O supertufão Haiyan – batizado de Yolanda nas Filipinas – pode ser considerado o quarto ciclone tropical mais intenso já registrado e o mais forte a atingir terra. Os cientistas ainda precisam fazer medições em solo para confirmar a informação, mas já se pode dizer que é uma das mais poderosas tempestades tropicais já vistas. Nas Filipinas, autoridades estimam mais de 10 mil mortos e 4.5 milhões de afetados. O Tufão deve atingir o Vietnã na manhã desta segunda.
Com os ventos mais fortes relatados na história, que chegaram a 380km/h, a tempestade começou no dia 2 de novembro e rapidamente se intensificou. No dia 6, tinha um olho de mais de 9 quilômetros de largura.
– Tudo o que podemos dizer neste momento é talvez. As estimativas da força do vento e pressão central são apenas isso, estimativas, apesar das modernas técnicas de satélites desenvolvidos ao longo de décadas. Sem observações terrestres no centro da trajetória nunca podemos estar totalmente seguros – disse Julian Heming, cientista previsão tropical no Met Office, ao “Guardian”.
O recorde de mais intenso ciclone tropical é do Supertufão Tip, que atingiu a costa sul do Japão em outubro de 1979. Com ventos que chegaram a 305km/h e pressão atmosférica mínima de 870 mbar, ele matou 99 pessoas.
Os ingredientes de um fenômeno devastador
Se o Haiyan já é considerado por alguns como o pior tufão registrado de forma confiável, isso se deve a uma série de condições que, quando reunidas, levam a fenômenos meteorológicos cujas consequências quase sempre são trágicas. Especialistas apontam que a primeira delas foi a origem de Haiyan em mar aberto, sem qualquer massa de terra que o impedisse de ganhar a forma circular e acumular calor.
As altas temperaturas do oceano na região, podendo chegar a 30° C até mesmo a dezenas de metros de profundidade, são o ingrediente seguinte, já que um tufão só ganha força se tiver calor. Por fim, a ausência de ventos em velocidade ou direção diferentes dos de Haiyan — e que poderiam abalá-lo — permitiram que ganhasse a força avassaladora com que tocou a terra.
As sete mil ilhas que formam as Filipinas e nas quais vivem 92 milhões de pessoas ficam justamente em uma região da Terra que, com frequência, reúne todas essas condições. Quase um terço das tempestades tropicais do mundo se formam no Pacífico ocidental e muitos seguem para o oeste das Filipinas, a primeiro grande massa de terra que encontram.
O arquipélago enfrenta, em média, oito ciclones tropicais a cada ano. Até agora, seis foram registrados em 2013. O Haiyan é o terceiro tufão de categoria 5 a atingir as Filipinas desde 2010.
– Em 2010 Megi atingiu um pico de 290km/h, mas matou apenas 35 pessoas. Mas Bopha, que atingiu a ilha filipina de Mindanao em 3 de dezembro de 2012, deixou 1.901 mortos e foi o desastre natural mais caro da Filipinas na história – disse Jeff Masters, diretor de meteorologia do Weather Underground em seu blog.
Mudanças climáticas geram tufões mais intensos
De acordo com o governo filipino, os tufões foram ficando mais fortes na região.
– Ameaçadoramente, os tufões filipinos estão ficando mais fortes e mais fortes, especialmente desde os anos 90 – disse Romulo Virola, chefe do conselho nacional de estatísticas do governo. – De 1947 a 1960, o mais forte tufão a nos atingir foi Amy, em dezembro de 1951, com uma velocidade máxima de vento registrada em 240km/h, em Cebu. Entre 1961 e 1980, Sening foi o recordista, com uma velocidade máxima de vento de 275km/h em outubro de 1970. Durante os 20 anos depois, a maior velocidade do vento registrada foi por Anding e Rosing, com 260km/h. Nesse milênio, a maior velocidade do vento subiu para 320km/h, registrado por Reming em novembro-dezembro de 2006. Se isto é devido à mudança climática, é melhor estar preparado para aqueles ainda mais fortes no futuro.
O aquecimento constante dos oceanos pode conduzir a um número menor, mas mais forte, de tufões tropicais, disseram os cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em um relatório especial sobre os eventos climáticos extremos deste ano. Segundo o relatório, “a velocidade máxima do vento do ciclone tropical tende a aumentar, em média, mas a frequência global tende a diminuir ou permanecer inalterada”.
Outras regiões também estão experimentando tempestades mais fortes nos últimos anos. No mês passado, o ciclone Phailin, que soprou em até 260km/h forçou 500 mil pessoas em Orissa e Andhra Pradesh, na Índia, a fugir de suas casas. A temporada de furacões no Atlântico tem sido uma das mais silenciosas em 2013, mas em setembro o furacão Manuel foi um dos piores da história do México, causando danos de US$ 4 bilhões.
No início deste ano, a Organização Meteorológica Mundial calculou que os ciclones tropicais mataram quase 170 mil pessoas entre 2000 e 2010, e afetaram mais de 250 milhões, causando prejuízo econômico de US$ 380 bilhões.
Um tufão é o mesmo tipo de perturbação meteorológica que um furacão ou um ciclone. A diferença está apenas no nome recebido em determinada região. As tempestades que ocorrem na área do Pacífico ocidental (que banha parte da Ásia), recebem o nome de tufão. No Oceano Atlântico Norte, Mar do Caribe, Golfo do México (costa dos Estados Unidos, México e América Central) e Norte Oriental do Pacífico, a perturbação é batizada de furacão. Já na região do Oceano Índico e no Pacífico Sul (onde estão Austrália e Nova Zelândia), a tempestade ganha o nome de ciclone.
O Globo
gostaria que essas pessoas que estao defendedo esta nova ordem mundial como intolerancia religiosa. a nao reproduçao humana quando apoia a uniao do mesmo sexo o anarquismo dos menores , a nao valorizaçao da vida a liberdade desmedida sem observar o proximo. Gostaria de perguntar em qual naçao isso deu certo?