Geral

Cometa gigante entre 100 e 370 quilômetros de diâmetro está vindo em direção ao Sistema Solar

Foto: Mark Garlick/Science Photo Library/Getty Images

Astrônomos identificaram um corpo celeste até então desconhecido vagando em direção ao nosso Sistema Solar. O objeto, que parece ser um cometa gigante, foi identificado por pesquisadores do Dark Energy Survey (DES) – projeto que utiliza o Telescópio Victor M. Blanco, localizado no Chile, para mapear galáxias, detectar supernovas e também estudar a energia escura presente no espaço.

O 2014 UN271, como foi batizado, teve seu tamanho estimado pelos cientistas entre 100 e 370 quilômetros de diâmetro. Mas não é apenas sua extensão que impressiona: o corpo parece demorar mais de 612 mil anos para completar sua órbita, a trajetória que percorre ao redor do Sol. Ele passa a 1,6 bilhão de quilômetros do Sol (próximo do ponto em que está Saturno) e depois parte em um caminho com mais de 2 trilhões de quilômetros de distância espaço afora. Veja a imagem:

Órbita do megacometa 2014 UN271 comparado com a órbita de Netuno. Foto: NASA/JPL-Caltech/Divulgação

Neste momento, o corpo está a cerca de 3 bilhões de quilômetros de distância do Sol, pouco a frente do planeta Netuno (4,5 bilhões de quilômetros). Ele alcançará seu ponto mais próximo do estrelão em 2031, quando estará perto da órbita de Saturno. Nesse momento, os cientistas poderão estudar o objeto de forma mais aprofundada. Pedro Bernadinelli, um dos cientistas envolvidos no estudo, publicou a imagem do cometa em seu Twitter. Por enquanto, tudo que podemos ver é um ponto brilhante em baixíssima resolução:

Apesar de parecer simples, conseguir a foto não foi tão fácil assim. Os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, passaram seis anos estudando dados do DES até encontrarem o 2014 UN271. Eles estavam explorando os objetos transnetunianos, aqueles em que a órbita ao redor do Sol se encontra entre a estrela e Netuno – o último planeta do Sistema Solar. Os cientistas encontraram cerca de 800 objetos, tendo o 2014 UN271 chamado mais atenção devido ao seu tamanho e proximidade.

Não é possível cravar a composição do meteoro, mas os cientistas acreditam que seja similar ao que é visto em outros objetos transnetunianos: uma mistura de gelo, rocha e outros compostos congelados, como dióxido de carbono, metano, nitrogênio etc. Também não há informações suficientes para afirmar se o corpo é redondo, esférico ou irregular, mas a última opção parece a mais provável, já que ele é muito pequeno para o formato circular e tem uma gravidade fraca demais para achatá-lo.

Algumas respostas devem surgir com a investigação aprofundada na próxima década, mas há quem sugira o adiantamento do processo. Mark McCaughrean, consultor sênior da Agência Espacial Europeia, disse à New Scientist que uma missão para explorar o 2014 UN271 seria algo possível de ser feito. Para não perder a passagem do corpo celeste, uma espaçonave designada a fazer registros do cometa teria que ser lançada dentro dos próximos sete anos. Basta esperar para ver se o projeto sairá do papel.

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Passagem de estrela pelo Sistema Solar poderia tirar a Terra de órbita

De acordo com o astrofísico Paul Sutter, uma estrela relativamente grande pode sim ‘chutar’ a Terra para o espaço interestelar; vida seria dizimada rapidamente. Foto: Sistema Solar/NASA/JPL

Na escola aprendemos sobre o Sistema Solar. Desde pequenos sabemos a posição da Terra em relação aos outros planetas. No entanto, de acordo com os argumentos de um astrofísico, há uma chance de que estrelas que passam pela Terra possam tirá-la do lugar e lançá-la no espaço interestelar. Já imaginou as consequências disso?

Durante uma entrevista ao site Space, o astrofísico Paul Sutter disse que isso é possível de acontecer. O resultado, segundo ele, seria que “nosso planeta seria arremessado para as profundezas do espaço interestelar, condenado a vagar no frio de nossa galáxia, com qualquer vida sendo dizimada rapidamente”.

O principal responsável por isso é a gravidade. Em um momento que ela mantém um planeta em órbita em torno de uma estrela, essa mesma gravidade pode enviá-lo para as profundezas do espaço.

Os planetas do Sistema Solar são relativamente pequenos, e, embora afetem a órbita da Terra, não têm “poder” suficiente para tirá-la do lugar. Para que isso ocorra, algo com uma massa muito grande deve passar por perto.

O risco é que a Terra seja “chutada” por uma estrela que estiver passando pelo Sistema Solar. Esse fenômeno é chamado de “problema dos três corpos”, em que o movimento dos corpos é imprevisível quando envolve três ao invés de apenas dois deles.

