Esporte

CPI da Arena das Dunas: Auditores do TCE apontam ‘falta de estudo’ como fator de sobrepreço

Custos administrativos, valor total da obra e comparações com outros estádios edificados no Rio Grande do Sul e no Nordeste – em Pernambuco, Ceará e Bahia- marcaram os depoimentos  de duas testemunhas ouvidas nesta terça-feira (21) em mais uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito -CPI, instalada na Assembleia Legislativa para apurar possíveis irregularidades no contrato para construção e administração da Arena das Dunas.

O primeiro a ser ouvido foi o auditor do Tribunal de Consta do Estado (TCE), Vladimir Sérgio de Aquino Souto, que antes de ser submetido à oitiva apresentou um documentário em vídeo sobre os pontos contidos no relatório elaborado por uma equipe do Tribunal.

Ele disse aos integrantes da CPI que sempre teve dificuldades de obter os documentos requisitados pela equipe, desde 2011 quando o Ministério Público Federal solicitou informações sobre o contrato com a empresa construtora, a OAS.

A questão principal era como a empresa tinha chegado a um orçamento de R$ 400 milhões para a demolição do Machadão e do ginásio Machadinho e construção da Arena das Dunas, para a Copa do Mundo der 2014.

“Era uma proposta muito alta para a gente entender como chegaram àquela quantia, para a construção em três anos e um prazo de mais 17 anos de concessão. A única coisa era uma planilha que não dava a entender que tinham vários valores quebrados e no final dava um total de R$ 400 milhões. Isso era muito misterioso para nós”, disse o auditor Vladimir Sérgio.

Ele disse ainda que na comparação feita com a Arena Grêmio, em Porto Alegre, construída pela mesma empresa, o preço do metro quadrado na Arena da Dunas foi 54,9% mais caro. Já em relação as Arenas do Nordeste que foram comparadas, o custo em Natal foi 40,9 % mais elevado.

O depoimento do auditor José Rosenilton seguiu na mesma linha e acrescentou que no caso da Arena do Grêmio é mais confortável e de qualidade maior, inclusive é toda coberta o que não acontece com a de Natal. “A Arena do Grêmio é a única na América do Sul que recebeu nota 5 da UEFA, que é mais exigente do que a Fifa”, afirmou Rosenilton.

Os depoimentos tiveram avaliações diferentes na CPI. Para a relatora, deputada Isolda Dantas (PT) foram muito esclarecedores. “A falta de entrega de documentos deixa sinais evidentes de que houve sobrepreços. Estamos chegando ao ponto final. O importante é defender o Estado”, disse a deputada Isolda.

Já o deputado Tomba Farias (PSDB) que presidiu a reunião disse que o encontro foi muito bom, mas não ficou satisfeito com o método de fazer comparações. “Comparações em construções são muito perigosas quando não se tem memória de cálculos. Conheço a Arena Pernambuco. Lá o piso é todo rachado. Preço de metro quadrado existe para todos os gostos. Você pode fazer uma construção numa mesma área, numa usando material mais barato e noutra material de primeira qualidade”, afirmou Tomba.

Ao final da reunião, o deputado Getúlio Rêgo (DEM) solicitou que seja convocado o perito Erick Caldas para ir à Comissão falar sobre cálculos e interpretação sobre receita líquida.  Participaram também da reunião os deputados Kleber Rodrigues (PL) e Subtenente Eliabe (SDD).

ALRN

Opinião dos leitores

  1. Onde estavam esses auditores do TCE quando cometeram aquele crime que foi derrubar o Machadão, com suas fundações recém restauradas e o Machadinho em boa condição de uso. Agora é tarde e Inês está morta. Vai ter que pagar mais de um bilhão e ainda perdemos dois equipamentos em plena condição de uso.

    1. É sempre assim.
      Destroem pra comer dinheiro público, dinheiro do povo.
      Não ver o Aero Porto Augusto Severo??
      Tinha acabado de receber prêmios por excelência.
      Recém reformado.
      Fecharam pra abrir aquele dentro do mato, a onde o vento faz a curva.
      De quebra veio a Governadora eleita e a pandemia, pra acabar de enterrar o turismo em Natal.
      Passageiros estão ficando com fome durante a madrugada, as lojas estão fechando, por não compensar ficar abertas, a demanda é pequena.
      João Pessoa tem sido a solução.
      Até as passagens, são mais em conta.
      Ou seja!!
      Lascaram o RN, esses políticos desonestos liderado por o bandido Henrique Alves.
      Esse é o legado.

