Política

“Não podemos banalizar o instrumento do impeachment. No caso de Bolsonaro, ainda não há uma comprovação que permita”, diz governador petista

Foto: Cristiano Mariz/VEJA

O governador do Piauí é um petista moderado, muito próximo a Lula e que não esconde o entusiasmo diante da perspectiva de o PT voltar ao Palácio do Planalto em 2023. Embora admita que há espaço para uma candidatura que represente a chamada terceira via, Wellington Dias acredita que a tendência, por enquanto, é mesmo a polarização entre Jair Bolsonaro e Lula — estratégia, ressalte-se, que atende aos interesses de ambos. Ao ser questionado sobre a possibilidade de impeachment, por exemplo, ele critica a banalização do instrumento e ressalta que ainda não vê provas suficientes para iniciar uma ação de destituição do presidente da República, embora seu partido tenha sido um dos signatários do mais recente pedido de impedimento. À frente do Consórcio Nordeste, grupo que reúne os estados da região, Dias afirma que a pressão dos governadores acelerou a vacinação no país, uma bem-sucedida contraposição à política do governo federal que ele avalia como “desastrosa”. Em entrevista a VEJA, olhando também para o passado, o governador admite que a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff foi um erro, diz não ver problemas em firmar aliança com o chamado Centrão e revela que chegou a participar de conversas para a formação de uma insólita chapa com o tucano Aécio Neves (MG) com vistas às eleições presidenciais de 2010. A seguir os principais trechos.

O senhor segue a mesma linha dos oposicionistas de que o governo adotou uma política genocida no enfrentamento da pandemia? Ninguém pode negar que tivemos uma tragédia no Brasil. Cito um dado apenas: o Brasil tem 2,7% da população mundial e já alcançou mais de 13% do número de óbitos do mundo. O Brasil tem cerca de quatro vezes mais óbitos do que a proporção de sua população. É uma tragédia. Não seguir a ciência levou a essa tragédia. Não ter monitoramento, não ter a compra de insumos, não ter plano para prevenção e tratamento, não fazer a compra de vacina quando teve oportunidade, tudo isso junto levou a esse resultado desastroso.

O presidente teria deixado de fazer isso deliberadamente para matar as pessoas? Precisa ser analisado se o objetivo era causar as mortes ou se tinha mesmo alguém que acreditava que a propagação do vírus era uma forma de se livrar rápido do problema. A ciência negou isso o tempo inteiro. Se houve mesmo incentivo à propagação do vírus para se livrar da pandemia, foi uma política genocida. Vamos esperar o resultado da CPI.

Qual a impressão que o senhor tem do presidente Bolsonaro? Eu convivi com o deputado Jair Bolsonaro no Congresso. Nesse período atuamos em um mesmo bloco e mantivemos relação sempre respeitosa. O presidente precisa colocar o interesse do país acima das disputas políticas. Infelizmente, ele procura manter um tensionamento permanente. A disputa política fica sempre em primeiro plano e a pauta de interesse público em segundo.

E sobre o governo Bolsonaro? Além dos problemas no combate à pandemia, o que precisamos hoje na política é de diálogo. Na área econômica, não é possível acreditar apenas no livre mercado. Há necessidade de ter um plano, uma presença forte do governo estimulando o setor privado para que a gente tenha chance. O país está dependendo das commodities muito mais do que antes. Commodities que, sob o ponto de vista econômico, geram crescimento, mas não muito emprego e renda. Também estamos estragando nossas relações internacionais, metendo-nos o tempo todo em assuntos impróprios. A imagem do Brasil no exterior é péssima, especialmente por causa da política ambiental, da questão indígena, da forma como tratamos a segurança. O armamento vai na contramão da história. Em resumo: o governo é muito ruim.

Por que o eleitor deve acreditar que o PT é alternativa a todos esses problemas? Temos uma situação tão grave no Brasil que devemos priorizar o diálogo. Lula se coloca como alternativa pela sua reconhecida capacidade de dialogar, ouvir e tolerar. Há a necessidade de alguém com experiência democrática, alguém empenhado em fortalecer as instituições que foram atingidas nesse período. Há a necessidade de criar uma política de pacificação dentro do país, aliada a um plano que possa fortalecer a economia, gerar emprego e renda.

A corrupção não será um empecilho a esse projeto eleitoral do ex-presidente? Hoje é mais fácil responder sobre isso. Foram dezessete processos que criaram para o Lula e para outros líderes uma imagem de corrupção. Destes, catorze já foram arquivados. O que houve, na verdade, foi uma estratégia política coordenada pelo juiz Sergio Moro, que depois se tornou ministro do governo que ajudou a eleger com pretensões de ir ao Supremo. Eu sempre disse que a Lava-Jato era uma ação contra os líderes políticos e empresariais. Nós vamos defender o combate à corrupção, que ainda é grave no Brasil. Mas não dessa maneira.

