Educação

Polícia apreende de novo terceiro suspeito de participar de ataques a tiros em Suzano

Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Apontado como suspeito do ataque a tiros em uma escola de Suzano , na Grande São Paulo, um adolescente de 17 anos foi apreendido pela polícia na manhã desta terça-feira. Ele deverá ser levado para o fórum da cidade, onde a juíza da Vara da Infância e Juventude decide se ele deve ser internado em uma unidade da Fundação Casa ou se será solto de novo.

O garoto já havia se apresentado à Justiça na sexta-feira passada. Na ocasião, no entanto, o promotor Rafael Ribeiro do Val entendeu que a polícia não tinha conseguido juntar elementos suficientes para provar a participação do adolescente no planejamento do crime. Ele pediu mais informações para os investigadores e liberou o jovem .

Desta vez, porém, os policiais que estão à frente do caso acreditam que conseguiram juntar mais provas. Desde sexta-feira, foram ouvidos novos depoimentos e analisadas conversas de celulares entre o adolescente e os outros dois responsáveis pelo homicídio em massa: Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos.

O adolescente foi colega de classe de Gustavo no ano passado. Além disso, um dos 11 celulares apreendidos como sendo de Guilherme, na verdade, pertence ao terceiro suspeito. O dono de um estacionamento de Suzano, onde os assassinos costumavam guardar o carro, afirmou à polícia que viu o garoto por lá.

Na manhã da última quarta-feira, Gulherme e Luiz Henrique mataram a tiros o tio de Guilherme em uma concessionária de carros de Suzano. Na sequência, foram até a escola estadual Raul Brasil, onde mataram cinco estudantes e dois funcionários. Ao notar a chegada da polícia, Gulherme matou o comparsa e se suicidou.

O Globo

 

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Diversos

MP de SP apura se organização criminosa na ‘deep web’ incitou assassinos a cometerem massacre em Suzano

Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, os assassinos de Suzano — Foto: Reprodução

O Ministério Público (MP) de São Paulo vai apurar se uma organização criminosa na internet está por trás do massacre em Suzano, ocorrido na quarta-feira (13).

Dois assassinos mataram a tiros e machadas uma pessoa numa loja de carros, sete na Escola Estadual Raul Brasil e depois se mataram com a chegada da Polícia Militar (PM). Outras 11 pessoas ficaram feridas, sendo que uma está em estado grave.

Um promotor do júri e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ambos do Ministério Público, querem saber se Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, foram incitados ao crime por membros do fórum Dogolachan na deep web, uma internet considerada obscura na qual pessoas anônimas incitam ódio e intolerância.

“A gente tem notícia de que os assassinos se comunicavam pela deep web com outras pessoas. Isso portanto precisa ser investigado para se verificar se há uma organização criminosa atuando por trás da ação que cometeram”, disse nesta quinta-feira (14) ao G1 o chefe do MP, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio.

O Ministério Público atuará diretamente com ao Polícia Civil, que já investiga o caso e busca saber qual foi a motivação do crime.

Informações preliminares da investigação policial indicam que Guilherme e Luiz premeditaram o crime, planejando ele por mais de um ano, e ainda pretendiam matar mais pessoas do que as 13 vítimas fatais do massacre de Columbine, ocorrido em 1999 nos Estados Unidos. Naquele crime cometido há 20 anos numa escola, dois assassinos também se mataram em seguida.

No massacre de Suzano, os assassinos eram ex-alunos da escola. E um dos mortos era um tio de Guilherme, que foi executado pelo sobrinho porque teria descoberto o plano deles de cometer uma chacina na Raul Brasil.

Deep Web

Computadores usados pelos dois foram apreendidos pela polícia. Segundo investigadores, eles acessaram a deep web e buscaram informações sobre massacres cometidos em escolas americanas. Além disso, foram recolhidos cadernos com anotações deixados por eles no carro alugado e usado no crime.

