Jornalismo

Sindicatos de servidores da saúde solicitam interdição total do Walfredo Gurgel

Diante da crise da saúde no Rio Grande do Norte – falta de leitos na UTI, falta de medicamentos nas farmácias dos hospitais e tratamento desumanizado aos pacientes – os médicos do RN encontram-se há quase 40 dias em greve. Da mesma forma, os odontologistas e, há 60 dias, os trabalhadores da saúde também estão com suas atividades paralisadas.

A decisão tomada pelo Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), diante do fato exposto, foi se reunir com os Conselhos e outros sindicatos da área da saúde para tomarem decisões conjuntas sobre medidas judiciais ou interdições das áreas criticas que colocam em risco a vida dos profissionais.

Ontem (30), durante reunião, os sindicatos dos Médicos, dos Trabalhadores em saúde (Sindsaúde) e dos Sindicato dos Odontólogos (Soern) definiram por solicitar aos conselhos regionais a interdição total do hospital Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar do estado.

O presidente do Sinmed falou ainda que o sindicato mostrará a justiça que os serviços de emergência e urgência estão mantidos e que a greve é “um grito de socorro dos profissionais da saúde contra a precária situação de trabalho e um brado da população que se vê desassistida pelo governo. Governo este que não cumpre seus deveres com a saúde pública do estado”.

Neste momento, a situação com o governo é de impasse. As informações são de que o governo deverá entrar com ação judicial solicitando a ilegalidade da greve.

De acordo com Dr Geraldo Ferreira, a medida do governo apenas fechará os canais de diálogo, mas não impede que os sindicatos continuem as denúncias contra a omissão de socorro do governo e não impede também que se continue fazendo novos Boletins de Ocorrência sobre os graves problemas por que passa a saúde do RN.

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Diversos

Depois de 25 anos, dia mundial sem tabaco causa impacto em fumantes

O dia 31 de maio marca o 25º aniversário do dia mundial sem tabaco, mas a data de fato inspira alguém a parar de fumar? A resposta é sim, de acordo com um novo estudo do Programa de Informática do Children’s Hospital Boston e da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg.

Para o estudo, os pesquisadores monitoraram as notícias e as buscas na internet durante seis anos nos países da América Latina. A cobertura sobre a data e os picos de busca na internet pelo dia mundial sem tabaco aumentaram 83% e 84%, respectivamente, comparados a um dia típico.

— Depois de 25 anos não sabíamos se a data tinha impacto significativo na saúde pública — disse o coordenador do estudo, John Ayers. — Francamente, dada a proliferação de dias de conscientização, fomos surpreendidos ao encontrar grandes picos que apontam para interesse na cessação.

O analista sênior e doutourando Benjamin Althouse disse que “geralmente se pensa na véspera de Ano Novo como pico quando a mídia faz campanhas para que se pare de fumar e a pessoa quer parar. O dia mundial sem tabaco, entretanto, aparece como uma segunda chance da resolução de Ano Novo para parar de fumar”.

— As pessoas que moram em países em desenvolvimento respondem pela maioria de mortes da epidemia global de tabaco. Nosso estudo fornece evidências de que a data encoraja a consciência e o interesse nesta atitude nestes países — acredita Joanna Cohen, do Instituto para o Controle Global de Tabaco. — A maioria dos fumantes querem fumar e a data funciona como lembrete e inspiração eficazes.

Fonte: O Globo

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Saúde

Enquanto saúde pública pede Socorro, Estado destina R$ 2,5 milhões a mais para a propaganda

Dizem que propaganda é alma do negócio. E isso não é diferente na administração pública. O Governo do Estado simplesmente destinou mais R$ 2.597.074,72 (dois milhões, quinhentos e noventa e sete mil, setenta e quatro reais e setenta e dois centavos) para a divulgação de programas governamentais.

A informação sobre está publicada no Diário Oficial do Estado de hoje:

Enquanto isso, a saúde pública pede socorro. No último final de semana, uma menina de um ano de idade morreu por falta de vaga em UTI pediátrica. Até o telefone do Hospital Walfredo Gurgel foi cortado por falta de pagamento, além de equipamentos quebrados e lixo por todo lado.

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Jornalismo

Exigência de cheque-caução para atendimento de urgência passa a ser crime

Exigir cheque-caução ou outra garantia para prestar atendimento médico de urgência agora é crime. A Lei 12.653/2012, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (29), acrescenta a conduta de “condicionamento de atendimento médico-hospitalar de urgência” ao Código Penal (Art. 135-A), com pena de detenção de três meses a um ano. A pena pode ser dobrada, se a falta de atendimento resultar em lesão corporal grave, e triplicada, se levar à morte do paciente.

A exigência de cheque-caução já é considerada irregular pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e por órgãos de defesa do consumidor. A mudança no Código Penal, no entanto, passa a considerar a prática criminosa.

A nova lei, que ainda deve receber regulamentação do governo, também proíbe a exigência de preenchimento de formulários antes da prestação do atendimento médico de urgência.

