Matthew Molding: CEO do The Hut Group ainda mantém um fundo de 1,2 bilhão de reais (The Hut Group/Divulgação)
Matthew Molding, presidente da companhia britânica de comércio eletrônico chamada The Hut Group fez algo que poucos teriam coração (ou dinheiro) para fazer: doou aos funcionários da empresa 430 cotas de ações nos últimos dez anos.
Se convertidas para o real, o valor das ações chegaria a 6,8 bilhões de reais (1 bilhão de libras esterlinas). Ou seja, sua atitude tornou 74 pessoas milionárias. E não são apenas executivos. Profissionais de diversas áreas receberam tais doações, incluindo secretárias, motoristas e operários.
Molding ainda mantém um fundo de 1,2 bilhão de reais, ou 175 milhões de libras, para futuras doações. O executivo, que há é rico, também doa seu salário para a caridade.
“Nós criamos mais milionários do que qualquer outra empresa na história corporativa britânica”, afirmou o CEO ao jornal Daily Mail.
“As ações são 100% de presente, ninguém teve que pagar nada. Mudamos genuinamente muitas vidas”, também esclareceu.
O The Hut Group é conhecido pela marca de suplementos alimentares MyProtein. Mas a empresa também fornece tecnologia de comércio eletrônico para outras empresas, entre elas Asda e Tesco.
A estreia da companhia na bolsa, em setembro, marcou o maior IPO de uma empresa de tecnologia no Reino Unido e levou o grupo a ser avaliado em 5,4 bilhões de libras.
Com 3,7 mil trabalhadores, Smithfield é a quarta maior empregadora de Big Sioux e também o local do maior surto de coronavírus nos Estados Unidos' (Foto: BBC)
Em uma fábrica de processamento de carne de porco em Dakota do Sul, o surto do coronavírus se espalhou na velocidade de um incêndio florestal, levantando dúvidas sobre o que a empresa fez para proteger os trabalhadores.
Mas como um foco de covid-19, em um dos Estados menos densamente povoados dos EUA, se tornou o maior da primeira economia do mundo?
Na tarde de 25 de março, Julia abriu seu laptop e acessou um perfil falso no Facebook.
Ela criou essa conta quando ainda estava na escola, com o objetivo de seguir secretamente os passos dos garotos por quem estava apaixonada.
Mas desta vez, depois de muitos anos, ela estava entrando na conta novamente para cumprir um propósito muito mais sério.
“Você pode investigar Smithfield?”, escreveu em um perfil chamado Argus911, o canal de denúncias no Facebook do jornal local, o Argus Leader.
“Eles têm um caso positivo (de covid-19) e planejam permanecer abertos”.
Por “Smithfield”, ela quis dizer a fábrica de processamento de carne de porco Smithfield, localizada na cidade de Sioux Falls, no Estado de Dakota do Sul. Ela pertence ao grupo Smithfield Foods, com sede em Smithfield, na Virgínia, tido como o maior produtor de carne de porco do mundo. Em 2013, ela foi comprada pelo grupo chinês WH Group, no que foi considerada – e ainda é – a maior aquisição de uma empresa americana por um grupo chinês.
A fábrica, uma enorme estrutura branca de oito andares, localizada nas margens do rio Big Sioux, é a nona maior processadora de carne de porco dos Estados Unidos.
Um dos maiores empregadores da cidade
Ao operar com capacidade total, a estrutura é capaz de processar até 19,5 mil porcos recém-abatidos por dia, cortando, moendo e transformando-os em milhões de quilos de bacon, salsichas de cachorro-quente e presuntos fatiados.
Com 3,7 mil trabalhadores, é também a quarta maiora empregadora da cidade, de 182 mil habitantes.
“Obrigado pela denúncia”, respondeu a conta Argus911, “qual era o emprego do funcionário que teve diagnóstico positivo?”
“Não temos muita certeza”, respondeu Julia.
“Tudo bem, obrigado”, disse Argus911. “Entraremos em contato”.
Às 7h35 da manhã seguinte, o Argus Leader publicou um artigo em seu site intitulado “Um funcionário da Smithfield Foods testa positivo para o coronavírus”.
O repórter confirmou com um porta-voz da empresa que um funcionário havia contraído o vírus e estava cumprindo uma quarentena de 14 dias em casa.
Sua área de trabalho e outros espaços comuns foram “completamente desinfetados”.
Mas a fábrica, considerada pelo governo Trump como parte da “indústria crítica” americana, continuaria totalmente operacional.
“A comida é uma parte essencial de nossas vidas, e nossos mais de 40 mil trabalhadores americanos, bem como milhares de pequenos agricultores e nossos muitos outros parceiros da cadeia de suprimentos são uma parte crucial da resposta de nossa nação a covid-19”, disse Kenneth Sullivan, diretor da Smithfield, em um vídeo postado em 19 de março justificando a decisão de manter a fábrica aberta.
“Estamos tomando as precauções máximas para garantir a saúde e o bem-estar de nossos funcionários e consumidores”, acrescentou.
No entanto, Julia ficou alarmada.
‘Meus pais não sabem inglês. Eles não podem se defender’
“Há rumores de que houve casos antes mesmo disso”, disse ela. “Ouvi falar de pessoas da Smithfield, especificamente, que foram hospitalizadas. Mas isso só é sabido pelo boca a boca.”