“O problema é que, com três objetos, qualquer pequeno desvio ou mudança pode levar a grandes alterações em um período surpreendentemente curto”, explicou Sutter. No entanto, não há com o que se preocupar. Sutter observa que, para que a Terra seja tirada do lugar, uma estrela com uma massa muito grande deveria passar “dentro da órbita de Júpiter para ter uma chance decente de nos tirar de órbita”.

Obviamente, esse cenário não ocorreu nos últimos quatro bilhões de anos, mas isso não significa que não possa ocorrer no futuro. Claro que, embora isso cause certo temor, as chances de acontecer são infinitesimalmente pequenas. Melhor assim…

Olhar Digital, via Futurism

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Diversos

Cometa 14 vezes maior que a Terra entra no Sistema Solar

Foto: Divulgação

Astrônomos capturaram a melhor e mais próxima imagem do cometa interestelar 2I/ Borisov, um visitante que se originou fora do nosso Sistema Solar e que atualmente está passando por aqui. Este é apenas o segundo objeto interestelar a atravessar nosso Sistema Solar desde o ‘Oumuamua em 2017.

A imagem foi registrada por astrônomos da Universidade de Yale usando o espectrômetro de baixa resolução do Observatório WM Keck, no Havaí. Com isso, foi possível fornecer a visão mais próxima do cometa desde que ele foi observado pela primeira vez no fim de agosto.

Eles também criaram uma simulação para mostrar o tamanho do cometa em relação à Terra. A imagem revela que o cometa é 14 vezes o tamanho da planeta, e possui uma cauda que se estende por quase 160 mil quilômetros.

Foto: Ilustrativa

Em 8 de dezembro, o cometa passará a 305 milhões de quilômetros da Terra, no momento considerado o mais próximo em que ele estará do nosso planeta. “Os astrônomos aproveitam a visita do Borisov, usando telescópios como o Keck, para obter informações sobre a formação de planetas em sistemas diferentes dos nossos”, disse Gregory Laughlin, astrônomo de Yale.

Os cientistas acreditam que o cometa se originou em outro sistema estelar, mas que foi ‘expulso’ após quase se chocar com um planeta.

Desde sua primeira observação, os astrônomos aprendem novos detalhes. Por exemplo, eles descobriram que seu núcleo possui 1,6 quilômetro de largura, e começou a parecer mais “fantasmagórico” à medida que reage ao calor do nosso Sol. Além disso, foi observado que ele possui um tom avermelhado.

“O objeto terá seu pico de brilho em meados de dezembro e continuará observável com telescópios de tamanho médio até abril de 2020”, disse Dave Farnocchia, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. “Depois disso, ele só será observável com telescópios profissionais maiores até outubro de 2020”.

Foi determinado que o Barisov é um cometa dominado por poeira, o que é bastante comum. Tirando algumas pequenas particularidades, como sua órbita hiperbólica, o cometa é muito semelhante com os que são encontrados em nosso próprio Sistema Solar. Agora, as observações futuras pretendem definir sua rotação e trajetória exata.

Olhar Digital, via CNN

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Diversos

FOTOS: Como seriam os alienígenas de cada planeta do Sistema Solar? Especialistas desenham

Perguntamos a cientistas como precisariam ser a anatomia e o comportamento de seres vivos capazes de viver nos outros planetas. E desenhamos eles.

(Luiz Iria/Superinteressante)

A SUPER intimou químicos, anatomistas, fisiologistas e astrônomos a responder à questão: qual a forma que os eventuais ETs deveriam ter para sobreviver em cada um dos planetas do Sistema Solar? E desenhou as figuras que você vai ver a seguir. Na época em que as ilustrações foram publicadas, 2006, Plutão ainda era planeta – então os fãs do anãozinho também têm um alienígena para chamar de seu.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Mercúrio

Para resistir ao calor e frio extremos – de noite, acredite, faz uma friaca de rachar nesse planetinha – o nosso mercuriano teria de se esconder nas crateras dos pólos. O problema é que, sem poder aproveitar a luz solar e com uma atmosfera muito rarefeita para respirar, ele teria pouquíssima energia a seu dispor. Por isso, seria um organismo pequeno e simples, provavelmente um ser unicelular, feito de moléculas formadas de silício – substância muito comum na areia que cobre o solo do planeta.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Vênus

Nesse planeta, a temperatura média é de 480 graus Celsius. Por isso, o venusiano seria uma espécie de tatu que passaria a maior parte do tempo enterrado para se proteger do calor. Como a água só poderia ser obtida no subsolo, ele precisaria de garras para cavar e para se prender às rochas e não ser levado pelos ventos fortes que sopram por lá. As células desse bicho seriam construídas com nutrientes retirados do solo. Devido à grande concentração de enxofre, o ET federia como um ovo podre.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Marte

Para resistir à temperatura média de 60 graus negativos, o marciano teria escamas protetoras. Em suas veias correria álcool, que congela a uma temperatura mais baixa que a água. Para completar, uma membrana protegeria seus olhos das tempestades de areia. Como em Marte há gás carbônico na atmosfera e água no subsolo, o planeta poderia sustentar plantas. E o bicho seria herbívoro. Por fim, suas longas pernas o ajudariam a saltar – um meio eficiente de se locomover na baixa gravidade.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Saturno

