Saúde

Servidores da saúde fazem ato-vigília nesta quarta-feira (6) no Walfredo Gurgel

Nesta quarta-feira (7), a partir das 17h, os servidores da saúde em greve irão se reunir no Hospital Walfredo Gurgel para promover um ato-vigília. Durante o protesto, 200 velas serão acesas para simbolizar as mortes que acontecem todos os meses no hospital, devido ao descaso do poder público. Também estão sendo convocados entidades e movimentos sociais.

O objetivo da vigília é mostrar para a população que os problemas no Walfredo Gurgel já se arrastam por anos e que as mortes são resultado da falta de prioridade do governo.

“Na TV, a governadora chegou a chorar, mas sabemos que isso não irá resolver os problemas dos hospitais, se não houver mais investimentos na saúde pública”, afirma Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde-RN.

O sindicato repudia a tentativa de vincular a crise da saúde à greve dos servidores. “O caos na saúde não começou com a greve”, afirma Rosália.

A vigília é mais uma ação da greve, que conta com uma agenda diária de atividades. Panfletagens, debates temáticos e atos públicos vêm acontecendo desde o dia 1º de agosto em todas as regiões de Natal, em Parnamirim e Mossoró.

Sindsaúde-RN

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Denúncia

Diretoria do HWG nega fechamento da UTI Cardiológica, médicos dizem o contrário

Médicos plantonistas dos maiores hospitais de saúde pública no RN o Walfredo Gurgel e o Santa Catarina, ambos localizados em Natal, utilizaram as redes sociais para reafirmar o fechamento da UTI Cardiológica do HWG e as precárias condições das unidades hospitalares.

De acordo com matéria publicado no Jornal de Hoje, a diretoria do hospital providenciou as medidas necessárias para evitar o fechamento da UTI cardiológica, ainda na sexta-feira (31). Tanto na reportagem quanto na sua conta pessoal do twitter, o médico Sebastião Paulino, contesta a informações fornecidas pela diretoria, além de relatar outros problemas como a espera de mais de 40 pessoas por atendimento na ortopedia, entre elas crianças.

Neste sábado o BG publicou o desabafo de um médico do Walfredo relatando as dificuldades no exercício da profissão.

Ortopedista do Walfredo Gurgel desabafa a respeito das condições da saúde‏

Veja abaixo a matéria na íntegra publicada no Jornal de Hoje deste sábado (01):

Após ameaça dos cardiologistas que trabalham no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel de fechar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica, na manhã desta sexta-feira (31), por falta de medicamentos, a diretoria do Walfredo Gurgel providenciou os medicamentos para os dois pacientes internados no setor. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) chegou a receber um documento dos cardiologistas informando que já a UTI Cardiológica já havia sido fechada, mas a diretora geral do Hospital, Fátima Pinheiro, através da assessoria de imprensa, negou que o fato tenha ocorrido.

A assessoria de imprensa do Hospital Walfredo Gurgel disse que, assim que a Diretoria Geral tomou conhecimento da possibilidade de fechamento da UTI Cardiológica, providenciou os medicamentos necessários para o atendimento dos dois pacientes que estavam internados na tarde desta sexta-feira e garantiu o funcionamento da UTI. A assessoria disse ainda que na próxima quarta-feira (5), a Unicat entregará uma nova remessa de medicamentos.

No entanto, o médico intensivista do Hospital Walfredo Gurgel, Sebastião Paulino, que já esteve à frente da diretoria do Walfredo Gurgel por quatro anos, confirmou que a UTI Cardiológica continua fechada, sem receber novos pacientes, em decorrência da falta de medicamentos. Ele conta que dos seis leitos da UTI, quatro estão desativados. Segundo ele, desde a quinta-feira (30), o Cremern e a Diretoria do Hospital têm conhecimento do problema, através de oficio encaminhado.

“O leito não é apenas o espaço físico de acolhimento. É formado por uma gama de fatores, como equipamentos, profissionais e medicamentos. Quando um destes falta, em especial, os medicamentos que são fundamentais, são os médicos que assumem a responsabilidade ética e criminal da continuidade do atendimento. A situação é muito complicada, pois é o cúmulo do desleixo e do descaso. O Estado já sofre com a falta de leitos, e quando mais quatro são fechados são quatro pessoas que podem morrer nos corredores dos pronto-socorro ou até mesmo na UTI, já que esta não dispõe de medicamentos”, desabafou o médico Sebastião Paulino.

O vice-presidente do Cremern, Francisco Braga, disse que os médicos decidiram suspender as internações até que o Governo do Estado providenciasse o abastecimento. Braga lembrou que no dia 4 de julho foi decretado o estado de calamidade da saúde. “O prazo previa a reposição imediata dos medicamentos em dez dias a contar da publicação do decreto de calamidade. Naquela ocasião, o nível de abastecimento do Walfredo chegava a apenas 32% do necessário. Hoje, a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) fornece 49% dos medicamentos. Então, ainda faltam 51% de abastecimento. O abastecimento ainda é muito lento e a falta de medicamentos é geral”, denunciou Francisco Braga.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira criticou o fato de o Estado já apresentar um quadro de falta de leitos de UTI e ainda permitir que mais leitos sejam fechados. “Conhecemos essa realidade e sabemos que se os médicos decidiram fechar é porque não tem a menor condição de atender os pacientes. Nos próximos dias, a UTI Neonatal do Hospital Santa Catarina deve fechar pelos mesmos problemas. A população precisa avaliar se este Governo tem condições de continuar no comando e gerir o estado”, afirmou o presidente do Sindicato.

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Denúncia

Ortopedista do Walfredo Gurgel desabafa a respeito das condições da saúde‏

Todos nós potiguares sabemos o caos que anda a nossa saúde pública, em especial o Hospital Walfredo Gurgel. Notícias sobre a falta de medicamentos, médicos, materiais básicos,  falta de atendimento; são relatados rotineiramente por este blog e qualquer outro veículo de comunicação. Desta vez o BG abre espaço para um médico ortopedista e traumatologista contar o seu desabafo a respeito do seu local de trabalho e da saúde pública no estado:

Confira a carta escrita por  Tiago Medeiros  de Almeida, médico ortopedista e traumatologista

Hospital Walfredo Gurgel, dia 30/08/2012.

Devido ao caos instalado na saúde pública do nosso Estado, creio eu que fruto de má vontade política, acompanhada de má gestão e descaso com o povo, pacientes brigam com os médicos e demais profissionais da saúde dentro do hospital, buscando uma solução para seus problemas. Não sabem eles que o pobre do médico e os funcionários não são culpados, mas são os que estão na linha de frente e recebem todas as reclamações.

Hoje recebi um paciente com dor crônica na perna há mais ou menos um mês, que devido à ineficiência municipal da saúde, não consegue resolver seu problema. E já que o problema dele deveria ser resolvido em ambulatório, com realização de exames para investigação das causas da dor, o que eu poderia fazer naquele momento, era prescrever analgésico, e dar alta. Ao ouvir que daria alta ao paciente, a senhora que o acompanhava (irmã, esposa, não sei), começou a me agredir verbalmente.

Em situações assim, qualquer ser humano passa do seu estado normal para um estado de estresse, ainda mais quando sabe que está fazendo o certo e que está sendo injustiçado nas críticas, que deveriam ser direcionadas à outra instância. Mesmo assim não contestei e terminei o tratamento conforme demandava o caso, e dentro das minhas possibilidades locais!!

