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Professor da prova com letra de música de Valesca Popozuda diz que queria provocar a imprensa

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“A intenção foi fazer uma provocação à imprensa. Não quis ser irônico”. Assim o professor de filosofia da Escola de Ensino Médio 3, no Distrito Federal, Antonio Kubitschek, justifica a sua decisão de colocar em uma prova do terceiro ano uma questão citando a música “Beijinho no ombro”, de Valesca Popozuda, e se referindo à funkeira como “grande pensadora contemporânea”.

O docente explica que queria gerar uma discussão sobre “formação de valores” entre os alunos e chamar atenção sobre o papel da imprensa “sensacionalista” no debate em torno do assunto. Sobre a repercussão que a história alcançou, ele diz que não esperava uma reação nacional:

– Achei que um membro da imprensa local fosse nos procurar, e não toda a imprensa nacional. A provocação partiu de um debate em sala de aula e nesse debate pensamos no papel da imprensa, que gosta de sensacionalismo e só vem à escola quando o assunto é ruim – disse Kubitschek, em entrevista pelo telefone.

Na prova elaborada pelo professor os alunos deveriam responder à seguinte pergunta: “Segundo a grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda, se bater de frente:”, e aí vinham as opções: “a) É só tiro, porrada e bomba b) É só beijinho no ombro c) É recalque e, por fim, d) É vida longa”

Ele questiona o grau de polêmica que a postagem com a questão da prova suscitou.

– A grande discussão foi porque eu a chamei de “pensadora contemporânea”. A proposta não era ser irônico com ela. Era muito mais uma discussão na sociedade. Por que a Valesca aparece nos programas de TV e não gera polêmica e numa prova gera tanta repercussão?

Para o professor, as redes sociais “estão mais a favor do que contra” a sua iniciativa. Ele ainda diz acreditar que os próprios alunos compreenderam que se tratava de uma provocação para despertar um debate. Ele justifica:

– Eu não sei se eles (os alunos) precisam abandonar o universo deles para seus atos sejam reconhecidos como algo positivo. O próprio Caetano Veloso vive defendendo o pessoal da axé music e também foi muito criticado.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Já disse e repito: não sou professor, mas as matérias sobre cultura, educação, arte e comportamento me interessam mais. Política fede, e eu leio tapando o nariz. Se o professor queria seus 15 minutos de fama, conseguiu. São contraditórias sua explicação e sua opção. Valesca não ser questionada na televisão é mais que natural; não há nada de novo aí, pois é na TV onde reside a maior parte do lixo cultural. De maneira que seria na escola o espaço adequado para se fazer o contraponto desse tipo de "arte", traçar um paralelo e mostrar caminhos. Chama a imprensa de "sensacionalista", mas se contradiz ao dizer que quis provocar. Ué!, se quis provocar, esperava o quê? Dizer que a imprensa só vai à escola quando o assunto é ruim, é reconhecer que a sua escolha foi péssima. Também diz: "Eu não sei se eles (os alunos) precisam abandonar o universo deles para que seus atos sejam reconhecidos como algo positivo". Pura bobagem, falou o professor. A questão não é abandonar, e sim a partir dele, do universo, o que é outra história. Preparem-se para ver esse cidadão na TV, onde vai parar tudo o que é nocivo a uma boa formação.

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Diversos

Turma de formandos de universidade federal escolhe Valesca Popozuda como patronesse

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Valesca Popozuda diz que sua vida daria um ótimo objeto de estudo<br />
Foto: Divulgação

 Na maioria das formaturas de universidades do país, o patrono da turma é uma personalidade de destaque no âmbito acadêmico. Pois uma turma de formandos em Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF) fugiu do convencional. Conforme publicado na coluna Gente Boa, do GLOBO, nesta quarta-feira (10), os alunos escolheram como sua patronesse a dançarina e funkeira Valesca Popozuda. A explicação?

– Nosso curso tem a característica de estudar novas tendências, mídias e movimentos culturais. Pensamos por bem usar a Valesca, que é o objeto de estudo do funk e baixa cultura. Bem ou mal, ela representa uma cultura de massa – argumenta a formanda Letícia Gabbay. (mais…)

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