O projeto que deu origem à lei (PLC 34/2012), de autoria do Poder Executivo, foi aprovado no Senado no início deste mês. Segundo o relator da proposta na Casa, senador Humberto Costa (PT-PE), o objetivo é “priorizar a vida em vez de subordinar tudo ao lucro e ao ganho”.

Um dos casos que motivaram a iniciativa do governo federal foi a morte em janeiro de Duvanier Paiva, então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, depois de dois hospitais particulares de Brasília terem recusado atendimento a ele. Com sintomas de infarto, o servidor, de 56 anos, não teria sido atendido por não levar consigo um talão de cheques para oferecer a caução. Quando finalmente recebeu socorro, no terceiro hospital, seu quadro já era irreversível.

A nova lei obriga, ainda, os estabelecimentos de saúde com serviço de emergência a exibir, em lugar visível, a seguinte informação: “Constitui crime a exigência de cheque-caução, de nota promissória ou de qualquer garantia, bem como do preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial”.

Fonte: Agência Senado

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Jornalismo

Nova técnica usa o hálito para diagnosticar doenças cardíacas

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores do Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas, faz o diagnóstico de insuficiência cardíaca de forma rápida, precisa e mais barata, por meio, apenas, do sopro. O exame é feito com um pequeno aparelho que mede o nível de acetona (substância de cheiro forte, produzida durante os processo de metabolismo do corpo) presente no ar expelido pelo paciente. Quanto maior o nível, mais elevado é o estágio da doença.

A nova técnica pretende facilitar o diagnóstico principalmente em postos de atendimento que não são especializados em doenças do coração. Atualmente, a constatação da insuficiência é feita por um exame de sangue, que verifica a presença de uma substância chamada bnt. “O novo exame é tão preciso quanto o atual, pois observamos que o nível da acetona no ar exalado cresce de maneira proporcional ao nível do biomarcador bnt no sangue”, ressaltou o médico do InCor Marcondes Bacal.

Além disso, o novo exame custará cerca de 30% do valor cobrado na análise do sangue. “O exame de sangue custa mais de R$ 100. A troca vai reduzir custo para o pacientes e até para o SUS [Sistema Único de Saúde]”, destaca o médico.

Segundo Fernando Bacal, a insuficiência cardíaca é a etapa final de uma série de doenças que atingem o coração, como miocardites, doença de chagas, infartos. O órgão fica debilitado e passa a bombear o sangue com menos força. Isso causa retenção de líquidos, inchaços, acumulo de água no pulmão e principalmente falta de ar e cansaço excessivo aos esforços. “Cerca de 10% dos pacientes que atingem esse nível da doença necessitam de transplante e aproximadamente 50% correm o risco de morrer.”

O médico disse que o estudo dessa nova técnica surgiu quando se observou que os pacientes em fase avançada da doença exalavam um forte cheiro pela boca ao falar. “O hálito deles tem um odor peculiar, que chamou a atenção. A pesquisa investigou qual era esse elemento [que causava o cheiro] e identificou a acetona como um novo biomarcador da doença, capaz de confirmar a insuficiência cardíaca”, explicou o médico.

“A acetona não é produzida no dia a dia. Quando acontece é porque há alguma agressão. O corpo a produz para se sustentar e fazer energia de alguma maneira”, explica a também cardiologista do InCor, Fabiana Marcondes Braga, autora de uma tese de doutorado sobre acetona.

O médico, porém, destaca que a análise do sangue exige uma estrutura para ser feita. “No novo aparelho, atualmente pegamos o ar exalado, condensamos com um processo de resfriamento, levamos o líquido para o laboratório e o resultado sai em horas. Mas, com algumas evoluções, vamos conseguir com que o resultado saia imediatamente, no próprio aparelho. Isso vai possibilitar um encaminhamento mais imediato para o tratamento especializado.”

O estudo tem a parceria do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo Marcondes Bacal, o próximo passo é levar a pesquisa para outras universidades. “Vamos tentar aprimorar o aparelho de coleta do ar exalado e depois conseguir uma parceria com indústrias para o desenvolvimento tecnológico. Se tudo der certo, dentro de um ou dois anos a técnica já estará disponível.”

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Polêmica

Governo do RN contrata, com dispensa de licitação, laboratório por mais de R$ 2 milhões

Um contrato milionário foi firmado pelo Governo Rosalba Ciarlini com dispensa de licitação. A Secretaria Estadual de Saúde contratou por R$ 2.778.662,92 o laboratório BIOMETRIX DIAGNÓSTICA LTDA, localizado em Curitiba.

Através do processo número 27513/2012-5, a empresa paranaense foi contratada com dispensa de licitação. A Biometrix deverá fornecer “material de consumo para o laboratório de HLA”. O exame de HLA é necessário para realização do Transplante de Medula Óssea.

Fonte: Panorama Político

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Saúde

Bom Dia Brasil: Greve dos funcionários da saúde completa quase dois meses no RN

No Rio Grande do Norte, a greve dos funcionários da saúde já dura quase dois meses. O atendimento está caótico. São 52 dias de greve dos auxiliares, funcionários da saúde. E desde o fim do abril, os médicos aderiram à greve. São 1,9 mil médicos que estão sem atender no estado.

No Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, o principal do Rio Grande do Norte, há muitas pessoas esperando atendimento. Pacientes esperam há 20 dias para uma cirurgia ortopédica.

Desde o dia 2 de maio, não há secretário de Saúde no estado, o que prejudica bastante o problema. O governo não vai se pronunciar sobre o assunto.

São 1,9 mil médicos que estão sem atender no estado.

Assista reportagem clicando aqui.

Opinião dos leitores

  1. Greve de médicos há dois meses no Rio grande do norte entre outros:
    Isso e uma muita pouca vergonha desses políticos safados que só pesa em corrupção já já estarão em nossas portas pedindo votos

  2. Greve de médicos há dois meses no Rio grande do norte entre outros:
    Isso e uma muita pouca vergonha desses políticos safados que só pesa em corrupção já já estarão em nossas portas pedindo votos

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Saúde

Bebês e crianças em estado grave sem UTI denunciados por médicos vira destaque no Portal UOL

Local em que os bebês do hospital Januário Cicco, em Natal (RN), estão internados. A imagem foi publicada no Twitter de uma médicaSeis bebês e duas crianças estão à espera de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em hospitais de Natal. O problema foi exposto por médicos plantonistas neste domingo (20) na internet.

Na maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), cinco bebês em estado grave estariam recebendo cuidados em uma sala improvisada do centro cirúrgico. Um dos bebês pesa apenas 800 gramas e nasceu de parto prematuro na madrugada deste domingo (20).

Segundo os médicos da Maternidade de Natal, como também é conhecida a MEJC, a unidade está superlotada e há carência de pessoal.

“Deixar bebê prematuro de 800 gramas sem assistência intensiva adequada por falta de leitos de UTI neonatal é criminoso”, criticou, via Twitter, o médico anestesista José Madson Vidal, que esteve de plantão, neste domingo, na unidade. “Até quando a sociedade vai ficar anestesiada, permitindo que, diariamente, bebês agonizem pela desassistência neonatal?”, questionou.

Também no microblog, a pediatra Uelma Medeiros publicou uma foto do local em que os cinco bebês estão internados e lamentou a situação a que pacientes e médicos vêm se submetendo nos últimos meses devido a problemas enfrentados pela saúde pública no Rio Grande do Norte. “Estamos (MEJC) trabalhando há muito acima da nossa capacidade! Ninguém vai se recusar a dar assistência, mas não tem como dar a tanta gente!”, postou a médica.

No site da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), a maternidade Januário Cicco é citada como referência para residência médica e pós-graduação. O texto sobre a maternidade a descreve como “hospital de referência terciária do SUS [Sistema Único de saúde] e funciona como um campo de ensino e aplicação prática para as profissões da área da saúde, cumprindo um meritório trabalho de ensino, pesquisa e atenção à população pobre.”

Os médicos também denunciaram que há fila de espera por vaga de UTI em outra unidade, o Hospital Maria Alice Fernandes (HMAF), também em Natal.

Segundo a pediatra Kalline Jerônimo, que estava de plantão no HMAF na madrugada deste domingo, o pronto socorro está com duas crianças e um bebê necessitando de UTI e recebendo cuidados médicos em local inadequado.

A pediatra postou no Twitter a situação precária no atendimento por falta de estrutura. “Saindo do HMAF hoje… Resumo do plantão: 1 RN [recém-nascido] necessitando de UTI neonatal e 2 crianças em estado de mal asmático necessitando de UTI pediátrica.”

Caso vai à polícia

O Simed/RN (Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte) informou ao UOL que nesta segunda-feira (21) vai procurar os médicos que denunciaram os problemas para que sejam abertas investigações sobre o caso.

O presidente do Simed, Geraldo Ferreira, disse que vai anexar documentações com as denúncias a um relatório elaborado pelo sindicado  apontando à polícia a precariedade da saúde pública.

Segundo Ferreira, o sindicato está com uma agenda marcada para visitar as delegacias dos bairros de cada hospital do Estado para abrir boletins de ocorrência e, com isso, inquéritos policiais sejam instaurados contra o governo do Estado.

“A situação do atendimento público é grave. Antes existiam problemas setorizados, mas agora está generalizado. A situação escandalosa ocorre da pediatria a anestesia”, afirmou Ferreira. Ele exemplificou que estava de plantão no Hospital Walfredo Gurgel, na semana passada, e observou que as agulhas de aplicação de anestesia “não estavam perfurando a pele dos pacientes.” “A enfermagem nos informou que era um lote que veio com defeito, mas a direção do hospital não adquiriu novos lotes para substituí-lo”, citou.

Na avaliação de Ferreira, a saúde do Rio Grande do Norte passa por “uma grave crise”, com greve dos profissionais e falta de remédios e insumos básicos nos hospitais. Os médicos pararam as atividades no dia 28 de abril, 25 dias após os demais servidores terem cruzado os braços. Eles pedem melhores condições de trabalho e reajustes salariais, mas o Estado diz que não tem como dar aumento devido aos limites de gastos impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Por conta da crise na saúde, o então secretário de Saúde, Domício Arruda, pediu demissão do cargo no último dia 3.

