“Presidente, se você me der três atletas, principalmente o Walter, temos grandes chances de subir”. O pedido foi feito pelo técnico Enderson Moreira ao mandatário João Bosco Luz no primeiro semestre do ano passado. Walter veio. O Goiás subiu para a Série A. E agora as duas partes atravessam uma espécie de nova lua-de-mel, com a equipe se aproximando da Libertadores e o atacante se firmando como o maior destaque do Brasileiro.
O Goiás sonha alto.
E nisso nem mesmo os seus torcedores ficam de fora – na última terça-feira, após a vitória de 2 a 0 sobre o Grêmio, no Serra Dourada, surgiram os primeiros gritos mais entusiasmados pedindo o nome do campeonato na seleção.
Nos corredores do próprio time esmeraldino, existe a certeza de que o potencial do atleta que briga contra a balança é esse mesmo e que um passo fundamental nesse sentido é controlar a sua forma. O talento, ninguém contesta, ele tem de sobra.
“Ele agora tem de pensar grande. Por ser uma pessoa muito simples e de um coração enorme, ele acha que o Goiás é o melhor time do mundo e Goiânia, a melhor cidade. Acolheram ele muito bem por aqui. Mas ele tem de pensar diferente. O potencial dele é de seleção”, afirmou o preparador físico do clube, Robson Gomes, ao ESPN.com.br em agosto.
Walter, por outro lado, prega a cautela. Sonha com a convocação, mas prefere ir com calma. Até aqui, ele já foi responsável por 23 gols e 12 assistências na campanha do clube que se encontra vivo também na Copa do Brasil.
Segundo dados oficiais, o atacante carrega atualmente 92 kg. Ele mesmo admite estar acima de seu peso ideal. A própria comissão técnica preparou para o segundo semestre um cronograma dividido em três partes com metas físicas – a primeira delas se encerrou após a Copa das Confederações e o artilheiro demorou um pouco mais do que o previsto para atingi-la.
A princípio, nada disso seria empecilho para que receba uma chance ao lado de Neymar e companhia. O preparador físico da seleção, Paulo Paixão, revelou ao ESPN.com.br que não colocaria qualquer obstáculo em uma possível convocação.
“Se o treinador gosta do atleta, ele está rendendo fisicamente – e ele está -, não seria problema”, disse.
Revelado pelo Inter, Walter se transferiu para o Porto em 2010 e chegou a ser observado por Felipão para reforçar o Palmeiras em sua última passagem pelo clube. No fim das contas, acabou retornando ao Brasil através do Cruzeiro antes de ser emprestado ao Goiás.
“Vejo o Walter muito bem”, prossegue Paulo Paixão. “Não posso dizer que está acima do peso, não estou com o atleta, somente o preparador dele pode. Mas está em excelente forma, muito bem fisicamente, tem força, velocidade, marca gols. É muito bom jogador. Queria ele no meu time com esse suposto sobrepeso. Qualquer profissional gostaria de tê-lo”, completa o profissional que trabalha também no Beira-Rio.
Paixão carrega na memória a atuação de Walter no final do último mês, em um campo pesado, sob muita chuva, em Novo Hamburgo, interior gaúcho. O atacante não balançou as redes no empate em 3 a 3 com a sua ex-equipe, mas deu duas assistências e foi o destaque do jogo.
“Não posso, não devo e nunca vou relatar nada sobre atleta que não trabalha comigo. Só sei te dizer que joguei contra e o vi muito bem fisicamente, em outros jogos também, então, essa é a verdade para o momento”, analisa o preparador físico.
“Para trabalhar com o atleta, vai ser o meu trabalho com todas as minhas convicções. Da maneira como ele está rendendo, indo bem fisicamente, ele joga bem em qualquer time do Brasil”, conclui.
Walter é seleção?
ESPN Brasil
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