Diversos

Homem mais rico do Brasil tem empresas em paraísos fiscais

Sócio da 3G Capital e acionista da AB Inbev, do Burger King e da Heinz, Jorge Paulo Lemann tem participação em companhias em países como Bahamas e Bermudas. (Foto: Sergio Lima/FolhaPress/Veja/Reprodução)

O empresário Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do Brasil, está ligado a pelo menos 20 empresas abertas em paraísos fiscais, de acordo com uma reportagem do site Poder360.

A reportagem é baseada nos documentos conhecidos como Paradise Papers, São 13,4 milhões de documentos vazados neste mês a um grupo de jornalistas investigativos. Eles mostram a enorme dimensão das empresas offshore em paraísos fiscais. Além de Lemann, são citados, nesses documentos, nomes que vão do cantor Bono Vox à rainha da Inglaterra.

Um dos fundadores da 3G Capital e acionista de empresas como AB Inbev, Burger King e Heinz, Lemann tem participação em companhias em países que cobram pouco ou nada de impostos, como Bermudas, Bahamas e Ilhas Cayman.

O uso de offshores, como são chamadas as empresas abertas em paraísos fiscais, é legal e garantido pela lei brasileira, desde que os bens e valores sejam declarados e tributados pela Receita Federal.

O Banco Central também precisa ser informado dos investimentos de brasileiros no exterior, como participação em uma empresa, títulos, ações, imóveis ou outros bens.

Lemann e seus sócios na 3G, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, afirmaram, ao Poder360, que mudaram sua residência fiscal para o exterior com a expansão de seus negócios. Eles disseram ainda que todos os veículos são legais e que cumprem as regras em relação à divulgação de informações acerca desses investimentos. Veja a íntegra da resposta abaixo.

Lemann é o homem mais rico do Brasil e está em 27° no ranking global de bilionários da Bloomberg, com uma fortuna de 31,2 bilhões de dólares. Telles está em 81°, com 14,9 bilhões de dólares, e Sicupira ocupa a posição 91 na lista da Bloomberg, com 12,7 bilhões de dólares.

Segundo a reportagem do Poder360, eles fazem parte da diretoria de diversas empresas em paraísos fiscais, como a Squadron Aviation Services Limited, registrada nas Bermudas; e outras 9 empresas nas Bahamas: Cetus Investments (transferida das Ilhas Cayman para as Bahamas em 2013), BVC Services Ltd., BR Global Investments Limited, Santa Giustina Inv. & Arbitrage Ltd., Santa Venerina Inv. & Arbitrage Ltd., Santa Marcelina Inv. & Arbitrage Ltd., Santa Paciencia Ltd., Santa Bárbara Management Ltd (fechada em fev.2001) e S-BR Global Investments Ltd.

Algumas das companhias fazem parte da esstrutura acionária da Anheuser-Busch InBev, dona de marcas como Brahma, Stella Artois, Budweiser e Corona. Confira a lista completa das empresas ligadas aos bilionários aqui.

Leia a seguir a íntegra da nota de Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann enviada ao Poder360:

“Com a grande expansão dos nossos negócios para o exterior mudamos há vários anos a nossa residência fiscal para fora do Brasil. A expansão dos nossos negócios pelo exterior também envolveu a constituição de veículos para fins da gestão e planejamento estratégico de nossos investimentos e ativos no exterior. Todos os nossos veículos são legais, cumprem as regras e leis aplicáveis e de alguma forma participam ou participaram da gestão de nossos investimentos e ativos. Cumprimos todas as regras aplicáveis em relação à divulgação de informações nos países que estamos presentes ou investimos. Tudo perfeitamente normal e dentro das leis aplicáveis”.

A série de reportagens sobre os Paradise Papers é uma iniciativa do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), organização sem fins lucrativos com sede em Washington, nos EUA. Mais de 96 veículos jornalísticos em 67 países fazem parte das investigações e, no Brasil, o parceiro é o Poder360.