Morte

O Simed/RN também afirmou ao UOL que recebeu denúncia de dois óbitos de crianças que precisavam de UTI e morreram sem a assistência devida. Segundo Ferreira, uma criança internada no HMAF morreu por falta de vaga na UTI. Segundo o sindicato, a criança estava com problemas no aparelho gastrointestinal e necessitava de aparelhos para mantê-la viva. “O tempo em que ela ficou esperando surgir uma vaga na UTI, veio a óbito antes da transferência”, contou.

Ferreira citou ainda que o Simed vai denunciar à polícia, na próxima quarta-feira (23), a morte de outra criança por falta de UTI no Hospital Tarcisio Maia, em Mossoró.

O presidente do Simed disse também que na próxima terça-feira (22) vai aos dois hospitais para colher informações sobre o estado de saúde dos pacientes que estavam na UTI. “Recebemos relatos de que as máquinas que mantinham os pacientes vivos ficaram paradas devido à falta de energia, mas não sabemos se ocorreu óbito.”

Outro lado

A reportagem tentou falar com a direção dos dois hospitais maternidades citadas nas denúncias, mas não conseguiu contato. O UOL também procurou a assessoria de imprensa da Secretária Estadual de Saúde, mas as ligações ao telefone apontado como de “plantão” do órgão não foram atendidas.

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Jornalismo

Sindicatos dão parte na delegacia contra a Secretaria de Saúde

Pondo em prática a decisão de intensificar o movimento de greve da saúde, o Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (SindSaúde) e Sindicato dos Odontologistas do RN (Soern) se reunem nesta sexta-feira (18), às 9h, em frente ao maior hospital do estado, o Walfredo Gurgel e de lá sairão em caminhada à delegacia de polícia para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra a Sesap, na pessoa de sua secretária interina Dorinha Burlamaqui.

Segundo o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, o B.O. será feito para denunciar os riscos que a Sesap deixa os pacientes correrem através da falta de leitos, de medicamentos e vagas em UTI no HWG.

A expectativa dos sindicatos é de que, com essa ação, as autoridades convoquem os responsáveis pela situação da saúde no RN e procedam as medidas cabíveis para assegurar o atendimento adequado a população. Geraldo Ferreira também informou ao Diário de Natal o interesse de levar o caso ao Ministério Público e, para isso, os sindicatos estão fazendo um levantamento da realidade dos hospitais da rede pública a fim de apresentar dados concretos sobre os riscos aos quais a população norte-riograndense está exposta quando necessita ser atendida por meio do Sistema Único de Saúde.

Fonte: DN Online

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Diversos

Anticoncepcional não oral aumenta risco de trombose

Um novo estudo afirma que anticoncepcionais não orais, como adesivos e anéis vaginais, trazem risco de trombose venosa maior do que o da pílula.

A pesquisa foi publicada no periódico “British Medical Journal” e analisou dados de registros da Dinamarca envolvendo mais de 1,5 milhão de mulheres com idades entre 15 anos e 49 anos, acompanhadas de 2001 a 2010.

Segundo o estudo, o risco do adesivo hormonal é 2,5 vezes maior que o das pílulas de segunda geração (“antigas”), à base de levorgestrel. Já o anel vaginal apresenta um risco duas vezes maior.

Comparadas com mulheres da mesma idade que não usam métodos hormonais, aquelas que usavam o adesivo têm um risco oito vezes maior, enquanto que quem usava o anel vaginal apresenta um risco 6,5 vezes maior.

O risco dos métodos contraceptivos não orais, porém, ainda é mais baixo do que o das pílulas mais modernas contendo drospirenona, como Yaz e Yasmin.

Em 2011, a FDA (agência dos EUA que regula drogas) discutiu a segurança das novas pílulas e incluiu um risco maior em suas bulas.

Estudos anteriores registraram 30,8 casos de trombose por 100 mil mulheres que tomaram as pílulas mais modernas e 12,5 casos por 100 mil das usaram as antigas.

Segundo a pesquisa, o implante subcutâneo apresentou risco um pouco maior que o de mulheres que não usam anticoncepcionais hormonais. Já o DIU hormonal até diminuiu o risco, segundo os autores do estudo.

Isso se explica porque o implante usa apenas progesterona. Pílulas com apenas esse hormônio não aumentam o risco de trombose.

Editoria de arte/Folhapress

SEM ALARME

Segundo o professor de ginecologia da Unicamp Carlos Alberto Petta, o risco absoluto de métodos hormonais ainda é muito baixo.

“Não é necessário alarme. Ainda são eventos raros que, em geral, acontecem em quem tem fatores de risco. Ninguém precisa correr para trocar de método.”

Já Gilberto Narchi Rabahie, cirurgião vascular do Hospital do Coração, faz uma ressalva. “O estudo não especifica os tipos de trombose, se são superficiais ou profundas, que são mais graves.”

