Diversos

Criança portadora de caso raro recebe alta após quase três anos internada no Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal

Na última sexta-feira 22, o Hospital Universitário Onofre Lopes, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte e à Rede Hospitalar Ebserh (Huol-UFRN/Ebserh), vivenciou mais um episódio que acalenta a equipe assistencial e transmite esperança na saúde: uma paciente pediátrica, com pouco mais de três anos de idade e quase o mesmo tempo de internação, recebeu alta hospitalar e pôde, finalmente, ir para casa.

Vestida de Nossa Senhora das Graças, especialmente para deixar o hospital, a pequena M. J. é portadora de uma deficiência congênita rara, resultante de mutação genética, que provoca o colapso de algumas áreas pulmonares, impede a passagem de ar e requer oxigenação suplementar constante. Até o diagnóstico que permitisse as corretas intervenções, a paciente permaneceu cerca de dois anos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além dos meses em enfermaria.

De acordo com a médica e professora do Departamento de Pediatria da UFRN, Vera Maria Dantas, que acompanhou o caso, “a raridade do caso ensejou persistente orientação na literatura e discussão do caso com pneumologista da Universidade de São Paulo (USP), que compartilhou experiência sobre um caso semelhante, cujo tratamento replicamos no Huol. O colega tratou uma criança internada no Hospital Albert Einstein, seguindo protocolo do Centro de Referência para Tratamento de Doenças Pulmonares Raras da França”, explica.

O tratamento iniciado no Hospital Onofre Lopes evoluiu com melhora importante da doença, incluindo diminuição da inflamação pulmonar e redução dos episódios de infecções – antes frequentes e que agravavam acentuadamente o quadro clínico da paciente. Com a resposta positiva, ocorreu a diminuição dos altos parâmetros ventilatórios, até então indispensáveis para a sobrevivência da criança.

“Nesse contexto, inserimos fisioterapia especial com foco na recuperação da musculatura respiratória, indispensável para início da retirada do suporte de ventilação mecânica. A intervenção fisioterápica exigiu adquirir um dispositivo chamado “Power breath”, obtido através de doações. Assim, o empenho da nossa fisioterapeuta, com orientação oferecida pelo Hospital Albert Einstein, possibilitou progresso na recuperação e desmame do ventilador da M. J. – resultado, sem dúvida, da abnegação da nossa equipe multiprofissional, que inclui médicos pediatras pneumologista, intensivista, infectologista, clínico, cirurgião, cirurgião torácico, patologista e residentes; fisioterapeutas; enfermeiros e técnicos de enfermagem; psicólogos e assistentes sociais, além da luz da Nossa Senhora das Graças, como também creio”, celebra Vera Dantas.

Novos desafios

Atualmente, M. J. faz uso de suporte ventilatório bipap, com cânula de traqueostomia, para dormir. Durante a maior parte do dia, ela consegue desempenhar suas atividades com a máscara de oxigênio.

Segundo Vera Dantas, “uma longa e complexa jornada foi superada, em muitos momentos sem perspectiva de alta. É realmente uma conquista tanto para a paciente quanto para a Pediatria do Huol, que se sente gratificada com a alta hospitalar”

“Ela continuará em acompanhamento ambulatorial especializado, mantendo seu tratamento para reparo no tecido pulmonar, com medicação anti-inflamatória oral não corticosteróide, medicação inalatória e fisioterapia respiratória. Assim, vamos aguardando o aparecimento de seus novos alvéolos, o que ainda ocorre nessa faixa etária e que esperamos permitir que ela possa vir a respirar normalmente, sem o auxílio de um suporte ventilatório. Como a doença não acomete o aspecto neuropsicomotor, embora esteja em recuperação do atraso em decorrência dos três anos em leito hospitalar, esperamos que essa criança tenha boa capacidade cognitiva e motora”, comenta a especialista do Huol.

O estudo genético para identificação das mutações responsáveis pela doença, que pode melhor estimar a duração do tratamento e o prognóstico, ainda depende da obtenção de recursos, pois o exame é realizado apenas de forma privada, ao custo de aproximadamente R$ 3 mil.

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.

Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.

Com UFRN

Opinião dos leitores

  1. Uma Pessoa não PORTA uma Doença, ela TEM uma Doença.
    Uma Pessoa pode até PORTAR uma bolsa, ter um porta óculos, um porta livro, porta cigarros, porta níquel. Isso uma Pessoa pode até PORTAR, mais não uma Doença.

