Diversos

Siemens é proibida de participar de licitações no Brasil por cinco anos

A Justiça Federal determinou que a empresa alemã Siemens fique impedida de participar de licitações públicas e fechar contratos com governos no Brasil pelos próximos 5 anos. A decisão, de janeiro, tem base em sindicância feita nos Correios que apontou suspeita de pagamento de propina da Siemens para obter contratos com a estatal federal.

Por causa do resultado da sindicância – instaurada em 2008 -, que apontou diversas irregularidades cometidas pela Siemens em duas licitações em 1999 e em 2004, os Correios decidiram punir a multinacional alemã e a impediram de participar de licitações pelo período de cinco anos.

A Siemens impetrou mandado de segurança na Justiça questionando a decisão, mas em agosto de 2013 o juiz de primeira instância não apenas deu razão aos Correios como afirmou que o impedimento de contratar deveria ser estendido a toda a administração pública.

A empresa recorreu, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região manteve a decisão e determinou, em janeiro, o imediato cumprimento da pena.

A informação sobre a sanção faz parte do informe financeiro da própria empresa, publicado na Alemanha há poucas semanas para investidores.

Os Correios, que agora aparecem ligados a uma empresa do cartel do setor metroferroviário no Estado de São Paulo, também foram o nascedouro do escândalo do mensalão. A denúncia feita pelo ex-deputado Roberto Jefferson, preso nesta semana, foi uma resposta a informações de que chefiava um esquema de corrupção na estatal que desviava dinheiro para pessoas de seu partido, o PTB.

A Siemens aparece nos autos como suposta pagadora de propina em duas planilhas que constam da denúncia criminal feita pelo Ministério Público Federal em 2008 em que apontava esquema de corrupção nos Correios. Entre os nove réus na ação estão o próprio Jefferson e Maurício Marinho, ex-chefe de departamento dos Correios.

A sindicância que apurou as irregularidades envolvendo a Siemens se baseou em dados colhidos pela Controladoria-Geral da União, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

A investigação apontou em seu relatório a “associação da Siemens com empresa agenciadora, visando se beneficiar em processos licitatórios e em contratos, com pagamento de propina”.

Acordo. No caso do cartel de trens, a Siemens já admitiu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que participou de acertos com outras empresas a fim de obter contratos tanto em São Paulo como no Distrito Federal.

A multinacional alemã também é suspeita de pagar propinas a agentes públicos e até a políticos. Um inquérito da Polícia Federal investiga o caso. Nele, seis pessoas, entre elas ex-dirigentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), foram indiciadas. Ainda não há, porém, decisões judiciais nem denúncias criminais envolvendo a empresa alemã com o cartel de trens.

Estadão

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Política

Executivo da Siemens diz que Serra sugeriu acordo em licitação da CPTM

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) sugeriu à multinacional alemã Siemens um acordo em 2008 para evitar que uma disputa empresarial travasse uma licitação da CPTM, de acordo com um e-mail enviado por um executivo da Siemens a seus superiores na época.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

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A mensagem relata uma conversa que um diretor da Siemens, Nelson Branco Marchetti, diz ter mantido com Serra e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda.

Na época, a Siemens disputava com a espanhola CAF uma licitação milionária aberta pela CPTM para aquisição de 40 novos trens, e ameaçava questionar na Justiça o resultado da concorrência se não saísse vitoriosa.

A Siemens apresentou a segunda melhor proposta da licitação, mas esperava ficar com o contrato se conseguisse desqualificar a rival espanhola, que apresentara a proposta com preço mais baixo.

De acordo com a mensagem do executivo da Siemens, Serra avisou que a licitação seria cancelada se a CAF fosse desqualificada, mas disse que ele e Portella “considerariam” outras soluções para evitar que a disputa empresarial provocasse atraso na entrega dos trens.

Segundo o e-mail, uma das saídas discutidas seria a CAF dividir a encomenda com a Siemens, subcontratando a empresa alemã para a execução de 30% do contrato, o equivalente a 12 dos 40 trens previstos. Outra possibilidade seria encomendar à Siemens componentes dos trens.

