Saúde

Voluntário de ONG que distribuía oxigênio no Amazonas é preso acusado de desviar cilindros

Foto: Reprodução/Fantástico

Em janeiro, com o avanço da pandemia de Covid-19, o estado do Amazonas enfrentou um colapso sanitário. Pessoas morreram à esperta de um leito de UTI e o estoque de cilindros de oxigênio não acompanhou a demanda.

Logo, o país inteiro se mobilizou para ajudar e o estado começou a receber cilindros de oxigênio. Foi nesta época, no meio deste cenário de tristeza, dor e desespero, que João Victor Araújo da Silva se tornou voluntário de uma ONG que transportava cilindros doados para hospitais de todo o estado do Amazonas.

João, que se apresentava como policial, na verdade, desviava os cilindros para revender a preços superfaturados. De acordo com os policiais, o acusado pode ter desviados mais de 60 cilindros de oxigênio.

“Ele se infiltrou numa organização sem fins lucrativos que distribui oxigênio às pessoas que mais precisavam nas estruturas hospitalares e lá de dentro começou a desviar oxigênio e revender a preços superfaturados, lucrando com a desgraça dos outros”, explica a delegada Emília Ferraz.

Os cilindros chegavam até Manaus de avião ou de barco, e a ONG recebia e encaminhava o oxigênio para os hospitais. Segundo a investigações, o acusado sempre oferecia ajuda para fazer o transporte dos cilindros recarregados aos hospitais. Veja na reportagem AQUI.

Fantástico – Globo

Opinião dos leitores

  1. 98% das ONGs no Brasil foram criadas pela maior quadrilha de ladrões do mundo COM ESSE PROPÓSITO

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Diversos

Professora da UFRN tem reconhecimento internacional em projeto voluntário

Foto: Reprodução

Um projeto voluntário, idealizado e coordenado pela professora do Departamento de Psicologia da UFRN, Katie Moraes de Almondes, recebeu reconhecimento internacional concedido pelo Projeto Erasmus, o Cap sur l’école inclusive en Europe, e pelo 6th Congresso of Neuroscience and Learning. O trabalho, destinado a atender profissionais de saúde de todo o Brasil com alterações de sono, por meio de uma plataforma virtual, foi reconhecido como uma boa prática para o bem da humanidade.

Intitulado Psicólogas do Sono contra Covid-19, o projeto reúne 10 profissionais certificados pela Sociedade Brasileira do Sono e pela Sociedade Brasileira de Psicologia espalhados pelo Brasil para atender à demanda relativa às queixas de alteração de sono dos trabalhadores da saúde no país.

Segundo a professora Katie Almondes “Quando foi decretada a pandemia, ainda no mês de março, tive a ideia de convidar colegas especialistas que estão em vários estados do Brasil para oferecermos atendimentos inicialmente aos profissionais da linha de frente. No decorrer do projeto, ampliamos também para outros profissionais da saúde que não estavam diretamente ligados ao atendimento da Covid-19”, explicou.

Sobre o reconhecimento do projeto em nível internacional, a professora vê como possibilidade de ampliar cada vez mais o incentivo para a associação entre o ensino, a pesquisa e a extensão para a inserção social. “Vejo como um incentivo para que se possa produzir conhecimento de ponta com qualidade acadêmica, conhecimento técnico-científico, que venha a alcançar a sociedade com mais frequência”.

Com UFRN

Opinião dos leitores

  1. Não é certo tirar os méritos da Professora. Fez a parte dela dedicadamente e merece todas as loas. Mas o retorno para sociedade diante do que se gasta no ensino superior é risível.
    Quando existe uma boa produção cientifica, as cidades que sediam os centros de excelência se enchem de empresas com quem as universidades estabelecem uma simbiose, uma troca que se traduz em produtos e serviços altamente demandáveis. Aí vc vê um monte de curso destinado a só formar burocrata ou para o ensino (para formar novos professores.. que vão formar novos professores… que vão formar novos professores e o produto final demandável nunca aparece).