  2. Essa é o que poderemos chamar de a VITÓRIA DA PERSEVERANÇA, com um final feliz de SEGURA NA MÃO DE DEUS E ELA TE SUSTENTARÁ.

  3. Parabéns aos professores e profissionais do HUOL e UFRN. Isso é ciência! Coisa que nosso presidente não valoriza.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Procura por cursos de formação do Exército cresce 22,45% em três anos

EsPCEx é a escola mais concorrida do Exército. Flickr/ Exército Brasileiro

O número de inscrições para os cursos de formação do Exército cresceu 22,45% em três anos, segundo os dados enviados pela corporação com exclusividade ao R7. A estabilidade da carreira e a busca por propósito são características que impulsionaram o aumento.

Em 2016, 49.632 candidatos se inscreveram para uma das quatro escolas do Exército: EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), EsFCEx (Escola de Formação Complementar do Exército), EsSEx (Escola de Saúde do Exército) e IME (Instituto Militar de Engenharia) — conheça cada uma das escolas no quadro abaixo. Em 2018, foram 60.779 inscrições.

A EsPCEx é a escola mais concorrida da corporação e teve aumento de 35,8% na procura — de 29.771 inscrições, em 2016, para 40.443 em 2018. Também é a oportunidade com maior número de vagas, curso em que são aceitas 440 pessoas.

Em seguida, aparece a EsFCEx, com 11.619 inscrições, em 2016, e 12.208 em 2018 — crescimento de 5%. O número de vagas disponíveis caiu de 40 para 20.

A EsSEx registrou queda de 7% no número de inscrições, passando de 2.835, em 2016, para 2.643 em 2018. A escola conta, atualmente, com 106 vagas.

O IME, focado na formação de engenheiros, teve um aumento das inscrições entre 2016 (5.407) e 2017 (6.290), enquanto, em 2018, o número de candidatos caiu (5.485) e ficou mais próximo do patamar de 2016.

Segundo o Exército, o número de vagas para o IME varia de acordo com o ano, de acordo com as “necessidades institucionais, estabelecidas pelo Estado-Maior do Exército (EME)”. A instituição afirma que “tradicionalmente, os cursos oferecidos pelo IME são muito disputados, pois alcançam os melhores resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)”.

O diretor executivo da ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento) Alexandre Slivnik afirma que o crescimento da procura é esperado, considerando o perfil dos jovens que entram no mercado de trabalho hoje em dia. Para ele, os mais novos querem trabalhar por propósito e não só por dinheiro.

“Cada profissional, hoje, principalmente os mais jovens, querem ser úteis para a empresa que eles representam. Eu vejo no Exército uma condição muito de propósito”, afirma.

Slivnik também defende que a estabilidade da profissão é um ponto que atrai novos integrantes aos cursos de formação do Exército. “Uma vez que a nossa economia é cíclica, que tem altos e baixos, os profissionais que têm uma carreira militar têm uma garantia de estabilidade muito maior do que uma empresa privada, por exemplo”.

O consultor de carreira do CPS (Cedaspy Professional School) Alexandre Araújo é militar da reserva e afirma que há mais procura pelos cursos do Exército devido à estabilidade, à divulgação e à insatisfação com a situação do país.

“Há a insatisfação da população com o nível de corrupção e o próprio Exército começa a fazer um trabalho de divulgação grande”, afirma.

Para a corporação, a possibilidade de seguir carreira militar impulsiona as inscrições. Ao passar no IME, o ingressante pode decidir se irá seguir este caminho ou a reserva. Caso escolha a segunda opção, são considerados militares ativos apenas no primeiro ano da graduação.

Neste momento, a carreira militar é um tema bastante discutido na sociedade, principalmente por causa dos avanços a respeito da reforma da Previdência para a categoria.

Diferença entre homens e mulheres

Em todos os cursos de formação do Exército, o número de candidaturas femininas é muito menor do que as masculinas. De 2016 a 2018, o Exército recebeu 152.720 inscrições para todas as escolas. Os homens representam 101.242 candidaturas (66,29%), enquanto as mulheres, 51.478 (33,71%).

A quantidade de inscritas vem crescendo ao longo dos anos. Houve 17.393 inscrições em 2016, número que evoluiu para 17.977, em 2017, e chegou a 20.455 em 2018. Em três anos, o crescimento da participação feminina nos concursos foi de 17,6%.

Slivnik diz que a diferença entre inscrições femininas e masculinas é justificada pela cultura brasileira. O aumento de mulheres nesses espaços é uma vitória, “porque estão ganhando um espaço muito importante até mesmo em situações onde o homem dominava no passado”.

