do médico Herbert Kleber Rodrigues de Oliveira, Ginecologista e Obstetra, Médico do Trabalho, coordenador e gestor médico do setor de saúde de industria têxtil.
—Impacto do uso das redes sociais na saúde mental, com a Dra. Clenice Demeda, Psicóloga, Mestre em Ciências da Educação e diretora do Vitta Instituto Interdisciplinar.
Estou querendo participar do Seminario: Desafios Contemporâneos da Saúde Mental”. Nâo consegui fazer a inscrição,pelo telefone 3615.2855.
Espero sua compreensão Sr.Coordenador
Sabe aquele baixo astral que dá quando você fica muito tempo nas redes sociais? Não é só com você. Além do tempo perdido, as horas conectado também afetam nossa saúde mental. A coisa funciona como uma droga, afinal: quanto mais tempo você passa diante do celular ou do computador, mais tempo você quer ficar.
A metáfora não é em vão. Redes sociais são mais viciantes que álcool e cigarro – é o que diz a pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem. E, dentre elas, o Instagram foi avaliado como a mais prejudicial à mente dos jovens.
Os resultados mostram que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais – mais do que qualquer outro grupo etário, o que os torna ainda mais vulneráveis a seus efeitos colaterais. Ao mesmo tempo, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Os jovens avaliados estão ansiosos, deprimidos, com a autoestima baixa, sem sono, e a razão disso tudo pode estar na palma das mãos deles: nas redes sociais, justamente.
Ao longo da pesquisa, 1.479 indivíduos entre 14 e 24 anos tiveram que ranquear o quanto as principais redes (Youtube, Instagram, Twitter e Snapchat) influenciavam seu sentimento de comunidade, bem-estar, ansiedade e solidão.
O estudo mostrou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente o sono, a autoimagem e a aumenta o medo dos jovens de ficar por fora dos acontecimentos e tendências (FOMO, fear of missing out). Segundo a pesquisa, o site menos nocivo é o YouTube, seguido do Twitter. Facebook e Snapchat ficaram em terceira e quarta posição, respectivamente.
Apesar do Youtube ser um dos sites que mais deixam os jovens acordados até altas horas, o site foi avaliado como o que menos prejudicou o bem-estar dos participantes. Instagram, em contrapartida, recebeu mais da metade das avaliações negativas. Sete em cada 10 voluntários disseram que o app fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem. Entre as meninas, o efeito Instagram foi ainda mais devastador: nove em cada 10 se sentem infelizes com seus corpos e pensam em mudar a própria aparência, cogitando, inclusive, procedimentos cirúrgicos.
O Snapchat também não foi tão animador. O app de mensagens multimídia instantânea teve os piores resultados: é o que contribui para privação de sono e o sentimento de ficar por fora (FOMO). Muitos jovens destacaram o fato de sofrerem bullying nas redes sociais, sendo o Facebook o pior neste quesito – dois terços dos entrevistados acreditam que a rede de Zuckerberg deixa o cyber-bullying ainda mais cruel.
A “vida perfeita” compartilhada nas redes sociais faz com que os jovens desenvolvam expectativas irreais sobre suas próprias vivências. Não à toa, esse perfeccionismo atrelado à baixa autoestima pode desencadear sérios problemas de ansiedade. Os pesquisadores advertem: os usuários que passam mais que duas horas diárias conectados em mídias sociais são mais propensos a desenvolverem distúrbios de saúde mental, como estresse psicossocial.
As autoridades de saúde que realizaram o estudo pedem que as plataformas mandem mensagens e alertas para prevenir o uso descontrolado das redes e criem ícones especiais para indicar quando as fotos forem editadas, prevenindo assim que as pessoas se sintam mal em relação a sua aparência.
Os cientistas também sugerem que as redes auxiliem a identificar sinais de que os usuários estão passando por problemas de saúde mental através do conteúdo publicado e que ofereçam algum tipo de suporte emocional a essas pessoas.
