Social

Titular da Sejuc, Kércio Pinto, fala em 'restaurar credibilidade' da secretaria

Matéria do Diário de Natal, por Fernanda Zauli

O novo titular da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Kércio Pinto, assumiu um grande desafio: reestruturar o sistema prisional do Estado. Kércio Pinto é delegado da Polícia Federal e foi diretor da Penitenciária Federal de Mossoró de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2011. Durante sua posse, na última segunda-feira, o novo secretário assumiu a responsabilidade de “resgatar a credibilidade da Sejuc e dos profissionais que a compõem, que parece estar adormecida”. Ciente de todos os problemas do sistema prisional do Estado, ele diz que o Rio Grande do Norte precisa de novas unidades prisionais urgentemente. “O Rio Grande do Norte não pode mais esperar”, disse.

O senhor assume agora uma das pastas mais complexas do estado. Já está a par de todos os problemas?

Sei dos problemas e estou buscando resolvê-los, o compromisso é justamente tentar resolver. Nós entramos sabendo de tudo o que está acontecendo. Tenho plena certeza de que é um grande desafio e como todo desafio tem que ser encarado.

Quais serão suas prioridades à frente da Sejuc?

Nós precisamos eleger prioridades em diversos segmentos porque essa pasta não é somente sistema prisional. Nós queremos fazer com que as coordenações da mulher, da desigualdade racial, juventude, direitos humanos, e todas as outras coordenações tenham condições plenas de desempenhar suas funções. Temos o Procon – que já funciona bem, mas que nós queremos dar condições para que possa funcionar ainda melhor. E temos também a Central do Cidadão onde nós queremos ofertar serviços de excelência.

O estado pretende investir em novas unidades da Central do Cidadão?

Ao invés de abrir novas unidades das centrais, nós temos que buscar oferecer excelência nos serviços oferecidos. Estamos reabrindo a central de Macau, estamos colocando em dia os contratos de locação de todas as centrais. Deveremos reabrir a central do Praia Shopping em breve. Nós temos algumas centrais que a governadora elencou como prioridade que são justamente reabrir Macau e Praia Shopping, e investir em Canguaretama e uma nova unidade em Mossoró.

O sistema prisional do estado hoje vive um quadro de superlotação e estruturas físicas precárias. O senhor acredita que o RN chegou a essa situação por falta de recursos ou falta de gestão?

Ser gestor com recursos é a melhor coisa do mundo, aí não se enfrenta dificuldade alguma. Eu não tenho um conhecimento aprofundado das outras gestões, mas hoje nós vamos focar na gestão pública, na gestão como o carro chefe para administrar essa secretaria. Como tudo na administração pública você não faz nada se não tiver planejamento. Nós precisamos de uma assessoria de planejamento aqui na secretaria, nós precisamos elencar prioridades, nós precisamos ter como buscar recursos, então em primeiro lugar é gestão, mas sem recursos também a gente não faz nada.

O que se sabe é que existem recursos federais disponíveis que não são utilizados pelo estado.

Os recursos federais são canalizados para o Departamento Nacional Penitenciário (Depen) e aí depende dos estados apresentarem projetos. Se o estado não apresentar projetos, ou se tiver com convênios não executados ou executados sem a prestação de contas, não vai receber recursos. Nós estamos fazendo uma análise de todos os convênios da Sejuc justamente para estarmos aptos a receber esses recursos. Porque se você faz um convênio e não executa, aí sim, é falta de gestão porque você vai buscar altas somas de recursos não executa ou executa e não presta contas, consequentemente o estado será penalizado.

Hoje o governo do estado está impossibilitado de receber recursos federais?

Estamos trabalhando para sair dessa condição e poder buscar novos recursos junto ao governo federal. Se eu não me engano, em 2010 quase R$ 500 milhões foram devolvidos aos cofres da União pelo Depen porque os estados não apresentaram projetos para direcionar esses recursos. A partir de hoje a Secretaria de Justiça não perderá prazos, não deixará de executar seus projetos, porque esse é um dinheiro caro que o estado não tem e o governo federal nos oferta. Como é que nós vamos perder esse dinheiro? Não podemos perder. É inadmissível que isso ocorra. Acabei de assinar um ofício à governadora pedindo a vinda de um especialista na área de assessoria de planejamento, mestre em assuntos penitenciários, especialista na área de convênios, para que possa urgentemente capacitar os nossos servidores para administração e fiscalização desses convênios.

