Informação que está publicada no portal da Tribuna do Norte traz novidades sobre a “Operação Mão na Roda” deflagrada há dois anos. O Ministério Público estadual ofereceu denúncia contra pessoas supostamente envolvidas em furto e receptação de estepes e aparelhos de som automotivos em Natal. Após seis meses de investigações e mais de dois anos após a deflagração da “Operação Mão na Roda”, 18 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público nesta quinta-feira (5), entre elas, um policial civil.
No dia 1º de julho de 2010, a Polícia Civil comandou a operação que resultou na prisão de 20 pessoas. De acordo com as investigações, uma quadrilha especializada em roubo de estepes e aparelhos de som estava em atuação em Natal e Grande Natal desde 2009, tendo como alvos principais veículos utilizados por turistas durante férias na capital potiguar. Durante a investigação, foram realizadas interceptações telefônicas em telefones celulares roubados pelo bando, que foi a forma como a polícia começou a identificar o tamanho da quadrilha.
A partir das interceptações e das subsequentes medidas sigilosas realizadas nas linhas telefônicas dos investigados, foi constatado que os furtos em questão não se tratavam de atos isolados. Os delitos eram praticados por membros de uma organização criminosa composta por arrombadores e receptadores, que planejavam os furtos. Enquanto os arrombadores recolhiam os estepes e aparelhos de som automotivos, os receptadores adquiriam o material por valor bem abaixo ao de mercado. Em seguida, os receptadores procuravam comerciantes conhecidos ou outros interessados em adquirir os produtos receptados.
Durante os seis meses de investigação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 29 locais e 20 pessoas tiveram a prisão preventiva decretada, o que possibilitou a recuperação de parte dos bens roubados e também de armas de fogo. No cumprimento dos mandados, a polícia também identificou que o dinheiro conseguido através do comércio ilegal seria utilizado para o financiamento do tráfico de drogas.
Entre os denunciados pelo MP está o policial civil José Robson da Silva. De acordo com a denúncia do MP, o policial possui relação estreita com um dos denunciados identificado como Willian Fernandes Cirillo e conhecia a atividade criminosa. Segundo o MP, em pelo menos uma oportunidade, José Robson teria recebido dinheiro com o fim de impedir o prosseguimento das investigações. O policial supostamente usaria o dinheiro para “ressarcir” outro policial civil que teria sido vítima da quadrilha.
Por ser um processo que envolveu dezenas de pessoas e havia vários volumes a serem analisados, o Ministério Público precisou de dois anos para oferecer a denúncia. O juiz de Execuções Penais, Henrique Baltazar, criticou a situação. “Operação Mão na Roda completou dois anos sem o oferecimento de denúncia contra mais de 20 presos, mas não mereceu uma linha na imprensa”, postou em seu Twitter pessoal.
A denúncia do MP, na verdade, seria contra 19 pessoas, mas Marcos Andres Lopes da Costa, um dos supostos envolvidos, faleceu em 22 de dezembro de 2010. Agora, a Justiça vai analisar se recebe a denúncia e, caso concorde com o posicionamento do MP, os denunciados podem ser condenados por receptação e furto qualificados, além de formação de quadrilha.
Confira a lista dos denunciados:
João Antônio Neto (formação de quadrilha, furto e receptação)
Antônio Nogueira de Góis – Toinho (formação de quadrilha, furto e receptação)
William Fernandes Cirillo – C*-Sangue (formação de quadrilha, furto e receptação)
Francisco de Assis Cardoso da Silva Júnior (formação de quadrilha e receptação)
Rodrigo Macedo da Fonseca – Rodrigo Pônei (formação de quadrilha e receptação)
Plínio Tavares de Miranda (formação de quadrilha, furto e receptação)
Anderson Gadelha de Paiva – Caboré (formação de quadrilha e receptação)
Francisco Aureliano de Oliveira – Cheira-C* (formação de quadrilha e receptação)
Márcio Daniel Pereira – Márcio Rolinha (formação de quadrilha e receptação)
Geraldo José Ferreira da Silva – Ivan (formação de quadrilha e receptação)
Fábio Augusto Teixeira Furtado da Silva (formação de quadrilha e receptação)
Adson Souza da Silva (formação de quadrilha)
Clebson Lopes de Souza (formação de quadrilha)
José Robson da Silva (formação de quadrilha)
Cláudio Terceiro Mendes da Cunha (formação de quadrilha e receptação)
Flávio Barbosa Targino (formação de quadrilha e receptação)
Rômulo Cézar de Souza (formação de quadrilha e receptação)
Emanuel Aldo Cordeiro (formação de quadrilha e receptação)
E ainda assim, com esse currículo, não vai faltar advogado que se preste a fazer de tudo para colocar essas pérolas na rua.