  2. Henrique Eduardo Alves e seus projetos de poder, junto com os demais, que o diga o elefante branco do Aeroporto Internacional de São Gonçalo.

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Política

VÍDEOS: Em CPI, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) nega sobrepreço nem superfaturamento na Covaxin e descarta prevaricação sobre investigações na Saúde

A CPI da Pandemia recebe, nesta terça-feira (21), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, para falar sobre evidências de corrupção no Ministério da Saúde e o que a CGU sabia na época em que os fatos ocorreram.

Pelo requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), Wagner Rosário deveria falar de investigações sobre desvio de recursos liberados pela União para estados e municípios.

Na sessão de hoje, no entanto, o ministro respondeu sobre a possível existência de sobrepreço no contrato da vacina Covaxin, intermediada pela Precisa Medicamentos, com o Ministério da Saúde.

Rosário negou a existência de superfaturamento e manteve o que diz o relatório final da CGU na época em que o contrato com a Covaxin foi suspenso.

Ele também afirmou que a CGU não prevaricou no que diz respeito às investigações sobre irregularidades no Ministério da Saúde. Segundo o ministro, o órgão recebeu mais de 16 mil denúncias de irregularidades e fez a “fiscalização prévia nos contratos do Ministério da Saúde”.

Covaxin: Não houve sobrepreço na contratação nem superfaturamento, diz Wagner Rosário

O ministro da CGU negou, novamente, que tenha existido sobrepreço ou superfaturamento no contrato da Covaxin com o Ministério da Saúde, o que gerou atritos com senadores da comissão.

“Superfaturamento é um ato que acontece após o pagamento. Afirmo ao senhor isso. Não houve superfaturamento. Em relação a um possível sobrepreço na contratação, também não identificamos. O preço que a empresa indiana vendia os produtos pra outros países é compatível”, disse.

Tais conclusões são as mesmas do relatório final da CGU na época em que o contrato com a Covaxin foi suspenso com o Ministério.

Wagner Rosário nega prevaricação sobre irregularidades na Saúde

Em seu discurso inicial, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou que não houve prevaricação de sua parte ou de qualquer servidor da CGU no que diz respeito às investigações sobre irregularidades no Ministério da Saúde.

Rosário traçou uma linha do tempo entre duas operações no Pará, nomeadas de Parasita e Hospedeiro, que acabaram por chegar no nome de Marconny Faria – apontado pela CPI como um lobista que agiu com a Precisa Medicamentos na pasta da Saúde.

As operações tratavam de denúncias de favorecimento de empresas no Instituto Evandro Chagas.

Em 31 de março de 2021, a investigação separou em uma nota a parte os conteúdos que citavam os envolvimentos de Marconny com a Precisa Medicamentos, mensagens que eventualmente a CPI teve acesso após compartilhamento de informações autorizado pela Justiça.

Tais informações foram solicitadas pela CGU após as suspeitas envolvendo a Precisa aparecerem na mídia. Segundo o ministro, elas foram protocoladas no sistema do órgão apenas em agosto de 2021.

“A licitação que houve tentativa de interferência pelo grupo de Marconny Albernaz foi cancelada e não foi usado nenhum real dos cofres públicos”, disse o ministro. “Fica claro que não existe prevaricação nem minha e nem de nenhum servidor da CGU. Não existe nenhuma pedida legal pendente a ser adotada”, complementou.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Vacinas que não foram compradas. Não foi pago um centavo sequer por elas e não foi entregue nenhuma dose dessa vacina, por decisão do governo federal. Estamos próximos de completar 1.000 dias do governo Bolsonaro com ZERO corrupção.

  2. Ridículo essa CPI do CABARÉ, da PALHAÇADA e comandada pela equipe de corruptos , desviadores de Dinheiro Público, recebedores de propinas e criminosos com processo em andamento no STF , esses canalhas não tem competência para apontar seus dedos sujos pra ninguém, até agora não conseguiram provar nadissima de nada , é uma nojenteza ver tanta canalhice dessa troupe de vagabundos querendo incriminar pessoas dando lição de moral e outras constrangido e humilhando depoentes , esses lixos são incapaz de fazer qualquer acusação a quem quer que seja , e ainda tem a militância política esquerdistas toda aplaudido! Mas não é de se admirar , até porque essa turma venera e adora um Ladrão do dinheiro público, o maior quadrilheiro corrupto é seu ídolo maior. Chega de palhaçada.