Terminado este atendimento, passo a atender os outros pacientes, porém com um nível de estresse elevado. Em um determinado momento, entra no consultório da Ortopedia, uma senhora muito educada e humilde, procedente da cidade de Serra Caiada, que me indaga: – Doutor, tenho um filho de 12 anos que está com fratura de antebraço há mais ou menos 7 dias. Gostaria de saber quando ele será operado… Antes que eu contestasse, ela completou que o problema maior, é ela é pai e mãe, que cuida sozinha dos filhos, e que além do menino que está no hospital ela tem uma filha de 15 anos, e que está sozinha em casa.

Neste momento, diante de tamanha educação e humildade, comecei a explicar que a pessoa menos indicada para que ela fizesse esta pergunta seria eu. Mas como sou pai, no momento que falava, me coloquei no lugar dela e rapidamente minha frieza da medicina se esvaiu. Fui às lágrimas frente a paciente, que também começou a chorar.

Acho deprimente isso que está acontecendo, e acho que não sou o único que está com esse sentimento de impotência, é tanto que inúmeros colegas estão pedindo exoneração. E como se não bastasse o médico ter que cuidar do biológico do paciente e psicológico do paciente, ele também está evoluindo para problemas psicológicos.

Acho que nunca estivemos tão ruins em matéria de saúde. E o engraçado, ou o mais grave, é que a gestora do nosso Estado é médica. Mas acho que ela já não tem noção do que é trabalhar na saúde pública, em prol dos necessitados e angustiados. Eu faria uma analogia dizendo que hoje se a saúde fosse um paciente estaria na porta da UTI agonizando, sem poder entrar, pois a mesma está fechada e NINGUÉM faz nada para salvá-la.

Peço às entidades competentes que façam algo sobre este descaso. Muitos familiares estão pagando o preço de ver seus entes falecerem, ou ficarem com sequelas, mutilados. Hoje nosso hospital (Walfredo Gurgel) não tem a mínima condição digna de funcionamento. Nem um hospital de guerra é tão mal equipado e funciona tão precariamente como o nosso hospital.

Este é um hospital que recebe tudo e todos do Estado, e deveria ter condições mínimas de prestar um atendimento digno a esta população tão sofrida. E não só à população tão sofrida, até porque, todo paciente politraumatizado vai para lá, independente da classe social, e de ter plano de saúde ou não.

Este é o desabafo de um médico que acredita que o Estado pode funcionar, que ama a medicina, e por isso briga por ela!!

 

Tiago de Medeiros Almeida

Médico Ortopedista e Traumatologista

 

 

Opinião dos leitores

  1. ESTE SIM, É UM PROFISSIONAL DE CARÁTER E VERGONHA, POIS VÊ O PACIENTE   COMO SER HUMANO E NÃO COMO UM ANIMAL QUE NÃO SEJA DE ESTIMAÇÃO, POIS ESTE TAMBÉM MERECE TRATAMENTO DIGNO. PARABÉNS DR. TIAGO,  VOCÊ SIM MERECE TOD NOSSO RESPEITO.

  2.  brilhante iniciativa mesmo…sei que muitos até percebem a precariedade dos serviços públicos de saúde, mas é preciso botar a boca e o coração no trombone! Assim outras pessoas tenderão a fazer o mesmo…

  3. Como NÃO se afetar com esse depoimento…afinal de contas não é sempre que um médico admite importar-se e até chorar mediante o sofrimento de um paciente ou melhor, de um Estado adoecido pelo descaso e precariedade geral. Evidente que NÃO podemos generalizar, pois não apenas os médicos como também a classe da enfermagem, e até mesmo a minha classe (psicólogos) estamos diariamente nos vestindo de uma insensibilidade humana que dá medo. Hoje percebo que naturalizamos com maior facilidade a dor, o sofrimento que vai muito além do mau funcionamento do corpo, é duro mas estamos cada vez mais conformados com o desrespeito aos direitos básicos do ser humano (saúde, educação, segurança…) e dá muito gosto ver que outras pessoas ainda se importam com isso, parabéns ao médico 
    Tiago de Medeiros Almeida pela capacidade não só de ainda enxergar a falta de recursos estruturais, mas principalmente por se permitir experimentar em seu dia-a-dia tão estressante um pouco da dor emocional do outro que lhe vêm educadamente ou não, em pedido de ajuda!
    Lucynara Santos – Psicóloga

  4. Bruno, todos os dias eu vejo todo mundo falando mal da saúde pública, aliás da administração pública. Eu trabalho com administração pública e na área de saúde, apesar de não ser técnico dessa área. Esse depoimento do ortopedista do HWG é comovente e por isso resolvi postar esse comentário.
    Como não quero criar polêmica não vou assinar o comentário, mas vou deixar a minha visão de técnico.
    A verdade é que as secretarias municipal de natal e do estado já desistiram de administrar através da Lei 8.666. Essa lei, que é proclamada como bastião da correção, foi feita a partir de normas que regulavam a construção civil e não atende a velocidade de serviços de emergência, como ocorre no caso da saúde.
    Nossos profissionais, incluindo os diretores de hospitais, secretários e governantes (prefeita e governadora) não fazem a menor idéia de como organizar o serviço, numa perspectiva como se encontram. O estado gasta R$ 8,50 de cada R$ 10,00 investidos na saúde com servidores, ou seja, sobra 15% do orçamento para tudo (medicamentos, investimentos, materiais, equipamentos). Um estudo da Sec de saude de SP indica que esse percentual não deve ultrapassar 65% de forma nenhuma, mas que o ideal seria entre 55% e 60%. A LRF limita em 54% o percentual do Estado. A SESAP gasta hoje 85%.
    É bobagem falar em falta de vontade política. Todo governante adoraria resolver o problema da saúde e choram e se desesperam por não conseguir. O problema dos governantes é que além de um ordenamento jurídico que é feito para dar errado, em que as compras nunca, em todo o Brasil, acontecem de forma cara, atrasada e de má qualidade, fruto de uma corrupção que se alimenta dessa desorganização, mas que beneficia fundamentalmente os empresários do setor.
    Saúde sem materiais, medicamentos e equipamentos não acontece. E isso custa muito caro, muito mais que a nossa capacidade de bancar, nesse contexto.
    Solução: apertar muito, muito, muito mesmo em cumprimento de horários e expediente dos servidores, porque ai a gente manda uma parte que não aguenta o tranco embora. E flexibilização das compras, com a redução da burocracia, e fiscalização fortíssima nos serviços contratados e nos materiais e medicamentos entregues.
    Retirar o foco da burocracia para os resultados. Pagando-se preço de mercado ao invés de buscar preços irrealmente baixos dos fornecedores e fiscalizar a entrega, com qualidade, prazo e eficiência.
    O problema é que se aperta na compra, imaginando-se que isso acaba com a corrupção e tudo é feito com preços irreais, faltando entrega ou se comprando coisas imprestáveis e a corrupçao continua a mesma. Deve-se inverter essa ordem: simplificar a compra, pagar o preço de mercado e exigir a boa prestação e entrega, ou seja, o aperto esta do lado errado.
    Assim nunca vai dar certo, como não dá em canto nenhum do país. Será que todo mundo é mal intencionado, no Brasil todo?

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Saúde

Crianças sofrem à espera de cirurgias ortopédicas no Walfredo Gurgel

O caos no Walfredo Gurgel é crescente, além da falta de medicamentos e matérias básicos para o trabalho da equipe médica, a UTI cardiológica foi fechada ontem (31) pela falta de condições para funcionar. O setor de ortopedia sofre de problemas crônicos, vez por outras dando sinais de que não está bem e não há previsão para melhorar. Na Tribuna do Norte deste sábado a reportagem de Isaac Lira, mostra a espera de crianças por uma cirurgia ortopédica, que quando não feita logo, pode gerar sérios problemas de calcificação dos ossos e sequelas para a vida toda.