  2. Grande professora, pessoa qualificada! Mais um orgulho da UFRN! A ciência do Brasil ainda vive!!!

  3. As universidades públicas têm demonstrado o seu valo durante a pandemia, estão de parabéns por servirem à sociedade.

    1. Negativo.
      Têm deixado muito a desejar.
      Não sei de pesquisa alguma relevante para combate à covid.
      No mínimo, saber quanto tempo o coronavirus sobrevive no Brasil em cada tipo de superfície.
      Coletar amostras em ônibus, supermercados.
      Saber onde e como as pessoas pegam coronavirus no Brasil.
      Em casa?
      No elevador?
      Repito: nenhuma pesquisa realmente relevante no combate ao coronavirus.
      Bilhões são gastos todos os meses em universidades públicas.
      Nos Estados Unidos, pesquisador só recebe se fizer pesquisa.
      No Brasil , o salário cai todo mês.

    2. Paulo (com minúsculas),
      Seu comentário é semelhante a muitos que circulam por aí: misturam completa FALTA DE INFORMAÇÃO com tentativa de MANIPULAR FATOS.
      "Não sei de pesquisa alguma relevante para combate à covid." >> DESINFORMAÇÃO total, você NÃO SABE realmente. Todos os dias são divulgados os resultados de pesquisas muito relevantes desenvolvidas no país. Só para exemplificar: o sequenciamento do vírus circulando aqui (em poucos dias), o estudo de base populacional (feito em 133 cidades) e os testes com VACINAS – sim, os testes realizados aqui no Brasil têm uma gestão local, todos pesquisadores/docentes de instituições públicas. Quando você tomar a vacina (se o fizer), pode orgulhar-se do trabalho dos pesquisadores nacionais que colaboraram no seu desenvolvimento.
      Como você desconhece, vai uma informação: mais de 90% da pesquisa nacional de impacto é feita nas instituições públicas e a produção CRESCEU muito no período da pandemia. Isto está na mídia, qualquer olhada rápida nos sites de jornais e revistas te fará passar menos VERGONHA. Eu imagino que este tipo de informação não chega via grupos de WhatApp onde a maioria de informa. Vai no Google e digita "pesquisas relevantes Covid Brasil".
      Quanto aos salários, todos os docentes seguem trabalhando e com mais atividades, porque tivemos que adaptar todo o ensino presencial à modalidade remota. Acredite: as atividade de ENSINO (aulas) seguem acontecendo, assim como as ORIENTAÇÕES de graduação e pós-graduação, as PESQUISAS e especialmente a EXTENSÃO, com projetos que têm levado muita assistência à população nas mais diversas áreas. Muita coisa sai na mídia, como esta notícia aqui no Blog do BG, é só não ter preguiça de ler ou assistir – e não acreditar em tudo que está naqueles memes dos caras do WhatsApp. Você demonstra ser alfabetizado, basta disposição para avaliar antes de julgar.
      Por último, é um exercício para todos nós: há uma diferença enorme entre EU NÃO SEI e NÃO EXISTE, ok?!

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Saúde

Causa da morte de voluntário da vacina CoronaVac foi suicídio, destaca Globo, com base em boletim de ocorrência

Laudo apontou suicídio como causa da morte de voluntário da CoronaVac — Foto: Reprodução

A causa da morte do voluntário da CoronaVac, que teria feito a Anvisa suspender os testes com a vacina, foi suicídio, de acordo com boletim de ocorrência obtido pela TV Globo nesta terça-feira (10).

De acordo com o boletim de ocorrência registrado às 16h02 de 29 de outubro em uma delegacia da Zona Oeste de São Paulo, policiais militares foram acionados pelo rádio para uma “ocorrência de encontro de cadáver”. Ao chegarem ao apartamento, uma pessoa mostrou a vítima desmaiada no chão do banheiro com uma seringa perto do braço e diversas ampolas de remédio. O corpo do jovem de 32 anos foi para o Instituto Médico Legal (IML).

O laudo necroscópico deve ser divulgado depois porque, neste caso, o resultado depende do exame toxicológico, que demora mais tempo para ficar pronto.

Mais cedo, o governo de São Paulo afirmou, em coletiva de imprensa, ser impossível relacionar o “evento adverso grave” que acometeu o voluntário do estudo clínico da CoronaVac com o imunizante.

Entenda o caso:

A Anvisa suspendeu, na segunda (9), os testes da CoronaVac citando um “evento adverso” com um voluntário;

O evento adverso foi a morte de um voluntário;

O Butantan, que desenvolve à vacina, se disse surpreso: ‘É impossível a vacina ter relação com o evento adverso’, disse o diretor do órgão;

Pela manhã, Bolsonaro comemorou a pausa no teste: ‘Mais uma que Bolsonaro ganhou’;

No início da tarde, soube-se que o voluntário se suicidou.