Serra disse à Folha que não se encontrou com executivos das empresas interessadas no contrato da CPTM e afirmou que a licitação foi limpa, com vitória da empresa que ofereceu menor preço.

O ex-secretário Portella disse que as acusações são absurdas e que não houve irregularidades na licitação.

O e-mail examinado pela Folha faz parte da vasta documentação recolhida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, na investigação aberta para examinar a prática de cartel em licitações da CPTM e do Metrô de São Paulo de 1998 a 2008.

Os documentos examinados pela Folha não contêm indícios de que Serra tenha cometido irregularidades, mas sugerem que o governo estadual acompanhou de perto as negociações entre a Siemens e suas concorrentes.

Em outra mensagem de Marchetti, de setembro de 2007, o executivo diz que o governo paulista “gostaria de ver a Siemens contemplada com pelo menos 1/3 do pacote” da CPTM, em “parceria” com as outras empresas.

Os documentos foram entregues ao Cade pela própria Siemens, que fez um acordo com as autoridades brasileiras para colaborar com as investigações e assim evitar as punições previstas pela legislação para a prática de cartel.

Procurado pela Folha, o Cade informou que o caso está sob sigilo e nenhuma informação sobre o assunto poderia ser repassada à imprensa.

Na licitação dos trens, as negociações da Siemens com a CAF não deram resultado. A Siemens apresentou recursos administrativos e foi à Justiça contra a rival, mas seus pedidos foram rejeitados.

A CAF venceu a licitação e assinou em 2009 o contrato com a CPTM. A empresa espanhola executou o contrato sozinha, sem subcontratar a Siemens ou outras empresas.

A francesa Alstom também participou dessa concorrência. De acordo com os documentos entregues pela Siemens, a empresa tinha um acordo com a rival francesa para dividir o contrato se uma das duas vencesse a disputa.

Os documentos obtidos pelas autoridades brasileiras mostram também que, mais tarde, ao mesmo tempo em que negociava com a CAF, a Siemens discutiu a possibilidade de uma aliança com outra rival, a coreana Hyundai, contra os espanhóis da CAF.

Folha

Opinião dos leitores

  1. Calma aí, gente, os PTistas só querem nos lembrar para conjugar o verbo: eu roubo, tu roubas, ele rouba… Ok, está lembrado. Lembrado mas não justificado.

    1. Paulo kasinsk, quem falou em PT?
      A matéria é relacionada ao PSDB, o escândalo do metrô de SP com pagamento de propina e prejuízos aos cofres públicos superior aos R$ 400 milhões é relacionado aos governos Mario Covas, Serra e Alckmim.
      Minha revolta contra a corrupção não é seletiva, não possui partido.

      Entretanto parece que a indignação de alguns é seletiva?

  2. eita peste, o tucanato paulista mostrando sua cara…esse blog direitista deve estar de luto hahahahahah

  3. O propinoduto do PSDB começa a ser desmontado graças as investigações na França pq se dependesse da justiça brasileira e da grande mídia esse assunto nunca viria a tona.
    Basta ver os escandalos da compra de votos para aprovar a emenda da reeleição no governo do presidente FHC, a violação do painel de votação, os escandalos na formação dos consórcios nas privatizações, o mensalão mineiro que foi anterior e ainda não foi julgado, todos esses escandalos foram devidamente abafados e blindados em uma época em que a PF era completamente inoperante e o Procurador Geral da República ficou conhecido como o Engavetador Geral da República.
    Que tal esses indícios e nunca houve investigação:
    O resultado da licitação para a construção da via permanente 2-Verde do Metrô, obra de mais de R$ 200 milhões, foi antecipado pela Folha Online oito horas antes da abertura dos envelopes ( http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u439090.shtml )

    A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.

    O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente. ( http://www1.folha.uol.com.br/poder/820054-resultado-de-licitacao-do-metro-de-sao-paulo-ja-era-conhecido-seis-meses-antes.shtml )

  4. Qual político no BRASIL é santo? Os do PT? do PSOL? do PDT? do PMDB? do DEM? No país onde a classe política faz o que quer e bem entende, novidade seria ver um político eleito sair POBRE e com a ficha limpa depois de cumprir 01 mandato.

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