Confira abaixo a matéria na íntegra

Luiz Felipe Vieira e Abraão Mateus de Sousa têm 12 anos e até a última sexta-feira, 24 de agosto, não se conheciam. Além da idade, os meninos têm outras coisas em comum. Os dois são de Natal. Da mesma forma, ambos têm tido, desde o dia em que se conheceram, febre e crises de vômito constantes. Luiz Felipe e Mateus chegaram no mesmo dia ao Hospital Walfredo Gurgel, com fraturas no mesmo membro: o braço esquerdo. A febre é consequência da fratura, que não tem dia para ser tratada de forma adequada.

O caos na ortopedia da rede estadual de saúde passou a afetar também as crianças. Na clínica pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel, cinco crianças esperam, sem perspectivas de serem atendidas, uma cirurgia para corrigir problemas em membros fraturados. Neste momento, com a paralisação do atendimento nos hospitais conveniados, que são o Memorial e Médico-cirúrgico, não há como precisar o dia exato em que serão atendidos. Até lá, esperam.

Os garotos estão na fila da Unidade de Gerenciamento de Vagas do Walfredo Gurgel. Quando um paciente chega ao Hospital com um membro quebrado e é necessário uma cirurgia, a equipe do Walfredo faz o primeiro atendimento e encaminha para o Memorial ou para o Médico-cirúrgico. Lá, a cirurgia é realizada, dentro de um convênio com o Município de Natal. Sem pagamento, os hospitais interromperam na última semana esse atendimento. Resultado: a fila de pacientes supera as 50 pessoas.

No caso de crianças, a espera traz mais conseqüências. Como se sabe, a calcificação do osso é mais rápida nesta faixa de idade e a demora pode fazer com que o osso “cole” numa posição errada. “As crianças podem ganhar seqüelas para toda uma vida por conta da demora em se resolver esse tipo de coisa”, aponta o médico do Walfredo Gurgel, Sebastião Paulino. Os pais das crianças, algumas do interior, estão preocupados. “Estamos realmente sem saber se teremos o nosso problema resolvido”, diz Francisca de Sousa, mãe de Abraão Mateus.
A diretora do Walfredo, Fátima Pereira, disse que o Hospital não tem como resolver o problema dos pacientes à espera de atendimento nos corredores do Hospital, porque a responsabilidade pelas cirurgias é dos municípios. “Não temos como fazer esses procedimentos aqui. O Walfredo Gurgel faz unicamente o primeiro atendimento e as cirurgias relativas a fraturas expostas”, explica.

Os dois hospitais conveniados deixaram de receber pacientes da rede pública na última semana. Eles alegam a falta de repasses por parte do Município. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou a secretaria de Saúde, mas não houve retorno das ligações.

Outro problema que se agravou com a crise da saúde no Estado foi o da UTI cardiológica do Walfredo Gurgel. Na última quinta-feira, quatro dos seis leitos foram impedidos de receberem novos pacientes pela própria equipe médica por falta de medicamentos e equipamentos para atender os pacientes. Ontem pela manhã apenas dois leitos continham usuários do serviço de saúde.

Um dos equipamentos em falta é o marcapasso provisório, necessário para estabilizar vários tipos de pacientes. O estoque também está no fim para o medicamento chamado noradrenalina. “Em alguns casos, o paciente pode até morrer pela falta desse medicamento. E estamos no fim do estoque. Na semana passada, faltou máscaras. Então, é uma situação muito difícil”, aponta a médica Cristina Pita, que faz parte da equipe da UTI.

A diretora Fátima Pereira explicou que o setor será abastecido hoje e os atendimentos serão retomados. A unidade cardiológica do Walfredo Gurgel é a única UTI pública a tratar de problemas cardíacos.

Opinião dos leitores

  1. Enquanto ISTO OS ATUAIS E FUTUROS POLÍTICOS
    ESTÃO PREOCUPADOS APENAS EM CONSEGUIR VOTOS. Político bom seria aquele que
    abandonaria a campanha e iria para o Walfredo tentar resolver esta situação
    vergonhosa e alarmante. Não sei como a Governadora consegue dormir em paz
    diante disto, COMO ELA TEM CORAGEM DE SUBIR EM UM PALANQUE E PEDIR VOTO PARA ALGUÉM. PARE E PENSE GOVERNADORA: Imagine que um filho, neto ou sobrinho seu estivesse internado no Walfredo. O QUE A SENHORA FARIA?
    A rua está repleta de candidatos a vereadores, de artistas
    a esportistas, de conhecidos a anônimos, todos em busca de um emprego fácil,
    enquanto as CRIANÇAS SOFREM NO WALFREDO. O QUE DEVIA SER OBRIGATÓRIO NESTE PAÍS
     ERA NÃO VOTAR. Votar em quem? Para que?

    O aumento das passagens de ônibus foi a última e
    inimaginável loucura da administração da Prefeita de Natal: Quem diria que a
    coisa ainda pudesse piorar. Antes, pelo menos na época da campanha os políticos
    eram bonzinhos, agora, nem mesmo nas campanhas.

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Saúde

UTI Cardiológica do Walfredo Gurgel é fechada por falta de medicamentos

Está no Dnonline

A situação no Hospital Walfredo Gurgel continua crítica. A Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica foi fechada por falta de medicamentos nesta sexta-feira (31). Os pacientes foram transferidos para outros leitos dentro da própria unidade hospitalar. A informação foi confirmada pelo vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte, Francisco Braga.

Segundo o vice-presidente, a transferência dos pacientes começou a ser realizada nessa quinta-feira (30), pelo desabastecimento de medicamentos essenciais para os pacientes. A volta dos serviços está condicionada a reposição dos insumos e medicamento. “Os cardiologistas decidiram suspender as internações até que o governo faça o abastecimento. Não tenho como prever quando a situação estará normalizada”, afirmou.

Francisco Braga lembrou que no dia 04 de julho deste ano foi decretado o estado de calamidade na saúde. “O prazo previa a reposição imediata dos medicamentos em 10 dias do decreto de calamidade, Na época do Plano Emergencial, o nível de abastecimento do Walfredo chegava a apenas 32% do necessário. Hoje, a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) fornece 49% dos medicamentos. Então, ainda faltam 51% de abastecimento. Abastecimento ainda é muito lento. A falta de medicamentos é geral”, diz ele.

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Saúde

Calamidade Pública: no RN, gestores investem em ambulâncias e esquecem unidades de saúde

O registro de atendimentos durante quase 12 horas no Hospital Walfredo Gurgel. Este é o tema da matéria de Roberto Lucena, publicada na Tribuna do Norte de hoje, na qual se é constatado um fato já conhecido, especialmente, quando se trata da prestação de serviços de saúde no interior: a máxima de que na dúvida, manda pro Walfredo.

O Pronto Socorro do Walfredo, o Clóvis Sarinho, é a prova disso. Pacientes com dor de dente, gripe forte, que deveriam ser atendidos em unidades médicas em seus respectivos municípios não contam com o serviço e acabam sendo destinados à capital, onde passam a   disputar atendimento com pacientes de urgência e emergência, que já contam com os parcos recursos do WG. A consequência são doentes insatisfeitos e funcionários sobrecarregados.

A diretora geral do hospital, Fátima Pereira, confirma a falta de estrutura nos interiores. Ela conta que os pronto-socorros das cidades do interior não estão recebendo pacientes e os mais diversos tipos de caso, dos mais variados níveis de gravidade acabam chegando ao Waldredo. “Tudo desagua aqui e não temos para onde encaminhar”, desabafa a gestora.

No contraponto da construção de novas unidades de saúde, estruturação e contratação de médicos, o número de ambulâncias cresceu 550% no período de 5 anos., segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN).