“A apuração sobre o que aconteceu em Suzano precisa ser a mais completa possível para se ter maior segurança e evitar que isso não se repita”, falou o procurador Smanio sobre pessoas nas redes sociais que incitam crimes. “Há uma comoção social grande para que esse tipo de conduta e outras pessoas possam praticar a mesma coisa”.

“Muito obrigado pelos conselhos e orientações … esperamos não cometer esse ato em vão”, teria escrito um dos assassinos dois dias antes do massacre em Suzano.

Smanio designou o promotor Rafael Ribeiro do Val e membros do Gaeco para apurarem se alguma organização criminosa colaborou para “eventual cometimento de crimes relacionados a terrorismo doméstico, como apontam os primeiros indícios”.

O termo terrorismo doméstico é usado para definir atentados terroristas cometidos por cidadãos contra o seu próprio povo ou governo.

Crimes cibernéticos

De acordo com Smanio, o Ministério Público irá contar com o assessoramento do Cyber Gaeco para tentar esclarecer quem são as outras pessoas que teriam conversado com Guilherme e Luiz na Deep Web.

“É nosso núcleo de crimes cibernéticos. É preciso fazer essa investigação para dar segurança as pessoas pois ainda não sabemos a motivação do crime e como eles tiveram acesso às armas, por exemplo”, disse o procurador-geral.

Perícias nos computadores usados pelos assassinos poderão informar com quem eles se relacionavam e conversavam a respeito do cometimento de crimes. Os dois também frequentavam uma lan-house onde jogavam games de tiros.

Guilherme ainda chegou a postar fotos ameaçadoras na internet momentos antes do crime. Ele aparece armado e com uma máscara de caveira numa das imagens.

“Tem que fazer perícia nos computadores que fizeram acesso, se estão ligados a outras pessoas, se é um grupo ou não. Não dá para descartar nada disso”, falou Smanio.

Armas

A Polícia já sabe que o revólver calibre 38 usado na chacina estava com a numeração raspada, o que indica a possibilidade de ele ter sido obtido com algum outro criminoso. Um machado, uma besta, espécie de arco com flecha, e bombas caseiras também estavam com a dupla.

Um dos amigos dos criminosos foi ouvido pela polícia na noite de quarta e contou que soube da intenção da dupla em fazer o atentado. Só não sabia quando seria.

Os investigadores já ouviram 20 pessoas no total, entre pessoas próximas aos assassinos e vítimas deles.

Dogolachan

O G1 apurou que promotores paulistas estudam a possibilidade de vir a pedir colaboração do Ministério Público em Curitiba para tentar falar com um dos homens apontados como criadores do Dogolochan.

Marcelo Valle Silveira Mello está preso desde 2018 após ter sido condenado pela Justiça a mais de 40 anos de prisão por associação criminosa, divulgação de imagens de pedofilia, racismo, coação, incitação ao cometimento de crimes e terrorismo cometidos na internet. O G1 não conseguiu localizar a defesa de Marcelo para comentar o assunto.

Um delegado especializado em crimes cibernéticos afirmou a reportagem que o Dogolochan ainda existe na Deep Web porque está sendo moderado por outro brasileiro, que foi expulso dos Estados Unidos e estaria morando na Espanha. O especialista pediu para não ter o nome divulgado.

Dependendo do andamento das investigações, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) poderão ser acionados pela Promotoria de São Paulo. “Por enquanto a atribuição da investigação será estadual porque não tem interesse da União”, explicou Smanio.

Massacre de Suzano

No massacre de Suzano, Guilherme e Luiz mataram cinco alunos da Raul Brasil e dois funcionários. Antes de a dupla entrar na escola, o adolescente ainda matou seu tio no lava-jato em Suzano onde ele era dono.

Morreram os alunos Caio Oliveira, 15; Cleiton Ribeiro, 17; Douglas Murilo Celestino, 16; Kaio Lucas da Costa Limeira, 15; e Samuel Mequíades, 16.

Também perderam a vida, a funcionária ; e Eliana Regina de OIiveira Xavier, 38; e a coordenadora pedagógica Marilena Umezu, 59.