  3. Isso é um moleque de recado, babão do burro presidente bozo, está mentindo para não perder o carguinho de confiança.

    1. A pessoa que se digna a acreditar em renam calheiros, ou é um analfabeto político ou é semelhante ao Renan, em tudo, que não é pouca coisa não. Kkkkkkk

    2. Vc com um nome tão sagrado ser, como disse o ministro uma hospedeira do mal e parasita ambulante, só pode ter estudado na universidade do apedeuta (vá ao dicionário ver que bicho é esse).

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Diversos

Governo suspende contratos do ‘tratoraço’ após relatório da CGU apontar sobrepreço

Foto: Ministério do Desenvolvimento Regional

O Ministério do Desenvolvimento Regional decidiu suspender os contratos destinados para a compra de máquinas agrícolas no chamado “tratoraço” após orientação da Controladoria-Geral da União (CGU) que apontou o sobrepreço de R$ 142 milhões na compra, que tem um valor total de R$ 3 bilhões.

A auditoria foi instaurada após reportagem do jornal Estadão, que revelou a existência do mecanismo de “toma lá, dá cá” do governo Jair Bolsonaro a fim de aumentar sua base de apoio no Congresso Federal.

Apesar de ter negado irregularidades nos últimos quatro meses, o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela liberação de recursos, decidiu acatar a decisão da CGU e interromper os pagamentos de 115 convênios firmados com municípios, além de renegociar lotes de uma licitação bilionária.

Em junho, o titular da pasta, o ministro Rogério Marinho, pediu pela instauração da auditoria como forma de comprovar que não havia sobrepreço nos contratos do Ministério, algo que foi contradito pelo relatório da CGU que apontou risco de sobrepreço “alto ou extremo” em 61% dos 188 convênios analisados.

“Como se pode falar de superfaturamento em uma compra que não foi feita? Ou houve açodamento por parte do jornal e do jornalista, na pressa de se pregar uma narrativa, ou houve má-fé deliberada”, justificou o ministro na ocasião.

Em nota enviada ao Estadão, o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que os convênios permanecerão suspensos até que os municípios apresentem as correções e que medidas estão sendo tomadas para “sanar os riscos averiguados”.

“O ministério reafirma o compromisso com a higidez e boas práticas de gestão pública”, escreveu o órgão.

A Tarde – UOL

Opinião dos leitores

  1. Deixar a compra por conta de Estados e municípios não podia terminar diferente, muitos governadores e prefeitos adoram um sobrepreço e esses bilhões do governo federal seria uma ótima oportunidade para inclusão de um jabá. Esses canalhas acabaram com o sonho de muitos pequenos agricultores.
    Ainda bem que temos uma CGU atuante, isso é mais uma demonstração de um dos motivos pelo qual não existe roubo no governo federal.

  2. Vixe! Jura que houve isso no governo do MINTOmaníaco das rachadinhas? Uns da milícia digital renumerara comentavam aqui no blog que isso não existia… E agora? Qual a narrativa da gadolândia?

    1. Pablo, só não chora com esse governo medíocre e que está acabando com a economia quem é muito alienado e idolatra político corrupto ou quem ganha uma rachadinha para chamar de sua… Vc se enquadra em qual tipo?

  3. O governo Bolsonaro está completando 1.000 dias com ZERO corrupção, algo inédito no Brasil. Só isso já é mais que suficiente para que esse governo seja efusivamente comemorado. Enquanto isso, nos estados… Como anda a CPI estadual da COVID?

    1. Direita Honesta (que não tem coragem de se identificar) vc é um verdadeiro comediante. Kkkkk

    2. Chamar alguém de corrupto é coisa muito séria e exige provas. E não existe corrupção se a transação não ocorreu. Quanto à minha identidade, apenas me resguardo de idiotas como vc, provável comissionado de político. Comentaristas de Internet fazem isso e é impossível saber de antemão suas identidades. Mas TODOS podem ser identificados facilmente numa eventual ação judicial. Inclusive vc.