Recentemente o Ministério Público fez algumas recomendações a serem aplicada em Alcaçuz. A Sejuc terá como cumprir essas recomendações?

O que eu quero é parceria com o MP, com o Poder Judiciário, com a Defensoria Pública, para que possamos mudar esse quadro do sistema penitenciário no estado. Nós sabemos os problemas que nós enfrentamos, o que falta neste exato momento são projetos e recursos para que as ações sejam executadas. Os nossos técnicos já se dirigiram a Alcaçuz para diagnosticar algo que possa ser emergencial para aquela unidade. Já está publicado no Diário Oficial o chamamento de empresas para a licitação da parte elétrica do Pavilhão 5 de Alcaçuz, em caráter emergencial, para que possamos estender uma nova rede elétrica e colocar aquele pavilhão para funcionar porque só falta isso para funcionar. E aí nós vamos ter entre 400 e 450 apenados lá nessa unidade, ou transferidos de Alcaçuz para que possamos reformar parte das unidades, ou de outra penitenciária que esteja com quadro de superlotação. que é quase geral no estado hoje. Nós estamos fazendo a terraplanagem da parte externa e interna de Alcaçuz, estamos com uma equipe de engenharia tentando detectar rotas de fulga, mas primeiro queremos limpar o terreno para ter mais visibilidade. Uma das questões que nós estamos buscando é colocar cercas para evitar fugas, temos uma busca de orçamento para parte de iluminação, mas tudo isso vai depender do trâmite burocrático natural da administração pública. Além disso, estamos buscando agilidade em alguns projetos junto à Secretaria de Infraestrutura de reestruturação física da Deprov, da Cadeia Pública de Mossoró, e em Pau dos Ferros.

Estima-se que se todas as execuções penais forem cumpridas seria criado um déficit de 5 mil vagas no sistema prisional. Como o senhor pretende tratar essa questão?

Hoje o déficit no sistema prisional já é de aproximadamente 5 mil de vagas. Eu acredito que se muitos dos processos fossem agilizados para quem já cumpriu pena, todas as análises jurídicas fossem concluídas, nós teríamos uma diminução muito grande de detentos no sistema carcerário. Tem gente que já cumpriu pena, tem gente que talvez uma pena alternativa resolvesse ao invés de mandar para um presídio que – no Brasil todo – não oferece as mínimas condição paraa ressocialização do detento. O nosso sistema hoje tem aproximadamente 7.500 presos. É um universo muito grande para o nosso estado, já que nós ofertamos apenas 2,8 mil vagas.

O senhor pretende provocar a Justiça nese sentido?

Eu hoje estive conversando com um dos defensores públicos e o número de defensores no estado é muito pequeno, por isso eles não têm condições de nos ajudar agora. Então nós vamos buscar uma somação de esforços com o Poder Judiciário, o Ministério Público, não adianta a gente estar brigando, ao contrário, eu quero é parceria para que possamos desenvolver um bom trabalho que não é da Sejuc, é da sociedade e irá beneficiar a todos. É um trabalho difícil, penoso, que há a necessidade dessa integração entre MP, Poder Judiciário e administração. Tem que ser um trabalho não solitário, mas solidário, aí sim, nós vamos resolver a questão.

O estado pretende aumentar o número de vagas no sistema prisional?

Eu só posso aumentar o número de vagas se houver a obtenção de recursos do governo federal.

O senhor já esteve em Alcaçuz?

Eu vou visitar Alcaçuz como vou visitar todas as unidades prisionais do estado. Nós temos que ofertar aos agentes penitenciários, aos policiais militares que lá trabalham todas as condições para que possam executar o seu trabalho. Hoje nós contamos com a colaboração da PM, porque não temos condições de ter a guarda exclusivamente nas mãos dos agentes penitenciários. A Polícia Militar também perde com isso, porque não tem todo o seu efetivo nas ruas.

As fugas em Alcaçuz são constantes. O que o senhor pretende fazer para reverter esse quadro?

A penitenciária de Alcaçuz é uma unidade que foi contruída sobre dunas, a sua fundação está em um local em que não deveria estar. Além dessa condição, enfrentamos a falta de investimento em Alcaçuz, porque é inconcebível que uma penitenciária que foi tratada como de segurança máxima à época de sua construção não tenha um sistema de monitoramento de câmeras, não tenha um serviço de excelência por causa da falta de investimentos nesses14 anos. É preciso reestruturar aquela penitenciária. Hoje temos lá mais de 900 presos e a capacidade é de 450 presos. É até difícil executar uma reforma lá com essa superlotação. São anos sem a construção de uma nova unidade prisional no estado e nós temos que estudar esse caso.                   