Mas Petta diz que o estudo é importante por mostrar que outras vias de administração não têm risco menor do que a pílula, como se pensava.

Ele lembra ainda que mulheres hipertensas, obesas, com diabetes, varizes grossas, antecedentes familiares de trombose e fumantes acima de 35 anos têm risco aumentado. Por isso, um médico deve indicar os melhores métodos para cada paciente.

Segundo o médico, a pílula é usada por cerca de 40% das mulheres. Depois vêm as laqueaduras (com 35%). “Nos 25% restantes estão todos os outros métodos.”

OUTRO LADO

Segundo a assessoria da Janssen-Cilag, responsável pelo adesivo Evra, os dados do estudo estão em consonância com outras pesquisas.

Já a assessoria da MSD, que produz o anel vaginal Nuvaring, afirma que “o risco apresentado é pouco expressivo e não supera os benefícios”.

Fonte: Folha

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Jornalismo

Tomba faz apelo por melhorias nas estradas e no sistema de saúde pública

Reparos urgentes no trecho da estrada que liga Santa Cruz a Natal foram solicitados pelo deputado Tomba Farias (PSB) ao governo. O parlamentar citou problemas como a má conservação das estradas e o excesso de animais na pista, que colocam em risco a vida dos motoristas.

Tomba citou os dois recentes e graves acidentes ocorridos esta semana na referida estrada. “Esses problemas estão se agravando. Ontem (9) quando passei neste trecho, contei dezessete animais na pista e as providências são urgentes. A imprensa veicula constantemente os graves acidentes ocorridos em nossas rodovias”, alertou.

O deputado também reivindicou ao governo melhorias no sistema de saúde, principalmente com relação à falta de leitos nas UTIs. “Essa situação requer medidas urgentes. Na semana passada ainda existiam vinte e seis pessoas na fila. Estamos sendo constantemente procurados pela comunidade, por pessoas que estão com graves dificuldades”, disse Tomba.

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Jornalismo

Márcia Maia e Hermano Morais criticam crise na saúde

Após ter participado na tarde de ontem (08) de uma reunião convocada pela Associação Amigos do Coração da Criança (Amico), a deputada Márcia Maia discutiu a situação da Saúde pública no RN em seu discurso no Plenário nesta quarta (09). Segundo ela, médicos relataram na ocasião que são obrigados a negar o atendimento ou fazê-lo de forma precária, por falta de vagas nos hospitais.

Outro problema relatado foi a ausência de recursos humanos, o que acomete o Hospital Santa Catarina, na zona norte da capital, que dispõe de leitos, mas não tem pessoal para atender os pacientes.

“O Hospital Walfredo Gurgel está sem diretor há 30 dias; o Varela Santiago ameaça fechar por falta de pagamento do Estado. Quatro nomes já foram convidados para ocupar a secretaria estadual de Saúde, mas nenhum aceitou. A situação da Saúde é preocupante”, alertou a parlamentar.
“Vivemos uma situação de calamidade pública. A governadora, que é médica, não pode deixar de priorizar essa área tão importante para a sociedade”, acrescentou o deputado Hermano Morais (PMDB), que também esteve presente à reunião da Amico.

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Jornalismo

Telemedicina já realizou mais de 231 mil diagnósticos desde setembro de 2010

O Programa de Telemedicina da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), pelo qual exames são feitos por telefonia fixa, celular ou internet, contabiliza resultados positivos para a saúde pública do Rio Grande do Norte. No ano de 2012 até agora foram realizados 42.639 exames, gerando 77.193 diagnósticos.

A Sesap implantou 238 aparelhos de telecardiologia em todo o Estado. Desde o início da implantação do programa, em setembro de 2010, até a primeira semana do mês de maio de 2012, foram realizados 130.000 exames com 231.142 diagnósticos, sendo 6.171 de infartos. Apenas a Região Metropolitana de Natal, onde existe grande demanda por atendimentos de saúde, o Programa de Telemedicina já possibilitou 48.135 diagnósticos de eletrocardiogramas, que detectaram 1.807 casos de infartos.

Segundo o coordenador do Programa de Telemedicina, Carlos Eduardo Costa, outras variantes deverão ser implantadas no Estado. “O Tele MAPA [Pressão Arterial] e o Tele Holder [frequência cardíaca] foram implantados como projeto piloto em Caicó e São José de Mipibu, e estamos em processo de implantação nos municípios de João Câmara e Caraúbas”.

O Projeto de Telemedicina foi aprovado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado. Como é impossível ter um cardiologista em cada município do Estado, e o eletrocardiograma, geralmente, precisa de um cardiologista para ser interpretado, a Telemedicina é um suporte importante para cobrir locais sem a presença desse profissional. O equipamento portátil registra um eletrocardiograma com 12 derivações (convencional) simultâneas.

Opinião dos leitores

  1. Parabéns, Rio Grande do Norte!A Sesap realmente entende a necessidade do povo, na figura do Sr. Carlos Eduardo Costa – Coordenador do Programa de Telemedicina! Excelente exemplo de "querer é poder", é só ter boa vontade em querer realizar!