O empresário Jorge Antonio de Moraes, tio de Guilherme, foi o primeiro alvo. Segundo policiais, ele teria sido morto pelo sobrinho por ter descoberto o plano da dupla em matar os alunos na escola.

Perfil dos assassinos

Policiais civis e peritos da Polícia Técnico-Científica foram as casas dos assassinos, que moravam a pouco mais de 1 quilômetro de distância do colégio. Guilherme foi criado pela avó, que morreu há cerca de três meses. Atualmente ele estava morando com um tio.

Luiz vivia com os pais, um irmão mais velho e o avô. Ele era jardineiro e trabalhava na Zona Leste de São Paulo. “Infelizmente a família completamente perplexa, os pais em choque, há idosos, o avô dele reside aqui, mais de 80 anos, estão todos completamente sem chão, sem norte”, disse Fabrício Cicone Tsutsui, advogado da família de Luiz.

Além de investigar a participação dos assassinos nas redes sociais, a polícia quer saber como eles adquiram as armas e como alugaram o carro usados na chacina.

G1

 

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Diversos

Mourão lamenta massacre em Suzano e faz alerta sobre jogos violentos de videogames

O vice-presidente, Hamilton Mourão, lamentou  nesta quarta-feira (13) o massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, na grande São Paulo, e disse que o caso se deve à influência de videogames violentos e à falta de atividades educativas para crianças e adolescentes.

“Hoje a gente vê essa garotada viciada em videogames e videogames violentos. Só isso que fazem. Quando eu era criança e adolescente, jogava bola, soltava pipa, jogava bola de gude, hoje não vemos mais essas coisas. É isso que temos que estar preocupados”, disse.

Veja mais –  Anos de 2002, 2003, 2011, 2012 e 2017: De Realengo a Goiânia, relembre outros casos de atiradores em escolas do país

Ao lembrar o massacre na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, onde um ex-aluno matou 12 pessoas, em 2011, disse que “tem que chegar à conclusão por que isso está acontecendo? Essas coisas não aconteciam no Brasil, ocorriam em outros países”.

O vice-presidente contou da sua experiência de adolescência, quando morou nos Estados Unidos, e estudava das 9h às 15h, como é o padrão norte-americano de ensino. “Hoje, pai e mãe são obrigados a trabalhar pelas exigências da sociedade moderna, nos faltam escolas de tempo integral, onde a criança fique mais tempo”, disse Mourão.

A flexibilização da posse de arma de fogo, para o vice-presidente, “não tem nada a ver” com o caso. “Vai dizer que a arma que os caras tinham lá era legal?”, disse.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. A única autoridade que atacou o centro da questão. Não existe força policial que consiga impedir essas insanidades Aja visto que acontece em vários países desenvolvidos e com excelentes forças policiais
    E ligar esse ato insano a questão da revisão do estatuto do desarmamento é querer desviar do real motivo na tentativa de tirar proveito político numa situação tão triste isso não deve nem ser comentado e coisa de ativistas políticos extremista, se não vejamos a tragédia de Realengo podemos colocar no "colo" da esquerda? Já que era a esquerda que governava o Brasil, claro que não
    Podemos sim dizer que o problema é de educação não nas escolas mas nas casas onde os pais estão transferindo a responsabilidade de educar os filhos e essa função está caindo ou já caiu no vazio, e ai os jovens em grande parte são presas faceis para doentes mentais tipo pedofilos e criadoees de coisas absurdas como esses jogos
    Por tudo isso o general Mourao tem toda a razao em apontar esses perigosso brinquedinho como um dos impulsionadores de eventos como esse
    O mais é folhetim político

  2. Vídeo game? Não seria o tráfico de armas. O miliciano da morte de Marielle q é vizinho do presidente não foi pego com varios fuzis.

    1. Amigo querer ligar a uma pessoa um crime por morar no mesmo condomínio do criminoso é algo infantil e de má fé coisa de esquerdista

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