O senhor fala como se não tivesse havido casos gravíssimos de corrupção durante os governos do PT. Pagou e pagará qualquer um que cometer crime de corrupção em nossos governos. Quem cometeu, quem a Justiça comprovou que cometeu, foi expulso do PT. O que precisa ser dito, em alto e bom som, é que, enquanto partido, continuamos defendendo a ideia de que quem cometer corrupção terá de pagar. O que não podemos é permitir o espetáculo processual, expondo pessoas inocentes.

O PT se corrompeu? Digo que pessoas do meu partido, em meio a 1,5 milhão de militantes, infelizmente, também foram para o descaminho.

Quem? O ex-ministro Palocci confessou em depoimentos, não sou eu quem o está julgando. Era uma pessoa preparada, com capacidade técnica extraordinária.

Apenas ele? O ex-ministro José Dirceu foi julgado, condenado e cumpriu pena, mas ele sustenta que não participou de nenhuma ilegalidade. No caso do mensalão, foram apresentadas apenas provas testemunhais.

O senhor acredita na formação de uma frente ampla para enfrentar o presidente Bolsonaro em 2022? Sinceramente, não. Um campo político com o apoio que tem o ex-presidente Lula dificilmente abrirá mão de utilizar essa vantagem. O que estou dizendo: é possível que o ex-ministro Ciro Gomes seja candidato? Sim. Que o campo do ex-presidente Fernando Henrique, Doria, Eduardo Leite, lancem candidato? Sim. Defendo o entendimento pensando no interesse maior.

Hoje o PT critica a aliança que o governo fez com o chamado Centrão, mas o partido fez a mesma aliança quando estava no poder. Em todos os lugares do mundo você governa com os partidos que ajudaram a construir a vitória. Qualquer presidente precisa confiar a composição de um governo a um conjunto de líderes. Evidentemente, o ideal é que as escolhas priorizem afinidade, conhecimento e experiência nas áreas de atuação. Fui governador entre 2003 e 2010, período em que Lula foi presidente. Vi de perto a capacidade dele de dialogar, construindo uma maioria no Congresso que permitiu a aprovação de projetos importantes. O que não pode é submeter o país a qualquer caminho que seja prejudicial ao interesse da população.

O senhor considera que as escolhas foram adequadas nos governos petistas? Tanto foram adequadas que isso foi o que gerou problemas, principalmente na gestão da presidenta Dilma. O conflito que ela enfrentou tinha a ver com determinados anseios de aliados que queriam indicação em determinadas áreas que não foram atendidas.

O senhor faz muitos elogios ao governo Lula, mas pouco fala sobre o governo Dilma, que foi destituída por um processo de impeachment. Dilma foi uma presidenta honesta, uma presidenta com elevado espírito público. Em 2009, eu avaliava que não seria uma tarefa fácil substituir um dos maiores presidentes da história deste país. Havia a necessidade de ter alguém que tivesse uma experiência maior em relação à política. Dilma foi eleita para o primeiro mandato e seguiu o programa daquele primeiro mandato. Em 2014, havia a oportunidade de uma alternância, mas o Lula nunca sugeriu isso a ela. Foi aí que começaram os problemas.

Lula errou ao não impor sua candidatura em 2014? O que o presidente Lula diz é que, quando houve a alteração constitucional prevendo a reeleição, Fernando Henrique exerceu esse direito. Ele também teve o direito à reeleição. Por isso, não seria razoável a primeira mulher presidente do Brasil não exercer esse direito. O problema é que era um momento muito tenso e exigia uma capacidade de diálogo, de articulação, realmente muito elevada, e ela tinha essa dificuldade.

Mas o que a ex-presidente poderia ter feito de diferente? Eu estava no Congresso Nacional, no Senado Federal, era líder do bloco de apoio ao governo da presidenta Dilma. Repito: uma pessoa honesta, uma pessoa de grande espírito público, mas tinha muitas dificuldades em relação aos líderes. Você não é obrigado a dizer sim aos pleitos que são apresentados. Mas é razoável que ouça, é razoável que receba e responda. E que responda com uma justificativa adequada e uma política de respeito. Olhando para trás, acho que, se Lula tivesse sido candidato em 2014, creio que não teríamos enfrentado os problemas que enfrentamos.

Defender o impeachment do presidente Bolsonaro é uma estratégia correta? Compreendo que a democracia prevê a figura do afastamento de um presidente da República, mas não podemos banalizar o instrumento do impeachment. Ou existe uma prova muito concreta, robusta, ou temos de respeitar a soberania da vontade popular. No caso de Bolsonaro, na minha opinião, ainda não há uma comprovação que permita o impeachment. Não duvido que venha a surgir. Se tiver desvios, especialmente nesse caso da Covaxin, aí muda tudo. Se o remédio necessário for o impeachment, vamos usar. Mas não podemos levar o país a aventuras.

