Depois de quase ir a falência e ser salva por ajuda governamental, a General Motors voltou a ser a número um do mundo em vendas, recuperando posto perdido para a Toyota em 2008, após 77 anos na liderança do mercado mundial de automóveis. A marca americana vem ampliando suas vendas, principalmente nos países emergentes, mas a volta ao topo se deve principalmente pelos problemas enfrentados pela concorrente japonesa depois do o terremoto seguido de tsunami ocorrido no início do ano passado.
Os números oficiais de vendas serão divulgados amanhã, mas as projeções de analistas apontam para vendas perto de 8,5 milhões de veículos em 2011. Ontem, o presidente mundial da GM, Dan Akerson, confirmou a conquista em entrevista a um grupo de jornalistas brasileiros no Salão Internacional do Automóvel, evento que abrirá as portas ao público no sábado. “Somos de novo a maior montadora do mundo, mas ainda temos muito trabalho a ser feito”, afirmou o executivo.
A Toyota também foi ultrapassada pela Volkswagen, que vendeu pouco mais de 8 milhões de veículos e ficou em segundo lugar no ranking. A companhia alemã trabalha fortemente para ser a líder em 2018, quando pretende vender 10 milhões de veículos, sendo 1 milhão no Brasil.
Segundo Akerson, 60% das vendas da marca ocorreram fora dos Estados Unidos. O país-sede da companhia, que tradicionalmente respondia por metade das vendas, agora participa com cerca de 30%. A maior parcela dos negócios atualmente vem dos países emergentes, especialmente China e Brasil, respectivamente segundo e terceiro maiores mercados para a GM no mundo, com chances de os EUA serem ultrapassado pela China.
Atualização
No Brasil, a GM perdeu participação em vendas, e Akerson reconheceu que nos últimos “17 a 19 meses tínhamos uma linha de produtos velhos”, mas afirmou que essa situação começou a mudar com os recentes lançamentos do Cobalt e do Cruze. Para este ano, ressaltou, a marca prepara sete novidades, algumas delas inéditas. Akerson confirmou que nos próximos meses a GM vai anunciar novo plano de investimento para o Brasil, dinheiro que será aplicado em novos produtos e modernização das fábricas a partir de 2013. O plano quinquenal atual, de R$ 5 bilhões, se encerra neste ano.
Outra decisão a ser tomada nos próximos meses e em relação a produção de módulos de transmissão, o que exigiria a ampliação de investimentos na fábrica de motores em Joinville (SC), que inicia operações neste ano. Hoje, 70% das transmissões usadas nos automóveis da marca são produzidas em São José dos Campos (SP) e 30% são importadas da Europa, informou Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul.
Sobre a medida do governo brasileiro que ampliou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos porcentuais para carros importados, Akerson afirmou que muitos países adotam medidas protecionistas e que a GM atua como num jogo de baralho – “jogamos com as cartas que temos nas mãos”. A medida foi criticada pelos importadores e, no Brasil vista como um lobby das montadoras locais. O executivo, contudo, afirmou que qualquer medida de proteção “é um problema para o mercado livre”.
Fonte: Estadão
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