Na noite desta segunda-feira (9), a Anvisa suspendeu os testes da vacina da Sinovac, feita em parceria com o Instituto Butantan, após ter sido notificada sobre um “evento adverso grave” em um voluntário.

“Os dados são transparentes. Por que nós sabemos e temos certeza de que não é um evento relacionado à vacina? Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

A declaração foi dada pelo diretor durante coletiva de imprensa na sede do Instituto Butantan, após o governo paulista se reunir virtualmente com representantes da Anvisa para tratar sobre a suspensão dos testes. Na noite de segunda, Dimas Covas afirmou que o voluntário morreu, mas disse que o óbito não tinha qualquer relação com a vacina.

Durante a coletiva desta terça, representantes do governo de São Paulo demonstraram indignação com a medida e defenderam que não há relação entre o evento adverso e o imunizante.

“Não houve nenhuma relação da vacina com o evento adverso grave apresentado”, defendeu o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn.

Dimas Covas disse que a suspensão, além de desnecessária, provoca “dor e sofrimento nos voluntários”. “Não haveria a necessidade desse tipo de medida, que poderia ser resolvido administrativamente, como foi feito hoje de manhã”, disse Covas.

“Se interromper um estudo clínico que está indo muito bem causa sofrimento, causa dor, causa insegurança, naquelas pessoas que já foram submetidos ao estudo, causa dificuldade naqueles que querem ser submetidos ao estudo e que estão na fila para receber a vacina ou o placebo. Ou seja, são os voluntários, as pessoas que se dedicaram a esse estudo exatamente para trazer a esperança da vacina”, disse Covas.

Anvisa foi notificada no início de novembro

Ainda de acordo com Dimas Covas, a Anvisa foi notificada do evento adverso no voluntário no dia 6 de novembro. “Nós estamos tratando aqui de um evento adverso grave que não tem relação com a vacina. Repito: um evento adverso grave que não tem relação com a vacina. Essa informação está disponível à Anvisa desde o dia 6, quando foi notificado o efeito adverso grave”.

O diretor criticou o comportamento da Agência e a forma como o Instituto recebeu a notícia da interrupção dos testes.

“Dia 6 a Anvisa recebeu um documento dizendo: ‘olha um participante do estudo clínico teve um evento adverso grave não relacionado com a vacina’ ponto. O que que se espera diante de um comunicado desse? ‘Olha, ok, vamos avaliar, vamos nos reunir, vamos ver quais foram as causas desse evento adverso, se você está dizendo que não tem relação com a vacina, vamos apurar’. É isso o que a gente espera. Foi isso o que aconteceu? Não. Quer dizer, esse encaminhamento foi feito dia 06, ontem dia 09, às 20h40, encaminham um e-mail ao Butantan dizendo que haveria uma reunião hoje para tratar do evento adverso grave, mas ao mesmo tempo anunciava a suspensão do estudo. Oito e quarenta da noite, 20h40 da noite, 20 minutos depois essa notícia estava em rede nacional, 20 minutos depois de nós termos sido notificado por e-mail, a notícia estava em rede nacional”.

Dimas Covas disse ainda que o governo reenviou todos os esclarecimentos à Anvisa e aguarda que a liberação o mais rápido possível. “Ela agora está apta a tomar a decisão de retomar o estudo o mais rápido possível”, afirmou o diretor.

A expectativa do diretor é a de que, após os esclarecimentos, a Anvisa retome os estudos ainda nesta semana, possivelmente nesta quarta-feira (11).

Óbito de voluntário

Na segunda-feira (10) o diretor do instituto Butantan deu uma em entrevista à TV cultura onde afirmou que o efeito adverso trata-se de um óbito, no entanto, no dia seguinte à entrevista, durante a coletiva, Dimas disse que não falou que se tratava de um óbito, ou não, e que não poderia dar detalhes do ocorrido.

“O efeito adverso grave, observado em um voluntário não tem relação com a vacina. Não podemos dar detalhes a vocês porque isso envolve sigilo. Tem aí todo um aspecto ético que nos impede de dar as características do voluntário, ou da voluntária. O que eu afirmo a vocês é que esses dados estão todos de mão da Anvisa, estão todos fornecidos a Anvisa”.

Dimas Covas disse ainda que a Anvisa tem todas as informações e que não poderia “burlar a ética” ou “trair a confiança” que a família do voluntário tem no instituto.

