Saúde

Estudo em hospital mostra que mais de 80% dos pacientes internados com covid-19 tinham deficiência de vitamina D

Foto: Getty Images via BBC

Uma pesquisa científica publicada no periódico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism trouxe nessa terça-feira (27/10) novas respostas sobre o papel da vitamina D no adoecimento pela Covid-19.

Os resultados mostram que baixos níveis da vitamina D — que, apesar do nome, é um hormônio — foram mais frequentes em um grupo de 216 pacientes internados com a nova doença em um hospital na Espanha na comparação com 197 pessoas fora do hospital, sem registro da doença.

Mais precisamente, a deficiência de vitamina D foi constatada entre 82,2% das pessoas hospitalizadas, contra 47,2% no grupo chamado “controle” — usado para comparação.

Considerando apenas o universo de pessoas hospitalizadas, aquelas com baixos níveis de vitamina D mostraram um percentual maior de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do que pessoas com níveis satisfatórios de vitamina D (≥20 ng/ml): 26,6% versus 12,8%. O tempo no hospital também foi maior, de 12 dias contra 8 dias.

Entretanto, em relação à mortalidade por covid-19, a diferença não foi significativa — o que pode ter a ver com limitações nos dados ou métodos desta pesquisa em particular.

Os autores do estudo, membros da Universidade de Cantábria e do Hospital Marqués de Valdecilla, em Santander, Espanha, alertam que conseguiram demonstrar uma associação entre a presença da vitamina D e a covid-19, mas não uma causalidade. Ou seja, não é possível fazer afirmações de que a deficiência de vitamina D leva ao adoecimento ou que o reforço de vitamina D possa proteger contra a doença.

Uma ponderação nesse sentido apresentada pelo estudo é que níveis mais baixos de vitamina D já tendem a ser mais frequentemente encontrados em idosos e pessoas com doenças crônicas como hipertensão, diabetes e câncer — que por sua vez são também fatores de risco para a covid-19.

No estudo, os hospitalizados com covid-19 e com baixos níveis de vitamina D tinham justamente maior probabilidade de terem também doenças crônicas.

“Portanto, os níveis de vitamina D devem ser interpretados com cautela, uma vez que a população sob risco de uma infecção pelo (vírus) Sars-CoV-2 grave é provavelmente a mesma sob risco de deficiência de vitamina D”, diz o artigo.

Esta deficiência é considerada comum no Brasil e no mundo, por motivos ainda em estudo. A vitamina D já presente no nosso corpo é ativada na exposição a o sol, mas pode ser adquirida também através da alimentação. Há ainda a possibilidade de suplementação, mas associações médicas só recomendam isto para pessoas com condições específicas — idosos com mais de 60 anos; gestantes e lactantes; pessoas com osteoporose; pessoas com as chamadas doenças osteometabólicas, como raquitismo; entre outras.

Baixos níveis do hormônio já foram ligados a outras doenças virais, como influenza, HIV e hepatite C, por isso, esta associação está em pleno estudo no campo científico. Pesquisadores de todo o mundo também buscam entender o papel da vitamina D no sistema imunológico, já que receptores do hormônio são encontrados nas células de defesa.

Para a equipe espanhola, os resultados do estudo publicado nesta terça-feira indicam que o reforço de vitamina D pode ser importante para grupos sob risco — como idosos vulneráveis a fraturas, osteroporose e perda muscular.

Por outro lado, os autores destacam que os resultados do estudo se limitam a um hospital — o Marqués de Valdecilla —, não podendo ser generalizados para outros países, contextos e grupos étnicos.

G1, via BBC

 

Opinião dos leitores

  1. Não só sobre covid. 100% dos casos de mortes por câncer tem vitamina D baixa. Agora médicos querem os pacientes com baixas vitamina D e testosterona…. Mercado de medicamentos $$$. Quem pesquisa sobre assunto em publicações internacionais (Não bancadas por laboratórios) verificam sua importância para manter corpo sadio. Vitamina D acima de 60 e testosterona 800, terá apenas benefícios.

  2. Pesquisa muito fraca.
    Só 200 pacientes…
    A ciência está demonstrando muita fragilidade para enfrentar a pandemia.
    No mundo todo.
    Mas vejam no Rio Grande Norte.
    Que pesquisa seria foi feita?
    Pesquisa que realmente faça a diferença?
    A covid é uma das doenças que, pela sua importância e características, é uma das mais fáceis da história para se pesquisar.
    Nunca uma doença, em tempos modernos afetou tanto o mundo nem foi gasto tanto dinheiro.
    Campo fértil para pesquisas.
    Morre 1,2 milhão de pessoas e os "cientistas" de braços cruzados só falando mal da cloroquina e de Bolsonaro.

    1. Mas leve um solzinho todo dia, pode ser na varanda, quintal…

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Saúde

Deficiência de Vitamina D está relacionada a casos graves de Covid-19: “estatisticamente relevante”, destaca estudo

Foto: Reprodução

Um estudo da Trinity College Dublin, Universidade de Liverpool e Instituto de Estudo Longitudinal Irlandês (TILDA) aponta que a vitamina D auxilia na redução de casos graves e mortes de Covid-19, infecção causada contra o novo coronavírus.

O Dr. Eamon Laird e a professora Rose Anne Kenny, que escreveram a pesquisa, descobriram que a vitamina D pode reforçar a imunologia contra a SARS-CoV-2.

Houve análise de mais de 10 anos de dados europeus sobre a vitamina D, comparados com as atuais estatísticas da Covid-19. Os pesquisadores acreditam, após análise minuciosa, que os maiores números de infecções e mortes foram registrados entre populações com baixo índice de vitamina D.

Isso inclui as populações da Espanha e Itália que, apesar de estarem em latitudes baixas e terem exposição à luz do sol, têm alto nível de deficiência da vitamina D.

Comparativamente falando, países como Noruega, Finlândia e Dinamarca, que tiveram menos casos de coronavírus e mortes, têm níveis altos de vitamina D – mesmo com menos exposição ao sol, devido à suplementação e fortificação em alimentos.

A correlação entre baixo nível de vitamina D e mortes por Covid-19 é “estatisticamente relevante”, de acordo com os autores do relatório, que também fazem um apelo ao governo irlandês para que mudem as recomendações para suplementação.

“Enquanto não há atualmente resultados de testes controlados para comprovar conclusivamente que a vitamina D auxilia no resultado da Covid-19, há forte evidência circunstancial de que a vitamina D está relacionada à severidade dos casos de Covid-19, incluindo a letalidade”, afirmou o professor Kenny, da Trinity College.

A vitamina D é ativada a partir da absorção da luz UVB do sol e é transportada ao fígado e então ao rim, quando entra em contato com um hormônio ativo que aumenta o transporte do cálcio presente em alimentos e assegura que o cálcio é adequado para manter o esqueleto forte.

Jovem Pan

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