    3. Direita Honesta vc não faz jus ao seu nome! O tipo penal corrupção prescinde da realização da “transação” como disse você espalhando mentiras deslavadas que não se sustentam pra quem quer saber a verdade e fizer uma simples pesquisa na internet! Pra configurar o tipo penal corrupção também não se faz necessário recebimento da propina ajustada… “ O crime de corrupção passiva consiste no fato de o agente “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa da tal vantagem” (CP, art. 317, caput)”. Entendeu agora o porquê quem quiser pode e deve saber e dizer que no governo do MINTOmaníaco das rachadinhas tem , e muita, corrupção? Além eh claro do crime de peculato da família TODA do presidente inepto que temos…

    4. Não respondo mais suas asneiras, mas vou abrir uma exceção. Onde foi comprovado que um agente público solicitou propina nesse episódio? O caso é totalmente diferente. A CGU (órgão do Poder Executivo, com chefe nomeado por Bolsonaro) constatou indícios de superfaturamento e o possível prejuízo ao Erário foi evitado, NÃO OCORREU. Ou seja, os controles, que existem para isso mesmo, funcionaram. Seu conhecimento jurídico demonstra ser pífio, assim como seu compromisso com a verdade. Procura tua turma.

    5. Direita honesta essa sua narrativa ridícula só encontra guarita na gadolâdia ! Se a CGU encontrou indícios de superfaturamento a CORRUPÇÃO já ocorreu seu abestado! Vá pesquisar na internet pra vc aprender alguma coisa! Vc lá sabe nem fazer um O com um copo quanto mais entender de direito penal ou constitucional! Vc é gado véi amestrado ou ganha para propagar tanta mentira sem amparo legal ou na realidade?

    6. Barrigada Honesta, tenha vergonha e admita que você mudou de pseudônimo depois de ter sido jantado em réplicas. Daqui para a próxima eleição muda novamente hahaha.

    7. Arrume o que fazer, palhaço, e cuide da sua vida. Se quer comentar, recomendo buscar argumentos, talkey? Ou segue esse outro babaca e procura tua turma.

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Geral

CGU vê risco extremo de sobrepreço no ‘tratoraço’

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou “risco extremo de sobrepreço” nos convênios do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para compra de tratores e equipamentos agrícolas com recursos de emendas do orçamento secreto. A auditoria foi feita a partir de reportagem do Estadão que revelou o esquema montado pelo governo de Jair Bolsonaro para distribuir bilhões a aliados no Congresso sem qualquer transparência ou fiscalização de órgãos de controle.

Em troca de apoiar o governo, um grupo de deputados e senadores pode impor no lugar dos ministros o destino de ao menos R$ 3 bilhões. Uma boa parte do montante foi destinada à aquisição de máquinas pesadas a preços indicados pelos próprios políticos e muito acima da tabela de referência do ministério. Com isso, puderam atender suas bases eleitorais com o compromisso de não incomodar o governo no Congresso.

Esses acordos só vieram à tona após o Estadão revelar ofícios em que deputados e senadores cobravam do governo suas “cotas” numa fatia do Orçamento que deveria ser operada pelo ministério. Em alguns casos, a ordem de onde e como o dinheiro público deveria ser aplicado foi enviada por WhatsApp para ministros, o que escapa de qualquer controle público.

Após a reportagem, a CGU iniciou ações de auditoria a pedido do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Na ocasião, Marinho e outros dois colegas de governo – os ministros Onyx Lorenzoni e Luiz Eduardo Ramos – disseram que iriam processar o jornal por ter apontado sobrepreço nos contratos. O próprio ministro da CGU, Wagner Rosário, desqualificou a reportagem antes da auditoria ser iniciada.

O procedimento tramita em sigilo, com recusa da CGU em disponibilizar as notas de auditoria até agora produzidas. Entretanto, o Estadão teve acesso a um documento de 38 páginas, assinado por um auditor federal do órgão. Ao jornal, o ministério de Rogério Marinho reconheceu a existência do documento. Os resultados da auditoria são compartilhados com a pasta, que pode ajustar as falhas encontradas pela CGU com o procedimento em curso.