Segue matéria na íntegra:

A adolescente de 14 anos, de Senador Georgino Avelino, caiu da bicicleta e suspeita que fraturou o tornozelo. O menino de 15 anos, oriundo de Maxaranguape, está com o lado direito do rosto inchado devido a uma dor de dente. Já o senhor de 48 anos, natural de São José de Mipibu, sofre de constipação há 19 dias. Além da saúde debilitada, estas pessoas têm em comum o fato de procurarem atendimento médico no mesmo local: Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). Na última terça-feira, a TRIBUNA DO NORTE acompanhou, por quase 12 horas, a rotina no Pronto-Socorro da maior unidade hospitalar do Estado.

No último mês, o Walfredo Gurgel realizou 7.221 atendimentos. Uma média superior a 230 procedimentos diários. Quase a metade desses atendimentos foi realizado em pacientes oriundos do interior do Estado. No entanto, Natal é a responsável pela maior parte da demanda. Em julho, foram 3.917 natalenses atendidos na unidade, o que corresponde a 54,24% do total. Na primeira quinzena de agosto, as estatísticas se repetem. Até a última quarta-feira, dia 15, o HMWG contabilizava 3.916 atendimentos, sendo 2.268 (57,92%) em pacientes provenientes da capital. Entre os municípios do interior, Parnamirim lidera a lista de encaminhamentos à unidade. [veja info]

Já se passaram 46 dias desde que o Governo do Estado decretou estado de calamidade na saúde pública do Rio Grande do Norte. Durante a última semana, ficou claro à sociedade que os efeitos esperados pelo decreto estão longe de se tornarem realidade. O sistema público de saúde potiguar vive um momento crítico. Os sintomas da celeuma são perceptíveis e fáceis de constatar no maior nosocômio do Estado. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern), Jeancarlo Cavalcante, a situação é insustentável. “O plano de enfrentamento à crise não foi efetivado. A situação está pior que antes”, diz.

O HMWG é uma unidade de atendimento em casos de urgência e emergência, mas, na prática, não é isso que ocorre. “Os pronto-socorros do município não estão recebendo. Tudo deságua aqui e não temos para onde encaminhar”, disse Fátima Pereira, diretora geral do hospital, referindo aos postos da capital. “Aparece de tudo por aqui. De uma simples dor de cabeça aos casos mais graves. E o que a gente vai fazer? Mandar de volta para o município de origem? Temos que atender”, informa uma enfermeira que preferiu não revelar a identidade.

Mais que uma causa da atual situação, o cenário registrado no Walfredo Gurgel revela-se como sintoma da falta de priorização da saúde pública nos municípios do Rio Grande do Norte. Segundo a secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), todos os 167 municípios potiguares possuem gestão plena na saúde, ou seja, as prefeituras recebem fundo a fundo os recursos para a atenção básica, especializada e especializações. Sendo assim, têm responsabilidades relativas à política de saúde. “Mas isso não acontece. As prefeituras não investem como deveriam e acabam enviando toda a demanda para o Walfredo Gurgel”, relata a assessoria de imprensa da Sesap. De janeiro passado até o dia 16 de agosto, o Ministério de Saúde repassou àsaos 167 prefeituras do RN, a quantia de R$ 498.518.494,47 para custeio dos programas de saúde.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, publicada na edição da última quarta-feira, o titular da Sesap, Isaú Gerino, reconhece que encontrou a rede de hospitais desabastecida e não deixa claro quando o plano emergencial vai começar, de fato, a apresentar melhorias à população. “Nem sempre o que planejamos a gente pode executar”, contou. O secretário pontuou que há dificuldades financeiras e que procura ajuda do Governo Federal. “Acredito que dificuldades financeiras há no Governo, não só aqui, mas no Brasil como um todo, há esses problemas. Estamos tentando com ajuda do Ministério da Saúde, fazer a reposição não só do Walfredo Gurgel como de toda rede.

Número de ambulâncias cresceu 550%

Nos últimos seis anos, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN), o número de ambulâncias no Rio Grande do Norte aumentou 550%. Em 2007, eram apenas 81 veículos desse tipo.  Agora, já são 528 automóveis responsáveis por fazer o deslocamento de pacientes. A proporção é bem superior se compararmos, por exemplo, o total de verba destinado no Orçamento Geral do Estado (OGE) para a Sesap. De 2011 para o 2012, o aumento foi de apenas 5,9%.

Parte da frota de ambulâncias que circula no Estado tem como destino principal o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no HMWG. Foi o que a TRIBUNA DO NORTE constatou na última terça-feira. O fato de estarmos vivenciando um período de eleições, segundo a diretora da unidade, influencia no aumento da conhecida ambulancioterapia. “Coincidentemente, nos anos de eleição, aumenta o fluxo de ambulâncias do interior”, diz.

A equipe de reportagem chegou ao Clóvis Sarinho às 4h50. A primeira ambulância, “adquirida com recursos próprios” pela Prefeitura de Venha-Ver como avisa o adesivo coloca no veículo, estacionou na entrada do PS às 6h50. Essa é a segunda vez que o aposentado Matias Dantas de Carvalho, 69 anos, faz a viagem de quase 500 quilômetros dentro da ambulância. Na primeira vez, há cerca de um mês, as condições eram diferentes. Matias fora vítima, juntamente com o filho Pedro Dantas, 35 anos, de um acidente automobilístico. Ambos precisaram ser atendidos no HMWG e se submeteram a cirurgias ortopédicas.

O retorno ao hospital é justificado pela necessidade de mostrar novos exames ao cirurgião que os operou. Mas apenas Matias ainda necessidade de atenção. “Eu já fiquei bom. Meu pai é que precisa desse retorno”, explica Pedro. Questionado se a avaliação não poderia ser feita num posto de saúde de Venha-Ver, Pedro afirmou: “É melhor aqui”.

São 11h45 e o movimento no Pronto-Socorro é intenso. Ambulâncias do Samu chegam a todo instante. Enquanto os pacientes são retirados dos automóveis, servidores terceirizados realizam um protesto e exigem o pagamento de salários atrasados. De um lado, gritos dos grevistas, do outro, choro dos pacientes. É desesperador para os profissionais. “Tem horas que penso em jogar tudo para o ar e pedir demissão”, diz uma enfermeira.  Não há muito tempo para lamentações. A próxima ambulância, vinda de Ceará-Mirim, para na entrada do PS. Não há muito tempo para lamentações. A próxima ambulância, vinda de Ceará-Mirim, para na entrada do PS.

Dentro do veículo, o aposentado Josué Alexandre de Souza, 67 anos, estava deitado num colchão hospitalar. Não havia maca na ambulância, muito menos no hospital. Diabético, cego e com uma das pernas amputada, o idoso esperava pacientemente qual seria seu destino. Depois de uma pequena discussão entre a enfermeira, motorista da ambulância e a acompanhante do paciente, resolveram que ele ficaria, como outros tantos, sentado em uma cadeira, no corredor do hospital.

Conselho quer interdição do hospital

Devido ao desabastecimento da farmácia, a falta de material de trabalho, condições higiênicas e a superlotação da unidade, o Cremern planeja pedir, nos próximos dias, a interdição de alguns setores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. A informação foi confirmada pelo presidente da instituição, Jeancarlo Cavalcante, e é, segundo ele, uma tentativa de resolver a “situação insustentável do hospital”.

No entanto, antes do pedido de interdição, o atendimento no hospital pode sofrer restrições caso a ameaça de demissão em massa seja confirmada pelos cirurgiões gerais lotados no HMWG. Segundo o cirurgião Ariano Oliveira, os médicos estão trabalhando em situação precária. “Falta o básico para a realização de uma cirurgia. A situação é a mesma há muitos anos e, mesmo com interdição, não resolve”, coloca. O médico afirmou que a categoria deve ser reunir nesta semana para chegar a um acordo. “Se a situação não foi resolvido até o final deste mês, vamos parar o centro cirúrgico”, sentencia.

