Ainda hoje, o mundo receberá seu habitante de número 7 bilhões.
Há 12 anos, nascia o de número 6. Escalamos mais um bilhão de habitantes num período ínfimo. Abaixo, um perfil do garoto nº 6, e a situação pela qual o sétimo bilionésimo habitante do planeta deverá passar. O texto original está publicado no caderno Mundo, da Folha de São Paulo:
O garoto bósnio Adnan Nevic, 12, diz que sua matéria preferida na escola é geografia e que quer ser piloto de avião quando crescer.
O interesse por viajar pelo mundo se justifica: logo que nasceu, em Sarajevo, à 0h02 de 12 de outubro de 1999, ele foi apontado pela ONU como a pessoa de número 6 bilhões no planeta. O nascimento da “pessoa 7 bilhões” será hoje.
Fotos da época mostram o bebê Nevic sendo carregado no colo pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
A escolha dele entre os cerca de 80 milhões de bebês nascidos naquele ano -oficialmente aleatória- tinha forte simbolismo político em uma cidade que fora arrasada por quatro anos de cerco dos sérvios (1992 a 1996) na guerra que se seguiu à dissolução da antiga Iugoslávia.
Hoje, Nevic é uma celebridade local em Visoko, a cidade onde vive, perto da capital da Bósnia. Desde o nascimento, porém, nem ele nem sua família receberam algum tipo de atenção -muito menos recursos- da ONU.
“[Annan] me carregou no colo quando eu tinha dois dias e, depois, nunca mais ouvimos falar deles”, disse o garoto em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”.
Seu pai, Jasminko, enfrenta problemas de saúde, e a família sobrevive de sua aposentadoria e de uma pequena quantia paga por Sarajevo enquanto o “garoto 6 bilhões” estiver na escola.
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