
No último sábado, o jornal americano The New York Times revelou uma ofensiva da Apple nas redes sociais. Segundo a publicação, a empresa estuda investir milhões de dólares para integrar seus produtos ao microblog Twitter. Se confirmada a negociação, a rede social pode elevar seu valor de mercado a 10 bilhões de dólares, fato que pode beneficiar não só seus usuários finais – que somam mais de meio bilhão -, mas, sobretudo, as próprias companhias de tecnologia.
De acordo com o jornal, a conversa entre as empresas já existe há mais de um ano, mas ainda sem uma definição. “Essas reuniões mostram que eles podem firmar uma grande parceria”, informa a reportagem. Para o Twitter, a negociação pode ser considerada crucial para definir seu futuro.
Criado em março de 2006, o microblog apresentou crescimento invejável nos primeiros anos de vida mas, em 2012, começou a dar os primeiros sinais de fadiga. Dados da empresa de métrica ComScore mostram uma queda global de 6% no acesso ao microblog nos últimos dois meses: de 200 milhões de visitantes únicos no mês de maio para 188 milhões em junho. No mesmo período, por exemplo, o Facebook saltou de 828 milhões para 834.
Outro fator que pode impulsionar o microblog é a possibilidade de ampliar, ainda mais, sua receita. Desde que apresentou em dezembro de 2011 uma série de novidades – entre elas, uma mudança visual de sua página principal –, o Twitter atrai anunciantes e, consequentemente, investimentos. Segundo relatório da empresa especializada em mercado eMarketer, a empresa deve arrecadar 259 milhões até o fim do ano com seu modelo de publicidade. É um número e tanto para uma empresa que, até pouco tempo, gozava de grande popularidade sem obter um retorno financeiro à altura. Associar à marca mais valiosa do mundo, portanto, pode deixar o Twitter mais fortalecido e, assim, competir com o Facebook.
À Apple, por sua vez, integrar-se a uma plataforma de rede social é uma resposta direta às iniciativas desenvolvidas por seus novos rivais Google e Facebook, empresas que já contam com produtos no setor. Assim como o gigante de buscas, a Apple ainda não possui uma boa reputação na criação de redes sociais. A única criada até então – o Ping, site de discussão sobre música vinculado ao iTunes – foi um fracasso e, desde junho, já está desativado. Com o Twitter, a empresa criada por Steve Jobs sabe que poderá alçar voos mais altos, explorando recursos sociais em benefícios de seus produtos móveis, casos de iPod, iPhone, iPad. Seus consumidores, maiores beneficiados com uma possível parceria, agradecem.
Fonte: Veja
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