Uma prática um tanto quanto comum aqui em Natal acaba de virar notícia nos tablóides ingleses.
As garotas do Velho Continente estão recorrendo a prostituição para financiar seus estudos na faculdade.
De acordo com a União Nacional de Estudantes britânica (NUS, na sigla em inglês), o motivo para a difusão dessa prática na Inglaterra são os cortes promovidos pelo governo na ajuda de custo oferecida para estudantes, o aumento dos preços de mensalidades das faculdades e encarecimento do custo de vida no país .
A Associação Inglesa de Prostitutas, que conta com um telefone de auxílio em sua sede, em Londres, afimou que o número de chamadas recebidas por alunas pelo menos dobrou desde o ano passado.
De acordo com Sarah Walker, a organização tem viso um aumento em chamadas feitas por estudantes nos últimos dez anos, mas acrescentou que o grupo recebeu um número de telefonemas sem precedentes desde que o governo anunciou que universidades na Inglaterra iriam promover aumentos em suas anuidades em até 9 mil libras (cerca de R$ 25,6 mil), a partir de 2012.
”Eles (os ministros) sabem que os cortes que estão promovendo estão levando mulheres a recorrer a a coisas como a indústria do sexo. É uma estratégia de sobrevivência. Por isso, nós consideramos o governo responsável por essa situação.”
Não são apenas universitárias que estão se voltando para a indústria do sexo para pagar por seus estudos. A jovem de 18 anos ”Clare” (nome fictício) se voltou para a prostituição quando estava se preparando para seus exames classificatórios para a univerisdade. Na época, ela descobriu que a ajuda de custo educacional que recebia corria o risco de ser cortada.
”Eu não poderia ir para a universidade sem a ajuda de custo. Eu gasto com transporte um total de 70 libras por mês (cerca de R$ 200). Não tinha a quem recorrer na universidade e não queria ter de contar com a minha família. Comecei a procurar empregos, mas os horários eram incompatíveis. Muitas amigas começaram a procurar empregos e acabaram largando os estudos. Eu não queria fazer o mesmo”, afirma.
”Eu tinha um amigo que vinha tentando me convencer a entrar para uma agência de garotoas de programas desde que eu tinha 16. Ele me contava histórias sobre o quanto eu poderia ganhar, como os horários seriam flexíveis, que eu poderia escolher quem eu gostaria de encontrar, assim que os visse e com que frequência. Parecia uma opção melhor. Eu não conseguia ver nenhuma outra.”
Clare agora abandonou a indústria do sexo para prosseguir com seus estudos e adverte contra se envolver com a prostituição. ”Fiz isso para poder ir para a universidade, mas sou uma pessoa diferente de quando eu comecei. Perdi muito da minha auto-estima e a confiança em muitas pessoas.”
”Há muitas pessoas com quem você pode conversar e programas de bolsas. Descubra todas as opções possíveis antes de dar esse passo tão grande. Foi isso que eu não fiz.”
O Departamento de Educação britânico afirmou que pretende investir um total de 180 milhões de libras (cerca de R$ 513 milhões) por ano em programas de auxílio financeiro para permitir que jovens de 16 a 19 anos de idade possam prosseguir seus estudos.
Fonte: Site BBC
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