Saúde

Wuhan, cidade chinesa epicentro da covid-19, deixa o vírus para trás

Em Wuhan, o orgulho de ter vencido a covid se confunde com a tristeza causada pelo trágico balanço de mortes Foto: Hector Retamal/AFP

Wuhan, a cidade chinesa que há nove meses era o epicentro da covid-19, deixou o vírus para trás e renasceu, mas testemunha com desolação o balanço de um milhão de mortes que a pandemia já provocou em todo o planeta.

Na cidade, submetida a um duro confinamento no início do ano, o orgulho de ter vencido a doença se confunde com a tristeza causada pelo trágico balanço.

“Um milhão de pessoas, falando em termos relativos à população global, pode não ser muito”, diz Hu Lingquan, cientista que mora em Wuhan. “Mas estamos falando de pessoas reais, de pessoas que tinham família.”

Esta manhã, em Wuhan, as crianças iam para a escola, em meio ao trânsito intenso da cidade, que quase voltou ao normal.

No início de 2020, as imagens fantasmagóricas e sombrias da cidade confinada e isolada rodaram o mundo, que ainda mal imaginava a pandemia que viria.

Hoje, a China afirma ter derrotado o vírus, enquanto de Londres a Melbourne, passando por Madri e Tel Aviv, as pessoas voltam a se confinar.

Após meses de medidas duras, a economia está se recuperando na China, com a reabertura de fábricas e os consumidores de volta às lojas.

A própria Wuhan, considerada o “marco zero” da epidemia, agora se orgulha de seu retorno à normalidade, com grandes festas em piscinas ou parques de diversão lotados.

Desde maio não são registrados novos casos na cidade, e muitos de seus habitantes criticam agora a resposta global à epidemia, enquanto aqueles que sofreram as devastadoras consequências econômicas e sociais da crise costumam responsabilizar a China por ela.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o número de vítimas da pandemia pode continuar a aumentar até que uma vacina eficaz seja encontrada e ela possa ser distribuída globalmente.

“Quando a epidemia estourou, nunca imaginei que o número de mortes pudesse ser tão alto”, afirmou à Agência France Press Guo Jing, outro residente de Wuhan.

“Superou tudo o que se pode imaginar e continua subindo”, acrescentou.

Enquanto isso, em Wuhan, a maioria das máscaras estava pendurada no queixo de seus usuários, ao invés de cobrir a boca e o nariz, enquanto os shoppings estavam lotados.

“Wuhan renasceu”, disse An An, residente na cidade, à Agência France Press.

“A vida voltou a ser o que era antes. Todos nós que moramos em Wuhan nos sentimos bem.”

Estadão, com AFP

Opinião dos leitores

  1. Como pode não ter uma segunda onda na China?
    O que aconteceu para os chineses ficarem imunes?
    Quais medicamentos utilizaram para combater o vírus?
    Ou vocês acreditam que foi o lockdown junto com dipirona e respiradouro.

  2. Como a China que conseguiu conter o virus em Wuhan deixou que ele se espalhasse no mundo inteiro? Em 6 meses todos os países já tinham pessoas infectadas.
    Agora a China está achando virus em caixas de carne e pescado exportado pelo Brasil.

    1. coincidência, né? O vírus começou por lá, não repercutiu na China como repercutiu em outros países, logo encontraram a solução (também na China) e, agora, a China parece ser a primeira a se livrar do vírus… coincidência demais…

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