“As plataformas que supostamente ajudam os jovens a se conectarem podem estar alimentando uma crise de saúde mental “, afirmou a Royal Society for Public Heath, na divulgação dos resultados da pesquisa.
Após a publicação desta matéria, o Instagram se posicionou dizendo que sua prioridade é fazer da rede um lugar seguro e de apoio, onde todos se sintam confortáveis para se expressarem: “Queremos que as pessoas que precisam lidar com problemas de saúde mental possam encontrar no Instagram o apoio necessário a qualquer momento. Por isso, trabalhamos em parceria com especialistas para disponibilizar as ferramentas e informações necessárias para que as pessoas saibam como denunciar conteúdo, obter apoio para um amigo que está precisando ou entrar em contato diretamente com um especialista para pedir conselhos sobre uma questão com a qual eles estejam lidando”, afirma Michelle Napchan, Líder de Políticas Públicas do Instagram na Europa, onde o estudo foi realizado.
Tainá Ramos, de 23 anos, é roteirista de cinema e não tem Instagram. Em junho de 2018, ela excluiu sua conta pela segunda vez. A primeira foi em 2015. O motivo não foi a falta de internet ou celular. O que a levou a tomar tal decisão foram problemas de autoestima.
— O Instagram foi bom até certo ponto, porque eu peguei uma época de empoderamento feminino, de mulheres gordas se aceitando e de mulheres negras aceitando seu cabelo. Eram muitas inspirações. Mas eu percebi que até para as mulheres negras tinha um padrão. Se você não tivesse o cabelo mais cacheado, não fizesse uma maquiagem muito forte ou não usasse uma roupa e um calçado da moda, você não recebia a mesma quantidade de likes da amiga. E se eu não tivesse a quantidade de likes que eu considerava suficiente em uma foto, começava a me achar feia. Isso não me fazia bem e decidi excluir — contou a jovem.
Devido a uma crise de autoestima, Tainá Ramos decidiu desativar a conta no Instagram Foto: Divulgação
Se você também já se sentiu mal com o próprio estilo de vida ao se comparar com amigos no Instagram, saiba que não é sem razão. Uma pesquisa da Royal Society for Public Health, instituição de saúde pública do Reino Unido, já mostrou que a rede social é a mais nociva à saúde mental dos jovens. A deterioração da autoimagem, quando a pessoa passa a ser muito crítica com a própria aparência ao se comparar com os outros, é uma das consequências do uso descontrolado do aplicativo. Para especialistas, a clareza de que a alta exposição não é saudável é o primeiro passo para amenizar ou se blindar contra o problema.
— Você deve perceber em que medida está passando da linha vermelha. Não há nada que ajude mais do que a consciência. Com ela, vem a reflexão e as medidas necessárias. Eu tive uma paciente que disse que proibiu a si mesma de usar a rede social a partir das 18h. A disciplina vem com a percepção de que aquele prazer momentâneo nem sempre é útil ou positivo. Então, tratando como um vício que tira a liberdade e interfere na sua vida prática, você pode criar regras para se proteger — afirmou Eliane Cotrim Levcovitz, membro da Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ).
Para a especialista, a distorção na autoestima acontece quando a pessoa passa a depender de curtidas e seguidores para existir. Ela destaca que nada substitui relações de carne e osso. Por isso, indica investir mais em interações pessoais. A psicanalista sustenta que o desequilíbrio acontece também quando o Instagram começa a representar mais do que um instrumento de comunicação e passa a ser um padronizador de comportamento. Ela orienta que cada um valorize mais sua singularidade.
— Você vê aquelas fotos de famílias juntas passeando e uma felicidade generalizada, e esquece que a vida não é assim. Como a pessoa passa a atrelar sua autoestima a esses padrões que são mostrados, suas fragilidades ficam realçadas. Mas não devemos nos sentir na obrigação de ser como ninguém. Não podemos perder a oportunidade de ser do nosso jeito, autêntico. Diversidade é uma coisa terapêutica e enriquecedora — comentou Eliane Cotrim.
