Judiciário

STF retira do juiz Moro os depoimentos da Odebrecht sobre Lula

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira, retirar da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sergio Moro, trechos das delações premiadas em que executivos da Odebrecht se referiram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte dos depoimentos será transferida para a Justiça Federal em Brasília. A decisão foi tomada porque, para a maioria dos ministros, o caso tem correlação com a investigação já aberta na capital federal.

Nos depoimentos retirados de Moro, o patriarca da família, Emílio Odebrecht, descreveu o relacionamento mantido com Lula desde sua campanha, os motivos pelos quais passou a contribuir para ela e seu objetivo de mudar o rumo do setor petroquímico nacional. Pedro Novis, ex-executivo da empresa, relata o relacionamento do grupo empresarial com os ex-presidentes Lula e Dilma.

Na mesma decisão, também foram retirados de Moro e enviados para a Justiça Federal em Brasília os depoimentos que narram como os pagamentos teriam sido feitos ao governo Lula e o funcionamento das planilhas “Italiano” e “Pós-italiano”, em suposta referência aos períodos em que Antônio Palocci e Guido Mantega ocuparam cargos no governo. Na segunda-feira, o juiz aceitou uma denúncia contra Mantega e livrou Palocci.

Na discussão de outro recurso, a Segunda Turma também retirou da 13ª Vara Federal trechos de delações da Odebrecht sobre o financiamento de campanhas por parte da Odebrecht em Angola, República Dominicana, Panamá, El Salvador e Brasil em 2014. Essa parte das apurações, que não menciona Lula, foi enviada à Justiça Federal em Brasília e também ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal. Os depoimentos mencionam Guido Mantega.

As delações estavam originalmente no STF mas, em abril do ano passado, o relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin, enviou os depoimentos ao juiz Sérgio Moro. As defesas de Lula e de Mantega recorreram da decisão. Nesta terça-feira, a Segunda Turma discordou de Fachin, que manteve seu voto.

A maioria contrária ao relator foi formada pelos ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Celso de Mello, que também compõe a Segunda Turma, não estava presente à sessão.

O Globo

 

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Judiciário

STF retira do juiz Moro investigação sobre corrupção na Eletronuclear

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki decidiu que a principal ação penal relativa a fraudes e corrupção na estatal Eletronuclear, um dos alvos da Operação Lava Jato, deverá sair das mãos do juiz federal em Curitiba Sérgio Moro e seguir para a Justiça Federal no Rio de Janeiro.

A reportagem apurou que a decisão foi tomada nesta quinta-feira (29) em processo que tramita sob segredo de Justiça. Assim, a íntegra da decisão não é conhecida nem foi divulgada pelo STF.

O ministro considerou que Moro não tem competência territorial para continuar tocando o processo, pois a estatal é sediada no Rio.

A decisão guarda semelhança com outra tomada por Zavascki. Em setembro, ele decidiu, a respeito de investigações que envolvem o Ministério do Planejamento e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), não ser prevento para julgar o caso, ou seja, que o processo não teria relação com as fraudes apuradas na Operação Lava Jato. Ele é relator, no STF, dos inquéritos derivados da Lava Jato.

Após essa medida, o plenário do STF decidiu, por sete votos a três, enviar o processo para a Justiça Federal em São Paulo.

Com isso, a força-tarefa da Lava Jato no Paraná perdeu a capacidade de investigar dois desdobramentos do escândalo da Petrobras: Eletronuclear, uma estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e Ministério do Planejamento.

Em setembro, Zavascki já havia mandado paralisar as investigações sobre a Eletronuclear em Curtiba, ao acolher uma reclamação aberta no STF pelos advogados de Flávio David Barra, um executivo de uma empresa de energia controlada pela empreiteira Andrade Gutierrez que está preso há cerca de 90 dias no Complexo Médico Penal de Curitiba (PR).

Outro acusado pelo Ministério Público Federal na mesma ação penal é o almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear. A investigação abrange crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Uma microempresa tocada por Pinheiro e sua filha receberam recursos de empreiteiras que mantinham negócios com a Eletronuclear.

Na mesma decisão, Zavascki mandou que Moro remetesse ao STF a ação penal já aberta em Curitiba. Foi essa ação que Zavascki decidiu agora enviar ao Rio, retirando de Moro a competência para tocar o caso adiante.

A decisão de suspender a investigação havia contrariado manifestações tanto de Moro quanto da PGR (Procuradoria Geral da República).

Em petição do último dia 13, o procurador-geral Rodrigo Janot escreveu que Moro era “indubitavelmente competente para a apreciação dos crimes relacionados aos fatos aqui versados quanto aos demais envolvidos”.

Em ofício endereçado a Zavascki, Moro afirmou que os advogados de Barra não haviam apresentado a ele próprio um recurso chamado de exceção de competência, o que o levaria a se manifestar sobre a questão da competência territorial.

“Este juízo não tem condições de se posicionar em definitivo sobre sua competência para a ação penal, já que isso demanda a interposição de eventuais exceções de incompetência pelos acusados na ação penal, ainda estando aberto o prazo para tanto”, escreveu Moro

Os advogados de Barra disseram também que o caso deveria tramitar no STF porque havia suspeitas sobre o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que tem foro privilegiado. Ouvido na reclamação dos advogados Barra, Moro afirmou que Lobão não era investigado no processo.

“Durante a investigação houve, é certo, um comentário do ex-Presidente da Camargo Correa, Dalton dos Santos Avancini, de que o contrato obtido pelo Consórcio Angramon envolveria um compromisso do pagamento de propinas ao PMDB, mas sem esclarecimento se haveria agentes políticos que seriam destinatários específicos. No depoimento, não há qualquer referência ao Senador Edison Lobão, ao contrário do afirmado pelo reclamante”, escreveu Moro.

O advogado de Barra, Juliano Breda, disse que a decisão do ministro “cumpre a Constituição”. “Segundo as informações que recebo pela imprensa, ele reconhece que não há nenhuma conexão entre Eletronuclear e Petrobras e reconhece que o juiz deveria ter agido dessa maneira [não ter visto conexão]”, disse Breda, que ainda não havia sido notificado sobre a decisão até a tarde desta sexta-feira (30).

Folha Press

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  1. É isso que dá ter um stf feito por indicação de políticos corruptos. É por isso que eu sempre digo: ou Brasil bom pra bandidos. Esse pt é uma praga pro país.

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