Exame

Opinião dos leitores

  1. TODOS os homens e mulheres mais ricos do mundo tem contas e empresas de fachada nos paraísos fiscais!

  2. E se o filho de Lula fosse sócio do homem mais rico do Brasil?
    E se Verônica Serra fosse filha de Lula?
    Verônica Serra, filha de Serra. Ela foi notícia discreta nas seções de negócios recentemente quando foi publicado que uma empresa de investimentos da qual ela é sócia comprou por 100 milhões reais 20% de uma sorveteria chamada Diletto.

    Os sócios de Verônica são Jorge Paulo Lehman e Marcel Telles. Lehman é o homem mais rico do Brasil. Daí a pergunta do Viomundo, e Marcel é um velho amigo e parceiro dele.

    Verônica ganhou de Lehman uma bolsa para Harvard.
    Verônica agradou Lehman, a ponto de se tornar, depois de Harvard, sócia dele.

    O nome dela apareceu em denúncias – cabalmente rechaçadas por ela – ligadas às privatizações da era tucana.

    Tenho para mim que ela não precisaria fazer nada errado, uma vez que já caíra nas graças de Lehman, mas ainda assim, a vontade da mídia de investigar as denúncias, como tantas vezes se fez com o filho de Lula, foi nenhuma.

    Verônica é da turma. Essa a explicação. Serra é amigo dos empresários de mídia. E mesmo Lehman, evidentemente, não ficaria muito feliz em ver a sócia exposta em denúncias.

    Verônica Serra, por tudo isso, esteve sempre sob uma proteção, na grande mídia, que é para poucos. É para aqueles que ligam e são atendidos pelos donos das empresas jornalísticas.

    O filho de Lula não.

    Daí a diferença de tratamento. E daí também a força incômoda, por mostrar quanto somos uma terra de privilégios.

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Esporte

Investigação revela que Messi e Platini têm empresas em paraísos fiscais

Os nomes do argentino Lionel Messi, do Barcelona, e do ex-jogador francês Michel Platini, que está suspenso das atividades do futebol por seis anos, estão na lista de pessoas que teriam offshores, contas abertas em paraísos fiscais.

No caso de Messi, a suspeita é que a operação teria como intuito fraudar o Fisco espanhol. O argentino adquiriu a empresa Mega Star Enterprises, no Panamá, por meio de advogados uruguaios, segundo investigação. A ação teria ocorrido apenas algumas horas após a Fazenda espanhola o acusar de fraude de 4,1 milhões de euros.

“Em 13 de junho de 2013, apenas um dia depois saber que tinha evadido 4,1 milhões de euros”, Messi e seu pai, Jorge Horacio Messi, “utilizaram um escritório uruguaio para construir uma sociedade panamenha, com a qual teriam continuado faturando seus direitos de imagem pelas costas da Agência Tributária espanhola”, relatou o jornal espanhol “El Confidencial”.

A Justiça espanhola marcou para 31 de maio o início do julgamento contra Messi e seu pai por este caso.

Nos documentos também aparece citado o ex-presidente da Uefa, Michel Platini, mas em comunicado enviado à AFP, ele afirmou que todas as atividades relativas foram informadas às autoridades suíças, onde o ex-jogador tem residência fiscal desde 2007.

A apuração internacional que revelou os casos que envolvem Messi e Platini começou quando o jornal alemão “Süddeustche Zeitung” obteve 11,5 milhões de documentos sobre o escritório do Panamá e compartilhou os papéis com 376 jornalistas de 109 veículos em 76 países, todos ligados ao ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), uma entidade sem fins lucrativos com sede em Washington, nos Estados Unidos.

No Brasil, a investigação foi conduzida pelo UOL, que faz parte do grupo Folha, pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela “Rede TV!”. A série de reportagens foi batizada internacionalmente de “Panama Papers”.

Folha Press

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