“Nesse momento cabe a Anvisa que tem todos os dados dar essas informações, nós não podemos aqui burlar a ética, trair a confiança que a família [do voluntário] tem em nós. Nós não podemos dar qual foi o motivo do evento, o que que levou aos eventos, porque essas informações podem ser muito dolorosas para família e nós temos que respeitar esse aspecto. O que nós dizemos e repito: o evento não tem relação com a vacina”.

Interrupção

A Anvisa informou que foi notificada do “evento” em 29 de outubro. Mais de 10 dias depois, determinou que nenhum novo voluntário poderá ser vacinado até que a agência possa avaliar os dados e “julgar o risco/benefício da continuidade do estudo”.

Segundo uma lista divulgada pela agência, são considerados eventos adversos graves “morte, evento adverso potencialmente fatal, incapacidade ou invalidez persistente, internação hospitalar do paciente, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico e evento clinicamente significante”.

Comunicado Sinovac

Nesta terça-feira (10), a Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pelo desenvolvimento da CoronaVac, afirmou em comunicado que “está confiante na segurança da vacina” contra a Covid-19.

Segundo o jornalista José Roberto Burnier, da GloboNews, a morte do voluntário não foi causada por doença respiratória. O paciente, de 33 anos, também não tinha comorbidades.

A Sinovac afirmou que “ficamos sabendo que o chefe do Instituto Butantan acreditava que esse evento adverso grave não tem relação com a vacina”.

A empresa afirmou que o estudo clínico em fase 3 no Brasil “é realizado estritamente de acordo com os requisitos do GCP” (Good Clinical Practice, ou “boas práticas clínicas” em tradução livre).

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em uma rede social, que o episódio é mais um em que “Jair Bolsonaro ganha”. No mesmo post ele citou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

A CoronaVac é uma das candidatas a vacina contra o coronavírus e é desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Butantan, em São Paulo. Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado.

Butantan estranha decisão

Na noite desta segunda, o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que recebeu com estranhamento a notícia da suspensão temporária dos testes em humanos da CoronaVac no Brasil.

Segundo Covas, se trata de “um óbito não relacionado à vacina” e, portanto, “não existe nenhum momento [ou motivo] para interrupção do estudo clínico” da fase 3.

“Em primeiro, a Anvisa foi notificada de um óbito, não de um efeito adverso. Isso é diferente. Nós até estranhamos um pouco essa decisão da Anvisa, porque é um óbito não relacionado à vacina”, afirmou o diretor do Butantan.

“Como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, podem acontecer óbitos. Nesse momento, [o voluntário] pode ter um acidente de trânsito e morrer. Ou seja, é um óbito não relacionado à vacina. É o caso aqui. Ocorreu um óbito que não tem relação com a vacina”, disse Dimas Covas na TV Cultura.

O diretor também afirmou que o Butantan já pediu esclarecimentos à Anvisa sobre a interrupção e que espera ter mais detalhes na manhã desta terça-feira (10).

G1

 

Opinião dos leitores

  1. SÓ PARA CONSTAR, ROACUTAN, REMÉDIO PARA ESPINHAS, TEM O SUICÍDIO COMO UM DOS EFEITOS COLATERAIS…

  2. Como o Butantan declarou que o óbito não tem relação com a vacina se o laudo do IML só saiu hoje ???

  3. Vocês vivem que que mundo?
    A vacina chinesa é obra de Dória, governador de São Paulo.
    O Butantan está desenvolvendo a vacina que Dória quer obrigar a todo paulista tomar, sem direito a escolha.
    Bolsonaro não tem nada haver com isso. Vocês são lunáticos ou débeis mentais mesmo?

  4. O gado mais uma vez embarcou num delírio de fake news do Bozo, por isso são bovinos, aceitam qualquer coisa que o Bozo defeca na boca deles.
    Muuuuuuuuuuu

  5. a cada dia que passa a população entende menos o presidente independente se for de esquerda /direita ou outra fuleiragem qualquer, que no final da no mesmo não alterar absolutamente nada,
    um ser humano chegar a vibrar que houve problema na vacinapor motivo politico , a algo que o mundo todo espera que de certo independeste se você vai tomar ou não mais trata-se de salvar milhões de vida, é absolutamente um anormal