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Brasil

Comissão do Senado aprova porte de arma para advogados

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira (8) projeto que permite o porte de arma de fogo para advogados em todo o território nacional. O uso por esses profissionais será permitido para defesa pessoal. A proposta segue agora para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O texto foi apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que preside a comissão. A proposta recebeu parecer favorável do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que propôs ajustes.

Pelo projeto, será proibido portar a arma em fóruns, tribunais, estabelecimentos prisionais e outros locais públicos ou privados sujeitos a regras próprias de segurança, como estabelecimentos de ensino, igrejas, estádios desportivos e clubes.

Para ter o porte, o advogado precisará seguir os requisitos legais estabelecidos em lei e um regulamento próprio que será elaborado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Na reunião, o relator negou que a proposta represente uma “liberação indiscriminada” do acesso às armas no país.

“O texto do projeto é extremamente claro. A necessidade fica demonstrada pela comprovação da efetiva atividade como advogado. Então, não é só o registro na OAB propriamente dito – você pode ter o registro e não advogar -; tem que ter a clareza de tudo e os demais requisitos: capacidade técnica, capacidade psicológica, idoneidade, tudo isso vai continuar sendo exigido normalmente”, disse Vieira.

Em seu parecer, ele argumenta que o projeto equipara advogados aos integrantes do judiciário e do Ministério Público, que já possuem a prerrogativa de porte.

“Esse tratamento isonômico mostra-se necessário, uma vez que, como muito bem destacado nas justificações das propostas, não há hierarquia entre advogados, juízes e promotores de justiça. Ademais, embora desempenhem funções distintas, todos integram corpos técnicos essenciais à função jurisdicional do Estado”, afirmou.

CNN

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Geral

Administração do Condomínio Fazenda Real nega dívida de R$ 400 mil e diz que gestão afastada é íntegra

Foto: reprodução/Google Street View

A administração do Condomínio Fazenda Real, residencial localizado em Macaíba, afastada por decisão judicial em razão de acusações de deterioração financeira e administrativa desde o último trimestre de 2022, emitiu uma nota afirmando que não são verdadeiras as informações de haver um déficit de R$ 400 mil e que, ao contrário do exposto, o que existe em caixa é um superávit superior a R$ 200 mil. Além disso, também afirma que o afastamento provisório da atual gestão se deu unicamente em razão de uma decisão técnica.

“É fundamental esclarecer que a gestão afastada por decisão judicial provisória é íntegra, comprometida e tem trabalhado de forma exemplar pela organização e estabilidade financeira do condomínio. A alegação de um suposto déficit de R$ 400 mil é totalmente falsa. Ao contrário, atualmente o condomínio possui um superávit superior a R$ 200 mil, confirmado por auditorias independentes e pela aprovação das contas em assembleia.

O afastamento provisório se deu unicamente por uma questão técnica: a não apresentação de documentos já públicos e registrados em cartório, entendidos como desnecessários pelo advogado da administração”, diz a defesa da administração.

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Brasil

Comissão da Câmara aprova projeto que propõe desarmar segurança pessoal de Lula

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou nesta terça-feira (8), por 15 a 8, um projeto que propõe desarmar a segurança pessoal do presidente Lula e de todos os ministros de estado.

O texto segue agora para outras duas comissões e pode ir direto ao Senado, se não for apresentado recurso para discussão em plenário.

“Fica vedado o uso de armas de fogo pelos agentes integrantes da segurança pessoal do Presidente da República e de seus Ministros de Estado, ainda que em atividades que envolvam a segurança imediata de tais dignatários”, diz o texto.

A proposta, de autoria do próprio presidente do colegiado, Paulo Bilynskyj (PL-SP), foi apresentada em 2023 e foi relatada por outro deputado do PL, Gilvan da Federal (PL-ES).

Na justificativa para apresentar o texto, Bilynskyj argumentou que os órgãos que compõe a segurança presidencial e ministerial devem estar de acordo com a ideologia de Lula, que “não vê nas armas de fogo algo benéfico para a sociedade”.

“O presidente Lula, cercado de seguranças armados, luta sempre para desarmar o cidadão. O ministro Lewandowski, que tem porte de arma renovado pela PF, dificulta o acesso do cidadão às armas de fogo”, disse o deputado na reunião desta terça.

