Border collie é uma raça de cães que não fogem do trabalho. Há séculos eles são usados por fazendeiros para observarem o deslocamento de ovelhas. Chaser, no entanto, notabilizou-se não pela vida rural, mas por sua carreira acadêmica. Nesta semana, em um artigo publicado por pesquisadores da Wofford College (EUA) na revista “Learning and Motivation”, seus donos comprovaram que a mascote, que conhece mais de mil substantivos, já é craque em sintaxe e semântica.
Chaser, de 9 anos, construiu seu vocabulário com brinquedos, como bolas, bonecos e frisbees. Cada um tem suas próprias características — a cor, por exemplo — e um nome, que vai de “leopardo” a “Papai Noel”. A “decoreba” demorou três anos, e tornou a cachorra tão inteligente quanto um bebê.
Segundo o estudo, “Assim como as crianças, Chaser tem a consciência de que as palavras podem se referir a objetos e de que nomes podem se referir a objetos únicos ou a categorias de objetos”.
Antes da nova pesquisa, a cachorra atendia a ordens simples. Seus donos a pediam para, entre centenas de objetos, “pegar o leopardo”. Ela então, aventurava-se na pilha de brinquedos até encontrar o artigo que recebeu este nome.
O trabalho, agora, é mais complexo. Além dos substantivos, Chaser lida com verbos, advérbios e preposições. Assim, consegue associar um objeto a outro. Em um experimento, o “leopardo” e o “Papai Noel” são colocados em cantos opostos de uma mesma sala. Os donos pedem: “levar leopardo a Papai Noel”. Ou, então, “levar Papai Noel a leopardo”. Chaser entende que a mudança de palavras em uma frase significa que seu dever é outro.
Em 24 testes descritos no estudo, a cachorra acertou 18 vezes (75%) as ordens.
— Ensinamos como ela pode associar verbos e objetos — conta John Pilley, dono da cachorra e professor da Wofford College. — Com estas aulas de gramática, além dos antigos treinos com vocabulário, ela consegue intuitivamente compreender frases.
De acordo com os pesquisadores, a habilidade de Chaser para compreender e lembrar tantas palavras é uma clara evidência do potencial apresentado por alguns animais para a aprendizagem e compreensão da língua humana. O método desenvolvido por Pilley pode ser adaptado para cães de outras raças e donos que falem outros idiomas.
— Se um cachorro pode aprender uma língua da mesma forma que os bebês, então ele conseguiria, com treinamento, compreender qualquer língua que é falada em sua casa — avalia Pilley Bianchi, filha de John Pilley. — O importante é ligar o instinto natural do animal a um método que torne seu aprendizado agradável. Na Alemanha, por exemplo, um border collie chamado Rico já aprendeu 200 palavras.
Chaser continuará com suas aulas de gramática, estruturando novas frases e lidando com substantivos ainda desconhecidos. Mas a ciência, segundo o autor, ainda precisa definir um conceito básico — o que é ser inteligente.
“Eu dizia para ela: ‘Veja o que estou fazendo. Agora faça você’”, explicou Pilley, em um artigo publicado na revista “Time”. “Exigimos uma compreensão, consciente ou não, de que eu quero que ela copie meu comportamento. Fazemos o mesmo com as crianças e muitos animais, pedindo que eles nos imitem. Isso mostra como a ciência ainda precisa avançar antes de definir o que significa constituir uma inteligência, inclusive entre os humanos”
O Globo
OS ADVERSÁRIOS SÓ SABEM LATIR E URRAR. MUITA PENA.
Um amigo meu me mandou um e-mail sobre esta jóia do mundo animal. No e-mail, ela soletra as palavras pelego e mensaleiro com extrema clareza. Quando o seu dono pede para ela dizer "PT" ela na bucha diz "petralhas". Realmente esta cadela vale ouro e tem tudo para ser uma das grandes vedetes de 2014 em uma campanha eleitoral.