Um total absurdo. Quem leu a matéria da jornalista Louise Aguiar para edição de hoje do Novo Jornal percebe o claro descompromisso do Ibama com o desenvolvimento do Estado. O texto traz declarações do superintendente potiguar da entidade, Alvamar Queiroz, sobre a ocupação da Via Costeira.
Na entrevista ele descreve a Via Costeira, um dos grandes palcos de geração de emprego de Natal, como um “erro ecológico”, deixando explicito que se fosse nos dias hoje, ela nem existiria. “A diferença é que não tinha (na década de 70) instrumento jurídico na época para balizar isso. Isso foi há muito tempo”.
Agora observe: Como seriam compensados os empregos perdidos pela ausência da rede de hotéis na Via Costeira? O Ibama empregaria a todos?
E com a perda dos vários leitos 4 e 5 estrelas, como Natal receberia com eficiência os turistas de alto padrão que deixam, cada um, 150 dólares por dia na Capital Potiguar?
Há toda uma cadeia que sobrevive da atividade turística e a Via Costeira, com todos os seus hotéis, é uma protagonista desta história. E esse desenvolvimento pode ir mais longe, se órgão como o Ibama não se ocuparem apenas em embargar obras e lutarem pelo atraso.
Leia parte da matéria do Novo Jornal:
SE FOSSE HOJE,NÃO SERIA
Um erro ecológico. Na opinião do superintendente do Ibama no Rio Grande do Norte, Alvamar Queiroz, essa é a definição para o processo de ocupação que ocorreu na Via Costeira. Ele deu a declaração ontem, ao ser entrevistado pela reportagem do NOVO JORNAL, durante o lançamento do projeto Doc Natal, na sede do órgão. A declaração foi dada após ele ser perguntado sobre qual o posicionamento do Ibama com relação à Via Costeira.
O superintendente disse que não se pode pegar um erro do passado e balizá-lo para cometer outro erro – referindo-se ao fato da ocupação na década de 70 justificar a construção de novos empreendimentos. A Via Costeira foi um equívoco então? – perguntou a reportagem. “Foi um erro ecológico. A diferença é que não tinha instrumento jurídico na época para balizar isso. Isso foi há muito tempo”, respondeu.
Alvamar Queiroz lembrou que os hoteleiros tiveram um prazo para construir na região; e não cumpriram. E mesmo que isso tivesse ocorrido, argumentou, ainda assim os empreendimentos seriam ilegais. “Não se pode construir em área de preservação permanente (APP). Muitos instrumentos jurídicos que impediriam isso só surgiram depois, não existiam naquela época. Não se pode pegar um fato desse que interviu diretamente na natureza e transpor para agora, que tem uma legislação moderna, mais avançada e que preserva o meio ambiente”, defendeu.
O superintendente aproveitou para comentar sobre suas dúvidas acerca da geração de emprego e renda promovida pelos hotéis. “Não sei se gera mais emprego construindo hotéis ou deixando livre aquela beleza cênica para ver. A Via Costeira é uma coisa belíssima para observar”, justifica.
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