G1

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Economia

Trump diz que EUA estão arrecadando US$ 2 bi por dia com tarifas

Foto:Reuters


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos estão arrecadando US$ 2 bilhões por dia com tarifas.

Ele fez o comentário sem fornecer detalhes durante um evento na Casa Branca.

Trump impôs uma série de tarifas a diversos países desde que assumiu o cargo em janeiro.

O extrato diário do Departamento do Tesouro sobre depósitos e retiradas de sua conta geral, a principal conta operacional do governo federal, mostra que os depósitos de “Alfândega e Certos Impostos Especiais de Consumo” totalizaram, em média, cerca de US$ 200 milhões por dia até agora neste mês.

Para o mês de fevereiro, o último mês completo disponível no sistema, o Tesouro arrecadou cerca de US$ 7,25 bilhões em taxas alfandegárias.

A divulgação do orçamento mensal para março, que mostrará os últimos números mensais, será feita na quinta-feira (10).

CNN

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Brasil

Ministro das Comunicações decide pedir demissão a Lula após ser denunciado pela PGR

Foto:Isac Nóbrega / MCom

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), decidiu pedir demissão do cargo. A decisão ocorre após ele ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares.

Segundo apurou a coluna, a demissão começou a ser negociada durante um almoço entre lideranças do União Brasil e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), na terça-feira (8/4), em Brasília.

O encontro ocorreu na casa do presidente nacional do partido, Antonio Rueda, e, segundo relatos, já estava marcado antes mesmo de a denúncia da PGR contra Juscelino vir à tona por meio da imprensa, nesta terça.

Além de Gleisi e Rueda, participaram do almoço os líderes do União Brasil na Câmara e no Senado, o próprio Juscelino Filho e o ministro do Turismo, Celso Sabino, que também é filiado à sigla.

No encontro, de acordo com relatos, Gleisi sinalizou que o Palácio do Planalto gostaria que o próprio Juscelino pedisse para deixar o cargo após a denúncia da PGR, tirando de Lula o peso de ter que demitir o ministro.

Com a sinalização da ministra das Relações Institucionais, caciques do União Brasil se reuniram reservadamente após o almoço, sem Gleisi, quando bateram definitivamente o martelo do pedido de demissão de Juscelino.

Segundo lideranças do União Brasil, o ministro foi aconselhado a pedir demissão para “se preservar”. A avaliação de caciques da sigla foi de que, se ele continuasse como ministro, ficaria ainda mais no alvo das investigações.

Pelo acordo negociado, Juscelino deve apresentar a carta de demissão a Lula ainda nesta terça. O substituto dele no cargo deverá ser outro deputado federal do União Brasil, cujo nome ainda não foi fechado.

Metrópoles 

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Política

[VÍDEO] QUE INVERTIDA: Aldo Clemente responde a Daniel Valença e diz que se o governo pagar o que deve a prefeitura concede reajuste


O plenário da Câmara Municipal de Natal foi palco de uma “invertida” de diálogo entre os vereadores Daniel Valença e Aldo Clemente, na última sessão. Valença, se manifestou pedindo aumento para os profissionais da saúde. A resposta, no entanto, veio do vereador Aldo Clemente, que aproveitou a oportunidade para fazer uma provocação.

Clemente sugeriu que o vereador Daniel Valença procurasse o governo estadual, liderado pela governadora Fátima Bezerra, para resolver um débito pendente de mais de 60 milhões de reais que o governo ainda deve à prefeitura de Natal. Segundo o vereador Aldo, caso o pagamento fosse feito, o aumento salarial para os servidores seria imediatamente viabilizado.

A medida de Clemente foi vista como uma forma irônica de cobrar a responsabilidade para o governo estadual, além de criticar a postura do vereador Daniel Valença em suas constantes cobranças.

“Se o governo estadual pagar, no outro dia o aumento é concedido” disse Aldo Clemente.

Com o cenário ainda indefinido, fica a expectativa sobre os próximos passos do governo estadual e municipal em relação à dívida e às demandas por melhorias nos salários dos trabalhadores da saúde.

 

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Brasil

Guardas e PMs preparam ação no Congresso em debate da PEC da Segurança

Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil

A apresentação do texto da PEC da Segurança Pública pelo governo federal, recebido nesta terça-feira (8) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), inaugura uma nova frente de disputa entre guardas municipais e policiais militares, após o Supremo Tribunal Federal (STF) fixar uma tese de que os agentes das prefeituras podem exercer atividades de policiamento ostensivo comunitário.