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Jornalismo

Conselho Regional de Medicina interdita setor de reanimação do Clovis Sarinho

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – Cremern decidiu em sessão plenária, realizada na noite desta segunda-feira(7), pela interdição do setor de reanimação do Pronto Socorro Clóvis Sarinho do Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel.

A decisão foi tomada pelos Conselheiros depois de examinarem o relatório do departamento de fiscalização do Cremern, onde constavam registros com provas de desassistência aos pacientes. Entre as condições de maior destaque mencionadas no relatório, feito depois de fiscalização realizada na última sexta-feira (04), foram: Falta de médicos na unidade por 24h e a falta de medicamentos.

De acordo com o presidente do Cremern, Jeancarlo Cavalcante, o CRM vai comunicar a decisão a Secretaria Estadual de Saúde Pública – Sesap e ao Ministério Público Estadual – MPE, além de judicializar a questão numa tentativa de solucionar os graves problemas encontrados.

Anexo da Resolução Cremern Nº 003/2012

O setor de Reanimação do Ponto Socorro Clóvis Sarinho permanecerá interditado eticamente até que sejam cumpridas às seguintes exigências:

1.     Manter médicos na unidade para dar assistência nas 24 (vinte e quatro) horas;

2.     Isolar a unidade não permitindo a presença de estranhos ou acompanhantes;

3.     Reparar ou adquirir camas específicas para substituir as sucateadas;

4.     Manter reserva de no mínimo de dez por cento dos equipamentos necessários a assistência, objetivando suprir quanto houver quebras.

5.     Reabastecimento de medicamentos, principalmente de antibióticos;

6.     Providenciar reparo nas instalações elétricas e proteção das paredes e portas para o uso do aparelho de RX portátil;

7.     Consertar os sistemas de vácuo e aspiração;

8.     Resolver o problema dos umidificadores, providenciando tomadas elétricas para o seu funcionamento.

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Cultura

Projeto de Lei que cria Memorial Ruy Pereira tramita na Assembleia

Está tramitando na Assembleia Legislativa Projeto de Lei, de autoria da deputada Márcia Maia-PSB,  que cria o Memorial Ruy Pereira dos Santos a ser implantado no Colégio Estadual Atheneu Norte-rio-grandense.

O Memorial tem por finalidade identificar, localizar e recuperar o acervo documental/iconográfico e audiovisual disperso, recolhido ou disponível em outras fontes, da vida do Atheneu. Também se propõe a realizar debates, seminários e cursos destinados promover a dignidade e soberania nacional e proporcionar à população do Rio Grande do Norte espaço público de discussão e aprimoramento da democracia e consciência cívica.

De acordo com a deputada Márcia Maia, o Memorial vai estimular e apoiar pesquisas, projetos e similares que visem aprimorar a capacitação dos estudantes de primeiro e segundo graus da rede pública estadual de ensino, sempre dentro dos princípios democráticos, populares e de defesa da soberania nacional.

Ela disse ainda que o espaço cultural vai promover vídeos, filmes, textos e atividades culturais destinados à formação dos alunos da rede pública estadual de ensino, incluindo todos os temas extracurriculares que porventura venham a ser incluídos, acessíveis também à população do Estado.

“A escolha pelo nome do ex-secretário de Educação Ruy Pereira é pelo intento ter sido iniciado por ele, quando ainda ocupava a pasta. O Memorial será espaço para resguardar e, ao mesmo tempo, oferecer não apenas aos estudantes do Atheneu, mas ao público, a chance de conhecer mais a fundo um pequeno pedaço da história do nosso estado”, afirmou.

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Jornalismo

Estado reclama da falta de leitos enquanto hospitais são subutilizados

O Hospital Geral Monsenhor Walfredo Gurgel/Clóvis Sarinho é o grande termômetro da saúde pública no Rio Grande do Norte. Se ele está superlotado é sinal de que a retaguarda de atendimento não funciona como deveria. Nas cidades próximas a Natal, com exceção do Hospital Regional Deoclécio Marques, os outros seis hospitais regionais estão subutilizados. Em dois deles, visitados pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE o número de pacientes está abaixo da capacidade instalada. Sobram leitos, diariamente.

Na quinta-feira, 03, o Hospital Regional Alfredo Mesquita, em Macaíba, que possui 21 leitos de clínica médica (sendo um de isolamento), mantinha apenas onze pacientes internados. No mesmo dia, o Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, a menos de 15 quilômetros, trabalhava com 30% acima de sua  capacidade. Somente a ortopedia, que tem a maior demanda, estava com 75 pacientes internados, dos quais 70 aguardam cirurgia.

No Deoclécio Marques, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE encontrou pacientes internados em macas, alojados em salas improvisadas e nos corredores. Já no Alfredo Mesquita, dez leitos estavam vazios. Na cidade de São José de Mipibu, o Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros tem espaço “de sobra”, segundo os profissionais de saúde, para ser uma unidade de apoio para o Hospital Walfredo Gurgel, em casos simples, em que os pacientes estejam estabilizados.

