Em matéria da Tribuna do Norte, edição deste domingo, vemos mais uma vez um problema que se arrasta há muito tempo: a deterioração da Ponte de Iagapó, que construída há 40 anos nunca recebeu uma melhoria estrutural, segundo afirmam fontes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN).
Mesmo afastando o risco de desabamento iminente, membros da entidade afirmam que problemas graves podem acontecer devido aos desgastes na ponte localizada sobre o rio Potengi. De acordo com relatório do Conselho, material que está em fase de conclusão, é necessária a recuperação em diversas fases. O engenheiro e responsável pela Ouvidoria do Crea-RN, Eunélio Silva, apontou que a construção “encontra-se num processo gradativo de depreciação de sua estrutura”.
Junto com a de Igapó, outras 23 pontes situadas em rodovias federais estão sendo fiscalizadas pelo Crea-RN, que também sugeriu ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER/RN) uma fiscalização nas 82 pontes localizadas nas estradas estaduais.
A Ponte Newton Navarro é alvo da avaliação do órgão e o parecer é positivo, exceto, no que diz respeito à falhas no pavimento. “A única anotação diz respeito a algumas falhas no pavimento. Coisa simples, sem problemas maiores”, disse Eunélio
Segue a matéria publicada na TN:
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) vai entregar ao Ministério Público do Estado (MP/RN), nos próximos dias, um relatório com anotações a respeito da atual situação da Ponte de Igapó. O aparelho público gera preocupação na população devido às ferragens aparentes, desgaste do concreto e ferrugem presente em todos os pilares de sustentação. Construída há mais de 40 anos, a ponte, segundo o Crea/RN, nunca passou por obras de reparo e conservação. De acordo com os engenheiros, não há risco iminente de desabamento. No entanto, é necessário tomar providências agora para evitar consequências mais graves.
Por se tratar de uma via federal, o órgão responsável pela manutenção e conservação da ponte é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit). Em abril passado, Dnit/RN e Crea/RN firmaram um acordo para realização de uma Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) em 24 pontes localizadas em rodovias federais que cruzam o Estado. O relatório dessa FPI está em fase de conclusão. Paralelo a esse trabalho, foi feita uma vistoria mais detalhada na Ponte de Igapó a pedido do MP/RN. “Vistoriamos 24 pontes nas rodovias federais em diversos municípios. Elaboramos uma espécie de ‘check-list’ para cada ponte e identificamos a situação de cada uma delas. Aquelas que apareceram algum problemas, colocamos no relatório”, explicou o engenheiro civil e responsável pela Ouvidoria do Crea-RN, Eunélio Silva.
Segundo Eunélio, a situação das pontes federais no Estado é boa e não desperta atenção do Crea/RN. A exceção é a Ponte de Igapó. “A situação das pontes, no geral, é muito boa. Descobrimos pouca coisa em termos comprometedores. O que existe de preocupante é a Ponte de Igapó. É a única que nos preocupa”, ressaltou.
No primeiro semestre deste ano, o Dnit/RN anunciou, para o mês de julho, abertura de processo licitatório para obras de manutenção da ponte. Porém, até o momento, o edital não foi publicado. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a assessoria de imprensa do órgão que nos solicitou o envio de perguntas através de e-mail. O contato foi feito na quarta-feira passada e até o fechamento desta edição não recebemos retorno dos questionamentos.
Eunélio Silva explicou que o relatório do Crea/RN não aponta quais obras devem ser feitas em cada ponte visitada. Essa definição, segundo ele, cabe ao Dnit. “O que sabemos e apontamos no relatório é que deve ser feita a recuperação em várias fases. Desde o jateamento do ferro para eliminar a oxidação, colocar armadura complementar, colocar forma e preencher de concreto”, elencou. O engenheiro explicou ainda que a ponte “encontra-se num processo gradativo de depreciação de sua estrutura”.