Somente este ano, essa será a terceira investida do Cremern em busca de alguma solução para o HMWG. Em junho passado, o Conselho entrou com uma ação civil pública contra o Governo do Estado na Justiça Federal por conta do caos no hospital. “Antes tínhamos problemas pontuais em alguns setores e hoje nós temos a falência de muitos setores”, diz Jeancarlo. O Centro de Recuperação de Operados, o Centro Cirúrgico, o necrotério e as enfermarias são os setores que despertam mais preocupação.

Na ação, o Cremern pede a reestruturação de várias áreas, sob pena de multa pessoal de R$ 20 mil para a governadora Rosalba Ciarlini. Além disso, a ação solicita uma indenização por “dano moral coletivo” de R$ 1 milhão destinada ao Fundo de Saúde. Em maio, o Cremern interditou eticamente o setor de reanimação do hospital. Até hoje, o setor continua interditado por falta de condições de uso.

Postos de saúde de Natal fecham as portas

Enquanto o Walfredo Gurgel agoniza submerso à superlotação fazendo atendimentos que não deveriam chegar lá, alguns postos de saúde de Natal estão com as portas fechadas. Quem procurou atendimento nas unidades de Cidade Satélite, Mãe Luíza e Unidade Mista de Pajuçara, durante essa semana, voltou para casa sem o devido auxílio médico. Nas primeiras unidades, o problema é a insegurança. Por causa da greve dos servidores do Município, os guardas municipais, responsáveis pela segurança dos postos, não foram trabalhar. Em Pajuçara, os atendimentos foram suspensos há dez dias. Um incêndio provocado por um curto-circuito destruiu a sala de odontologia e queimou alguns aparelhos elétricos.

A greve dos servidores públicos municipais está afetando o atendimento médico em pelo menos dois postos de saúde da capital potiguar. As unidades médicas que possuem pronto-atendimento nos bairros Cidade Satélite e Mãe Luíza estão fechadas. O motivo é a greve promovida pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat). Entre os servidores que suspenderam as atividades, estão os guardas municipais, responsáveis pela segurança dos postos.

O atendimento diário a cerca de 400 pacientes está irregular na “Unidade de Saúde de Cidade Satélite II”. Os funcionários vão ao local com a incerteza de que vão trabalhar. Desde o último domingo, a rotina é essa. “A gente chega e espera os guardas. Se eles vierem, trabalhamos, caso contrário, vamos embora”, disse a recepcionista da unidade.

De acordo com Tânia Lopes, coordenadora do posto, a Guarda Municipal não está cumprindo a escala de plantão definida pelo comando da greve. “Eles nos passaram a escala, porém, infelizmente, os guardas não estão aparecendo”, contou. Tânia explicou ainda que o posto já foi assaltado algumas vezes e os profissionais ameaçados. Os pacientes que chegam ao local são encaminhados para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim.

As portas para os pacientes também estão fechadas na “Unidade de Saúde de Mãe Luiza”. Na frente do prédio, uma faixa avisa que os servidores estão em greve. Na porta principal, um aviso explicita que desde o último sábado, dia 11, não há atendimento à população.

No Unidade Mista de Pajuçara, somente os agentes de combate a endemias frequentam o local. Na última quarta-feira, a TRIBUNA DO NORTE esteve no local e verificou que nada foi feito para recuperar o que foi perdido com o incêndio. Uma reunião entre os administradores do local e representadas secretaria Municipal de Saúde (SMS) estava prevista para última sexta-feira, no entanto, a secretária Maria do Perpétuo comunicou que não poderia estar presente. “Remarcamos para segunda-feira. Queremos que alguma solução seja definida. Nem o Itep [Instituto Técnico-Científico de Polícia] venho fazer a perícia ainda. Tememos que o posto seja fechado definitivamente”, disse Conceição Frasano, administradora do local.

Bate-papo

Iara Pinheiro, promotora da Saúde

Qual a avaliação que a senhora faz  na rede hospitalar do Estado?

A ação desta promotoria tem sido mais intensa, nas últimas semanas, em relação a questão dos Hospitais Walfredo Gurgel, que enfrenta uma grave crise de desabastecimento. E nesse sentido está patente que o Estado não se sentiu obrigado a cumprir a decisão judicial para abastecer de medicamentos e insumos o Hospital. O Ministério Público impetrou Ação Civil Pública, em junho teve uma decisão de cautela antecipada que dava prazo para o reabastecimento imediato, que foi descumprido. E esta semana ingressamos com uma petição em ação civil pública para estabelecer multa por isso. Mas não tenho qualquer informação sobre o andamento jurídico. O quadro no Hospital Walfredo Gurgel, como posto na petição, é de desabastecimento real que permanece, apesar da decisão judicial.

Com o decreto de calamidade da saúde esta situação já deveria estar sanada?

O próprio decreto estabelece que há uma necessidade de abastecimento imediata para os hospitais e portas de entradas da urgência e emergência de Estado.  Ou seja um abastecimento imediado e num prazo de 90 dias, que esta abastecimento estar regularizado. Mas o que era previsto para curto prazo ainda não executado. Temos um mapeamento dessa situação, que foi juntada a ação civil pública, na petição, que demonstra a queda nos estoques dos Hospitais Walfredo Gurgel e Giselda Trigueiro.

O MPRN irá auditar o emprego  dos recursos do decreto de calamidade? Como será feito esse acompanhamento e da reestruturação física?

Este papel cabe ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), que tem a competência  específica e intransferível de auditar estas contas. E em casos de recursos federais, o TCU (Tribunal de Contas da União). O Ministério Público não vai e não precisa  montar uma estrutura para isso. E, em relação a reformas, estamos fazendo o acompanhamento de como esses recursos estão sendo usados, acompanhando a questão, as ordens de serviços para alguns hospitais já foram emitidas e os maiores há uma previsão para os próximos dias. Mas é bom salientar que para todos estes hospitais, a Promotoria já tem ações civis ou inquéritos instaurados pedindo a celeridade de reformas para cada uma dessas unidades de saúde, são questões estruturais antigas que vem sendo ignoradas.

E em relação à falta de pessoal. A terceirização no setor estaria contribuindo para que  a categoria considere o serviço público menos atrativo e encare os contratos de terceirização como mais vantajosos?

O MPRN também vem atuando para garantir pessoal, não só em relação a quantitativo, com uma ação civil pública obrigou a Secretaria Estadual de Saúde a realizar o último concurso da saúde de 2010; como também em relação a qualidade, como fez no caso do contrato da OS (Organização Social) A.Marca. O posicionamento do Ministério Público é de enfrentamento dessa realidade.

Quais as implicações dessas terceirizações para a população e para o erário?

Como no caso dos contratos da OS A.Marca foi permeado de corrupção não há como ter conhecimento real do impacto financeiro que essas terceirizações causam. Inclusive, solicitamo uma auditoria ao TCE sobre a relação  custo-benefício desse contrato com a OS na saúde, mas ainda não foi concluída. O Ministério Público defende que é dever do Estado  prover a saúde pública.

O fato da capacidade de investimento, os recursos, estar sendo engolida pela folha de pagamento.

Essa é uma questão que também estamos acompanhando. Inclusive pedimos uma auditoria do TCE, porque percebemos a fragilidade na gestão do RH da saúde, com uma extensa folha, altos custos, ausência de controle da carga horaria dos funcionários e estamos esperando a conclusão e que os auditores apontem soluções.