Na sexta-feira, 4, a unidade tinha vagos quatro leitos de clínica médica, três de pediatria e sete cirúrgicos. Nas unidades, as diretorias reconhecem a subutilização e garantem que informam, diariamente, à Coordenadoria de Operação dos Hospitais (Cohur), da Secretaria Estadual de Saúde Pública, o número de leitos vagos. “Nós informamos e nunca recusamos qualquer transferência, até porque quando houve a restruturação ficamos como hospital de retaguarda”, afirmou a diretora geral da unidade de Macaíba, Altamira Galvão de Paiva.

No entanto, os gestores dos hospitais regionais são unânimes em afirmar que aumentar a produtividade, ou seja, a ocupação da unidade exige ampliação de recursos humanos. “Hoje nossa dificuldade”, afirmou a diretora da unidade, Célia Serafim, “é de recursos humanos. Estamos pensando em aumentar o número de cirurgias, mas não temos equipe suficiente para isso”. Nenhum deles tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que impede a realização de cirurgias mais complexas.

Essa unidade tem 28 que realizam, em média 20 cirurgias por semana, segundo informou a Célia Serafim. Em Macaíba, o centro cirúrgico está fechado há, pelo menos, um ano. A situação de ‘caos’ dos principais hospitais levou o Ministério Público Estadual a realizar um estudo que possa revelar porque os hospitais da rede estadual consomem milhões de reais para pagamento  de profissionais da saúde e, ainda assim, a assistência é deficiente.

Solicitado ao Centro de Apoio às Promotorias de defesa da Cidadania, pela promotora de Justiça da Saúde, Iara Pinheiro, o  estudo motivou uma auditoria nas unidades integrantes da rede estadual de Saúde Pública.  A pedido da promotora, o  procurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, Thiago Martins Guterres, requereu a auditoria que foi aprovada pelo Tribunal de Contas do estado, em janeiro deste ano.

No documento enviado ao Ministério Público de Contas, a promotora afirma que “a rede hospitalar do Estado absorve vultuosos recursos financeiros, especialmente no pagamento da folha de pessoal, sem oferecer mínimas condições de assistência regionalizada”. O resultado disso, destaca a Iara Pinheiro, “é a transferência de pacientes para atendimento em Natal e, em menor escala, nas cidades polos, como Mossoró e Parnamirim”. A promotora afirma que “os hospitais regionais possuem potencial para uma resposta assistencial de qualidade”.

MP afirma que há distorções nas unidades

Para a Promotoria de Defesa da Saúde, a relação custo-benefício está descompensada no caso dos hospitais regionais da rede estadual. Ao solicitar a auditoria a promotora Iara Pinheiro citou a necessidade de “corrigir distorções”. O MP constatou na rede estadual de 23 hospitais “disparidade entre os recursos gastos na manutenção e a efetividade de ações de saúde”.

Dados do estudo do MP mostram que o hospital regional de Macaíba, por exemplo, custou, entre janeiro e agosto do ano passado, aproximadamente R$ 681,4 mil, mas R$ 616,6 foram destinados a pagamento de pessoal. Em contrapartida, a unidade realizou, no mesmo período, 1.274 procedimentos de internação hospitalar. A demanda maior foi ambulatorial: mais de 302 mil atendimentos.

No hospital regional de São José de Mipibu, do total de gastos, R$ 711,3 mil, mais de R$ 644 mil foram destinados para pessoal. A unidade realizou 151 internações hospitalares e 26,8 mil atendimentos ambulatoriais. O período analisado foi o mesmo.

O MP considera desequilibrada a distribuição espacial das unidades e critica a oferta de serviços de baixa complexidade nas unidades hospitalares. A chamada ambulancioterapia continua em alta, nas portas das principais unidades de Natal e Parnamirim. A falência da Atenção Básica, de responsabilidade dos municípios, agrava a crise na rede hospitalar.

Casos simples como torcicolo, torção e viroses continuam superlotando as unidades, que deveriam estar atendendo pacientes com patologias mais complexas. “A todo instante, recebemos pacientes de outros municípios, na maioria das vezes”, afirma a diretora do hospital regional, em Macaíba, Nilzelene Carrasco, “pacientes que poderiam recorrer aos postos de saúde e às UPAS [Unidades de pronto-Atendimento]”.

Segundo ela, esses pacientes não deixam de ser atendidos. “Apesar de toda a crise das últimas semanas, que só agora começa a ser equacionada”, disse Nilzelene, “em nenhum momento nossa porta de atendimento foi fechada. Atendemos a todos os que chegaram ao hospital”.

No hospital regional, em São José, a técnica de enfermagem Maria Aparecida de Oliveira reclamou da sobrecarga de trabalho, devido à superlotação que acontece no pronto-socorro da unidade. “Hoje os bancos estão cheios de pacientes que deveriam estar sendo atendidos na atenção básica”, afirmou Aparecida. A técnica de enfermagem ressaltou que não estava “questionando a necessidade do paciente, mas a falência da atenção básica”.