A apuração apontou que, em 115 convênios celebrados para a compra de nove tipos de máquinas, “o risco de sobrepreço foi considerado alto (entre 10% e 25%) ou extremo (acima de 25%) pela equipe de auditoria, totalizando o valor de R$ 12,1 milhões”. A conclusão atinge 61% da amostra de 188 convênios firmados entre MDR e municípios com recursos originários de emenda de relator (RP9) no ano de 2020. É esse tipo de emenda que foi utilizada para fazer o “tratoraço”.

A análise da CGU foi feita após pesquisas nos arquivos, termos de referência, pareceres e orçamentos dos convênios que preveem a compra de tratores agrícolas, motoniveladoras, retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e caminhões basculantes. Em seguida, foi feita a comparação com os preços que o governo federal tem pagado por equipamentos com características similares, por meio dos sistemas Painel de Preços e Comprasnet. O risco de sobrepreço só foi considerado baixo (menor que 5%) ou moderado (entre 5% e 10%) em 73 convênios (39% do total).

Na análise sobre os tratores agrícolas com potência de 75 cv a 85 cv, a CGU identificou 48 convênios de repasses do ministério junto a municípios, para a compra de 112 equipamentos, com custo total de R$ 15,1 milhões. A CGU fez uma pesquisa com contratações similares, e após aplicação de ajustes de índices de preço, adotou como valor médio R$ 113,3 mil por trator.

Ao comparar esse valor com os preços aplicados aos convênios do MDR, a controladoria apontou que “em 40 instrumentos” (aproximadamente 83% dos 48 convênios analisados) há risco “alto” ou “extremo” da ocorrência de sobrepreço, indicando a necessidade de eventuais análises complementares pelo gestor (MDR) e consequente atuação “junto aos convenentes”.

“O total de sobrepreço apurado pela equipe, segundo a metodologia aplicada, foi de R$ 2.525.385,53, o que representa 17% do total previsto pelos convenentes para aquisição de tratores com potência entre 75 cv e 85 cv”, disse a auditoria.

Lei

A nova Lei de Licitações afirma que sobrepreço é o “preço orçado para licitação ou contratado em valor expressivamente superior aos preços referenciais de mercado”. Nos convênios do MDR com municípios, o orçamento ficou a cargo das prefeituras (convenentes). As conclusões da CGU atingem convênios que ainda não realizaram a licitação, em andamento, de modo que ainda é possível a redução nos preços finais. Daí o termo “risco de sobrepreço”.

No entanto, a pasta do Desenvolvimento Regional assinou os convênios concordando com os preços que, se forem mantidos na licitação feita pelo convenente, configurarão sobrepreço e, se resultarem em pagamento, configurarão superfaturamento.

Em uma análise sobre o que levou ao achado de sobrepreço, a CGU apontou que as pesquisas de preço estavam “em desacordo” com a Instrução Normativa nº 73, do Ministério da Economia, de 5 de agosto de 2020. Foram encontradas “inconsistências nas cotações apresentadas”. O relatório também frisou que o MDR não exigiu aos municípios a priorização das pesquisas no Painel de Preços e consultas a aquisições similares de outros órgãos públicos, o que deveria ser feito de acordo com a instrução normativa do Ministério da Economia.

Além disso, a CGU apontou “ausência de procedimentos de controle e/ou banco de dados de referência do MDR, para otimizar a verificação da conformidade dos valores apresentados pelos convenentes na etapa de formalização dos instrumentos de repasse”.

Apesar de ainda não ter se encerrado, a auditoria da CGU já apontou “necessidade de melhorias e/ou implementação de novos procedimentos de controle por parte do MDR de forma a mitigar os riscos de não atendimento à IN nº 73/2020 por parte dos convenentes, assim como eventuais inconformidade/irregularidades na documentação técnica e valores de equipamentos aprovados por meio de convênios”.

Quando o Estadão publicou a reportagem, em 9 de maio, o governo Bolsonaro reagiu enfaticamente. Tentou negar a existência do esquema de distribuição secreta de emendas. Buscou também desqualificar a análise do Estadão sobre os preços dos equipamentos. “A acusação se baseia em um preço de referência que não existe no governo”, disse o MDR.

O ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, tentou desqualificar a reportagem do Estadão na Rádio Jovem Pan. “Ele diz que o orçamento secreto foi direcionado diretamente para a compra de tratores superfaturados. A reportagem não diz qual trator foi superfaturado”, opinou antes dos auditores se manifestarem.

Marinho disse depois, em audiência à Câmara: “Duvido muito que estão acima dos valores de mercado”.