  6. Lá vem o mentiroso, o mentiroso, o mentiroso dando uma de gostoso… Já mentiu tanto que até ficou famoso.

    Pra quem é essa música? Ele disse que foi mais uma vitoria dele. Mentiroso dando uma de gostoso

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Saúde

Médico brasileiro de 28 anos voluntário para vacina de Oxford morre; laboratório não informa se ele recebeu imunizante


Profissional de saúde na Unifesp acompanha estudo da vacina da Universidade de Oxford Foto: Amanda Perobelli / REUTERS

Um voluntário brasileiro que participava dos testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade Oxford e pelo laboratório AstraZeneca morreu devido a complicações de Covid-19, na última quinta-feira. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi formalmente informada do fato nesta segunda-feira.

De acordo com a Anvisa, os desenvolvedores da vacina já compartilharam com a agência os dados da investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança sobre o caso. A Anvisa informou ao GLOBO que o caso está sob avaliação.

Segundo a Anvisa, o comitê sugeriu o prosseguimento dos estudos com a vacina. Não foi informado nem pelo laboratório nem pela Anvisa se o voluntário recebeu um placebo ou uma dose do imunizante.

Em nota, a Anvisa disse que “com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação”.

A Anvisa afirmou, ainda, que os dados de voluntários são mantidos em sigilo devido aos princípios de confidencialidade do estudo, destacando que “a Agência cumpriu, cumpre e cumprirá a sua missão institucional de proteger a saúde da população brasileira”.

Em nota, o responsável pelos testes no Rio de Janeiro, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) informa que “seguindo normas internacionais de pesquisa clínica e respeitando os critérios de confidencialidade dos dados médicos, não podemos confirmar publicamente a participação de nenhum voluntário no estudo clínico com a vacina de Oxford” .

O instituto ressalta, ainda, que “após a inclusão de mais de 20 mil participantes nos testes ao redor do mundo, todas as condições médicas registradas foram cuidadosamente avaliadas pelo comitê independente de segurança, pelas equipes de investigadores e autoridades regulatórias locais e internacionais. A análise rigorosa dos dados colhidos até o momento não trouxe qualquer dúvida com relação à segurança do estudo, recomenda-se sua continuidade. Vale lembrar que se trata de um estudo randomizado e cego, no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford. No Brasil, até o presente momento, já foram vacinados aproximadamente 8.000 voluntários.”

Sue Ann Costa Clemens, chefe do Instituto de Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) e pesquisadora do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, explica que pesquisas só devem ser interrompidas se houver alguma ocorrência inesperada, caso do voluntário britânico com suspeita de esclerose transversa. Na ocasião, o estudo foi mundialmente interrompido. E retomado, quando se constatou que não teve a ver com a vacina.

Segundo ela, contrair Covid-19 durante testes de uma vacina justamente contra a Covid-19 num momento de pandemia não é um evento inesperado e sim um fator de avaliação. O paciente pode não ter tomado a vacina e, sim, o placebo.

Médico estava na linha de frente do combate à pandemia

O voluntário que morreu era um médico, de 28 anos, que desde março estava na linha de frente do atendimento a doentes de Covid-19, em UTIs e emergências. Ele trabalhava num hospital privado e em outro da rede municipal, ambos na Zona Norte do Rio.

Ex-aluno de medicina e muito querido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 2019, ele era conhecido pela dedicação e o trabalho incansável. Nesta semana, a instituição postou em suas redes sociais uma homenagem em sua memória. Embora na linha de frente, amigos contam que estava sempre disposto a ajudar os outros e não perdia o bom humor. Era incansável.

Sua morte surpreendeu e chocou os mais próximos pois o médico, segundo eles, tinha boa saúde e não sofria de qualquer comorbidade. Ele teria recebido uma dose da vacina da AstraZeneca/Oxford no fim de julho. Adoeceu em setembro e seu quadro se agravou até vir a falecer.

Chamada AZD1222, a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford é feita com um adenovírus símio, geneticamente modificado. Este funciona como “transporte” para uma proteína do Sars-Cov-2, a chamada proteína espícula, ou S, que o coronavírus usa para invadir as células humanas.

Esse tipo de plataforma, considerado inovador e promissor, nunca foi usado antes em vacinas no mercado. Estudos com a mesma estratégia — e vírus diferentes — fracassaram contra o HIV.

