A Assembleia Legislativa aprovou a Lei Estadual da Carcinicultura. Isso foi o bastante para as polêmicas envolvendo o setor voltarem. Em entrevista ao Meio-Dia Cidade desta terça-feira (28), o presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores de Camarão, Origenes Monte, afirmou que não há razão para polêmica. O projeto de lei apenas adeque a legislação estadual de acordo com o novo Código Florestal, quanto ao uso das áreas consolidadas até 2008.
O Ministério Público é contra essa lei, porque diz que a carcinicultura destruiria os manguezais, por isso, são contra implantação dessa atividade em áreas de mangue.
“Há uma meia verdade nessa afirmação do Ministério Público. Porque nós não queremos nem um pé de mangue de 2008 para frente. O que nós queremos é garantir o que já estava consolidado, o que já estava feito, de julho de 2008 para trás”, disse Origenes. Ele complementa dizendo que a intenção dos carcinicultores não é desmatar mangue. E diz ainda que os manguezais, depois da implantação da carcinicultura no Rio Grande do Norte, cresceram 16%.
O questionamento da nova lei por órgãos como o MP e o Ibama pode atrapalhar o crescimento da carcinicultura no estado, setor que já não vai tão bem como ia há alguns anos. Hoje o Rio Grande do Norte é o segundo maior produtor de camarão do Brasil, perdendo para o Ceará.
Há uma endemia nova chamada mancha branca que veio para o RN e, segundo o presidente da ANCC-RN, a convivência com essa doença necessita de investimentos e renovação tecnológica, uma vez que a mancha branca não vai mais embora, as fazendas de camarão têm que se adaptar.
“Todos os países que passaram pela mancha branca já superaram e hoje produzem bem mais que produziam antes”, disse Origenes Monte. Mas o problema é que nem todos os produtores de camarão conseguem de adaptar e acabam deixando a atividade. Mais um fator prejudicial para a carcinicultura no Estado.
Aqui no blog você pode ouvir a entrevista completa com o presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores de Camarão, Origenes Monte.
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