Entre tantos problemas, qual a maior urgência do sistema de saúde?

O desabastecimento.

Gestores sempre afirmam que problemas de desabastecimento e superlotação nos principais hospitais do Estado se agravam devido à ineficiência da atenção básica. Os promotores também concordam que a atenção básica é negligenciada pelos gestores? Como vem sendo acompanhada essa questão?

Não tenho segurança para responder,  por que é um outro promotor que trata da atenção básica de saúde. Devido ao licenciamento da promotora responsável, não houve o levantamento sistematico, como vinha ocorrendo antes. O Ministério Público esse ano não conseguiu intervenções regulares na atenção básica.

Como a senhora mesma coloca, a crise na saúde não é nova, qual a origem?

Acredito que a escassez de recursos somada a má gestão.

O Fórum em Defesa da Saúde tem defendido a autonomia financeira da pasta da saúde. Como isso poderia mudar o quadro atual? Poderia ter evitado chegar ao estado de calamidade?

Daria maior agilidade as ações previstas no plano de emergência. Hoje a Sesap depende da liberação das Secretaria de Planejamento para ter acesso aos recursos. Isso acontece em tempos diferentes nas duas pastas. Mas não sei se evitaria a calamidade.

Então, o problema não é só recurso?

Não. É sobretudo problema de gestão.

E qual a avaliação da gestão da saúde? Com quem está, hoje, o controle da saúde?

O secretário de Estado, Isaú Gerino.

E está sendo bem gerida?

Como já disse, a falta de boa governança na gestão da saúde vem de muito tempo.

Qual a avaliação sobre o plano de ações emergenciais elaborado pelo Governo?

Acredito que é um plano de governo. Se conseguir ser executado, como previsto, dará uma resposta eficaz.

A senhora acredita que as ações previstas no plano, já que como a senhora colocou na petição (em relação ao desabastecimento no HWG), “após 40 dias nada foi feito”?

Não posso avaliar para o futuro. O que posso dizer que as ações a curto prazo ainda não aconteceram. É um prognóstico ruim.

Fonte: Tribuna do Norte

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MP pede multa para secretário por desabastecimento de hospitais

O Ministério Público Estadual, por intermédio da 47ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal, peticionou em Ação Civil Pública para que a Justiça fixe multa no valor de R$ 10 mil para o Secretário Estadual de Saúde, Isaú Gerino; a Governadora do Estado, Rosalba Ciarlini; e o Secretário Estadual de Planejamento e Finanças, Francisco Obery Rodrigues Júnior, por dia de inadimplemento pelo fato de descumprir decisão judicial que determina providências com vistas ao abastecimento da rede hospitalar estadual.

A petição do MP foi protocolada nos autos da Ação Civil Pública n° 0116296-56.2012.8.20.0001, que trata do desabastecimento hospitalar no Estado, após reunião do Fórum em Defesa da Saúde Pública realizada no início da semana no qual observa-se que o percentual de abastecimento do Hospital Walfredo Gurgel caiu, mesmo após a decisão da Justiça.

Segundo dados do Conselho Regional de Medicina, em meados de julho deste ano o Hospital Walfredo Gurgel tinha um percentual de abastecimento de 34% e passados menos de trinta dias da visita anterior o CRM voltou à unidade para verificar a melhoria no estoque de medicamentos, materiais e insumos tendo em vista a decisão judicial determinando providências e o percentual de abastecimento caiu para 32%.

Situação idêntica a do Walfredo Gurgel é vivenciada no Hospital Giselda Trigueiro onde inúmeros medicamentos também estão em falta, com evidente comprometimento do tratamento dispensado aos portadores de doenças infecto-contagiosas.

“Não há, pois, como duvidar do descaso do Poder Público Estadual quanto à decisão judicial proferida na ação em referência, ensejando a necessidade de adoção de providências mais severas para compelir ao cumprimento.”, traz a petição da representante do Ministério Público.

Confira a integra da petição nos autos da Ação Civil Públcia n° 0116296-56.2012.8.20.0001.

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Walfredo Gurgel: 18 vítimas de acidente de moto por dia

Está no Diário de Natal:

Prova desse aumento são os corredores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG) que diariamente recebem dezenas de jovens vítimas de acidentes de trânsito, especialmente de motocicletas. Um levantamento feito recentemente pela equipe do arquivo do hospital apontou que a cada 24 horas a maior unidade de urgência e emergência do Rio Grande do Norte atende uma média de 18 pessoas vítimas de acidentes de moto.

Na opinião da diretora geral do hospital, Fátima Pereira Pinheiro, “o Walfredo atualmente é o albergue da ortopedia do Rio Grande do Norte que não conta com outro hospital para atender essa demanda”. A média diária de atendimentos no Walfredo Gurgel é de 60, sendo que a maior parte desse número se deve às vítimas dos acidentes ocasionados pelo uso indiscriminado das motocicletas. Entre os problemas enfrentados pelos profissionais da unidade está a demora em transferir pacientes para hospitais privados que têm convênio com o SUS e são responsáveis por diversos procedimentos. “Fazemos as cirurgias de fraturas expostas, mas as outras os pacientes têm que ser transferidos e isso pode demorar dois ou três dias, tempo que pode prejudicar a vítima”, alerta.

Profissionais que atuam diariamente no Walfredo atribuem à falta de educação da população como principal fator para o crescente número de acidentes. Para a diretora geral do hospital, o governo federal tem que investir em educação no trânsito. “As pessoas precisam entender que direção e álcool não combinam. Assim como dirigir cansado e com sono, mesmo sem ter bebido”, lembra a médica.

Outra ação sugerida pela diretora é o aumento da fiscalização nas ruas pelos órgãos competentes. “Vejo por ai motociclistas cortando semáforo, passando em alta velocidade nas lombadas eletrônicas, mas não são notificados”, disse. Como resultado desses atos, o Walfredo enfrenta corredores lotados, o estado é sobrecarregado financeiramente, além de perder diversos trabalhadores por longos períodos já que muitos passam a depender da Previdência Social porque ficam incapacitados de exercer suas funções normalmente.

De acordo com os dados, de janeiro a junho deste ano o hospital atendeu mais de 11 mil vítimas de queimaduras, atropelamentos, agressão física, entre outros.

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"O Walfredo Gurgel não é o problema. É a solução", avalia nova diretora do hospital

Com experiência de 25 anos de atuação como plantonista do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, a médica-cirurgiã Maria de Fátima Pereira Pinheiro assume o cargo de Diretora Geral do Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel.

Fátima Pereira conhece de perto as dificuldades por que passa o maior hospital público de urgência e emergência do Estado do Rio Grande do Norte. Já esteve à frente da Direção Médica do HMWG e da Diretoria do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no período de maio de 2009 a fevereiro de 2011.

A diretora geral afirma estar ciente da necessidade de apoio por parte dos gestores, e reforça a vontade de trabalhar em conjunto com os que vivenciam o dia-a-dia do hospital. “Preciso do apoio do Governo do Estado, dos gestores da Saúde, do corpo clínico e de cada um dos funcionários do hospital, pois quero trabalhar para melhorar as condições de trabalho de todos, para que possamos oferecer um atendimento de qualidade aos pacientes”, disse a diretora.

Entre as metas de gestão está o empenho em trabalhar para que o hospital possa cumprir o seu papel de unidade de saúde referência no atendimento ao paciente grave, condição que depende de pontos como a estruturação dos hospitais regionais, que precisam ter maior resolutividade, e atuação das Unidades de Pronto-Atendimento (UPA’s) no atendimento aos casos de baixa complexidade.