Entidades das duas categorias já preparam ações para pressionar deputados em torno da redação final da mudança constitucional defendida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

O texto da PEC inclui a tese aprovada pelo STF em fevereiro, na qual se considera constitucional “o exercício de ações de segurança urbana pelas guardas municipais, inclusive o policiamento ostensivo comunitário”, desde que respeitadas as competências de outros órgãos de segurança e “excluída qualquer atividade de polícia judiciária, sendo submetidas ao controle externo da atividade policial pelo Ministério Público”.

Essa tese é questionada pelos oficiais das polícias militares estaduais em recurso ao STF, mas já está nas entidades que representam as carreiras mais altas das PMs articulações para ajustar a redação do texto no que diz respeito ao papel das guardas municipais.

“Informamos a todos que o referido texto está em análise e ao tempo certo repassaremos os próximos passos que daremos no sentido de trabalhar, se for o caso, para alteração do texto, que a priori possuí vários pontos controversos e nebulosos”, diz mensagem da direção da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme), enviada hoje aos associados.

“Faremos, como sempre, todo o possível para corrigir tais pontos, bem como, quando for o caso, convocaremos mobilização junto aos parlamentares, em especial as lideranças como sempre fizemos”, prossegue a cúpula da Feneme.

Entre os pontos que os oficiais das PMs questionam está justamente o que faz menção à possibilidade de guardas municipais poderem fazer policiamento ostensivo e comunitário, enquanto a polícia viária federal “destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias, ferrovias e hidrovias federais”.

Por sua vez, as representações das guardas municipais celebram a inclusão da tese do STF no texto da PEC enviado pelo governo. O presidente da Associação das Guardas Municipais (AGM Brasil), Reinaldo Monteiro, esteve na semana passada com a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para defender a redação da proposta.

Monteiro afirmou que a associação vai atuar no Congresso em defesa do papel das guardas municipais no policiamento urbano. Um ponto citado pelo presidente da AGM Brasil é o que diz respeito aos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública que poderão ser repassados a estados e municípios.

CNN

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Economia

BETS: apostadores gastam até R$ 30 bilhões por mês no Brasil, diz Banco Central

Foto: Hirurg/Getty Images

Apostadores brasileiros gastaram até R$ 30 bilhões por mês em bets entre janeiro e março de 2025, afirmou o secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca, nesta terça-feira (8).

Segundo o secretário do BC, a estatística foi feita com base em informações mais concretas obtidas desde a regulamentação do setor, que entrou em vigor 1º de janeiro deste ano.

— Durante esse ano, de janeiro a março, esse valor que a gente acompanha de atividade gira em torno de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês — explicou em sessão da CPI das Bets, no Senado.

Dados do BC divulgados no ano passado apontavam que os brasileiros gastavam cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas on-line nos primeiros oito meses de 2024. As estatísticas foram revisadas após a regulamentação.

Uma análise preliminar já havia sido feita pelo BC antes da regulamentação. Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, no entanto, a autoridade monetária subestimou o montante que é pago em prêmios aos apostadores.

A nota técnica da instituição considerava que cerca de 85% do total gasto em apostas retornava como prêmio pago pelas casas de apostas. Dados do governo, no entanto, mostram que esse percentual está em aproximadamente 93%.

— Estamos tentando reunir dados para entender como está migrando esse comportamento e como ele pode evoluir ou não. Os dados de apostas envolvem tudo que foi gasto na empresa, mas tem um valor que volta, que a gente estimou em 85%, e a SPA estima que hoje esse valor esteja entre 93% — disse Galípolo.

CPI das Bets do Senado

Galípolo foi ouvido nesta terça-feira na CPI das Bets do Senado. O convite foi feito pelo presidente da CPI, o senador Dr. Hiran (PP-RR) para discutir se a autoridade monetária pode propor normas específicas para transferências financeiras das casas de aposta, como as chamadas bets esportivas.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) é a relatora da CPI que foi instalada no dia 12 de novembro de 2024, com o intuito de investigar a influência das apostas on-line no orçamento das famílias brasileiras e a possível associação com organizações criminosas.

Em seu discurso inicial, o presidente do BC afirmou que a autoridade monetária não tem competência legal para fiscalizar ou aplicar sanções relativas a transações que envolvam apostas de quota fixa.

Galípolo ainda afirmou que o Banco Central realiza estudos que analisam o impacto das apostas no Brasil sobre a estabilidade financeira e política de juros do país.