É verdade que o senhor chegou a cogitar a possibilidade de formar uma chapa com Aécio Neves em 2010? Na época teve aquela dobradinha em Minas Gerais, de Lula e Aécio, o Lulécio. Esse diálogo foi aberto pela boa relação dele com o Lula, pela possibilidade de ele se filiar a um partido da nossa base e como um líder destacado, citado para ser candidato a presidente pelo campo político apoiado pelo Lula. Eu estava no segundo mandato de governador e meu nome era lembrado como alternativa para vice. Hoje eu brinco que ele perdeu a chance de ser presidente e ainda tirou a minha de ser vice.

Veja

Opinião dos leitores

    1. Não há e nunca vai ter.
      O que tem muito é cachorrada desses vagabundos.
      É melhor Jair se acostumando.
      Vai até 2026.
      Éssa quadrilha não manda mais no Brasil.
      Palhaços corruptos.

  1. Acho que a militância digital remunerada recebeu dinheiro, estão “endiabrados” hoje. Kkkkkkkk

  2. Os caras querem entregar o Brasil para corruptos defensores de ladrões e ficam na internet, conversando asneiras sobre um presidente honesto, competente, bem intencionado, patriota, religioso, trabalhador, sincero e boa praça. Preferem um canalha, cachaceiro, analfabeto, mentiroso, mal caráter, preguicoso, corrupto e lavador de dinheiro. Está muito fácil separar o joio do trigo.

  3. Seguindo a lógica dele e de muitos outros não vamos banalizar a prisão, vamos deixar o cara que cometeu crime cometer pelo menos uns 20 pra poder prender.

    A lei é clara, não existe meio termo, fez errado é prisão, fez errado é impeachement…

    O resto é conversinha de quem tem medo de banalizar isso ou aquilo e chegar a sua vez.

  4. Mais um defensor de bandidos, altamente seletivo. Fecha os olhos para o manancial de corrupção que assolou os governos do PT ao tempo em que tentar isentar os chefes da ORCRIM, o Zé “Daniel” Dirceu e o bandido mor, o vagabundo de 9 dedos. Para simplificar, do PT não escapa NENHUM, incluindo esse traste da reportagem.

  5. Tirar uma besta, pra assumir um cavalo?
    Deixa ele aí.
    Quero ver ele passar a faixa pra Lula. Aí as tripas são um nó de vez!

  6. Petistas sabidos. Batem em Bolsonaro não querem seu impeachment, porque sabem que é a única chance para voltar ao poder é enfrenta-lo no segundo turno. Estão morrendo de medo da terceira via, principalmente se for Moro.

    1. O ex juiz, assim como outros da mesma vertente, está “queimado” à direita e à esquerda. Essa tal 3a. via só interessa ao PT pois tende a tirar alguns votos da ÚNICA barreira que ainda protege o Brasil do caos, que é o presidente Bolsonaro. O PSDB não passa de um PT banhado, perfumado, que estudou mais um pouco e que prefere vinhos finos a um litro de 51.

    2. Eles batem no presidente porque sabem que ele é o único verdadeiramente diferente. O resto é tudo farinha do mesmo saco.

  7. Pro PT não interessa o impeachment. Acabaria com a candidatura Lula. Melhor concorrer com Bozo, é a determinação do chefe.

    1. Exatamente! O MINTO só tem chances de ganhar as eleições de 2022 contra Lulaladrão e vice versa…

  8. Um impeachment agora só vale pelo menos 01(um) ano e alguns meses. No próximo ano no voto, esse maluco ficará impedido por 04(quatro) anos. O que é melhor?

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Política

Programa de governo de Fátima traz promessas ao povo do Piauí; documento plagia propostas de Wellington Dias

A candidata do PT ao governo do RN, senadora Fátima Bezerra, plagiou o programa de governo que Wellington Dias, governador do Piauí, cadastrou em 2014 para disputar a eleição daquele estado.

O documento apresentado por Fátima aos potiguares traz promessas ao povo do Piauí exatamente como consta no texto de Wellington. O material da senadora ainda guarda semalhança em sua estrutura com o documento do correligionário do Piauí.

Através de sua assessoria de imprensa, a senadora Fátima Bezerra explicou a situação.

“Abraçamos propostas já comprovadamente eficientes que atendem aos anseios e necessidades identificadas nos nossos seminários e nas nossas consultas. O PT, não só do Piauí, tem inúmeros ‘cases’ de sucesso. Nós governamos municípios e governos e o país por 13 anos…. Vocês acham que podemos ignorar essa experiência? Claro que não. Nós temos é que nos inspirar em bons exemplos para fazer o modelo para o RN funcionar”, disse a candidata.