A desilusão com as redes sociais pode levar ao isolamento, à solidão, à ansiedade e, em casos mais extremos, à depressão. A psicanalista Mônica Donetto Guedes, porém, explica que, muitas vezes, o adoecimento é anterior à tecnologia. Para ela, em algumas situações, as redes sociais passam a ser encaradas como um recurso para apaziguar uma dor, ou um modo de não se sentir só, o que leva a uma distração excessiva.
— Nesses casos, eu acredito no poder da comunicação. Uma das soluções é alguém próximo chamar a atenção e orientar. Falar ‘poxa, olha o que está acontecendo, não estamos conseguindo conversar, você já parou pra pensar o quanto isso está sendo prejudicial pra você, já olhou o tempo que perde olhando o celular tentando entender algumas coisas sobre o outro?’. O papel das pessoas conscientes é fazer o outro olhar para o problema também — afirma Mônica.
A psicanalista diz que tem recebido cada vez mais pacientes por queixa de compulsão digital, situação que tem causado desde problemas de relacionamentos a problemas de aprendizagem em crianças que não querem desgrudar dos aparelhos. Ela conta que as famílias não têm conseguido administrar a questão, e recomenda que o controle comece desde cedo:
— A fase ideal pra ter telefone é quando a pessoa começa a se locomover sozinha e vai de um lugar a outro sem a presença de um adulto. Enquanto essa criança não fica desacompanhada, ela não precisa de telefone. A família precisa ver o que está sendo visto pela criança, saber o que ela segue, quais são os lugares de interesse que ela busca, pra saber onde ela anda se construindo como pessoa.
Sobre a medida radical de excluir a conta do Instagram para tentar se desintoxicar, Eliane Cotrim acredita que pode ser uma boa medida temporária.
— Se há um descontrole, bloquear você mesmo pode ser uma opção. Abrir mão por um tempo, para refletir, até se sentir mais forte para fazer um uso diferente — orienta a psicanalista.
Para Mônica Donetto Guedes, não se pode crucificar o Instagram, que é um recurso importante para comunicação e criação de uma rede. Ela diz que o caminho é o autoconhecimento.
— Talvez, excluir sirva como um remédio amargo que vai fazer bem em determinado momento. Mas, se a pessoa não for buscar entender o que está por trás da compulsão, vai adoecer de outra forma, vai buscar outro recurso para estancar um grande problema — esclarece a especialista.
Dívidas causam vergonha em 30% dos inadimplentes. Além disso, aumentam a ansiedade e podem potencializar vícios em álcool, cigarro, comida e compras.
Isso é que mostrou uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Cerca de 58% das pessoas afirmaram se sentir mais ansiosas depois que ficaram devendo, 52% mais estressadas, 47% angustiadas, 46% com sentimento de culpa e 41% desanimadas.
O levantamento ainda revelou que 22% descontaram a ansiedade provocada pelo problema em vícios com álcool, cigarro, comida e até em compras, agravando ainda mais a situação financeira. Cerca de 15% declararam que passaram a gastar mais que de costume e 22% não abriram mão das compras que fazem habitualmente.
A pesquisa foi realizada com 609 pessoas com contas em atraso há mais de 90 dias. Segundo o SPC Brasil, a amostra é representativa. Foram entrevistados homens e mulheres acima de 18 anos, de todas as classes sociais nas 27 capitais do país.
A ansiedade como o estado psíquico mais frequente entre os inadimplentes não é um dado surpreendente, segundo a psiquiatra Carolina Hanna, do hospital Sírio-Libanês. “A ansiedade aparece em primeiro lugar porque é a manifestação mais comum, principalmente no Brasil. O país ocupa a primeira posição em transtornos de ansiedade do mundo”, explica.