— Algumas instituições financeiras começaram a relatar significância estatística do fato de a pessoa apostar no risco de crédito… É importante para o BC avaliar potenciais impactos na estabilidade financeira e na transmissão da política monetária — disse.

Segundo o presidente do BC, a autoridade monetária e participantes do mercado começaram a identificar um grande volume de dinheiro da população brasileira destinado à apostas esportivas, o que pode levar à instabilidade na atividade econômica e possível aumento do risco de crédito, o que pode elevar os juros cobrados no país.

— Ano passado, em estudos preparatórios para uma reunião do Copom, nos chamou a atenção de que parte da renda das famílias não estava indo nem para consumo nem para poupança, alguns participantes de mercado já haviam nos alertado que fluxos financeiros para sites de apostas estavam se tornando significativos, com potencial impacto na atividade econômica — explicou.

O Globo

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Geral

Real é a moeda que mais perde contra o dólar em meio à guerra comercial

Foto: Reprodução/Neofeed

O real é a moeda que mais perde valor no mundo contra o dólar na tarde desta terça-feira (8), após a Casa Branca confirmar tarifas de 104% sobre importações da China.

Por volta das 15h10, a divisa brasileira perdia 106% ante a divisa norte-americana, cotada a R$ 5,976.

Mais cedo, a moeda bateu a cotação psicológica de R$ 6.

A lista de maiores perdas também contam com pares latino americanos. O peso chileno aparece na sequência, com queda de 1,04%, quando a divisa da Colômbia recuava 1% contra o dólar.

Veja abaixo as 10 moedas que mais perdem ante o dólar nesta terça:

  1. Real (Brasil): -1,06%
  2. Peso (Colômbia): -0,94%
  3. Yuan (China): -0,80%
  4. Sol (Peru): -0,80%
  5. Peso (Chile): -0,79%
  6. Won (Coreia do Sul): -0,78%
  7. Baht (Tailândia): -0,63%
  8. Rupia (Índia): -0,45%
  9. Renminbi (China): -0,42%
  10. Shekel (Israel): -0,32%

Os Estados Unidos confirmaram, na tarde desta terça, que aplicarão uma nova tarifa de 50% contra a China.

A medida ocorre após o gigante asiático não cumprir o pedido do presidente Donald Trump de voltar atrás com as taxas retaliatórias de 34% anunciadas na semana passada.

Trump havia estabelecido um prazo de até às 13h (horário de Brasília) desta terça para que o país recuasse.

A nova taxa entra em vigor nesta quarta-feira (9), junto com a tarifa “base” anunciada na semana passada no “Dia da Libertação” de Trump.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

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Geral

Dólar sobe e bate R$ 6 em meio a guerra de tarifas e turbulência entre EUA e China

Foto: Reuters

O dólar era negociada a R$ 6 por volta das 14h10 desta terça-feira, 8, logo após os Estados Unidos confirmarem a cobrança de uma tarifa adicional de 50% sobre todas as importações chinesas. A medida entra em vigor nesta quarta-feira, 9, após o país asiático não desistir da retaliação aos Estados Unidos dentro do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump, que era até as 13h desta terça-feira, 8.

A China anunciou na segunda-feira, 7, que não iria ‘ceder à chantagem’ de Trump sobre a imposição de tarifas adicionais. “As ameaças dos EUA para escalar tarifas contra a China são um erro atrás do outro, mais uma vez expondo a natureza chantageadora da América”, declarou o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, que complementou: “Se os EUA insistirem em fazer as coisas à sua maneira, a China vai lutar até o fim”.

Mais cedo, antes da Casa Branca confirmar a tarifa extra, Trump disse que estava esperando uma ligação da China para fazer um acordo que evite a guerra de tarifas entre os países. Em uma sinalização de afrouxamento de discurso e busca por entendimento entre as nações, o presidente disse que “vai acontecer”, se referindo ao acordo. “A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu Trump em sua página na plataforma Truth Social.

Guerra comercial

A política comercial dos EUA segue no foco dos mercados desde que Trump anunciou na semana passada a imposição de tarifa mínima de 10% sobre todas as importações ao país, que entrou em vigor no sábado, e taxas “recíprocas” mais altas para alguns parceiros, que serão implementadas na quarta.

Por três sessões consecutivas, os investidores demonstraram enorme aversão ao risco, em meio ao temor de que as medidas comerciais possam desencadear uma guerra comercial ampla, o que poderia provocar a aceleração da inflação global e uma recessão econômica em diversos países.

Terra

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