A temperatura média de 180 graus negativos e os ventos inclementes assolam esse planeta. Imaginamos dois saturnianos: um grupo viveria nos pólos, onde os ventos são mais brandos. Suas grandes asas funcionariam como velas para propulsão e captadores de energia solar. O outro viveria no equador, onde há mais energia – e muito vento. As asas seriam menores. Sem a superfície necessária para captar energia, eles precisariam da ajuda de bactérias para fazer as reações químicas e obter energia.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Júpiter

Para poder voar, seu corpo teria a forma de medusa e seria oco. Os ventos entrariam pela abertura da parte inferior e inflariam o “balão”. Os imensos poros funcionariam como bocas por onde o jupiteriano absorveria os gases nutritivos da atmosfera, que seriam então distribuídos pelo organismo por meio de uma rede de canais. Para controlar a velocidade, ele contrairia o corpo como um fole. O movimento espremeria os canais internos, que devolveriam gases tóxicos ao ambiente.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Urano

Como há pouca energia, só organismos simples, como fungos, sobreviveriam. Esse planeta gira com os pólos voltados para o Sol. E a cada 80 anos, essas regiões mergulham em um inverno escuro por 20 anos. Os uranianos teriam de aproveitar os ventos para se mudar dos pólos para o equador e vice-versa, atrás do sol. Os ETs absorveriam moléculas orgânicas da atmosfera pela pele porosa. A luz provocaria reações que transformariam essas moléculas em outras, gerando calor.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Netuno

A quase 5 bilhões de quilômetros do Sol, pouquíssima energia chega até ali. Os netunianos poderiam ser fungos semelhantes aos de Urano. Devido ao frio, de até 150 graus negativos, protegeriam as células com uma substância anticongelante. Sacudidos pelos ventos, soltariam esporos (células reprodutoras) que se espalhariam em todas as direções. Germinariam nas camadas mais densas das nuvens, nutridos pelo material orgânico que há ali. Pelas hastes ocas, o ET absorveria nutrientes.

(Luiz Iria/Superinteressante)

Plutão

A temperatura de 200 graus negativos não oferece nenhum atrativo para a vida. Mas e estas estruturas cristalinas? Talvez sejam vírus congelados. O astrônomo Fred Hoyle acha que o núcleo dos cometas é carregado desses microorganismos. Como Plutão tem tudo para ser um cometa adormecido, poderia haver uma colônia por lá. Essa criatura não come, não respira nem produz nada. É só um código genético dentro de uma proteína, esperando uma célula para invadir e se replicar.

Super Interessante

 

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Diversos

Telescópio Hubble descobre sem querer nova galáxia ‘vizinha’ do Sistema Solar

GALÁXIA BEDIN 1 (FOTO: ESA/HUBBLE, NASA, BEDIN ET AL.)

Enquanto usavam o Telescópio Espacial Hubble, da NASA, para estudar a idade de antigas e fracas estrelas no aglomerado globular NGC 6752, astrônomos encontraram algo inesperado: uma nova galáxia anã a apenas 30 milhões de anos-luz de distância, no quintal cósmico do Sistema Solar.

Nomeada de Bedin 1, a galáxia é alongada e tem tamanho modesto: mede cerca de 3 mil anos-luz em sua maior extensão – uma fração do tamanho da Via Láctea. Também é considerada fraca, sendo classificada como uma galáxia anã esferoidal, segundo o relatório da pesquisa, publicado na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society: Letters.

As galáxias anãs esferoidais são definidas pelo seu pequeno tamanho, baixa luminosidade, falta de poeira e antigas populações estelares. Sabe-se que existem 36 galáxias deste tipo no Grupo Local de Galáxias, 22 das quais são galáxias satélites da Via Láctea.

Embora elas não sejam incomuns, Bedin 1 tem algumas características notáveis. Não só é uma das poucas esferoidais anões que têm uma distância bem estabelecida, mas também é extremamente isolada. Fica a cerca de 30 milhões de anos-luz da Via Láctea e a 2 milhões de anos-luz da mais próxima grande hospedeira de galáxias plausíveis, a NGC 6744. Isto torna-a possivelmente a mais pequena galáxia anã identificada até hoje.

A descoberta aconteceu por meio da Advanced Camera for Surveys do Hubble, a qual tinha observado uma área de compacta de estrelas. Após uma análise cuidadosa de seus brilhos e temperaturas, os cientistas concluíram que elas não pertenciam ao aglomerado NGC 6752 – que faz parte da Via Láctea –, mas que estão a anos-luz mais distantes.

Das propriedades de suas estrelas, os astrônomos foram capazes de definir que a galáxia tem 13 bilhões de anos – quase tão antiga quanto o próprio Universo. Por causa de sua idade e isolamento, que resultou em quase nenhuma interação com outras galáxias, Bedin 1 é o equivalente cósmico a um fóssil vivo do Universo primordial.

Galileu

 

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