Polêmica

WhatsApp pode voltar a ser bloqueado no Brasil

20160503082414_660_420Ainda não acabou a briga entre o WhatsApp e a Justiça brasileira. Embora o aplicativo tenha sido liberado para operar no país após um bloqueio que durou mais de um dia, o serviço ainda corre o risco de enfrentar outro período de inatividade.

O UOL conversou com juristas e eles lembraram que, como o caso ainda está correndo em segunda instância, no Tribunal de Justiça de Sergipe, há a possibilidade de que a briga continue uma esfera acima.

Caso os autores da ação contra o WhatsApp insistam, o caso deve parar nas mãos do Superior Tribunal de Justiça. Lá, se o pedido do juiz Marcel Montalvão for acatado integralmente, a decisão de bloquear o serviço.

Conforme explica a reportagem, a Justiça de Lagarto (SE) já usou todas as sanções previstas em lei para forçar o WhatsApp a fornecer dados de pessoas envolvidas com uma investigação de tráfico de drogas. Depois de passar por multas, a prisão de um diretor do Facebook (dono do WhatsApp) e suspensão das atividades da empresa, resta deixar as sanções mais rigorosas, aumentando o valor das multas, por exemplo.

Outro detalhe é que a intervenção do desembargador que contrariou o juiz Montalvão, liberando o aplicativo, também precisa passar pela avaliação do colegiado do TJ-SE. Isso deve acontecer em até um mês e, dependendo do resultado, o serviço pode voltar às escuras.

Especialistas explicaram que toda a questão talvez fosse evitada se o próprio WhatsApp apresentasse um laudo técnico comprovando que não tem como fornecer os dados requeridos pela Justiça. ”Há discussões técnicas baseadas no princípio da informática que debatem a viabilidade de o WhatsApp reverter seu sistema de criptografia e entregar à Justiça brasileira os dados solicitados”, diz o advogado Renato Opice Blum; para ele, talvez a empresa ainda não tenha se mexido por saber que tal reversão é possível.

A advogada Gisele Truzzi acredita que a obtenção do laudo pode gerar outro processo judicial. Em vez de focar na entrega dos dados, este teria intenção de forçar a quebra da criptografia do aplicativo. “Entendo que seria cabível. É uma situação muito nova, só vendo caso a caso para ver o que iria acontecer.”

Olhar Digital, UOL

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Tecnologia

WhatsApp pode voltar a ser bloqueado no Brasil, diz delegado

20151224111912_660_420O delegado Fabiano Barbeiro, que solicitou o bloqueio do WhatsApp no Brasil no final do ano passado, disse em entrevista à Rádio Câmara que pode pedir novamente a suspensão do serviço do aplicativo. O motivo seria a falta de cooperação da empresa numa investigação que envolve o PCC, Primeiro Comando da Capital.

A polícia vem solicitando a quebra de sigilo do WhatsApp, para fornecer informações sobre o caso, desde julho de 2015. A empresa já foi notificada e multada pelo descumprimento e, em dezembro de 2015, o Ministério Público ordenou o bloqueio dos serviços no país por 48h.

Fornecimento de informações

Segundo a rádio, um representante do WhatsApp justificou a falta de cooperação da empresa argumentando que, como os dados trocados pelo aplicativo são criptografados, o WhatsApp não teria como fornecer as informações solicitadas pelos investigadores.

Para Barbeiro, no entanto, essa justificativa não é plausível. Ele argumentou que quando um usuário recebe uma mensagem e não a abre, ela fica armazenada no sistema – isso provaria que o WhatsApp possui dispositivos de armazenamento.

Sobre a justificativa da empresa, Barbeiro disse que a considera “completamente improvável. O que eu acredito, sim, é que existem razões comerciais para que ela [o WhatsApp] mantenha essa resistência”. O delegado disse também que os representantes da empresa no Brasil também poderão ser responsabilizados criminalmente caso o WhatsApp não coopere.

Questão global

O assunto foi discutido em uma audiência pública realizada pela CPI dos Crimes Digitais ontem – coincidentemente, no mesmo dia em que Diego Dzodan, vice-presidente do facebook na América Latina, foi preso por um motivo semelhante ao que levou à suspensão do WhatsApp no ano passado. Embora Dzodan já tenha sido solto, o Facebook também pode vir a ser bloqueado caso não coopere.

Não é apenas no Brasil que situações como essa acontecem. A Apple, por exemplo, passa por uma situação semelhante nos Estados Unidos, cujo Departamento de Justiça ordenou que a empresa criasse uma maneira de burlar a segurança de seus iPhones para auxiliar em uma investigação. A empresa se negou a cooperar.

Olhar Digital, UOL

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