“O Walfredo Gurgel não precisa ser um hospital de porta fechada, mas um hospital de porta regulada, para que possa acolher com qualidade os pacientes da alta complexidade”. E completa: “O Walfredo Gurgel não é o problema da saúde pública do Estado, ele é a solução, dentro de uma rede de saúde bem estruturada”.

Formação
Maria de Fátima Pereira Pinheiro é médica formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde também concluiu a Residência Médica em Cirurgia Geral. É servidora do Governo do Estado do Rio Grande do Norte há 31 anos.

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Atenção pais! Acidentes com líquidos quentes são maior causa de internação de crianças

Uma pesquisa realizada pela Divisão de Serviço Social do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) com pacientes internados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do hospital constatou, por meio de estatísticas, um fato que pode ser percebido claramente nas enfermarias do Centro: as queimaduras por líquidos quentes são a principal causa de internação de crianças na faixa etária de até 9 anos.

Os dados da pesquisa foram colhidos por meio de entrevistas realizadas entre os meses de janeiro e março de 2012 com 53 pacientes internados no CTQ e constataram uma grande concentração de pacientes vítimas de queimaduras por líquido quente na faixa de 0 a 9 anos, correspondente a 88% dos pesquisados.

A pesquisa foi feita pela assistente social, Rita de Cássia Oliveira e pela estagiária em Serviço Social, Silvânia Maria de Melo. Também foram colhidas informações sobre o contexto sócio-econômico vivido pelos pacientes. A maioria possui escolaridade entre média e baixa (ensino médio e/ou fundamental) e residem em casas em condições precárias, pequenas e/ou com grande número de pessoas.

“Podemos perceber pelo gráfico que os homens são maioria entre os internados. O que se destaca é o fato que nas causas de internamento ‘corrente elétrica’ e ‘cirurgia plástica’ os pacientes entrevistados são 100% do sexo masculino. Outro dado é que os pacientes vítimas de queimadura por líquido quente são 58% do sexo feminino”, destacam as autoras da pesquisa.

Medidas simples podem evitar acidentes graves envolvendo crianças. A cozinha é um ambiente propício à ocorrência de acidentes e a presença dos pequenos deve ser evitada. No fogão, sempre deixar as panelas com o cabo voltado para o centro, sempre deixar toalhas de mesa com bordas curtas para evitar que as crianças puxem e, principalmente, nunca deixar uma criança sozinha, mantendo sempre um adulto no mesmo ambiente.

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Sindicatos de servidores da saúde solicitam interdição total do Walfredo Gurgel

Diante da crise da saúde no Rio Grande do Norte – falta de leitos na UTI, falta de medicamentos nas farmácias dos hospitais e tratamento desumanizado aos pacientes – os médicos do RN encontram-se há quase 40 dias em greve. Da mesma forma, os odontologistas e, há 60 dias, os trabalhadores da saúde também estão com suas atividades paralisadas.

A decisão tomada pelo Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), diante do fato exposto, foi se reunir com os Conselhos e outros sindicatos da área da saúde para tomarem decisões conjuntas sobre medidas judiciais ou interdições das áreas criticas que colocam em risco a vida dos profissionais.

Ontem (30), durante reunião, os sindicatos dos Médicos, dos Trabalhadores em saúde (Sindsaúde) e dos Sindicato dos Odontólogos (Soern) definiram por solicitar aos conselhos regionais a interdição total do hospital Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar do estado.

O presidente do Sinmed falou ainda que o sindicato mostrará a justiça que os serviços de emergência e urgência estão mantidos e que a greve é “um grito de socorro dos profissionais da saúde contra a precária situação de trabalho e um brado da população que se vê desassistida pelo governo. Governo este que não cumpre seus deveres com a saúde pública do estado”.

Neste momento, a situação com o governo é de impasse. As informações são de que o governo deverá entrar com ação judicial solicitando a ilegalidade da greve.

De acordo com Dr Geraldo Ferreira, a medida do governo apenas fechará os canais de diálogo, mas não impede que os sindicatos continuem as denúncias contra a omissão de socorro do governo e não impede também que se continue fazendo novos Boletins de Ocorrência sobre os graves problemas por que passa a saúde do RN.

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Serviço Social do Walfredo Gurgel procura familiares de paciente sem identificação

O Setor de Serviço Social (SS) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) procura pelos parentes ou amigos do paciente ainda não identificado e que possui as seguintes características: homem, com de cerca de 50 anos, 68kg, de cor parda e com 1,70m.

Ele deu entrada no Pronto Socorro Clóvis Sarinho (PSCS), no domingo (27), por volta das 20h30 e vestia uma bermuda cinza e uma camiseta branca com listras pretas. O paciente foi vítima de atropelamento na estrada da Redinha enquanto andava de bicicleta.

Qualquer informação que possa levar à identificação do paciente deve ser repassada ao SS através do número 3232-7533. O Serviço Social funciona 24h.

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Paciente precisa comprar remédio no Walfredo Gurgel

Falta de medicamentos, macas lotando corredores, servidores em greve, esses são alguns dos muitos problemas que vêm se acumulando não só no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), como também em outras unidades da rede pública de saúde do estado. A saída do médico urologista Domício Arruda da titularidade da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), apenas consolidou o que a população potiguar e, desde a última terça-feira, o Brasil inteiro já sabe: a saúde pública do RN está em crise.

O Diário de Natal esteve novamente no Walfredo Gurgel na manhã dessa sexta-feira (04), onde constatou que a falta de medicamentos tem levado a população ao desespero. Como relata Auxiliadora Medeiros, que está acompanhando um familiar desde quarta-feira no hospital. Ela procurou a reportagem para registrar o descaso com que vem sendo tratado seu caso. Para diminuir a gravidade do quadro de seu parente, que tem problemas hepáticos e há três dias sofre com dores e expele sangue pela boca, Auxiliadora diz que teve que comprar a medicação indicada (Dramin e Albumina humana – ambos oferecidos gratuitamente pelo SUS), pois os remédios estão em falta no HWG. “Se daqui para amanhã, ele não for transferido, ele vai morrer”, fala emocionada Auxiliadora.

O Walfredo Gurgel é a maior unidade hospitalar do estado e atende mais de mil casos por dia oriundos de todo o RN. Quanto à falta de medicamentos, a assessoria do hospital alega que repassa semanalmente as demandas do HWG à Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), sendo de competência da Unicat enviar todos os medicamentos solicitados na lista.

Indefinição

A Sesap foi procurada pelo Diário de Natal para posicionar-se sobre a crise na Saúde. Entretanto, de acordo com a assessoria, a secretária interina da pasta, Dorinha Burlamaqui, precisa de tempo para se inteirar sobre questões administrativas da Sesap, que competiam apenas ao ex-secretário Domício Arruda, mas que em breve a imprensa poderá contar com suas declarações.

Sobre a escolha de um novotitular para a pasta, a assessoria disse que a governadora Rosalba Ciarlini esteve com a agenda cheia durante a semana e que ainda não havia se reunido com o seu gabinete para discutir um novo titular para a Sesap. A assessoria ressaltou que a saída de Domício foi por decisão própria do secretário e que não houve retaliações por causa da repercussão da crise da saúde na imprensa nacional.

A própria assessoria demonstrou pouco conhecimento sobre os desdobramentos da situação no Walfredo Gurgel. Questionada sobre o quadro do hospital, a assessoria perguntou como estava o local na manhã dessa sexta, se haviam muitas ambulâncias paradas e se eram muitos os casos vindos do interior.

