O Estado de S.Paulo
O turista brasileiro tornou-se muito bem-vindo nas lojas dos EUA. Está em terceiro lugar na lista dos maiores gastadores, abaixo de japoneses e britânicos e acima de alemães, franceses e sul-coreanos. Não é tão rico quanto seus concorrentes na corrida às compras, mas tem feito o possível para ajudar a recuperação do varejo norte-americano. Sua posição no rol dos grandes consumidores estrangeiros se tornou conhecida graças a um relatório do Departamento do Comércio dos EUA. Não há informação precisa a respeito de seus gastos em outros países, mas também devem ser apreciáveis.
O turista brasileiro sempre foi um comprador entusiasmado, disposto a embarcar de volta com malas estufadas e uma porção de pacotes difíceis de acomodar no avião. Mas a figura desse consumidor nunca foi tão notória e tão celebrada quanto nos últimos tempos, graças a dois fatores: a forte valorização do real e o aumento do contingente em condições de viajar para o exterior.
Alguns acharão estranho – e até censurável – brasileiros deixarem nos EUA, em média, US$ 5.918 por viagem, gastando mais que alemães, franceses e australianos. Afinal, o brasileiro de classe média, mesmo aquele com dinheiro suficiente para férias no exterior, tem quase sempre uma renda menor que a dos turistas da Europa ou dos países mais desenvolvidos da área do Pacífico. Mas é preciso levar em conta alguns fatores especiais, para entender essa diferença de comportamento. Não há nada de muito estranho, nem de reprovável, nesse turismo consumista.
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