Laudo do Instituto de Criminalística de Goiás aponta que o carro de Cristiano Araújo capotou devido à ruptura de soldas da roda traseira situada do lado direito. Com o rompimento, elas cortaram o pneu, que saiu completamente da estrutura do automóvel. A perícia constatou que somente nessa peça, que não era original e tinha aro 22, havia dez pontos de soldagem feitas com material de má qualidade.
O acidente provocou a morte do sertanejo e da namorada dele, Allana Moraes, de 19 anos, em 24 de junho, na BR-153, em Goiás. Para a Polícia Civil, o casal morreu devido a uma série de fatores, entre eles, o problema na roda, a alta velocidade do carro e por não usar cinto de segurança.
O delegado responsável pelo caso, Fabiano Jacomelis, concluiu o inquérito e indiciou Ronaldo Miranda, que dirigia o veículo, pelo crime de duplo homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – na direção de veículo automotor, pois foi negligente e imprudente.
As vítimas viajavam no veículo Range Rover Sport, ano 2015, do cantor. Além do casal e de Ronaldo, estavam no automóvel um dos produtores do sertanejo, Victor Leonardo, que também sobreviveu. Eles voltavam para Goiânia após um show em Itumbiara, no sul goiano.
Em nota enviada ao G1 no dia 29 de junho, a a Jaguar Land Rover, fabricante dos carros tanto de Simão como de Cristiano Araújo, informou que “não recomenda em nenhuma circunstância o uso de peças e acessórios não originais em seus veículos”. A assessoria informou ainda que as rodas originais do modelo são de aro 20 e de liga leve.
De acordo com a perícia, as rodas que estavam no veículo também eram feitas do mesmo material, sendo apenas o aro diferente.
Uma das responsáveis pela análise das rodas, a perita criminal Kárita Fortes ressalta que, diferentemente do que os ocupantes do automóvel acreditavam, o pneu não estourou. Ela acredita que o barulho ouvido pelo motorista ocorreu em decorrência do “deslocamento do pneu”.
“Foi cortada toda a circunferência interna do pneu após o ‘start’ da ação perfurocortante da solda. Depois, com o anteparo do asfalto e devido ao aquecimento, ela foi cortada em toda a orla”, explicou Fortes.
As rodas originais do veículo tinham sido trocadas por outras de marca desconhecida. Adesivos com a escrita “Land Rover” foram colados sobre as peças.
De acordo com a perita, as peças adotadas pelo cantor não obedeciam às indicações da Land Rover e ainda estavam danificadas. Os laudos apontam que a roda traseira esquerda tinha cinco pontos de solda e a direita, dez.
A perícia concluiu também que o pneu rodava em baixa pressão e/ou sobrecarga, o que provocou a fragilidade da borracha. Como não era o modelo original, o bico de enchimento não comunicava com o carro, avisando que precisava de calibragem.
As rodas colocadas no carro de Cristiano eram do ex-jogador de futebol Tiago Ferreira dos Santos, de 29 anos, que as deu para o motorista do cantor. Em entrevista exclusiva ao G1 e à TV Anhanguera, ele disse na época do acidente que já havia feito reparos nas peças.
De acordo com o delegado responsável por investigar o acidente, Fabiano Jacomelis, apesar de ser um presente para Ronaldo, o sertanejo autorizou a troca das rodas. “Assim que ele pediu para trocar, o Cristiano arcou com a despesa do pneu e tinha total ciência da troca”, disse o delegado.
Cintos de segurança
O perito criminal José Luiz de Amaral informou que todos os airbags foram acionados. Os cintos de segurança do banco traseiro estavam desafivelados e recolhidos. “Isso demostra que os passageiros do banco traseiro não utilizavam cinto, tanto que foram arremessados, impulsionados para fora do veiculo”, explicou o especialista.
A análise também apontou que o motorista e o empresário de Cristiano usavam cinto de segurança. Por isso, Amaral acredita que, se usassem o equipamento, o cantor e a namorada poderiam ter sobrevivido.
Com informações do G1
Que isso sirva de alerta para os exibicionistas que adoram colocar rodas enormes nos carros!