Plano de governo é pré-requisito para registro de candidatura. Sem apresentá-lo, o candidato pode não obter a autorização para disputar a eleição. Não há, no entanto, previsão legal que fale sobre plágios de propostas e como isso pode afetar um projeto de candidatura.

Comparativo

O caso chegou à reportagem na tarde desse domingo. Em menos de um minuto foi possível checar a autenticidade da denúncia através de uma busca refinada, que revelou as promessas de 2014 ao povo do Piauí inseridas no programa de Fátima de 2018 aos potiguares.

Uma das análises resultou na exata transcrição do seguinte trecho, que consta no plano de Fátima: “Implantar Programa de redução efetiva das perdas de água com soluções
técnicas e um rigoroso processo educativo junto às comunidades piauienses de combate ao desperdício de água”.

A transcrição desse trecho não é a única. As propostas que Wellington Dias apresentou ao Piauí sobre saneamento em 2014 foram integralmente colocadas no plano de governo de Fátima para 2018, incluindo a peculiaridade piauiense de ampliar para 80% a rede de esgoto do estado.

Noutro trecho do documento, a equipe que cuidou do plano de governo da senadora esqueceu de substituir Piauí por Rio Grande do Norte no primeiro referencial de estado da seguinte proposta:

“Desenvolver e implantar a Tabela de Preços de Custos e Insumos do Estado do Piauí para serviços e obras de engenharia, a exemplo do Ceará, Piauí e de Pernambuco, com o intuito de auxiliar aos profissionais da área de
orçamentação e contratação de obras ou serviços de engenharia realizados com recursos públicos, balizando e padronizando os custos com este tipo de contrato”.

No documento de apresentação, o plano de governo de Fátima é descrito como resultado “do esforço e reflexões de alguns milhares de pessoas, envolvidas de forma voluntária e comprometidas, tanto através de uma plataforma de coleta de informações em seminários temáticos”.

O material, diz sua descrição, foi coordenado por comissão formada por membros do PT, PCdoB e PHS. O próprio documento diz que a comissão buscou informações em programas “de Governos dos Estados do
Maranhão, Bahia, Paraíba, Ceará, Piauí e Pernambuco”.

Opinião dos leitores

  1. acabou a boquinha, cu t, pt, e as mazelas dos politicos que pensam em reeleição tirem o cavalo os cachorros as galinhas e as tornozeleiras que já era lixos fétidos adeus carnissas

  2. Uma senadora q passou 4 anos preocupada com Dilma e Lula em vez de se preocupar com o povo do Rio grande do Norte pelo qual foi eleita, tá aí um exemplo de incompetência notória, se fosse uma prova de faculdade já teria recebido um 0000000000. Mais fraca q caldo de arroz.

  3. PT está arruinado e com pavor de perder a boquinha.
    Bolsonaro 2018.
    Carlos Eduardo 2018

  4. Triste o povo que não tem memoria politica! Fizeram uma tremenda quadrilha governar o país e agora a sujeira deixada debaixo dos tapetes do governo federal está boiando nos estados: Solução: _ chama o PT pra limpar sua própria sujeira… Kkkk

  5. Fala-se q PT não fez bom governo, hoje vemos famílias passando fome o desemprego assolando pais de família e o país, pq os q aí estão não resolve o, na erá PT governo não tinhamos isso gente, sim tá bom para os ladrões de gravata!!

    1. Animal, essa crise é fruto do projeto de poder do PT. Deixa de ser alienado. Passaram mais de uma década roubando e a conta chegou!

  6. Vocês deveriam comentar se o Piauí piorou ou melhorou com o governo atual? Imagino q são todos ocupantes de cargos comissionados ou não ocupam mas recebem algum por serem eternos babões.

    1. Vamos ser sinceros e honestos, o Piauí era um estado pobre, o segundo mais pobre do país, atrás apenas do Maranhão, dirigido pelo PcdB, agora o estado………………..Continua sendo o segundo mais pobre do Brasil! Rsrsrsrsr A mesma merda!

  7. Tudo que tenha o PT no meio, não merece confiança e tem alguma irregularidade. Depois do que Lula e Dilma fizeram de errado nesse país, somente alguém louco ou sem memória vota nessa sindicalista profissional.

  8. Quando fala nos 13 anos de PT, me deixou bastante preocupado, pois deixaram um legado de quase 12 milhões de desempregados, estamos (F…….).

  9. Essa aí se ganhar afunda o RN….. é uma acéfola…. só pensa em duas coisas, a segunda é bens materiais….e a primeira é dinheiro

    1. Concordo plenamente com você.
      O nosso Estado estará bem representado se ela for eleita.

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