Não é difícil constatar que a ponte localizada sobre o rio Potengi precisa de reparos. As ferragens estão aparentes em todos os pilares de sustentação. A ferrugem toma conta da estrutura e falta concreto em algumas partes. A situação provoca receio em parte da população que necessita utilizar o aparelho público. Porém, o engenheiro civil tranquiliza a população. “Não é o caso de dizer que estamos numa situação de perigo. Não é isso. Mas é necessário que se tome uma providência em termo de recuperação porque, no futuro, teremos problemas”, afirmou. Com relação a estrutura que fica submersa e, portanto, impossível de ser observada numa simples fiscalização, Eunélio afirmou que não o que temer pois “essa é a parte da obra que é feita com mais cuidado porque já se sabe que ela ficará submersa”.
Pontes em estradas estaduais passam por vistorias em 2012
Além das 24 pontes existentes nas rodovias federais, o Crea-RN propôs ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER/RN) uma fiscalização nas 82 pontes localizadas nas estradas estaduais. O acordo entre os órgãos foi fechado e as visitas estão acontecendo gradativamente. Segundo Eunélio, essa atividade está mais complicada porque falta informações que auxiliem as equipes do Crea/RN. “Diferente do Dnit/RN, as informações do DER/RN são confusas e dificulta nosso trabalho”, colocou.
Para este ano, o Governo do Estado prometeu investir R$ 8 milhões na manutenção e conservação das estradas estaduais. O valor, de acordo com o diretor geral do DER-RN, Demétrio Torres, é baixo, mas representa o dobro do que foi investido ano passado.
Demétrio explicou ainda que o investimento deste ano na verdade é a soma da verba destinada para o Departamento em 2012 e 2013. “Fizemos a união do orçamento dos dois anos. Próximo ano, vamos ver o que faremos, mas esse somatório era necessário agora tendo em vista que existem pontes com mais de 70 anos que nunca passaram por uma obra de recuperação”, disse.
Demétrio afirmou ainda que as ações de recuperação e conservação nunca foram priorizadas. O problema, segundo ele, ocorre em todo país. “Temos essa cultura de não se importar com os reparos. Por isso mesmo, os recursos nesse setor sempre são reduzidos”. O Rio Grande do Norte possui, aproximadamente, 3.300 quilômetros de rodovias estaduais.
Engenheiros alertam falta de proteção da Newton Navarro
O relatório sobre a Ponte de Igapó será entregue ao MP/RN juntamente com o relatório da Ponte Newton Navarro. Na semana passada, os engenheiros do Crea/ RN estiveram no local e constataram que a estrutura do aparelho está em bom estado. “A única anotação diz respeito a algumas falhas no pavimento. Coisa simples, sem problemas maiores”, disse Eunélio.
O MP/RN está juntando informações sobre a ponte. Através de um Inquérito Civil Público, a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente quer apurar possíveis riscos de danos ambientais e ao patrimônio público causados pela falta de manutenção e equipamentos de proteção nos pilares da ponte. Os encaminhamentos assinados pelo promotor João Batista Machado foram discutidos em audiência realizada na primeira semana deste mês que contou com representantes dos órgãos citados. Segundo o promotor, a informação de que a ponte estaria sem a proteção exigida pela Capitania dos Portos gerou preocupação. “Soubemos, através das redes sociais, que a ponte corria risco devido a inexistência de equipamentos de segurança. Chamamos os órgãos competentes para discutir a questão e resolvemos solicitar uma série de informações”, disse.
Eunélio afirmou que a Ponte Newton Navarro não apresenta desgastes. “O problema da ponte real, fruto de discussões, são as defensas dos quatro pilares centrais. As defensas atuais protegem de pequenas embarcações. O problema é que essas defensas estão presas nos próprios pilares, ou seja, não os protege”, explicou.
A solução para o problema é a construção de dolfins. A obra tem custo calculado em R$ 32 milhões e é de responsabilidade da secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN). O projeto vai assegurar a proteção da ponte e de embarcações que cruzam o rio Potengi e é fundamental para a expansão das atividades no Porto de Natal.
A imprensa noticiou um acordo no ano passado entre executivo e judiciario, o dinheiro do funfir seria usado para pagar duodecimo. Aí veio aquela estoria das multas, que nao podia, etc. Para pagar duodecimo pode? Para pagar salario não pode? Não to entendendo.