Fonte: DN Online

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MP constata falta de estrutura durante inspeção no Walfredo Gurgel

Acúmulo de lixo, falta de macas, elevadores quebrados e leitos fechados são uma pequena parcela dos problemas encontrados no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Após receber inúmeras denúncias acerca da situação da unidade de saúde, o Ministério Público Estadual realizou uma visita para averiguar os problemas estruturais e de atendimento relatados por pacientes, médicos e servidores. A inspeção foi realizada pela promotora Iara Pinheiro na tarde de ontem e teve o acompanhamento do Sindsaúde. No entanto, a visita foi encerrada sem qualquer manifestação da promotora Iara Pinheiro. Ela havia afirmado que qualquer resultado será divulgado somente após a conclusão do relatório, que deve ser emitido no final da semana.

Para o diretor do Sindsaúde, Marcelo Melo, que acompanhou a inspeção, a situação encontrada no Walfredo Gurgel é inadmissível e de uma falta de sensibilidade com o paciente. Segundo o dirigente sindical, os corredores estão extremamente lotados, com “uma médiade 15 pacientes por técnico de enfermagem”. Melo comenta também que problemas como falta de material e medicamentos chegaram a uma situação tão crítica que quatro leitos da UTI cardiológica tiveram que ser desativados. “Não temos antibiótico suficiente para manter o controle e o combate à infecção hospitalar. Faltam sedativos, na UTI faltam coagulantes, além de remédios para controle de hipertensão e outros mais”.

Outro problema denunciado pelo diretor do sindicato é a falta de estrutura no hospital. Faltam macas para transferir pacientes das alas de politrauma para o setor cirúrgico. “Hoje de manhã ocorreu um óbito e esse corpo ficou preso no hospital da 6h até às 8h40 por faltar maca para transferir o óbito ao necrotério”, declarou.

O problema no Walfredo Gurgel está tão crítico, que os elevadores estão quebrados, inclusive o elevador que é usado para o transporte do pacientes que morrem no hospital para o necrotério está quebrado. A equipe do Diário de Natal chegou a presenciar o transporte de dois corposde pacientes que tiveram que ser transferidos até o necrotério pelo lado de fora, fazendo com que os corpos ficassem lado a lado de pacientes, acompanhantes e servidores.

O acúmulo de lixo é outro agravante na situação precária do Walfredo Gurgel. Pilhas e mais pilhas de lixo se transformaram em um princípio de lixão no setor de descarte do hospital. Restos de comida, luvas e embalagens de medicamentos se amontoam oferecendo riscos à vida dos pacientes uma vez a copa se encontra ao lado do depósito de lixo do hospital.

Durante a inspeção do Ministério Público, quando a promotora Iara Pinheiro chegou próximo ao depósito de lixo do Walfredo Gurgel, os médicos começaram a alertar para as possíveis e “bem prováveis” infecções hospitalares decorrentes do excesso de lixo encontrado no local. “Se somente uma mosca pousasse nesse lixo e por um acaso entrasse em contato com um paciente meu internado aqui e ele pegasse infecção hospitalar, porque nessa situação é o que vai acontecer. Eu botava um processo nessa empresa que recolhe o lixo”, gritava um médico. De acordo com Marcelo Melo, a promotora Iara Pinheiro vai pedir providências imediatas em relação ao acúmulo de lixo.

Um outro médico que não quis se identificar denunciou que os servidores do hospital, médicos, técnicos e enfermeiros, chegam a ficar sem tem o que comer já que as refeições deixaram de ser fornecidas para os funcionários. “A situação aqui está horrível, aqui não tem dinheiro para comprar material e falta até comida para dar a gente. Como podemos trabalhar numa situação assim? É uma situação extrema de descaso”, declarou.

Outro lado

O secretário de saúde Domício Arruda explicou que um problema de ordem de pagamento impediu a coleta de lixo no hospital Walfredo Gurgel. Segundo Domício Arruda, débitos anteriores paralisaram a coleta. “Nós temos uma empresa que é contratada para coletar o lixo comum, o contrato dela só foi liberado no dia 1º de março, ficaram faltando apenas duas parcelas de R$ 40 mil que são referentes a uma indenização. Tudo já devia estar regularizado”.

De acordo com o secretário, o serviço de coleta deve voltar a funcionar normalmente ainda nessa semana dependendo somente da empresa responsável pela retirada do lixo começar os trabalhos.

Fonte: DN Online

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Polêmica

Novo Lixão: Walfredo Gurgel está sem coleta de lixo há duas semanas

O Hospital Walfredo Gurgel, referência no tratamento de pacientes politraumatizados no Rio Grande do Norte, se transformou em um lixão. E se é verdade que ‘uma imagem vale mais que mil palavras’, observem a foto de Júnior Santos, repórter fotográfico da Tribuna do Norte:

Foto> Júnior Santos

O lixo orgânico e comum da unidade está  acumulado há pelo menos duas semanas, no fundo e ao lado do terceiro prédio que compõe aquele complexo hospitalar.  Um auxiliar de manutenção disse a reportagem que “nunca tinha acontecido isso nos 25 anos que trabalho aqui”.

O mesmo funcionário do WHG, que não quis se identificar para evitar problemas, disse que vinha ocorrendo atraso no pagamento à empresa responsável pela coleta de lixo, enquanto o chamado lixo hospitalar “estava sendo recolhido regularmente”.

Já o secretário estadual de Saúde Pública, Domício Arruda, confirmou que havia um contrato precário com a empresa Limp Express, mas disse que ela “estava usando a imprensa para fazer cobrança” das dívidas que a Sesap tinha pela prestação do serviço de coleta do lixo comum.

Domício Arruda disse que a Sesap já pagou o que devia à empresa pela coleta de lixo de 2011 e uma parcela relativa a janeiro deste ano. Ele acrescentou que faltam pagar dois meses, um valor de R$ 40 mil que será quitado a título de indenização, porque um novo contrato de 12 meses já foi assinado e que  começou a vigorar em março, com uma despesa mensal prevista de R$ 22 mil.

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Jornalismo

Walfredo Gurgel registra redução dos acidentes com moto no primeiro trimestre

A média diária de acidentes envolvendo motociclistas diminuiu no primeiro trimestre deste ano. É o que mostra o levantamento feito pelo setor de arquivo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). No período de janeiro a março foi registrada uma média diária de 17 eventos envolvendo motoqueiros. Em 2011 este número era de 22 acidentes por dia.

“Pode ser o resultado das novas medidas da Lei Seca”, diz o Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional do RN e ortopedista do HMWG, Julimar Nogueira de Queiroz Júnior. Ele alerta que ações como essa deveriam ser mais cobradas em todo o Rio Grande do Norte. “Estas leis são mais exigidas em cidades maiores, como Natal, por exemplo”.

A baixa, no entanto, não refletiu na urgência do atendimento aos acidentados. “Com relação à gravidade, não houve mudança significativa. Ainda chegam ao Walfredo Gurgel pacientes vitimas de trauma de grande energia cinética, graves e com ferimentos extensos”, afirma Julimar.

Um estudo realizado pelo cirurgião do HMWG, Haroldo Ferreira, em 2011, dá uma idéia de como a situação é preocupante. O levantamento aponta que no RN é registrado um óbito a cada três dias. O número supera, proporcionalmente, cidades como o Rio de Janeiro (onde ocorre uma morte a cada dois dias) e São Paulo (que registra 1,5 morte/dia).

De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de janeiro a setembro do ano passado, 25 mil ocorrências foram registradas nas estradas do país. No mesmo período, foram também identificados 18 mil feridos e 1.621 óbitos.

“Continuo acreditando que a principal mudança virá através da educação de base. A implantação de disciplinas voltadas para as leis do trânsito, direção defensiva e consequências da violência do trânsito, trarão mudanças reais. O problema é que estas medidas só surtirão efeito a médio e a longo prazo.  As punições: multas, pontuação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a implantação da Lei Seca, são importantes, porém, de curto prazo, e são pouco efetivas”, finaliza o ortopedista.

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