Julia não trabalha na fábrica. Ela é uma estudante na casa dos 20 anos, isolada em casa depois que sua universidade foi fechada devido à pandemia de covid-19.
Foram seus pais, funcionários da Smithfield, que lhe disseram o que estava acontecendo na fábrica naquele dia.
Julia faz parte do grupo chamado “Filhos de Smithfield”, descendentes de imigrantes de primeira geração e cujos pais são funcionários da fábrica, que denunciaram o surto.
“Meus pais não sabem inglês. Eles não podem se defender”, disse Julia. “Alguém tem que falar por eles.”
Sua família, como muitas em Sioux Falls, fez todo o possível para evitar o contágio. Os pais de Julia usaram todas as suas férias restantes para ficar em casa.
Depois do trabalho, deixavam os sapatos do lado de fora e tomavam banho imediatamente. Julia comprou bandanas de tecido para eles, para que eles cobrissem a boca e o nariz enquanto trabalhavam.
Para Julia, alertar a mídia era apenas um passo lógico na tentativa de mantê-los em boa saúde, criando pressão pública para fechar a fábrica e fazer com que seus pais ficassem em casa.
O primeiro foco nos Estados Unidos
Mas isso foi apenas o começo de quase três semanas de ansiedade, durante as quais seus pais continuaram a frequentar uma fábrica que sabiam que poderia estar contaminada pois não podiam perder seus empregos.
Não havia distanciamento social. Eles trabalhavam a menos de 30 centímetros de distância um do outro e de seus colegas. Entravam e saíam de vestiários lotados, corredores e cafés.
Durante esse período, o número de casos confirmados entre funcionários da Smithfield aumentou lentamente, de 80 para 190 e depois para 238.
Em 15 de abril, quando a Smithfield finalmente fechou sob pressão do governo de Dakota do Sul, a fábrica havia se tornado o foco número um nos Estados Unidos, com 644 casos confirmados entre funcionários e pessoas infectadas por eles.
Descobriu-se depois que as infecções oriundas da Smithfield foram responsáveis por 55% dos casos confirmados no Estado, que ultrapassou em muito os vizinhos mais populosos, se consideramos os números per capita.
De acordo com o jornal The New York Times, o número de casos originários da Smithfield Foods até excedeu os relatados no USS Theodore Roosevelt, o porta-aviões que teve mais de 600 membros da tripulação infectados, e na cadeia do condado de Cook, em Chicago, onde houve mais de 300 casos.
Esses números foram divulgados um dia após a morte do primeiro funcionário da Smithfield, em um hospital local.
“Ele pegou o vírus ali. Antes, era muito saudável”, disse sua mulher Angelita à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol.
“Meu marido não será o único a morrer”, acrescentou.
Relato angustiante. Imaginem casos como este acontecendo aos milhões, em todo o mundo. Enquanto isso, os canalhas do Partido Comunista Chinês se divertem com a desgraça que desencadearam.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a ameaça de uma pandemia do coronavírus se tornou “bastante real”.
O chefe da OMS chamou a atenção para o fato, mas lembrou que com ações decisivas e adiantadas o mundo será capaz de desacelerar o coronavírus, evitando infecções”.
União Europeia
A União Europeia (UE) planeja criar um fundo de 25 bilhões de euros para enfrentar a crise econômica provocada pelo surto de coronavírus e para fortalecer sistemas de saúde nos países-membros do bloco.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o plano nessa terça-feira (10), após uma videoconferência de emergência com líderes do bloco.
O debate foi realizado em meio à propagação do vírus e ao crescente impacto econômico na União Europeia.
Von der Leyen disse à imprensa que o bloco está pronto para utilizar todas as ferramentas disponíveis. Acrescentou que vai buscar aprovação dos países-membros e do Parlamento Europeu para as medidas.
O dinheiro deve ser utilizado para fortalecer sistemas de saúde dos países membros, bem como apoiar pequenas e médias empresas que têm sido afetadas pelo surto.
Unesco
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirmou que autoridades educacionais no mundo concordaram em trabalhar em conjunto para que alunos possam continuar estudando em meio às interrupções provocadas pelo coronavírus.
Ontem, a diretora-geral Audrey Azoulay promoveu videoconferência em caráter de emergência. Representantes de mais de 70 países participaram, incluindo ministros da Educação.
Segundo a Unesco, os participantes discutiram meios de manter oportunidades educacionais a estudantes, já que muitas escolas encontram-se fechadas na Ásia, Europa, no Oriente Médio e na América do Norte.
A agência diz que planeja trabalhar com a Microsoft e outras organizações para desenvolver softwares capazes de permitir que alunos estudem em casa.
A Unesco planeja ainda montar uma força-tarefa para elaborar medidas concretas.
De acordo com observadores, os desafios podem incluir como fornecer apoio a estudantes que não entendem inglês ou outros idiomas mais difundidos, além de como prestar assistência àqueles sem acesso à internet.
Alô meu patrão querido, tô na área rsrsrsrsrsrs
Enquanto isso, os empresários daqui, querem tirar os últimos direitos dos trabalhadores…
E você? Gerou qua quantos empregos esse ano?
Que Deus o abençoe e o proteja, belíssimo gesto.