Segundo Maria da Guia Dantas dos Santos, diretora local do Sindicato dos Servidores da Saúde do RN, o município possui 17 equipes de Estratégia de Saúde da Família (antigos PSFs). “Pelo que a gente vê, todos os dias aqui, essas equipes não funcionam e a gente questiona para onde estão indo os recursos que são repassados”, asseverou.

Inspeção registra falta de cuidados

Por quase uma hora fiscais do  Conselho Regional de Medicina no Rio Grande do Norte (Cremern)  visitaram todas as alas de internação e corredores do Hospital Monsenhor Walfredo Grugel/Clovis Sarinho, no início da tarde de ontem. O relatório da inspeção será apresentado ao presidente do Cremern, Jeancarlo Fernandes, nesta segunda-feira, 7. No mesmo dia, o documento será levado ao conhecimento do plenário do Conselho, que poderá aprovar uma intervenção em alguns setores do HWG.

“Na impossibilidade de atuarmos em toda a unidade”, avisou Jeancarlo Fernandes, “vamos atuar no setor de reanimação”. O presidente do Cremern adiantou que “a situação está mais grave do que se pensava”. A última visita do Conselho ao Walfredo Gurgel foi  realizada em janeiro deste ano, juntamente com a Comissão de saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e várias recomendações foram emitidas.

Os fiscais do Cremern fizeram fotografias e registros para colher  provas de materialidade do fato. Jeancarlo Fernandes disse que um relato informal dos médicos que fizeram a inspeção aponta para uma situação  “de caos absoluto”. No HWG, os pacientes entubados, que precisam de terapia intensiva (UTI) estão acomodados em  macas, que transbordam da sala de reanimação para corredores, politrauma e clínica médica e observação pós-cirúrgica.

Na madrugada de ontem um desses pacientes entubados no corredor veio a óbito. O Cremern tem imagens comprovando desassistência. As fotografias mostram resíduos de larvas de mosca na boca do paciente. “Na verdade, os pacientes estão jogados num cantinho de parede, sem ter quem olhe por eles, o que é completamente inadmissível”, afirmou o médico.

Jeancarlo frisou que o paciente necessita de vigilância constante e, se essa assistência não é dada adequadamente, o resultado é a elevação da mortalidade. “Num hospital de trauma”, afirmou Jeancarlo Fernandes, “a mortalidade é maior pela própria natureza do paciente, entretanto parte das mortes não ocorrem na hora do trauma. O paciente que está morrendo é aquele que está estabilizado e internado há mais de uma semana, nos corredores”. Segundo enfermeiras do HWG entrevistadas,  pela equipe da TN, na semana passada ocorreram 44 óbitos, sem considerar as mortes por trauma. A unidade tem um técnico de enfermagem para cada 16 pacientes.

Grande Natal tem oito hospitais

Dos hospitais da rede estadual, oito estão na região metropolitana de Natal. Com corredores lotados, unidades como o Walfredo Gurgel, Santa Catarina, e Deoclécio Marques, em Parnamirim, estão operando ‘milagres’, segundo os gestores para atender a demanda. No entanto, unidades como o Alfredo Mesquita, em Macaíba, e Antônio Barros, em São José de Mipibu, que têm espaços e leitos ociosos poderiam ser um ponto de apoio.

A médica Jacila Braga, do HRMAB, de São José, afirma que  “a unidade tem condições para isso, por ter equipamento de raio-x, de atender traumas simples, como luxações, torções, fratura de punho, torcicolos. Mas precisa ser equipada e ter mais profissionais”. Ontem, a médica estava transferindo a paciente Maria Letícia da Silva, 15 anos, para Parnamirim. “Ela está com problema de torcicolo, mas é preciso ortopedista faça uma avaliação”, explicou a médica.

No hospital regional de Macaíba, depois da interdição ocorrida no ano passado, a unidade reabriu apenas com 21 leitos de clínica médica. A obstetrícia, que antes da interdição chegou a fazer uma média de 160 partos/mês, está sem funcionar, aguardando reforma do centro cirúrgico e da sala de parto. Berços comuns e aquecidos, encubadora e diversos equipamentos estão sem uso.

A diretora geral Altamira Galvão de Paiva disse que aguarda orçamento para inicar a reforma. Os dois hospitais não possuem autonomia financeira. Segundo os médicos do interior, a superlotação de Natal e Parnamirim deve-se a uma regulação ineficiente. No último sábado, no hospital de São José, a médica teve que aguardar cinco horas para a transferência de um paciente infartado.

Segundo o coordenador de Ortopedia do Estado, Jean Valber, a quebra no fluxo de pacientes da ortopedia tornou a superlotação mais crítica na última semana. O governo do Estado estava em débito com a Cooperativa de Médicos do RN que disponibiliza ortopedistas para os procedimentos. Eles só retomam o atendimento na segunda-feira.

Devido à greve, a unidade está trabalhando com 30% de sua equipe. “Nós só conseguimos fechar uma equipe, apesar de termos capacidade para fazer três cirurgias simultâneas”, disse o médico. Ela acredita que se a retaguarda fosse estruturada melhor, desafogaria os hospitais de Natal e Parnamirim.

Fonte: Tribuna do Norte

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