‘Apuração’

Agora, o Ministério do Desenvolvimento Regional ressaltou ao Estadão que “o referido relatório trata-se de uma apuração preliminar, originada de uma provocação feita pelo próprio ministério, com o objetivo de apurar e sanar qualquer irregularidade que venha a ser constatada”. “Cabe destacar que os convênios encontram-se em fase inicial, sem que qualquer desembolso tenha sido realizado até o momento”, disse. Procurada, a CGU não respondeu.

Inconstitucional

Os aspectos legais e as irregularidades do orçamento secreto estão em apuração no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Na análise das contas da Presidência da República do ano de 2020, o TCU cobrou do governo transparência na execução das emendas, após a área técnica apontar que o modelo adotado pelo governo contrariava a Constituição. As equipes de auditores da Corte de Contas conduzem pelo menos mais três apurações sobre o tratoraço.

No Supremo, a ministra Rosa Weber aguarda um parecer da Procuradoria-Geral da República para dar continuidade às ações apresentadas por partidos de oposição. O PSB, o Cidadania, o PSOL e o Novo pediram que a Corte declare inconstitucional o uso da emenda de relator-geral do orçamento como vem sendo feito pelo governo. Uma peculiaridade no caso é que o PSB e o Cidadania, após apresentarem as ações, recuaram, por pressão das bancadas de deputados, mas a relatora deu continuidade.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Não existe “orçamento secreto”, maisxuma narrativa mentirosa dessa oposição asquerosa. Existe o Orçamento da União, aprovado pelo Congresso Nacional e transparente, publicado no Diário Oficial para conhecimento de todos. Os recursos referidos no artigo serão utilizados sob a estrita responsabilidade dos parlamentares. Ou seja, se mal utilizados, cabe responsabilizar os parlamentares. No governo Bolsonaro, ZERO CORRUPÇÃO. E, se surgir alguma, os seus autores serão responsabilizados. Nos governos do PT, era muito diferente, o roubo era repartido e muitos foram até presos por isso.

  2. Toda sujeirada vai aparecer depois que o cagão sair. Por enquanto ele consegue interferir nas investigaçoes, mudando pessoas para colocar quem feche os olhos às denúncias. Quando sair, tudo irá estourar, inclusive essas motociatas patrocinadas com dinheiro público, enquanto o país tem quase 15 milhões de desempregados, milhões de pessoas comendo osso e pé de galinha.

  3. Vixe! Além da conta bilionária que o MINTO das rachadinhas deu ao Congresso “oficialmente”, agora temos o TRATORAÇO (equivalente ao mensalão que houve no governo corrupto do PT)… Mas ainda bem que temos um presidente “onesto”! KKKKKKK. Vou ali comer mais capim cloroquinado para continuar acreditando nesse governo talkei!

  4. Ha mais esse tipo de lavaçao pode né???? nesse governo honestissimo de araque!!!!homi deixe de serem bestas e acordem pra vida, é tudo farinha do mesmo saco…..

    1. Esses artigos capciosos da grande mídia militante só servem para que vagabundos e mentirosos eswuerdopatas saiam por aí cometendo crimes contra a honra alheia. Como vc está fazendo. Se vc fosse alguém, mereceria um bom processo. Fique no seu mundo obscuro, “cumpanhero”. Quem realmente interessa está vendo e entendendo tudo.

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Denúncia

TCU constata sobrepreço de mais de R$ 20 milhões nas obras do terminal salineiro de Areia Branca

O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou sobrepreço de R$ 21,6 milhões ao fiscalizar as obras de ampliação e melhoramentos do Terminal Salineiro de Areia Branca (RN). O TCU deu prazo de 15 dias para a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), responsável pela obra, apresentar esclarecimentos sobre o sobrepreço e sobre outras irregularidades identificadas.

A auditoria do tribunal também encontrou deficiências no projeto básico, relativas à ausência de sondagens geológicas, sobrepreço por contratação de itens de serviço com valores excessivos, inexistência de critérios de aceitabilidade de preços unitários e deficiência na apresentação das informações da planilha orçamentária.

O Terminal Salineiro de Areia Branca é responsável pelo embarque do sal produzido nas salinas do RN, onde se concentra 95% da produção brasileira. O ministro Aroldo Cedraz foi o relator do processo.

* Fonte TCU

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