A estratégia agora é usar o adenovírus, que também foi alterado para não se replicar, para “apresentar” o coronavírus ao sistema de defesa humano que, então, produziria anticorpos para atacar a proteína S. Porém, como não tem o coronavírus inteiro, a vacina não é capaz de causar a Covid-19, o que aumentaria a segurança.

Especialistas dizem que existem, em tese, três possibilidades para explicar a morte do rapaz. A primeira é que ele pertencia ao grupo placebo, aquele que recebeu uma vacina de meningite e não o imunizante contra a Covid-19. Todos os voluntários sabem que estão sujeitos a isso. Ou seja, não foi em momento algum protegido e tinha conhecimento prévio dessa possibilidade.

Como os estudos são conduzidos no formato “duplo cego”, para garantir a idoneidade dos dados, nem pacientes nem cientistas sabem quem tomou o quê. Essas informações são mantidas em um sistema fechado. Só dessa forma é possível saber se, de fato, a vacina protegeu alguém.

Uma segunda possibilidade é que ele tenha tomado uma dose, mas esta não tenha sido suficiente para protegê-lo do desenvolvimento da Covid-19. Uma segunda dose estava sendo administrada nos voluntários justamente porque estudos mostraram que duas aplicações proporcionavam uma resposta mais robusta do sistema de defesa. Não está claro se o voluntário morto tomou uma segunda dose.

Uma terceira possibilidade é que ele não foi protegido e a Covid-19 tenha sido agravada por um fenômeno conhecido como amplificação dependente de anticorpos (ADE). Esse é um fenômeno que pode ocorrer em algumas infecções virais. Nele, anticorpos podem intensificar os efeitos da doença, ao invés de reduzí-los.

O caso mais conhecido de ADE ocorre com a dengue. A dengue hemorrágica, a forma grave e por vezes letal, acomete quem já teve dengue antes. É por isso que a vacina da dengue é recomendada apenas a quem já teve alguma vez a doença, que pode ser causada por quatro subtipos do vírus.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Lembrem -se que ele não tomou nenhuma vacina, tomou placebo. Então não podemos condenar a vacina de Oxford.

  2. Esse vírus tem baixíssima letalidade e, após alcançada a chamada "imunidade de rebanho", qualquer vacina será desnecessária. Por outra, essa pressa em conseguir uma vacina torna qualquer uma delas pouco confiável. Claro que uma de origem chinesa será ainda mais perigosa, por motivos óbvios. Afinal, esse vírus surgiu por lá em condições muito suspeitas e a China está se beneficiando economicamente dos efeitos dessa errônea política de enfrentamento adotada por alguns governantes. Além disso, os produtos chineses, em geral, são conhecidos por sua má qualidade e aquele país NUNCA demonstrou preocupação com a saúde de ninguêm. Não vejo motivo para crer em suas boas intenções.

    1. A foxconn chinesa basicamente é a produtora de chips de todos os eletrônicos de alto nível. O cara não sabe o be-a-bá e vem repetir asneiras da década de 90.

  3. Se tiver que escolher qual vacina tomar, com toda certeza, optarei pela vacina de Oxford.
    Quanto a vacina Chinesa eu não confio, portanto, não tomarei.

  4. Rapaz ñ sei nem se foi efeito colateral da vacina, mas se esta vacina fosse a chinesa, já teríamos no mínimo uns 100 comentário afirmando com total convicção que a causa da morte teria sido a vacina chinesa.

    1. Ele pode ter caído no braço do placebo, ou seja, tomou "água". E isso faz parte de estudos fase III.

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Saúde

Centro de Pesquisas em Natal recruta voluntários para vacinas da covid-19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ampliar para 10 mil pessoas o número de participantes dos testes com a vacina de Oxford no Brasil. Inicialmente os testes no país previam a participação de 5 mil pessoas.

A vacina recebeu este nome por ser desenvolvida em um consórcio com pesquisadores da universidade inglesa de Oxford. O laboratório por trás dos testes é o também britânico AstraZeneca.

Além do acordo para aquisição e fabricação do imunizante no país, o Brasil é uma das nações onde os testes estão sendo realizados. A instituição responsável por conduzir as análises com voluntários brasileiros é a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Até o momento, os testes eram realizados em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. Com a ampliação do número de participantes, o imunizante será testado também no Rio Grande do Sul e no Rio Grande do Norte.

O CPClin (Centro de Pesquisas Clínicas de Natal) começou a recrutar voluntários. Acesse aqui.

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