Para ela, um dos aspectos que mais chama a atenção no estudo está relacionado às pessoas que relataram sentir vergonha da família e dos amigos por estarem endividadas. “Há duas sensações que são potencialmente arriscadas: a desesperança e a desmoralização. A desmoralização de não estar moralmente cumprindo com suas obrigações e a desesperança de não ver luz no fim do túnel. Elas são associadas a um aumento de risco de suicídio e são um sinal de alerta”, afirma.
Como o problema financeiro irá repercutir na saúde mental, vai depender da combinação entre propensão genética e comportamental. “Hoje o conceito de psiquiatria está muito baseado na combinação de genética e ambiente. Se a pessoa já tem genética mais propensa a transtornos, um estilo de ser mais preocupado, e tem que lidar com uma questão como uma dívida, isso pode culminar em um transtorno de ansiedade”, afirma.
“Um temperamento mais otimista às vezes lida melhor com uma dívida do que uma pessoa que tem mais dificuldade de desenvolver uma estratégia”, completa.
Partindo do princípio de que uma dívida pode ser um gatilho para problemas como transtornos de ansiedade, a psiquiatra orienta que a prevenção para passar por experiências desse tipo é fortalecer a saúde mental de uma maneira geral.
“A questão é como tornar sua musculatura emocional mais forte para resistir às frustações da vida, nas quais a dívida está incluída”, explica.
Musculatura emocional previne transtornos
Para desenvolver essa musculatura emocional, ela recomenda a evitar o consumo excessivo de álcool, fator de risco à saúde mental, observar seu padrão de sono, pois alterações como dificuldade para dormir e para acordar ou acordar antes da hora podem ser indícios de depressão ou ansiedade, praticar atividade física, manter uma alimentação o mais natural possível, e ficar atento a seu estado emocional. Caso note alterações, como mudança de humor constante e inquietude, deve procurar um psicólogo ou psiquiatra para não deixar que a situação evolua.
“A qualidade das relações afetivas, o quanto a pessoa se sente bem em seus vínculos, isso também está associado a problemas como a depressão”.
No estudo, cerca de 40% declararam ficar facilmente irritados depois de terem se tornado inadimplentes, 40% mal-humorados, 33%, disseram sofrer de insônia, 33% comerem mais, 165 perderem o apetite e 24% apresentarem vontade de dormir fora do normal.
“Para aqueles inadimplentes que têm privação social, muito provavelmente vão surgir transtornos de ansiedade ou transtornos por uso de substâncias. Entre os critérios que definem a privação social estão o tempo que leva para o deslocamento de casa ao trabalho, o tempo que tem para ficar com os filhos, o acesso à saúde e ao saneamento, se é área de violência urbana, além de ausência de lazer. Em São Paulo, as áreas que apresentam maior incidência de privação social são na periferia”, afirma.
Ross (David Schwimmer) e Rachel (Jennifer Aniston) em “Friends”. Imagem: Divulgação
Pode parecer muito bonitinho na ficção – como Ross e Rachel de “Friends”, mas dar mais uma chance ao amor (ou várias) pode ser uma bomba para sua cabeça. Segundo estudo da Universidade de Missouri (EUA), terminar e voltar várias vezes com a mesma pessoa prejudica, e muito, a saúde mental.
Entre os mais de 500 pesquisados, 60% já esteve neste tipo de relacionamento e mais de um terço dos casais que moram juntos já se separaram e voltaram em algum momento.
Comparados a outros namoros sem esse padrão, os casai “ioiô” apresentam maiores taxas de abuso, comunicação pior e menores níveis de compromisso. Além disso, o vai e volta de um Relacionamento está associado a sintomas mais frequentes e depressão e ansiedade.
Kale Monk, o especialista que conduziu o estudo, dá algumas dicas para deixar esse padrão de lado, ou menos nocivo: saber se o término é sempre motivado pelo mesmo motivo e se faz sentido insistir, conversar sobre as razões do término – a não ser quando envolve violência, pensar sobre quais motivos levam o casal a voltar e se eles satisfazem o casal, ter em mente que não é problema dar fim a um relacionamento tóxico, procurar aconselhamento ou terapia de casal.
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