Segundo Slivnik, a busca por igualdade de gêneros no Exército vai demorar um pouco, mas deve acontecer no longo prazo.

Araújo percebe que a corporação precisou se adaptar para aceitar cada vez mais mulheres nos postos de trabalho militares. “O exército aprendeu a lidar”, afirma.

O objetivo inicial foi o de integrar mulheres nos cargos em que poderiam cumprir suas habilidades adquiridas na formação superior. “Engenheiras, formadoras, advogadas, que vão trabalhar nas funções que se formaram, com enfoque militar”, diz.

Arte R7

R7

 

Opinião dos leitores

  1. É um boa opção, mas se vc é realmente preparado e tem inteligência multifuncional não compensa fazer carreira no EB. Muito sacrifício pou pouco, vai ficar anos em cargos subalternos, sem influência alguma em decisões importantes, sempre tendo que babar o ovo dos superiores e sorrir de suas piadas sem graça. É uma babação eterna. E se chegar a coronel, aí meu amigo, a babação vai bater em Brasília. Vc poder ser o melhor, mas sem babar a coisa não anda. Em suma, se for inteligente, quiser viver de salário e for babão profissional siga em frente.

    1. Até imagino que tipo de pessoa emite uma opinião ridícula como essa? Demonstra total desconhecimento da realidade do ensino militar além de um tipo de preconceito infantil e patológico. Típico dessa mentalidade esquerdopata doentia, que tem arrasado o nosso Brasil.

    2. esse ceara so pode ter um fetiche pela palavra "esquerda".
      va se tratar homi!

    3. Todo brasileiro de verdade deveria odiar essa corja. O esquerdismo não deu certo em lugar algum do mundo e vem tentando destruir o Brasil já faz tempo. Assim como vc demonstra ter lado (o esquerdo), eu também tenho, "cumpanhero". Tem que se tratar é vc e aprender a respeitar a opinião alheia. Tente defender a sua, se é que isso é possível.

    4. Ceará-Mundão cagão, digo isso porque servi no EB e o que eu via era uma escadinha de babões kkkk chega dava nojo. Cabo babava o sargento, sargento babava o tenente, tenente, vixe Maria, só faltava sentar no colo do capitão é assim por diante.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

BRUMADINHO: Minas Gerais tem a segunda tragédia ambiental em três anos; em 2015, rompimento da barragem em Mariana matou 19 pessoas

Rompimento da barragem do Fundão, em Minas Gerais, matou 19 pessoas. Reprodução Record TV Minas

O maior desastre ambiental até então no país ocorreu em 2015, em Minas Gerais. No dia 5 de novembro, o rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro de Mariana, deixou 19 mortos, 362 famílias desabrigadas. Toneladas de rejeitos de mineração foram despejadas no Rio Doce e no Oceano Atlântico.

A barragem de rejeitos de mineração era controlada pela Samarco Mineração S.A., um empreendimento conjunto das maiores empresas de mineração do mundo, a brasileira Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton.

A lama chegou ao rio Doce, cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio.

As famílias desabrigadas vivem em casas alugadas pela Samarco, dona da barragem, na cidade de Mariana. Só de Bento Rodrigues, são 226 famílias desabrigadas.

Em setembro do ano passado, a Justiça Federal começou a ouvir as testemunhas de acusação do processo criminal que investiga o rompimento da barragem de Fundão.

R7

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Advogado Rodrigo Menezes foi reconduzido para novo mandato de três anos à frente da presidência da Anatra

IMG-20161026-WA0001O advogado Rodrigo Menezes foi reconduzido para novo mandato de três anos à frente da presidência da Associação Norte-riograndense dos Advogados Trabalhistas (Anatra).

A chapa única “União e Trabalho” teve como integrantes os advogados Glaydson Soares (vice-presidente), Vanessa Barbalho (secretária-geral), Luiz Gomes (secretário-geral adjunto), Roberta Soares (tesoureira) e Cássio Leandro (tesoureiro adjunto). No Conselho Fiscal os titulares são Marcílio Mesquita, Lopes Neto e Milley God Serrano e os suplentes são Janilson Carvalho, Adriana Lariú e Roberto Amorim. O representante da Anatra junto à Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat) é Alex Gurgel.

Na oportunidade foram nomeados também Alfeu Eliude como Diretor de Eventos, Renato Mendonça como Diretor de Prerrogativas, João Fonseca, como vice-presidente da região Oeste, e Ingrid Kanitz, à frente da Diretoria da Mulher Advogada Trabalhista.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *